Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 35
Capítulo 35 - Gale, Peeta e Enzzo.


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS E INICIAIS! É SUPER IMPORTANTE GENTE!!!!!


PENÚLTIMO CAPÍTULO DA PRIMEIRA TEMPORADA DE SAFE AND SOUND!
E FICAMOS AQUI COM O MAIOR CAPÍTULO DA S&S!! ^^

Meus amores, eu estou tão triste que está acabando essa temporada, mas bom, é temporário! Então, não preciso ficar tão triste assim que logo virá o novo arco quentinho para a segunda temporada.
Já tenho algumas coisas em mente, então, espero que vocês não deixem a S&S quando ela entrar de "férias".

Quero agradecer a Amelie Salvatore Melark que recomendou a minha fic! Muito obrigada linda! Adoreeeeei s2 São essas coisas que me motivam e continuar escrevendo! Fico muito feliz *-*

O que falar desse capítulo? Primeiramente, eu chorei escrevendo. Muitos de vocês não vão chorar, mas eu choro porque eu me envolvo muito com os personagens e dar um "final" para eles NÃO é fácil.

Isso não é um final na bem da verdade, mas é quase um final né? UHEAUHEAUE Porque vou me despedir e só voltar depois de 3 semanas!

Sério, eu chorei muito! Mas nós nos falamos nas NF se não vou acabar dando spoiler aqui.

Beijos e tenham uma ótima, incrível, deliciosa leitura :')



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Gale.

Em suas trêmulas mãos encontrava-se finalmente o endereço onde Enzzo Snow mantinha Johanna Mason em cativeiro. Gale suspirou fundo tentando acolher um ar límpido em seus pulmões e absorver toda aquela informação. Analisar que em quão pouco tempo sua vida havia mudado.

De um homem descompromissado com a vida, amargurado por seus sentimentos e retido a Katniss, ele passou a ser um Major preocupado com uma grande missão em suas mãos e com o coração não tão dolorido assim.

Talvez, seja realmente o que parecia, Gale começara a sentir algo por Johanna ainda que essa situação seja extraordinariamente absurda. Não foi necessário um esforço para o sentimento surgir, ao mesmo tempo em que olhando ao longe parecia uma relação extremamente improvável, em parte por Gale estar desapegado a vida e a mulheres e Johanna ainda machucada pelo passado.

Katniss o alertou com um sobreaviso que uma relação com Johanna talvez não fosse o ideal. E realmente não era, os dois pareciam muito em personalidade e muito provavelmente seria uma luta por posse de território quando um fosse impor seu jeito ao outro. Mas na vida temos que aprender a ceder e a doar, se mudar um pouco sua carranca criada com o tempo fosse auxiliar a uma vida mais estável ao lado de uma mulher incrível, não faria tão mal assim abdicar.

Acontece que mesmo com toda a confusão de sentimentos em seu peito, Gale lembrou subitamente das palavras de Johanna naquele telefonema, do pequeno surto que ela dera quando ele sibilou a hipótese de busca-la. Ele se lembrou das palavras de Annie o avisando que Johanna havia pedido desculpas por seu comportamento e que ela estava confusa.

Mesmo que Johanna não nutrisse o mesmo sentimento por ele da forma que ele nutria por ela, o mínimo que ele esperava era que ela não se envolvesse emocionalmente com seu sequestrador.

Aquela ideia era tão absurda quanto seu sentimento novo. Como ela poderia gostar de ficar ao lado de uma pessoa com índole ruim? Talvez, ela estivesse tão quebrada por tudo o que acontecera em sua vida que o fato dela encontrar alguém tão mais machucado que ela acolhesse seu interior, fazendo Johanna se sentir cúmplice de um problema que na verdade não fazia parte.

Sem vê-la, ele podia sentir ao longe que algo de errado estava acontecendo. Talvez Enzzo só estivesse brincando com seus sentimentos. Mas e se acaso ele se redimisse e simplesmente decidisse pedir perdão para Johanna? Que decisão era tomaria? Ficaria ao lado de Gale como disse na última ligação para com Annie ou se entregaria a um relacionamento doentio ao lado de seu sequestrador?

A raiva em seu corpo subiu eminentemente pelas suas veias, acarretando um desconforto abdominal e uma terrível dor de cabeça. Seu rosto havia adquirido uma coloração vermelha e Gale sentiu um pequeno mal estar.

Sentado na poltrona de seu escritório, com as mãos levadas ao rosto e um suor desconfortável cursando sua face, olhou novamente para a mesa que jazia a sua frente. Ao lado direito continha-se o papel rabiscado de letras tremelicadas com o endereço de Enzzo, ao lado esquerdo seu telefone permanecia inerte a qualquer ligação. Gale esperava a autorização de Paylor para poder avançar e aquilo só estava fazendo seu corpo reagir de forma estranha.

Nem pela Guerra dos Tordos e nem pela Revolução o nervosismo tomou conta de seu ser. Poderia ser insensível dizer, mas Gale criara naquela época uma barreira impenetrável que o mantinha forte por Katniss, porém agora não existia alguém para o Major ser forte. Não existia uma pessoa que precisasse da sua razão.

Suas reações pareciam compreender perfeitamente que ele não era tão impassível quanto aparentava.

– Gale? – Hazelle disse pela quarta vez batendo levemente na porta. – Estou te chamando a um tempinho, ainda nada da ligação?

– Não mãe. – respondeu sem se virar para vê-la.

– Filho, eu estou preocupada com você. – disse Hazelle se aproximando. – Você está com o rosto um pouco pálido, está bem?

– Sim mãe. – mentiu. – Só ansioso pela ligação, de qualquer forma.

– Eu gostaria de te avisar que Peeta e Katniss estão na sala te aguardando.

– Ok, pode avisa-los que eu já vou. Obrigado.

Hazelle não possuía mais a beleza que tinha há anos atrás, sua face já marcada por certa idade demonstrava o cansaço e a dor originada por tantos problemas. Ela sorria para seu lindo filho, apesar de tudo, mas somente quem a conhecia verdadeiramente sabia que sua felicidade nunca alcançava os olhos cinza tristes.

Gale decidiu levantar-se, sentindo suas pernas falharem um passo ou outro. Respirou fundo, tentando permanecer tranquilo, mas seu nervosismo era inabalável.

Ao chegar às escadas fez uma careta por nota-las um pouco mais distante do que costumeiramente estavam, sua visão adquiriu certa turves, mas caminhou-se de cabeça erguida.

– Hey você. – disse Katniss o fitando atentamente. – Tudo bem?

– Sim. – falou simplesmente. – Fico feliz que tenham vindo, tenho uma ótima notícia.

– Gale, sua aparência está estranha. O que houve? – questionou Peeta com certa dúvida nas orbes azuis.

– Vamos sentar? – apontou para o sofá. – Pois então, tenho uma ótima notícia. Eu e Beetee conseguimos encontrar o endereço de Enzzo Snow, só estou esperando um respaldo da Paylor que está pedindo para alguns membros conhecidos meus virem para cá e iniciar a missão.

A expressão de Katniss e Peeta exalavam de descrença e muita felicidade, ambos olhavam para Gale com os lábios entreabertos e seguravam suas mãos o mais firme que podiam adquirindo até uma aparência esbranquiçada pela falta de circulação sanguínea.

– Mas... mas... – começou Katniss. – Isso é...

– Fantástico. – completou Gale. – Eu sei! Está tudo acabando agora, Catnip. Finalmente.

– Como será a postura de Paylor perante ao Enzzo? – perguntou Peeta adquirindo uma postura séria.

– Prende-lo, evidente. Mas eu acredito que as coisas não serão assim porque ele não vai se render sem lutar.

– Se ele contra-atacar vocês tem permissão para mata-lo?

– Sim, Peeta. Creio que faremos o necessário para ele responder pelos seus atos. – disse Gale com seu profissionalismo. – Não atuaremos fora do que é planejado.

– Eu posso fazer parte da missão? – questionou o loiro.

– Olha, Peeta... Eu realmente acho melhor não, você tem a prótese e a Katniss não ficaria tranquila ao vê-lo em batalha novamente.

– Não, Gale. Eu quero ir. Annie está muito preocupada e ela e Johanna são pessoas muito importantes pra mim. – seus olhos estavam marejados. – Ambas passaram pelo mesmo trauma que eu incidido pela Capital. Eu devo isso a elas, eu quero salva-la.

– Peeta, eu... – Katniss iniciou piedosa.

– Não, Katniss. Eu realmente preciso fazer isso. – Peeta beijou sua testa carinhosamente e depois levantou o queixo da morena para os olhos cinzentos fitarem os seus. – Eu preciso estar ao lado do Gale nessa, ele me salvou quando eu precisei e agora Johanna está em perigo. Faz todo o sentido do mundo eu ajuda-lo.

– Peeta, por favor. – apontou o Major. – Terão muitos homens em retaguarda, nós não precisamos de um civil envolvido.

– Eu não sou um civil, Gale. – Peeta o fitou rapidamente. – Eu fui autorizado pelo Boggs líder do Esquadrão 451 para entrar em Guerra se vocês bem lembram. Também passei por duas arenas nos Jogos Vorazes, lutei pela minha vida e pela da Katniss, principalmente. Eu acho que já não sou mais um civil a tempos.

Por um momento, Gale olhou a expressão dura de Peeta e enxergou-se exatamente ali, em sua posição. Os soldados saem da Guerra, mas a Guerra nunca sai de um soldado. Peeta, por mais gentil que fosse tinha as marcas da Revolução em seus olhos, em suas cicatrizes e em sua vida. Ele permanecia a vontade de lutar, fazer o bem e buscar uma solução viável para tudo.

– Peeta, eu posso te colocar lá, mas antes preciso falar com seu médico e verificar se você está apto para passar por isso novamente.

O padeiro o olho animadamente e Katniss o repreendeu com o olhar, mas nada se pode fazer quando um homem quer lutar.

– Claro, ligarei para ele agora. Posso utilizar seu telefone?

– Sim, claro. Você sabe de cor o número?

– Sei, eu ligava todas as vezes que o meu surto surgia. – deu de ombros.

Rapidamente a história foi esclarecida. O Dr. Aurelius relutou um pouco no início, mas disse que se era somente uma missão de resgate, dava para o garoto realizar. Peeta sorriu feliz e Katniss tentou demonstrar tranquilidade, mas seu cenho estava franzido pela tensão.

– Meninos, vocês querem almoçar? – perguntou Hazelle com as bochechas rosadas devido ao seu esforço na cozinha. – Eu fiz um cozido ótimo de carneiro.

– Vamos almoçar. – Gale encaminhou-se com Peeta e Katniss e ambos sentaram a mesa.

A refeição fora tranquila, embora a preocupação eminente rondava seus interiores. Peeta e Katniss não queriam transparecer nada a frente de Hazelle e deu certo. Ela não percebeu nenhuma crise e seguiu feliz para lavar toda a louça. Katniss se ofereceu para ajuda-la e ela assentiu feliz.

– Bom, acho que temos uma missão importante pela frente. – iniciou Gale. – Espero que ocorra tudo bem.

– Ocorrerá. – disse Peeta tranquilamente batendo em seu ombro. – Nós não enfrentaríamos uma Guerra para morrermos em uma luta contra capangas. Certo?

– Certo. – assentiu. – Peeta, quanto a você. Se qualquer coisa acontecer comigo, pode, por favor, cuidar da minha família?

Era inevitável não pensar que algo de muito errado aconteceria, Gale não estava com uma sensação boa percorrendo seu corpo e algo dizia que algo daria errado.

– Mas que papo é esse agora, Gale? – perguntou Peeta visivelmente preocupado.

– Não estou me sentindo bem. – disse sincero. – Hoje meu coração batia acelerado e minhas pernas falharam na escada, não sei se é o nervosismo ou simplesmente um mau pressentimento.

– Gale, não se preocupe. Nada de errado irá acontecer. Voltaremos vivos e com Johanna em nossos braços.

– Assim espero, querido padeiro. Assim espero.

Enzzo.

– Eu já disse senhor, - ponderava Eddard. – não é certo o que está acontecendo entre você e Johanna.

– Você é o meu braço direito, Eddard. Acha mesmo que eu vou cair nas lábias venenosas de uma mulher? Faz me rir!

– O conheço o suficiente para ver seus sentimentos de longe, senhor. Não acho certo que você esteja levando isso na brincadeira em vista da tragédia que aconteceu na Cabana. Eles podem estar se aproximando.

– O que aconteceu na Cabana foi um acidente. – disse em voz alta tentando convencer mais a si mesmo do que Eddard.

– Senhor, não é certo. – disse por fim. – Eu vi seu beijo com ela na piscina e realmente fiquei receoso em falar contigo antes, mas ao ver seu segundo beijo com ela na cozinha, foi um pouco demais.

– Ela quer jogar comigo, Edd. Eu iriei jogar então. Você bem sabe que eu não nego fogo.

– Não nega fogo ou não nega Johanna? – perguntou duvidoso com uma sobrancelha arqueada.

A verdade é que Enzzo não saberia responder a questão jogada na conversa agora. Johanna se assustou com o primeiro beijo e tentou desvencilhar assim que sentiu sua língua pedindo passagem, mas depois ela cedeu. Talvez realmente fosse um jogo barato da mulher e ele não gostaria de pensar na probabilidade de ser outra coisa, mas seus sentimentos confessos estavam confusos e atordoados pelos lábios macios da morena.

– Não nego fogo. – disse por fim.

– Deixa eu lhe perguntar uma coisa, Enzzo. – disse Eddard divertido. – Se você tiver que matar Johanna, você conseguiria puxar o gatilho?

A hipótese de ver seu corpo estirado ao chão sem vida era dolorida demais para não haver nenhum sentimento em seu coração, mas ele tinha um objetivo. Conquistar a Panem, assassinar Katniss Everdeen e viver feliz com sua vingança plena. Johanna apareceu em sua vida na hora errada e definitivamente ela era uma pessoa boa demais para se envolver com alguém tão quebrado como Enzzo.

O loiro sabia que sua índole não era das melhores, que ele não saberia ser um rapaz carinhoso e muito menos dar o que Johanna merecia. Ela deveria encontrar alguém fiel, que não se envolva sexualmente com o primeiro rabo de saia que vê na frente, que não tenha assassinado diversas pessoas, que não tenha a vontade insaciável de matar uma de suas melhores amigas. Ela merecia alguém que pudesse a amar com o melhor de si e Enzzo sabia que ele nunca daria o melhor.

– Eu não conseguiria mata-la. – respondeu. – Mas isso não quer dizer que eu pretenda me envolver com ela, Edd. Não sou o cara que ela merece. Johanna sofreu muito para estar com alguém como eu que só a fará sofrer mais. Quando isso acabar e eu conquistar meu objetivo, deixarei a partir.

A dor de nunca mais vê-la, o sentimento de perda eminente, devolver seu alguém para a vida. Isso era auto sacrifício. Enzzo compreendia que seja qual fosse o sentimento que nutria por Johanna, teria que fazer sumir para dar espaço à felicidade da morena. Ela merecia ser feliz e ele sua vingança. Ambos ganhariam embora ele perdesse seu grande amor.

– Eu sei. – disse Eddard. – Não faremos mal a ela, não se preocupe. Vamos logo que eu tenho umas coisas para fazer.

– Vamos. – disse Enzzo tentando não pensar em Johanna, mas sem conseguir pensar em mais nada.

Peeta.

– Katniss, eu estou bem, nada vai acontecer. – disse olhando para seus olhos enquanto via lágrimas caírem.

– Eu não posso lidar com isso de novo, Peeta. – falou chorosa. – Ver você partir e não ter notícias até vocês voltarem é muito dolorido pra mim. Não sei se eu consigo.

Annie os olhava piedosa acariciando os cachos de Katniss e mirando Peeta com ternura.

– Peeta, eu não acho que você deva ir. – apontou Annie. – Katniss não ficará tranquila e isso fará muito mal a ela.

– Eu compreendo, Annie. Só que eu não posso deixar Gale na mão. Acabamos de voltar da casa dele e demorará algumas horas até o exercito aparecer por aqui, então temos algum tempo até ela digerir isso tudo.

– Não fale de mim como se eu não estivesse aqui! – vociferou Katniss. – Justo quando nós nos acertamos, justo quando eu confessadamente me perco em sentimentos por você! Por que decide fazer algo louco assim? Eu sei que deve favores a Gale e gosta muito de Johanna pelo o que ela passou com vocês, mas lá terá um exército, Peeta. Homens treinados e capacitados para salva-la! Não é necessária sua presença.

Annie sentiu que ambos precisavam ficar sozinhos, pediu licença educadamente e subiu as escadas murmurando palavras fofas para seu filho.

– Katniss. – disse puxando o rosto de sua amada delicadamente para os seus olhos se encontrarem. – Eu entendo a sua frustração e compreendo a sua dor, mas eu preciso fazer isso. Preciso salvar Johanna. Ela sofreu tanto na Capital, foi afogada diversas e diversas vezes, você soube quanto tempo demorou para ela finalmente tomar um banho? – Katniss assentiu. – Eu realmente acho que agora ela tem uma chance de ser feliz, a chance que Gale pode dar a ela. Ambos merecem isso! Gale sofreu muito por você, meu amor e agora eu vejo o quanto para ele deve ter sido difícil, me colocando em sua posição e imaginar você aos braços de outra pessoa é terrível.

– Peeta! Não fale como se você estivesse me roubado dele. Gale simplesmente nunca disse nada de seus sentimentos para mim. As únicas coisas que aconteciam entre mim e ele eram invenções citadas pelas pessoas no antigo Distrito 12. Eu e ele nunca tivemos nada até você aparecer. Ele ficou confuso e com medo de me perder, por isso resolveu se declarar. – seus olhos continham doloridas lágrimas. – Não gosto quando você incita esse tipo de coisa, porque não é a verdade.

– Eu sei meu amor, eu sei. – Peeta acariciava suas bochechas delicadas. – Mas você entende o motivo deu ir salvar Johanna? Ela merece isso e eu devo sua salvação a ela. Se Johanna não tivesse tirado seu identificador na arena-relógio talvez você não estivesse aqui viva e comigo. Por favor, compreenda que eu só quero ajudar e acho que o Gale precisa mais do que nunca de alguém agora.

– Eu entendo seus motivos, mas não os aceito. – falou enraivecida. – Por que você diz isso do Gale?

– Digo porque ele não está se sentindo bem com essa situação. Salvar Johanna está trazendo cicatrizes da Guerra que antes ele se fechou a notar. Eu sei como é isso, então imagino o quão complicado está sendo pra ele. Seu físico está apresentando algumas reações, então será bom eu estar lá.

– Peeta, só me abraça e diz que vocês três ficarão bem. – suplicou chorosa.

Ele a acolheu no calor de seus braços e beijou ternamente sua testa.

– Eu, Gale e Johanna ficaremos bem. Eu prometo. – disse com os olhos marejados.

Gale e Peeta.

Meia noite e meia era marcada por batidas incansáveis no relógio cuco de sua sala. Gale olhava apreensivo para os pés e para as mãos avistando sua roupa para missões stealth¹ prensadas firmemente em seu corpo rígido e bem apessoado. Buscou respirar fundo e inspirar, verificando se o seu rádio de comunicação já estava funcionando, se suas luvas estavam bem encaixadas e se suas armas percorriam lugares visíveis e também os secretos em sua camuflagem.

Seus homens já haviam chego e permaneciam dentro da primeira van escura. A segunda, contava com Peeta e os outros homens, ele tinha a missão de ser seu sub-Major temporário passando as informações importantes para o plano ser efetuado com sucesso. Cerca de vinte homens foram chamados, mas todos estritamente profissionais e centrados na missão.

Gale sentiu o ar gelado bater no que estava amostra em seu rosto ao abrir a porta de sua sala. Sua máscara e óculos de visão noturna quase o tapavam internamente.

– Bom meus homens, temos duas missões essa noite. A prioridade: Resgatar Johanna Manson. – Gale disse entregando as fotos para sua equipe. – Daniel e Phillip, vocês ficam responsáveis pelos rifles de alta precisão já que são habilidosos e têm credenciais para tal. Jayme e Clark, vocês ficam ao meu lado para a ação terrestre e o resgate de Johanna. Boris e William, vocês ficam atentos à estratégia e me passam as coordenadas através da visão térmica, Yussuf e Ollie, vocês são os melhores para combate corpo a corpo, sendo assim a responsabilidade de vocês é Enzzo Snow. – Gale entregou as imagens de Enzzo. – Jason e Sam vocês são responsáveis pela nossa fuga, caso algo dê errado. Vocês dois tem que avisar para nós quando a coisa apertar e ter ciência se a missão falhar, compreendido?

Seus homens menearam a cabeça e ele continuou seu discurso.

– O importante é vocês entenderem que não estão sozinhos. Na van que está atrás de nós têm mais 10 homens que farão uma companhia complementar a vocês, eles receberam suas ordens e vocês acatarão a mim e a Peeta, estamos entendidos?

– Sim. – disseram em um uníssono.

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– Vamos seguir a van do Major Gale. – disse Peeta para seu motorista Macaulin que prontamente já dava a partida. – O importante é permanecermos unidos, se nos dispersarmos temos o rádio para a comunicação. NÃO hesitem em utiliza-lo. O código para que saibamos que estão encrencados é “Tudo limpo.” Assim não levantamos suspeitas. A pergunta sempre será: “Tudo bem no seu setor?” Vocês devem responder de qualquer forma, se disseram o código, saberemos que estão encrencados.

– Senhor, tenho uma dúvida. – perguntou Drew.

– Sim. – respondeu.

– Quando chegarmos lá, temos a permissão de atirar em Enzzo?

– Prestem bem atenção, vocês são auxiliares dos homens de Gale. Eles são responsáveis por vocês e suas ações, tenham em mente que acaso Enzzo Snow revide ao ataque, vocês tem permissão para ataca-lo, contudo não atirem para matar. Acertem lugares como braços, pernas, mãos e pés. Ok?

– Compreendido Sub-Major Peeta.

Ser um comandante temporário era uma gratidão a Peeta que a presidente Paylor decidiu homenagear. Nomeou-o com esse título somente por essa missão e possivelmente ganharia uma medalha de condecoração, mas não se passava disso. Ele precisava ficar longe da Guerra por Katniss e pelo seu futuro. O Exército não era uma opção.

Não demorou tanto tempo quanto esperado. 1h14 da manhã marcava no relógio discreto de pulso. Peeta estava se sentindo um pouco desconfortável com a roupa que Gale insistiu para ele usar explicando que era uma ótima camuflagem noturna.

A van parou em um local bem afastado, mas já dava para avistar uma casa aconchegante que ao longe parecia uma simples residência familiar para alguém que não soubesse o verdadeiro motivo dela ser adquirida.

Um frio na barriga percorreu em seu corpo esticando-se até sua espinha causando um calafrio nervoso. Peeta sabia que agora era o momento, ele tinha que salvar a Johanna e Gale, capturar Enzzo para finalmente poder viver uma vida tranquila.

Ao sair do veículo com seus homens o seguindo pelos calcanhares, Peeta encontrou Gale que sorriu tristemente para ele. Mesmo não podendo identificar as íris acinzentadas do Major, Peeta pôde sentir que ele estava nervoso e muito preocupado com a missão.

Gale era um honorável homem, acima de tudo. Ele precisava dessa missão concluída, ele precisava de paz.

– É o momento. – disse o moreno apertando com tensão o ombro de Peeta.

– Sim, é. – respondeu com um sorriso tranquilo. – Vamos posicionar nossos homens. Vocês vão para o lado oeste.

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– Daniel e Phillip já estão com as snipers posicionadas! – disse Gale. – Preciso de Jayme e Clark ao meu lado agora.

Seus homens estavam todos prontos, a ação logo se iniciaria e não haveria mais prorrogações.

A casa azul era extensa, mas não muito grande. Em seu quintal, dava para ver uma linda piscina e somente uma luz acesa em todos os cômodos avistados. A equipe A e B estavam razoavelmente longe em um grande morro de terra, acarretando uma boa visualização do local da missão.

Peeta e sua equipe estavam do outro lado para que os dois times tivessem visões opostas, mas complementares.

Tudo ocorrendo como o planejado.

– Snipers, preciso que vocês eliminem os três alvos localizado às 2h00 do nosso campo de visão.

Rapidamente seu pedido foi atendido e nenhum alarde na casa foi visto. Três corpos caíram no chão estáticos e já sem vida. Não houve tempo para prevenirem seus outros homens por rádio e não houve sinal de reação.

– Peeta. – Gale chamou na rádio.

– Major. – disse respondendo.

– Três alvos eliminados a minha visão de 2h00. Seus homens estão prontos?

– Sim. – respondeu abafado. – Meus snipers estão posicionados e tenho a visão de dois homens na varanda.

– Elimine-os imediatamente. – pediu. – Se ambos estiverem fora da visão de outros.

– Estão isolados, Gale. – confirmou Peeta.

– Ótimo.

– E Gale. – disse com a voz animada. – Você está vendo uma luz acesa?

– Sim, por quê?

– É o quarto da Johanna, estou vendo sua silhueta.

– Oh Deus!

Johanna estava ali, sã e salva. Viva e tranquila. Seu coração batia forte, tão intensamente que Gale se preocupou de seus homens escutarem, mas aquele não era o momento para se sentir acanhado. O fato de Peeta avistar Johanna só o motivou a entrar o mais rápido possível naquela casa.

– Elimine os alvos e peça aos seus homens para utilizarem a visão térmica. Conte quantas pessoas você avista e me passa o número imediatamente.

– Entendido. Desligando. – falou Peeta por fim.

– Confirmado por Mellark que a Johanna está lá dentro. – olhou para seus homens. – Preciso que Boris e William façam sua magia e me contem quantas pessoas têm nessa casa. Peeta fará o mesmo. Não se esqueçam pessoal, precisamos disso o mais rápido possível.

Apenas cinco minutos se passaram e Peeta já havia respondido a sua pergunta. 30 homens no local, incluindo Johanna e Enzzo, contando assim com apenas 28 homens para lutar.

– Vamos fazer essa missão o mais sorrateiros que pudermos, eu não quero alardes e nem passos pesados. Estamos entendidos?

– Sim. – disseram Jayme, Clark, Yussuf e Ollie.

Parte da equipe A estava em seu encalço. Gale desceu o morro com cautela e seus homens repetiram seus passos com precisão. Não demorou um minuto para avistar Peeta e seu exército particular.

– Peeta. – disse Gale o cumprimentado. – Você vai pela entrada de trás e eu vou pela da frente. Seus homens sabem abrir a porta com cautela, todas as nossas armas possuem silenciador, portanto, vamos com calma e a passos curtos e silenciosos.

– Compreendido. – falou Peeta. – Te vejo na sala.

A vantagem da equipe era magnífica em vista que Paylor e Beetee enviaram um mapa completo da casa para a memorização. Todos estavam familiarizados com o local, não havendo problemas para surpresas.

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A piscina retangular estava coberta por uma extensa lona azul, algumas folhas estavam submersas e um pouco de água se via. O vento gelado batia em seu rosto, mas Peeta não parecia se importar. A ação estava acontecendo e tinha que ser o mais perfeita e perfeccionista possível.

O Sub – Major estava conseguindo manter os passos silenciosos e seus homens também, o plano estava dando certo.

– Drew. – chamou baixinho. – Abra a porta.

Silenciosamente, Drew conseguiu cumprir o pedido. Girando para um lado a maçaneta e colocando um fino aparelho entre a fechadura.

Estamos dentro da casa.

Foram avistados dois homens de costas, cochilando na cadeira emadeirada da cozinha. Provavelmente montando guarda até que inevitavelmente pegarem no sono.

Peeta fez um sinal silencioso com as mãos para Haggs e Gym que eliminaram os homens com um tiro tão mudo que mal ele mesmo conseguira ouvir. As armas de Exército da Panem eram absurdamente habilidosas, fazendo todo o trabalho praticamente sozinhas.

Caminharam mais um pouco e identificaram um homem sentado, assistindo televisão. Peeta fez um sinal de stand-bye para aguardar o momento certo.

Quando Peeta acionou o sinal e seus homens estavam prontos para mata-lo, ouviram a porta da frente dar um click e sabiam que a equipe A estava entrando. Não havia tempo para avisa-los; Peeta decidiu atirar no rapaz e respirou profundamente aliviado quando viu que só deu um segundo até o capanga olhar para a porta e o tiro transpassar sua cabeça.

– Porra, Gale! – repreendeu Peeta bem baixinho. – Seus homens da visão térmica não viram que tinha um cara na sala?

Ele simplesmente deu de ombros.

– Vamos? – pediu Gale.

A equipe estava unida e preparada para um ataque silencioso, mas o que aconteceu em seguida foi muito rápido para que pudessem acompanhar. Ao olhar para trás, Peeta identificou Drew estirado ao chão sangrando em demasia com um tiro silencioso em seu peito. Olhou para os lados tentando encontrar a fonte daquilo sem antes ver Haggs ser atingido fortemente na cabeça.

– Temos código vermelho. – o homem maldoso disse pela rádio.

Os homens de Enzzo haviam sido avisados.

Agora é só questão de tempo.

O caos havia sido incitado. Nada mais de armas com silenciador e passos curtos discretos. Tiroteios fortes e precisos algumas vezes zarparam por todos os lugares.

– Busquem um local para se protegerem! – falou Gale enquanto uma maré de homens descia a escada com armas até os dentes. – AGORA!

Peeta olhou para Drew que agora não passava mais de uma vítima. Seu coração apertou ao lembrar-se das perdas da Guerra e de todo o mal que aquilo causava. Sua tortura, Katniss e a perda eminente de Prim, a morte de seus pais e irmãos, Finnick, pessoas que não mereciam morrer, Rue e Cinna. Imagens percorriam sua mente sem parar, comprimindo seu cérebro e fazendo-o doer mais do que o esperado.

Ele iria ter uma crise, iria lembrar-se da Katniss Bestante.

Sua visão estava turva e ele só enxergava sangue, morte, pessoas caindo e ele em meio ao tiro cruzado, mas não se importando com mais nada, só com sua inquietude.

Katniss assassina! Katniss assassina! Katniss acabou com o distrito 12! Katniss matou tudo o que você amava!

A voz dizia constantemente em sua mente, levando-o a loucura.

Katniss morta. Katniss merece morrer.

– NÃO! – Peeta gritou a plenos pulmões lutando contra seu demônio interior, revidando a tortura da Capital.

– NÃO! – vociferou mais uma vez com uma raiva doentia.

Seu corpo estava agachado e sustentado pelos joelhos. Suas mãos estavam tapando seus ouvidos para emudecer as vozes maldosas.

A arma pendia jogada ao chão cintilando em seus olhos por ser feita de um material refletor. Em sua estrutura era espelhada os tiros que corriam acima de sua cabeça trazendo subitamente para a realidade.

Preciso enfrentar isso agora.

– Katniss não é bestante. – sussurrou baixinho. – Katniss é o meu grande amor.

– PEETA? – um homem gritava a plenos pulmões. – SUB MAJOR MELLARK!

A voz insistia em sua cabeça e o homem ao seu lado gritava na mesma proporção. Ele tinha que ouvir a voz do seu companheiro, não a de seu demônio.

– Eu preciso voltar. – murmurou.

– Peeta! O Gale está caído! - disse o homem sacudindo seu corpo brutalmente.

Aquilo foi o gatilho. O necessário para Peeta se levantar e correr atrás da onde for que ele estivesse afastando as vozes automaticamente de sua cabeça atordoada.

– CADÊ ELE? – gritou. – CADÊ O GALE HAWTHORNE?

– Não sei se ele tomou um tiro... eu eu.... eu... não sei... ele desmaiou e está caído muito pálido ao chão... não sei o que está acontecendo.

– SE RECOMPONHA! – gritou Peeta em um súbito. – Me mostre onde ele está e mantenha cobertura.

Foi então que Peeta olhou ao redor. Ele não sabia que tinha parado ali, mas ele estava embaixo de uma mesa grande de madeira feita de toras rústicas. Um pouco longe da zona de perigo, afastado de tudo como uma pequena criança amedrontada.

– Eu deveria ter ajudado, Gale! Eu surtei! – vociferou consigo mesmo saindo de sua colmeia de proteção.

– Senhor, se acalme. – disse o rapaz que o levava até Gale.

– Cadê a Johanna? – perguntou Peeta.

– Trancada em seu quarto. – disse finalmente. – Não a vimos até agora.

– Vocês tem uma missão: Resgatar Johanna. - bufou. - Façam isso, maldição!

– Sim senhor. – exasperou o rapaz. – Gale está aqui.

A cena que estava em sua frente, fez seu coração parar. As palavras de Gale recuaram em sua cabeça, fazendo-o estremecer. “Peeta, quanto a você. Se qualquer coisa acontecer comigo, pode, por favor, cuidar da minha família?” O Major estava deitado e desacordado. A cor de sua face era pálida como a neve e seus lábios estavam roxos.

Peeta tentou se lembrar de algo que sua mente gritava para que ele recordasse.

– É o coração dele! – afirmou ao finalmente lembrar-se dos livros medicinais da família de Katniss, lá havia muitas dicas de plantas e características físicas das doenças apresentadas. Lembrou-se também dos desenhos que fazia e o quão era bom ajuda-la. Algum sorriso ela esboçava toda a vez que via seus traços delicados no papel.

– O coração dele parou! – gritou Peeta. – Pelo amor de Deus.

Peeta afastou um pedaço de madeira que estava próxima a Gale, tirando em seguida suas luvas ásperas. Com movimentos rápidos e contidos, Peeta iniciou um processo de reanimação, mas nenhuma reação aparente estava sendo encontrada.

– 1, 2, 3... – dizia fazendo fortes movimentos. – 1, 2, 3. – as mãos em cima de seu peito bombeando fortemente.

As pálpebras começaram a se movimentar delicadamente e as batidas um pouco singelas saltaram do peito do Major fazendo as mãos de Peeta aliviarem ao sentir batida.

– VOCÊ NÃO PODE MORRER, ENTENDEU? – gritou Peeta irritado.

– Estou bem. – disse em um fio de voz.

– Você está com algum problema no coração, Gale. O que você sentiu hoje pela manhã não foi só mal estar!

– Eu tenho só arritimia, não é nada. As vezes eu desmaio e fico roxo. Garanto que fiquei assim, não foi?

– Você quase me mata de susto. – confessou.

– Eu só preciso dormir um pouco. – sussurrou. – Johanna... – disse em um fio de voz, mas desmaiando novamente pelo esforço que seu corpo fizera agora pouco.

– Leve ele daqui. AGORA! – disse para o rapaz que o ajudava.

Rapidamente, Peeta recuperou de seu baque. Tirou a máscara de seu rosto e jogou tudo no chão irritado com a situação. Suas mãos estavam trêmulas, mas a hora não era apropriada para sentir pena de si mesmo.

Levou suas mãos ao pequeno aparelho que era fixo em seu colete e acionou sua rádio, tentando ver quais de seus homens ainda estavam vivos. Nove responderam.

Ao olhar ao redor com muito pó ainda levantado dava-se para notar a casa destruída, decorada a base de balas perfuradas por toda a estrutura e barulhos ensurdecedores percorrendo e ecoando o ambiente.

Peeta começou a atirar ao ver um homem ou outro de Enzzo partindo para cima de sua equipe. Seus olhos continham raiva e ódio pela situação, aquilo tinha que acabar. Conseguiu eliminar os dois com facilidade e continuou a caminhar pela casa. O que restaram das equipes se juntou agregando mais união ao grupo.

– QUERO TODOS UNIDOS. – gritou para o grupo.

Subindo as escadas, encontrou mais homens ao chão. Alguns mortos, outro feridos que Peeta e seus homens só tiveram o trabalho de finalizar o serviço. Vários corpos de seus homens jaziam ao chão, inertes e sem vida.

– Quantos homens restam ainda do Enzzo? – perguntou Peeta.

– Seis capangas, eu acredito. – respondeu um de seus soldados.

– Vamos entrar nos quartos.

A invasão foi muito rápida em vista do ódio que a equipe de Peeta estava pela perde de seus homens e pelo mal estar de Gale. Sem muita cerimônia mataram mais dois homens que estavam de espreita só aguardando seus aparecimentos.

– Faltam quatro homens, mas não acho que estejam mais aqui. – um rapaz deu de ombros.

– Algum sinal de Johanna? – perguntou Peeta.

Peeta olhou para frente e seu corpo inteiro relaxou ao encontrar a morena com os olhos repletos de lágrimas correndo com passos largos para encontrá-lo. O loiro abriu seus braços visivelmente emocionado ao ver o quanto ela estava bem e finalmente segura.

– Peeta! – disse em um fio de voz, não contendo mais as gotas gordas que percorriam seu rosto. – Eu achei que, achei que...

– Shhh! – falou baixinho para acalma-la. – Está tudo bem, você está salva agora.

– E Gale? – perguntou desvencilhando do abraço. – Ele está bem?

– Sim, está. – mentiu. – Ollie, leve a Johanna para a van e me informe assim que chegar com ela lá.

– Sim senhor.

– Mas Peeta, o que vocês vão fazer com Enzzo? – perguntou ainda chorosa.

– Ainda não o encontramos.

Johanna saiu de sua visão acompanhada pelo soldado com diversas dúvidas em seus olhos castanhos.

Aquela cena era a que tanto Gale gostaria de ver. Ele queria salva-la, ele queria dar o abraço de boas vindas, mas sua saúde falhou por um tempo, não dando a ele a opção de vê-la feliz. Mesmo com essa tristeza em mente, Peeta soube que ele estava bem, só com o coração um pouco cansado. Eles teriam o tempo do mundo para serem felizes se assim desejassem.

Tantas emoções para um momento, o corpo de Gale apesar de forte não havia conseguido lidar. As cicatrizes da Guerra permanecer para sempre em seu encalço.

Peeta lembrou-se que sua mente havia resolvido voltar a brincar com a imagem da Katniss Bestante e assassina, mas não o suficiente para faze-lo acreditar. Não dessa vez.

O loiro percorreu com alguns de seus homens o local destruído. Madeiras, plumas de travesseiros e estofados, sangue, corpos, cacos de vidro, estilhaços, balas pelo chão. Tudo em uma mistura doentia da pequena Guerra que eles acabaram de traçar.

Enzzo.

– Tem certeza que não nos seguiram, Eddard? – perguntou Enzzo com seu carro a toda velocidade sem tirar a atenção das curvas íngremes da estrada.

– Absoluta, senhor. – disse seu fiel escudeiro.

Ficou um tempo ali, mudo pelo ocorrido há poucos minutos. Eles haviam invadido sua casa, descoberto suas coordenadas e feito tudo parecer em vão. Seu coração apertado só conseguia sentir uma dor. Não de sua vingança, não pela saudade de seu pai...

Johanna. - sussurrou baixinho.

Um plano falido e um amor perdido.

Não mais seu plano importava, muito menos sua vingança. Agora, ele nunca mais conseguiria por as mãos na presidência, mas isso era o menor de seus problemas. Diferente do que disse para Eddard, Enzzo só conseguia pensar na morena intrigante dos lábios de seda.

E se isso não é amor, o que será?

Agora ela estaria feliz aos braços de alguém melhor, com o toque de um homem de verdade, com as carícias acolhedoras pela noite. Se entregando de corpo e alma para algum qualquer. Alguém que não seria ele.

Ela poderia amar de novo como se fosse a primeira vez.


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Notas finais do capítulo

PARA OS FÃS DE ENZZO QUE VÃO ME MATAR: Gente, o final dele NÃO é triste! Por que ele realmente não pode ficar com a Johanna, ele não pode fazê-la feliz! Ela não tem como se envolver com alguém que não sabe o que quer da vida e simplesmente tem uma série de problemas.

Ele pode ser feliz de outra forma, encontrar um novo amor, buscar uma ajuda para os problemas com seu pai! Ele pode aprender que o amor pode salva-lo! Então, quem sabe ele não apareça na segunda temporada, feliz e contente? OK? Não me matem!!! :D Vou pensar seriamente no que fazer com nosso loiro lindão! Se a Johanna não quer, eu dou ele pra vocês s2
UEAUHEAHUEAUHEAHUEAHUEA

EU NÃO GARANTO QUE ELE NÃO VÁ APARECER NO CAPÍTULO FINAL DA TEMPORADA!

Eu acho que vou fazer um trecho contendo ele sim! Pra vocês saberem o que aconteceu.

Espero que vocês não me odeiem! Mas realmente, Gale merecia ser feliz! Sério.
Não posso dar nenhum spoiler do capítulo final, porque ele não está pronto, mas digo que será ótimo! Já tenho muitas ideias aqui.

NÃO SE ESQUEÇAM DE COMENTAR E ME MANDAR REVIEWS! UHUUUUL, JURO QUE FOI A MOTIVAÇÃO QUE VOCÊS ME DERAM QUE FEZ EU POSTAR ESSE CAPÍTULO ANTES DO PREVISTO!

WELL, PARA QUEM GOSTA DE UNIVERSO ALTERNATIVO!
LOCKED OUT OF HEAVEN.
É MINHA E É SUPER FOFINHA! EU ESTOU APAIXONADA, ESPERO QUE GOSTEM.
http://fanfiction.com.br/historia/481219/Locked_Out_Of_Heaven/