Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 33
Capítulo 33 - Haymitch


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS INICIAIS E FINAIS PORQUE TENHO NOVIDADES VINDO POR AI!

Meus leitores e leitoras! Sentiram minha falta?
O que falar sobre essa semana? Bom primeiramente que foi difícil escrever esse capítulo, porque eu achei ele estupidamente parado mas ele é MUITO necessário para eu concluir o final da primeira temporada da SS.
Mas eu não vou dizer que vocês não vão gostar do que lerão. PORQUE EU PELO MENOS AMEI! Gente, eu sou apaixonada pelo Haymitch, e a recuperação dele acerca da bebida é um fator tão feliz pra mim que eu nem sei explicar.
Vocês vão entender o motivo da minha felicidade no decorrer desse capítulo.
Estavam com saudades da Effie? Ela aparece linda e loira! hahahaha

A NOVIDADE É QUE:
QUANDO A SS ENTRAR EM FÉRIAS POR CAUSA DO FINAL DA PRIMEIRA TEMPORADA, VOCÊS NÃO VÃO FICAR LIVRES DE MIM!
Como assim, Aline?
Como assim?! Bom, terei uma surpresinha pra vocês.
Vou dar início a um novo projeto, que não vai ter ABSOLUTAMENTE nada a ver com a Safe and Sound, mas que eu acho que vocês vão gostar.
Para os fãs da Jennifer Lawrence e do Josh Hutcherson, pelo menos, sei que vão amar! Ainda estou com o projeto em andamento, mas quando eu tiver a sinopse pronta, eu vou postar aqui para vocês lerem.
Aviso já que os mundos J-Law e J-Hutch vão se cruzar com The Hunger Games! Então, para os fãs da trilogia, acho que vocês vão gostar de algumas coisas.

Bom, era isso, sei que o recado ficou enorme! Mas eu precisava falar com vocês.
E EU ESTAVA MORRENDO DE SAUDADES!

Boa leitura, amores.



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A Prefeitura estava como sempre agitada. Pessoas caminhavam pela extensa estrutura atentas aos telefones celulares que tocavam intermitentemente, aos papéis importantes em suas mãos, ao desespero contido em passos apressados.

Aquele lugar era praticamente um hospício.

O compacto prédio fora reconstruído após a Revolução. Sua localização era bem ao centro da cidade, logo após a nova praça arquitetada.

O edifício possuía a aparência perfeita para um renomado local de trabalho. A estrutura era moderna, diferente da antiga, e composta basicamente por extensas janelas, dando a impressão de que não era nada mais além de um aglomerado de espelhos.

A vida dentro daquele ambiente não permitia o luxo de ter algum tempo livre e nem ao menos se deliciar com um café. A cafeteria/lanchonete que permanecia em meio ao grande salão de entrada, estava ateada em um canto praticamente intocada, somente visitantes passavam por lá e mesmo assim não permaneciam por muito tempo.

Haymitch entrou no frio ambiente ciente de que assim que o reconhecessem, não teria paz.

Dito e feito.

– Senhor Prefeito, preciso da sua assinatura aqui. – disse uma mocinha com os óculos de armação tartaruga, correndo para alcançar seus passos. – É uma liberação para a impressão dos convites da festa.

Abernathy por um momento fitou a pobre menina atentamente, ela tentava ser tão eficaz em tudo o que fazia, mas ele mal lembrava seu nome.

– É, como é seu nome mesmo? – perguntou.

– Tiffany. – disse prontamente.

Ela não parecia impressionada com o fato dele ter perguntado seu nome pela centésima vez na semana.

– Me desculpa queridinha. Sou péssimo para nomes.

– Tudo bem. – a pequena moça deu de ombros. – A Srta Trinket me pediu ontem para logo que o senhor chegasse hoje eu o abordasse e o fizesse assinar esses documentos. Porque assim já liberamos os convites para a impressão.

– Mas me explica coração. Que raio de festa é essa?

Haymitch sempre sendo Haymitch.

– Na verdade é uma festa aqui da prefeitura e já é amanhã. Então, precisamos correr com os convites.

A moça sugestivamente entregou a caneta a Haymitch aguardando sua assinatura.

– Pronto, menina. – disse entregando o papel. – Agora que eu te fiz um favor você fará o mesmo para mim.

Tiffany o fitou confusa, afinal, não havia favores ali aquele era somente seu trabalho, mas decidiu não contrapor.

– A seu dispor, Prefeito. – falou simpática.

– Você vai encontrar a Effie nesse lugar e dizer pra ela que preciso vê-la urgente.

– Acredito que a Senhorita Trinket não tenha chego ainda.

– Eu duvido muito, Tiffany. – dessa vez ele memorizou o nome, pelo menos duraria alguns instantes. – Ela nunca se atrasa.

Se aquela cena tivesse sido planejada, não daria tão certo. Effie apareceu no salão descendo por um dos elevadores. Fitou o ambiente confusa, mas logo cruzou os olhares com Haymitch.

– Não disse? – ele cutucou Tiffany com o cotovelo.

– Sr. Haymitch eu preciso me retirar para agilizar esses documentos. - a menina disse ajeitando os óculos grossos. - Precisa de mais alguma coisa?

Ele fez um sinal com a mão de que ela já poderia ir e a passos curtos ela se infiltrou na maré de pessoas que passava por ali.

– Eu achei que você não fosse tão imprudente. – disse Effie visivelmente nervosa.

– Culpado. – Haymitch falou levantando as mãos para cima, se rendendo teatralmente. – O que precisa?

– Você nem sabe do que eu estou falando, não é? – a loira revirou os olhos azuis.

– Não, mas sei que sou o culpado. Isso você nunca erra. – gargalhou.

– Abernathy você pode ser o Prefeito, mas não muda não é mesmo?

– Claro que não docinho, essa é a minha qualidade. – piscou para ela.

– Nossa, eu não sei como aguento você. Mas, você deveria estar aqui às 8h15 da manhã. – bufou. - Você olhou no relógio antes de sair de casa?

Ele olhou para o relógio de pulso e constatou 10h13.

– Só estou duas horas atrasado e você não comemora? Geralmente eu faço pior.

– Tinha uma reunião importante hoje. – ela disse fitando o chão. – Estou decepcionada com você. Vamos para sua sala, lá conversamos.

A verdade é que aquelas palavras de Effie atingiram Haymitch em cheio. Eles haviam passado muito tempo juntos por causa dos assuntos da prefeitura e mesmo que não admitissem em voz alta, uma amizade muito importante se iniciara ali.

Effie estava um pouco alheia aos problemas atuais de Katniss porque ele não quis amedronta-la. Ela sabia o suficiente e isso já a fazia incomoda-lo a cada cinco minutos querendo novidades.

Trinket ia a sua casa praticamente todos os dias levar papéis urgentes, citar algum problema atual da cidade ou simplesmente para tomar um chá. Ela estava se tornando uma pessoa importante em sua vida, mas nenhum dos dois parecia estar de fato prestando atenção nisso.

Ambos caminharam até o elevador sem trocar uma palavra entre si, ele havia percebido o quanto ela estava magoada com ele, afinal, Effie não era o tipo de mulher que sabia esconder seus sentimentos.

Haymitch permitiu-se prestar atenção nas vestimentas da loira. Effie usava uma saia roxa muito delicada com uma camiseta em tecido seda de alcinhas verde musgo. Os sapatos eram brancos, porém floridos no mesmo tom de roxo da saia. Ela estava com os cabelos soltos formando leves ondas e uma maquiagem bem suave marcando seus olhos azuis céu.

Era realmente estranho vê-la vestindo-se de forma elegante, mas não exagerada. Seu braço direito se tornara uma mulher com mais classe do que ele pudera imaginar arrancando suspiros de muitos homens políticos que passavam a sua volta.

Effie sempre estava à deriva da situação, ininterruptamente alheia aos olhares, ela na realidade parecia ignorar a todos sem dar muita importância.

– Chegamos a sua sala. – disse ela o trazendo para a realidade.

– Pronto Madame, o que eu te fiz para ficar decepcionada comigo? – Haymitch tentara ser sarcástico, mas havia preocupação em sua voz.

– Hoje tínhamos uma reunião para darmos início a construção do mais novo Centro Hospitalar da Cidade. – Effie o fitou confusa. – Você não se lembrou.

– Quer sinceridade?

– Sempre.

– Esqueci completamente, mas para sua informação eu tenho uma ótima desculpa.

Gale havia aparecido no dia anterior em sua casa ao lado de Peeta. Os dois ficaram conversando por muito tempo com ele, contando as novidades e o que encontraram na busca pela Cabana. Contaram do incidente com os dois guardas de Enzzo e sobre a nova pista do paradeiro de Johanna.

Peeta logo saiu de sua casa, mas Gale ficou um longo tempo triangulando perímetros. Haymitch havia ajudado e eles acabaram pegando no sono. Ambos dormiram em cima do mapa na desconfortável mesa da cozinha.

Haymitch ponderou muito em seus pensamentos se deveria ou não contar para Effie todas aquelas informações. Se ele contasse tudo, ela ficaria apavorada e muito provavelmente entraria em choque por diversos minutos. Se acaso não contasse, ela continuaria chateada com ele e isso era a última coisa que ele queria.

– Effie, precisamos conversar. – disse se sentando no delicado sofá em sua imensa sala. – Sente aqui comigo.

Ela prontamente estava ao seu lado.

– Tem a ver com a Katniss, não é? – ela disse firme.

– Sim, é um pouco mais complicado do que eu te contei. Omiti algumas coisas à você. – falou encarando o chão.

E então Haymitch tentou colocar todas as informações da melhor forma possível e para seu espanto, Effie não demonstrava nenhuma expressão facial que denotasse sua fraqueza. Ela realmente havia mudado.

– E agora eu estou ajudando Gale a encontrar um padrão. – Haymitch concluiu sua explicação.

– Isso realmente é grave. – disse sem perder a pose. – Quando vocês acham que terão um padrão?

– Vai depender muito, eu não consigo compreender muitas coisas do método de perímetro que Gale está utilizando, mas ele conta com auxilio de computadores e tecnologias avançadas. – deu de ombros. – Precisamos encontrar Johanna o mais breve possível e encerrar de uma vez por todas esse assunto.

Effie estava com um semblante esquisito em seu rosto, algo havia a afetado diretamente.

– É, está certo.

– Effie, o que houve? – questionou.

– Nada. – suspirou. – Vamos ao que interessa, preciso remarcar a reunião para darmos início a construção do Hospital.

– Trinket, você não me engana. Não se pode trapacear um trapaceiro. – sorriu de lado.

– Estou me lembrando das coisas que passei na Capital.

Sua expressão estava fria, dura e misteriosa. Ninguém havia descoberto o que acontecera com Effie nos tempos da Guerra e muito menos como ela havia lidado com isso tudo. Haymitch rapidamente compreendeu que aquele era um assunto muito delicado para tratar naquele momento, então, decidiu respeitar seu espaço.

Trinket ficou por longos minutos sentada no sofá analisando o vazio. Seja o que quer que ela tenha passado, definitivamente foi terrível.

– Eu quero conversar sobre isso. – disse o fitando.

– Você tem certeza? – perguntou cauteloso.

Effie respirou fundo e buscou toda a coragem do universo para contar sua fatídica situação.

– Durante toda a Guerra eu permaneci na Capital, mas não por vontade própria. – Effie lotou seus pulmões de ar, havia muita dificuldade em soltar aquelas palavras. – Snow me manteve em cativeiro por acreditar piamente que eu sabia dos planos dos Rebeldes. Logo eu que era a pessoa mais aérea de toda a situação. E-ele m-me torturou.

No exato momento era perceptível que existiam mais coisas a serem ditas, mas o Prefeito não quis a pressionar e novamente, funcionou.

– Não fisicamente, sabe? Ele não me torturou fisicamente. Ele...ele...

– Effie, se não quiser contar eu vou compreender. – suas mãos estava acolhendo as dela buscando a confortar.

– E-ele matou a m-minha família. – lágrimas gordas caíam de seus olhos densamente. – Matou a todos, um por um na minha frente, deixando em alto e bom tom que eu era a culpada por suas mortes. Ouvi súplicas da minha mãe pela sua vida, a raiva evidente do meu pai contra o Governo e o desespero do meu irmão. Na minha frente estava o sopro da morte. Vi seus olhos perderem o brilho quando suas vidas saiam de mansinho sem nunca mais poderem voltar. Assisti minha mãe receber um tiro na cabeça, meu pai agonizar pelo corte na garganta e meu irmão sofrer com a facada no abdômen.

Os olhos de Effie transmitiam uma frieza impecável e dor. Uma dor incalculável que era destinada somente aos que perderam seus entes queridos e vivenciaram uma terrível Guerra.

– Eu não sei o que dizer. – falou sincero. – Mas você sabe que a morte de sua família não é culpa sua não sabe?

– Haymitch, como eu posso aceitar isso? – perguntou indignada. – Não tem como eu não me culpar. Eles morreram na minha frente porque fui burra demais para fugir quando a situação piorou. Acreditei que por ser residente da Capital me veria livre dessa situação, mas pelo contrário, eu me enganei. Eu fui muito tola, soube da situação do Cinna e mesmo assim me mantive naquele lugar. - ela respirou fundo. - Snow foi tenebroso comigo, Haymitch. Meu psicológico ficou abalado e eu não sei se um dia vou superar algo assim.

– Você não supera. – disse sabiamente. – Apenas aprende a se acostumar com a dor. Você passará por altos e baixos, Effie. Existirão dias em que você sentirá muita falta deles, dias em que você só se culpará pelo inevitável, dias em que vai chorar por ter pena de si mesma, dias em que você só desejará a morte por ser uma válvula de escape mais fácil. Só que a vida não é assim e como sempre sou sincero com você, preciso fazer você compreender alguns pontos.

– Não consigo compreender nada que se refira a esse assunto, Haymitch. Eu tenho todas as noites pesadelos. Vejo o Presidente Snow na minha frente, me perguntando sobre o paradeiro de Katniss enquanto fura meu pai de algum jeito muito doloroso. – suspirou dolorosamente tentando conter as lágrimas, porém sem sucesso. – Na Capital ele me ameaçava dizendo que se eu revidasse, ele começaria a me entregar partes da minha família embrulhadas para presente até eu aprender que deveria passar todas as informações necessárias para ele. Acontece que eu não sabia absolutamente de nada! Não havia como eu passar uma informação que em minha mente não existia. Mas Snow era sádico e terrível.

As lágrimas de Effie agora se intensificaram, ela estava em meio a soluços e desespero. Haymitch nunca fora de contato físico, mas em vista do que sua amiga estava passando, achou melhor tentar abraça-la.

Desajeitadamente, Haymitch se aproximou de Effie e a abraçou. Ambos ainda permaneciam sentados no sofá. Effie ficou um pouco relutante no começo, mas logo enterrou sua cabeça na curvatura do pescoço dele até se entregar totalmente a intensas lágrimas sem fim.

– Shhh Effie. – ele disse acariciando seus cabelos. – Vai ficar tudo bem.

– Não vai Abernathy. – seus soluços estavam intensos.

– Olha, hoje eu não tenho muito o que fazer aqui. Que tal irmos para minha casa? Eu te faço um chá, nos lemos um livro ou assistimos a um filme antigo.

– Não Haymitch eu preciso voltar ao trabalho.

– Não estou pedindo Effie. Agora vamos.

Haymitch secou as lágrimas de Effie com seus dedos calejados e segurou em sua mão descendo pelo elevador. Ela ainda não estava nada bem.

– Providencia um motorista pra me levar em casa. – disse ele chegando a recepção.

– Sim senhor. – falou rapaz da portaria.

Demoraram somente alguns minutos para aparecer um carro preto e busca-los. Em um piscar de olhos a casa de Haymitch já era avistada.

Effie estava em choque, havia parado de falar mas sua mente aparentava-se completamente perturbada.

Ele teve que pacientemente guia-la até a porta de sua casa para depois de muito custo finalmente conseguir entrar.

– Effie, você já conhece a prosa, fique a vontade. – ele disse guardando as chaves e carteira em cima da mesa de canto. – Eu vou preparar um chá, você gosta de puro com limão, estou certo?

Ela ainda permanecia estática, sem resposta.

Haymitch se apressa na cozinha para tentar o mais rápido possível ajuda-la. Talvez um chá a conforte.

Enquanto ele estava preparando o líquido quente, uma ideia surgiu em sua mente. Chamar a Katniss para ver se ela conseguiria anima-la um pouco. Óbvio que a garota era problemática também, mas às vezes por ambas terem enfrentado isso fosse algo importante para se compartilhar.

– Hey Effie, tome aqui seu chá. – ele disse se sentado ao lado dela. – Eu vou dar uma passadinha na casa da Katniss, aqui na frente. Você quer vê-la?

Trinket meneou a cabeça. Bom, pelo menos era um sinal.

Apressadamente ele saiu de casa e não depois de muitos passos já batia na porta de Katniss.

Longos minutos passaram, ele já estava se perguntando se havia alguém em casa até a porta se abrir.

– Haymitch. – disse Peeta ao recebê-lo. – Entre.

– Não Peeta, na verdade estou com uma situação um pouco delicada lá em casa. Você pode chamar a Katniss?

Peeta olhou atentamente aos enigmáticos olhos de Haymitch, buscando compreender suas palavras.

– Vou chama-la. – decidiu por fim.

Quinze minutos se passaram e uma Katniss descabelada apareceu na porta.

– O que precisa, Haymitch?

– Docinho, o seu mau humor matinal é espetacular. – debochou. – Preciso que me acompanhe.

– Para que?

– Effie precisa de você. – disse simplesmente. – Precisa muito de você.

Katniss simplesmente saiu porta a fora com o Peeta em seus calcanhares, confuso e preocupado.

Haymitch abriu a porta de sua casa e ambos ficaram surpresos ao ver uma Effie estática e chorosa.

– O que houve? – perguntou Katniss cochichando.

– É muito grave, Katniss. Vamos para o meu escritório. – ele aponta para a sala mais próxima e fecha a porta atrás de si.

– Effie sofreu muito com a revolução, ela foi sequestrada pelo Snow e nós nem sabíamos disso!

– Mas ela nunca citou nada. – disse Katniss perplexa.

– Pois bem, antes fosse ela ter sido somente sequestrada. Snow matou toda a família dela, em sua frente.

Haymitch passa várias e várias vezes os detalhes até Katniss e Peeta compreenderam todo o escopo da situação, eles ficam boquiabertos e chocados, mas não era preciso muito para ficar assim. Effie havia passado pelo inferno na terra e tocar nesse assunto a deixava simplesmente atordoada.

Os três saíram do escritório e encaminharam-se para Effie.

– Effie, tomou seu chá? – perguntou Haymitch.

Novamente Effie fitava o nada. O prefeito balançou a cabeça em negativa, magoado por estar vendo-a daquela forma.

– Hey, Effie. – Katniss se aproximou. – Tome um gole do chá, vai te fazer bem.

Ligada ao piloto automático, Effie toma sem pestanejar.

– Ela está em choque. – afirma Peeta. – Provavelmente ela não havia tocado nesse assunto com ninguém antes.

– Effie, preciso que olhe pra mim. – disse Katniss a fitando. – Isso, vamos conversar um pouquinho, está bem?

Ela assentiu.

– Haymitch me contou o que houve, você quer falar sobre isso?

– Quero minha família de volta. – disse quase sussurrando em um fio de voz.

– Eu também quero a minha, Effie. – Katniss segurou em suas mãos. – Eu sinto falta deles todos os dias.

– Mas o que aconteceu com sua família, não é sua culpa. – Effie aparentemente estava conseguindo voltar a falar.

– Vamos falar da sua família, Effie. – tentou desviar do assunto. – Por que você se baqueou agora?

– É a primeira vez que digo em voz alta que estão mortos. – falou com lágrimas já brotando de seus olhos novamente. – Parecia tão surreal somente em meus pensamentos e agora é como...é como... se simplesmente se concretizasse.

Peeta havia se aproximado.

– Effie, meus pais morreram aqui na cidade 12. Eu não os vi porque o tempo todo estava sofrendo torturas terríveis na Capital, para mim ainda é muito surreal tudo o que aconteceu, eu ainda não sei se um dia vou me recuperar disso tudo. Talvez você pense que a culpa é toda sua e que esse mundo não é justo por levar pessoas tão boas embora. Mas eu quero que você não pense nisso. Quero que você se lembre de todos os momentos bons que passou ao lado deles e que saiba que eles a amavam incondicionalmente, o suficiente para saber que nada do que aconteceu fora sua culpa.

Effie o fitava séria, absorvendo todas as palavras ditas por Peeta, aquilo realmente lhe caia como uma luva, mas a dor é absurdamente grande.

– Eu compreendo isso tudo. – disse serena. – Mas não consigo lidar com a dor que cresce em mim.

– Essa dor irá crescer até cessar. – disse Katniss. – Chegará a um ponto que não se lembrará deles com dor, somente pensará nos momentos bons, assim como Peeta falou.

– Effie, você não pode pensar besteira sobre si. – Haymitch agachou para ficar em sua altura. – Precisa acreditar que a vida é feita de causas.

– Eu acreditava em causas, em destino e em felicidade e olha só o que aconteceu? – ela perguntou com as mãos no rosto. – É inacreditável como minha vida virou do avesso. Em um momento eu tinha tudo, de repente não tinha mais nada e agora uma nova vida se forma.

– Você é jovem, Effie. Sua vida está apenas começando, você precisa se agarrar a isso. Eu estou torcendo para iniciar uma vida tranquila agora ao lado da Katniss. Quando nós finalmente acertamos as pontas soltas aparece uma tragédia para nos arrematar. Mas as pessoas precisam ser fortes e dedicadas, assim nós não desistimos e a vitória é doce. Tenho certeza que essa nova vida fará a você muito bem. Já vejo o quão mudada está, cada dia mais linda e mais profissional, sei que você será um sucesso. – Peeta piscou para ela. – Afinal, nós teremos grandes, grandes, grandes dias pela frente.

Ela sorriu com a citação, se lembrando de que ela era a pessoa quem motivava o grupo, ela os animava e os tratava com amor, ela os cuidava como filhos.

– Eu sempre vou ama-los. – ela sorriu alcançando a mão de Katniss, Peeta e Haymitch.

– Nós somos sua família agora, Effie. – disse Peeta. – Você não está mais sozinha.

Effie se levantou e rapidamente foi abraçar o quarteto.

– Nós passamos por tanto. – falou com os olhos marejados. – A única coisa boa que eu posso absorver disso tudo é perceber o quanto fico feliz ao ver vocês todos bem. Peeta e Katniss, demorou tanto tempo para vocês ficarem juntos eu sei que essa onda de terrores em relação ao Enzzo vai passar, vocês merecem uma vida mais feliz.

Ela virou seu rosto em direção a Haymitch.

– E você, Haymitch. Eu não poderia estar mais orgulhosa, nunca mais o vi colocar uma gota de álcool na boca, sei que grande parte do seu esforço é por esses dois pombinhos aqui. – disse apontando para Peeta e Katniss. – Mas isso é o que vale a pena, temos que nos esforçar para aqueles que amamos e vocês são a minha família, são as pessoas que acabaram se tornando parte de mim, parte de um problema e uma solução que só nós que passamos por isso sabemos o quanto foi sofrível. Agora, apesar dos atentados, vocês estão bem e felizes. Eu quero muito que dê certo o resgate de Johanna, quero muito que esse maldito seja colocado atrás das grades e sei que já passamos por coisas piores. – ela segurou as mãos deles. – Nós vamos passar por isso também.

Os quatro ficaram longas horas conversando, bebericando chás e comendo biscoitos, até depois de um tempo Peeta e Katniss decidir ir embora.

Effie parecia ter melhorado com a presença de Katniss e Peeta, ela sorria algumas vezes e parecia não pensar tanto no assunto, mas era visível sua mágoa crescente.

Bastaram o casal virar as costas e um temporal caiu sobre a Cidade 12, afinal os dias quentes estava absurdamente secos e não demoraria, por hora a cair uma chuva torrencial.

– Haymitch, você fechou as janelas? – perguntou para ele preocupada.

– Estão todas fechadas, afinal, chegamos e não deu tempo deu fazer nada. – deu de ombros. – Logo essa chuva vai passar. Você quer fazer alguma coisa?

– Não sei, podemos ver um filme? – ela questionou.

– Olha, eu não tenho muitas coisas e pra te ser sincero, a maioria não assisti. Não sou muito fã dos nossos antepassados. – sorriu.

– Mas você tem quais gêneros de filmes?

– Não sei, você quer dar uma olhada? Eu não entendo absolutamente nada disso.

Effie andou a passos curtos e logo já estava alcançando filmes na estante.

– Titanic, Noites de Tormenta, Um Amor para Recordar, Pânico na Neve, Homem de Ferro. Nossa, esses eu não conheço. – ela riu ao ler o nome do último filme. – Essa sua pequena coleção de filmes, me diga, como você conseguiu?

– É uma história engraçada até. – ele riu. – Roubei da Katniss.

– Você o quê? – perguntou Effie surpresa.

– Ah, a Katniss ganhou de presente da Paylor um monte de filmes e a maioria eram repetidos, digamos que os que repetiam eu peguei para mim.

– E ela não sabe?

– Óbvio que não. – riu Haymitch divertido.

Um intenso trovão abafou o som de suas vozes fazendo-os calar.

– Que horror esse tempo! Como vou para casa?

– Effie, não se preocupe isso é chuva passageira. Está muito intensa e logo vai parar.

– Não sei não. – Effie se aproximou da janela e olhou o tempo fechado lá fora. – Como o clima mudou dessa forma?

– Entramos na primavera, é assim mesmo. – deu de ombros. – E ai, vai decidir que filme veremos?

Effie voltou para a prateleira e acabou apontando para o Titanic, ela nunca havia assistido esse filme, mas havia escutado maravilha sobre eles na época que morava na Capital.

– Titanic, pode ser?

– É romance? – ele fez uma careta.

– Um pouco, pelo o que me disseram.

– Ah não, Effie. Escolhe outro.

– Mas eu quero ver esse. – disse pidona.

– Eu odeio romance. – rolou os olhos.

– É só dessa vez, eu juro.

– Tá bom, Effie. Só faço porque você é visita. – ele riu. – Vai colocando o filme no aparelho que eu vou fazer umas torradas.

Haymitch foi para a cozinha e cortou uns pães que Peeta havia trazido para ele, postou eles em rodelinhas na forma, colocou azeite, orégano e uma fatia de queijo e levou por 5 minutos ao forno, tempo suficiente para derreter o queijo.

– Está pronto. – falou para ela da cozinha.

– Venha! O filme vai começar.

. . .

– Meu Deus! – Effie chorava em demasia. – O Jack morreu! Não pode, não pode ele morrer.

– Effie se acalma, por Deus. – Haymitch rolou os olhos.

– Não! Que absurdo! Como eles falam que esse filme é bom? O rapaz morre!

– Effie, isso se chama drama. Tem vários filmes nessa categoria.

– É horrível, simplesmente. – ela soluçava de chorar. – Acho que vou ter um colapso nervoso.

– Vem cá, Effie. – disse Haymitch a abraçando no sofá. – Shhhh.

– E-ele m-m-morreu.

– Ai meu Deus, maldita hora que aceitei você colocar esse filme.

Haymitch poderia enganar quem ele quisesse, mas nunca a si próprio. Ter Effie ao seu lado causava-lhe sentimentos e emoções estranhas. Ele nunca pensou que pudesse sentir novamente algo que lhe remetia a juventude.

. . .

– Você quer essa flor? – disse o garoto timidamente.

– É linda, obrigada. – sorriu a menina carinhosamente apanhando com cuidado.

– Como você se chama? – ele perguntou feliz.

– Me chamo Emanuelle, e você?

– Haymitch. Prazer em conhecê-la.

– Pode me chamar de Manu.

– E você pode me chamar de Hay.

Uma amizade começou naquele dia. Emanuelle. A garota pela qual ele passaria o resto da vida ao lado, a menina que ele aprendeu a amar de todo o coração, a pessoa pela qual valia a pena ser alguém melhor.

Alguns anos passaram ambos cresceram e um sentimento lindo foi plantado em seus corações.

Haymitch fora escolhido para o Massacre Quaternário deixando sua amada atônita e angustiada. Mas ele venceu, ganhou contra todas as probabilidades. Só que infelizmente, o ato de Haymitch no último segundo o fez ser alguém que a Capital passou a se preocupar. Sua rebeldia inicial, a personalidade que criou contra o governo sujo que liderava a Panem, passou a ser vista como um ato de discórdia e problemas futuros. E como todos sabem, nada que é feito contra a Capital fica impune.

Foi então que, em uma bela manhã, Haymitch foi visitar a Manu em sua casa. Achou estranho que a porta estava aberta, mas decidiu entrar cautelosamente.

Ele carregava um buquê de rosas amarelas, sua cor preferida, para finalmente a pedir em namoro depois de tanto tempo ambos se amando em segredo.

Mas os seus olhos traíram seu coração.

Haymitch avistou os pais da sua amada, mortos ao chão, com o corpo frívolo e já sem vida.

Um aperto tremendo dominou seu corpo e alma, o fazendo suspirar e praticamente delirar.

O rapaz soltou o lindo buquê de suas mãos, caindo assim estático ao chão.

Quando finalmente chegou ao quarto dela, seu coração apertou brutalmente. Faltou-lhe ar, palavras e reações.

Sua amada estava morta, assassinada a facadas e uma enorme poça de sangue em volta de seu lindo corpo.

Seus cabelos ruivos e seus olhos verdes já não possuíam o mesmo brilho que a vida lhe trazia.

Haymitch se aproximou sem conter as lágrimas e os urros de dor. Ele gritava pelo sofrimento e ela estava morta, assassinada e por sua culpa.

Como ele soube?

“Fique fora do nosso governo.

– Presidente Snow.”

. . .

Agora Effie estava ao seu lado, abraçada a ele chorando por causa de um filme tolo. E seu coração palpitava da mesma forma de quando era mais novo, quando decidiu entregar àquela pequena margarida a sua doce Emanuelle.

– Effie, está melhor?

– Ainda não entendo como eles tiveram coragem de matar o pobre garoto.

– Effie, é só um filme, e outra o ator era nosso antepassado. De toda a forma ele está morto mesmo. – deu de ombros.

A loira deu-lhe um leve tapa em seu ombro.

– Ei! Que foi? – perguntou assustado colocando a mão no local atingido.

– Você não sabe confortar mulheres mesmo, não é?

– Não sei, eu acho. – sorriu de lado.

Seus rostos estavam tão próximos que Haymitch mal pôde conter os pulos que seu coração dava. Ele ficou estático por um momento com medo que ela percebesse seu nervosismo ou até ouvisse as batidas frenéticas do seu órgão pulsante.

– Você é um bobo mesmo. – Effie sorriu.

Existia uma coisa tão peculiar em Effie que era impossível não notar. Além de seus olhos possuírem uma cor azul cristalina, ela era a única pessoa que ele conhecia que podia sorrir com todas as facetas de seu rosto. Seus olhos sorriam quando ela esboçava um sorriso sincero. Suas bochechas alcançavam uma pequena altura e adquiriam uma leve cor rosada, seus dentes lindamente brancos ficavam expostos e tudo naquela mulher parecia brilhar.

Ele estava estranhando sentir essas coisas, não era possível que ele estava começando a gostar de Effie. Após a pequena implicância de Peeta um dia anterior, tentando-o convencer a olhar Effie com outros olhos, ele mal sabia que já a olhava dessa forma.

Ela era uma mulher linda, com o rosto e corpo dignos de uma princesa. Não era necessário ser um homem romântico incorrigível para se apaixonar por essa mulher. Inclusive, todos os homens que trabalhavam com ela pareciam ama-la há anos. Ela não parecia notar e devidamente se importar com relacionamentos, mas o fato é que tantas pessoas interessadas em Effie, em sua Effie, o fazia ficar incalculavelmente enciumado. Coisa boba sentir ciúmes, ainda mais um homem que já se encontrava na casa dos quarenta anos como ele. Mas ele não podia mais negar, Trinket estava em seu coração assim como em sua vida, assim como em seus pensamentos diários.

Como aconteceu? Perguntou-se a si mesmo. Talvez a proximidade diária, a implicância que um tinha com o outro na época da Capital, as vezes em que ela o ajudou quando os meninos estavam na arena e Haymitch só tinha uma garrafa de vodka para lhe consolar, as diversas situações em que ele não conseguia mais lidar com os patrocinadores e Effie jogava seu encanto para as pessoas, fazendo-as muitas vezes ajudar os pobres garotos na arena.

Effie tinha um encanto, mas na época em que a Sede era a Capital ela se escondia por trás de uma máscara extremamente irritante. Ela não era o tipo de pessoa comum, era alienada, assim como todas as outras que residiam naquele lugar, mas nada a fazia ser menos humana.

Haymitch perdeu as contas de quantas vezes assistiram juntos aos jogos com Peeta e Katniss correndo perigo e ela simplesmente correndo para abraça-lo e chorar em seu encalço. Ela os amava, amava aquelas crianças como se fossem parte de sua família e isso foi uma das coisas que ambos tinham em comum.

– Acho que já parei de chorar. – disse Effie se desvencilhando do abraço e o trazendo para a realidade.

– Effie. – disse Haymitch um pouco incerto. – Tem orégano na sua boca.

Ela o olhou assustada.

– E como você não me avisou? – disse tentando tirar em falso.

– Eu não tinha reparado na sua boca.

– Quer dizer que você não repara em mim? – ela disse corando.

“Effie corando? O que isso significa? Meu Deus, eu pareço um adolescente de quinze anos.”

– Tem como não reparar em você, Effie? – disse com a voz mais firme que conseguiu expressar.

Ela corou novamente, mas dessa vez havia algo, havia brilho em seu olhar.

– Você me elogiando? Por isso que está essa chuva lá fora. – ela sorriu tímida.

Haymitch passou o polegar em seus lábios a fim de tirar aquele resquício de tempero de sua boca.

“Deus, como esses lábios são macios.”

Ele não soube explicar o que aconteceu naquele sub segundo se foi de impulso dele ou da parte dela. Aquilo era muito surreal para poder se pensar em algo, mas seus lábios se encontraram.

No começo, Haymitch e Effie estavam muito receosos com o passo que haviam dado, aquilo era tremendamente estranho e até um pouco improvável, mas existia algo que os conectava. E agora, sem espaço entre seus rostos, seus lábios se tocavam suavemente, sem pressa ao som de uma chuva torrencial ao fundo. As mãos de Haymitch alcançaram a nuca de Effie sem perder o fio do beijo e ele pôde sentir ali o quanto seus cabelos loiros eram macios. A língua de Haymitch pediu passagem e Effie aceitou calorosa. Suas línguas faziam uma leve dança, percorrendo todos os cantos de suas bocas e desbravando lugares há tanto tempo adormecidos.

Naquele momento, o coração de Haymitch não fazia questão de bater descompassadamente, ele literalmente saltava de seu corpo a pleno vapor. Effie se afastou um pouco e colocou as mãos sobre o peito forte de Haymitch e ela pôde sentir as batidas frenéticas.

– Você está nervoso? – ela perguntou o fitando com aqueles profundos olhos azuis.

– Eu não sei, pareço um garoto de quinze anos sem saber ao certo o que fazer. – confessou nervosamente.

– Isso é um pouco novo pra mim também, se você estiver se sentindo desconfortável eu...

Haymitch calou aqueles lábios com outro beijo, dessa vez mais voraz e sedento. Os lábios macios de Effie eram tão apetitosos que ele mal conseguia conter a vontade de mordisca-los. Haymitch a beijava com todo o calor e sentimento que há tanto tempo ficaram trancados a sete chaves. Ele alternava entre pequenas mordidas em seu lábio inferior, puxando-o ao seu encontro e beijos embebedados de emoção.

Haymitch queria mostrar para ela que não havia erro em ficarem juntos, que ele pertencia a ela desde sempre. Mesmo apesar das intensas implicâncias, mesmo com as poucas chances, seu coração sempre pertencera a sua Trinket.

Ela pareceu buscar mostrar o mesmo, percorrendo suas mãos pelos braços, ombros e pescoço de Haymitch, tentando ao máximo o sentir, precisando de seu corpo e seu calor. Ela realmente necessitava de alguém com quem partilhar uma vida e Haymitch estava sendo no mínimo uma ótima companhia, uma pessoa melhor e um homem exemplar.

Suas testas se encontraram quando o beijo encerrou e seus pulmões não conseguiam recuperar o ar perdido. Haymitch estava ofegante e Effie na mesma proporção. Aquela era uma zona perigosa, uma sensação estranha que se dava a vontade insaciável.

Obviamente Haymitch e Effie já haviam se envolvido com outras pessoas, já tinham maturidade suficiente para entender o que seus corpos pediam. Acontece que eles haviam acabado de se beijar pela primeira vez e seria muito absurdo dar um passo tão grande como esse, ainda mais naquele momento delicado.

– Eu gosto de você. – sussurrou Haymitch com suas testas coladas e sua mão na delicada nuca de Trinket.

– Eu sei, Haymitch. – seus olhares se encontraram. – Eu também gosto de você.

Ambos se desvencilharam e encontraram suas mãos. Decidiram parar o inevitável, pelo menos por um momento. Haymitch poderia ser tudo, menos um homem desrespeitador. Ele sabia que Effie tinha seu tempo e ele, secretamente, também precisava do seu.

A tantos anos sem um toque feminino, sem beijos e grandes emoções aquilo parecia inebriar em seu ser, o tomar por completo e irradiar felicidade.

Naquele momento Haymitch soube, Effie sempre fora sua salvação.


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Notas finais do capítulo

Acharam lindo? Fofo? Ridículo? Por favor pessoal, eu preciso de reviews!
CADÊ OS FÃS DE HAYFFIE AI HEIN? SEI QUE ESTÃO PULANDO DE ALEGRIA o
Eu também estou, juro! É muita felicidade pra um capítulo só!
Sei que ele começou um pouco chatinho, mas espero de fato que vocês tenham gostado.
Eu me esforço tanto por vocês, meus amores. Espero que saibam disso s2
Beijos e até semana que vem!