Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 24
Capítulo 24 - Johanna


Notas iniciais do capítulo

Como sempre, quero agradecer os comentários lindos e queridos que recebi no capítulo anterior! Vocês são os melhores leitores do mundo, sério.

Pessoal, eu gostei muito de escrever esse capítulo. Embora eu não tenha gostado do resultado da minha escrita :~ sinceramente eu não gostei nem um pouco.
Demorou um tempo para eu termina-lo, mais do que o normal, mas espero não decepcionar vocês com o resultado.
Bom, vou deixar para falar mais nas Notas Finais :D
Beijos.



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Johanna não podia negar. Enzzo não estava sendo um completo idiota. Ele a tratara muito bem para um sequestrador, ia pessoalmente a visita-la naquele mausoléu, a trazia comida e a soltava quando ela tinha que tomar banho ou ir ao banheiro. Estava visível que aquele cara não era tão ruim quanto se pensava, ele somente estava quebrado.

– E ai Johanna? – disse Enzzo enquanto entrava com uma garrafa de água visivelmente gelada. – Achei que você estivesse com sede.

– Eu estou. – disse o fitando. – Eu preciso de um banho também, Enzzo.

– Quer que eu te dê banho? – olhou para ela maliciosamente.

– Óbvio que não! – disse Johanna corando.

– Você? Corada? Essa é novidade! – riu Enzzo. – Toma aqui sua água, antes que desidrate.

Johanna tomou o líquido como se sua vida dependesse daquilo, na realidade, aquilo não deixava de ser verdade. A cabana era feita toda de madeira e o calor retido no porão era absurdamente intenso. Ela suava por todos os poros de seu corpo e mesmo com uma roupa leve que Enzzo havia trazido para ela vestir, Johanna achava que estava prestes a desmaiar.

– Você estava com tanta sede assim? – disse Enzzo surpreso. – Calma ai, garota.

Seus olhos embaçaram e seu corpo amoleceu, Johanna estava com as mãos atadas para trás da cadeira, quem estava lhe dando água era Enzzo, ela sentiu seu corpo cambalear e sua cabeça pesar, mas tentou continuar firme. Quando sentiu que ia apagar teve tempo de avisar Enzzo.

– Vou... desmaiar.

. . .

O local era diferente, iluminado e arejado. Totalmente distinto da onde ela estava anteriormente. Johanna perguntou a si mesma se aquilo não seria um sonho. Seu corpo doía em demasia e sua boca estava seca, suas mãos estavam presas na cama em uma espécie de corrente.

– A onde eu fui parar? – disse em pensamento alto, ainda abalada.

– Você está em outro lugar, obviamente não posso falar pra você. – riu Enzzo. Ele estava atrás da cabeceira da cama, ela não havia o visto.

– Que lugar é esse? – perguntou.

– É um lugar melhor, você vai poder ficar solta pela casa. Tem seguranças meus por todos os cantos. Eu reforcei minha equipe. – disse se aproximando.

– Se eu vou ficar solta, por que estou algemada na cama?

– Porque nós precisamos conversar antes. – falou Enzzo ao se sentar na beira da cama. – Eu preciso saber se você vai se comportar.

– Isso eu não prometo. – riu Johanna.

– Johanna – disse Enzzo firme – eu não vou ser bonzinho se você não colaborar.

– Ah é? – provocou.

– Não, não vou. Eu meto uma bala em você se continuar de graça. – disse rudemente.

– Ui que malvado. – instigou. – Tá bom, qual o trato?

– Você fica livre pela casa. Pode fazer sua própria comida ou eu posso contratar alguém pra fazer pra você, você tem roupas novas no armário, pode assistir televisão, pode fazer o que quiser. Só não pode sair, claro. Não pode ligar para ninguém porque aqui não vai ter nenhum comunicador disponível. E eu vou ficar nessa casa o tempo todo também.

– Vou morar com você? – disse espantada.

– Claro, o que mais seria? – disse alarmado. – Eu não me desfiz da cabana, se você quiser eu posso te jogar naquele buraco de novo.

– NÃO! – disse quase gritando. – Assim está ótimo. – sorriu sem jeito.

“Droga, o que tá acontecendo comigo? Eu não posso sorrir pra esse cara, ele é um terrorista, por Deus!”

– Ótimo, então vou te soltar. – Enzzo se aproximou de Johanna e tirou suas correntes. Ela apertou os punhos sentindo o alívio.

– Obrigada. – disse tranquilamente. – Acho que vou tomar um banho.

– Sim, é o ideal. Você está horrível! – riu Enzzo.

– Como assim? – disse chocada.

“E por que eu me importo com a opinião dele mesmo?”

– Ué, você está terrível. Sua cara está pálida e sem vida, você está cheia de olheiras.

– Tá bom, eu já entendi. – bufou.

– Ótimo. – sorriu.

“Por que ele fica sorrindo o tempo todo? Desgraçado.”

– Johanna? - chamou Enzzo enquanto ela se encaminhava para o banheiro. – Eu vou colocar uma pulseira em você que sempre me dirá a sua localização, é para o meu controle.

– Tá bem. – deu de ombros.

O homem de cabelos loiros e olhos azuis se aproximou sorrateiramente de Johanna, delicadamente colocou a pulseira em volta de seu pulso esquerdo e a olhou com atenção.

– Isso é pra você não fugir de mim. – Enzzo girou os calcanhares saindo porta a fora.

Johanna não acreditava o quanto aquela maldita frase havia mexido com ela. Seu duplo sentido era instigante. Era obvio que Enzzo era lindo fisicamente, mas o cara é um mostro em personalidade. Seja o que for que ele tivesse dentro de sua cabeça, juízo não estava presente. Ele era muito bonito, alto, provavelmente com mais de 1,90 de altura, forte e com ombros largos. Seu sorriso era sempre presente e seus dentes estupidamente brancos, sua boca tinha uma coloração avermelhada. Suas características eram bem diferentes do usual, os traços de seu rosto eram firmes, demonstrando que Enzzo já era um homem formado, não dava para saber ao certo sua idade, mas com certeza não passava dos 28 anos. Suas sobrancelhas eram bem claras e seus cílios quase não eram visíveis. A cor de sua pele era branca, mas devido ao calor que estava fazendo naqueles dias, havia adquirido um leve tom bronzeado, suas bochechas eram levemente rosadas, mas omitidas por uma barba rala.

Enzzo era o tipo de homem que passava e chamava atenção, nas festas da Capital que Johanna fora obrigada a ir ele sempre estava acompanhado, obviamente de uma mulher diferente a cada evento, mas sempre muito simpático e atencioso. Johanna teve a oportunidade de conversar com ele em uma ocasião, mas aquela já foi o suficiente para perceber que quando ambos ficavam juntos, faíscas soltavam.

. . .

– Já te falaram que você fica linda de vestido vermelho? – disse uma voz se aproximando. Johanna olhara para trás e se surpreendeu com o que vira.

– Ah, vejamos se não é o filho do Presidente Snow. – disse sorrindo com uma taça de Martini na mão.

– Ui, vejamos se não é a pobrezinha da Johanna, que se fez de coitada até mostrar suas garras e ganhar os Jogos Vorazes. – disse ele imitando o tom da sua voz.

– Você é um panaca. – disse revirando os olhos.

– Mas você gosta de panacas. – sorriu.

– Eu? Não! Eu gosto dos mocinhos. – disse ela mordendo os lábios.

– Mocinhos? Eu sou um mocinho. Sou um príncipe.

– Um príncipe? – debochou. – Não é não.

– Sou, aliás, sou o filho do rei. Então, sou um príncipe.

– Bem meia-boca esse príncipe, hein? – ela disse enquanto levava a bebida em seus lábios.

– Você está exaltada pela bebida, Johanna Mason? Ou você é assim mesmo?

– Eu sou bem pior. – sorriu maliciosamente.

– É? – Enzzo se aproximou dela até seus narizes se encostarem. Johanna respirou com dificuldade. – Eu não acredito nisso. – Enzzo simplesmente deu um leve beijo no canto de sua boca e saiu rindo a toa.

– EU NÃO DEIXEI, VIU? – gritou Johanna para que ele ouvisse.

– Não pedi sua permissão. – disse já saindo em direção a piscina.

. . .

Perdida em seus pensamentos, Johanna entrou no chuveiro. Na verdade, era uma ducha muito deliciosa. A água quente percorria todo o seu corpo com a total permissão para relaxar seus músculos doloridos. Johanna pode perceber o quanto seu corpo estava machucado, tinha feridas por todos os lugares devido a sua teimosia de lutar com os brutamontes de Enzzo. Enquanto o sabão percorria com cautela seu corpo, Johanna sentia uma forte ardência em suas contusões , ela mordeu o lábio afim de concentrar a dor em outra parte de seu corpo, mas de nada adiantou.

– Johanna? – gritou Enzzo pelo outro lado da porta.

– Eu estou no banho. – disse ela.

– Eu sei... eu só... só queria...

– Desenrola Enzzo. – disse ela enxaguando seu corpo.

– Eusóqueriasabersevocêestavabem. – falou rapidamente.

– Saber o que?

– Se você está bem. – bufou.

– Eu estou. Por que a preocupação? – perguntou surpresa.

– Porque você simplesmente desmaiou e ficou dois dias dormindo?

– EU FIQUEI O QUE? – disse surpresa.

– DOIS DIAS DESACORDADA! – gritou do outro lado.

– POR QUE VOCÊ NÃO ME DISSE?

– PORQUE NÃO DEU TEMPO! OU VOCÊ ACHA QUE EU IA COMPRAR UMA CASA AQUI NA CIDADE 12 EM HORAS?

– VOCÊ COMPROU ESSA CASA?

– VAMOS PARAR DE GRITAR? – riu Enzzo pela porta.

– Tá bem. – disse simplesmente.

– Eu comprei, na verdade, meu capanga comprou. Óbvio que isso não estaria em meu nome e é claro que eu não iria sair por ai sabendo que o seu amiguinho major quer a minha cabeça. Eu tinha só o chalé e estava bom, mas as minhas necessidades mudaram.

– Não consegue deixar o luxo né, Senhor Snow? – provocou.

– Nunca. – riu. – Então, vai sair daí ou nada? Eu preparei uma comida. Sei lá, não sei se eu sou bom na cozinha.

– O que você fez?

– Macarrão aos quatro queijos.

– Eu adoro.

– Então vem logo. – deu dois toques na porta e disse. – Estou saindo.

“Mas que diabos estava acontecendo?”Johanna não conseguia compreender aquela situação. Tudo era muito confuso. Enzzo estava sendo gentil e preocupado. Esse tipo de aproximação não era nada bom. Ele era seu sequestrador! Johanna não sabia se estava acontecendo alguma coisa anormal ou era somente sua imaginação. Sacudiu a cabeça a fim de se livrar desses pensamentos mundanos.

Johanna abriu o armário e percebeu a quantidade de roupas que tinha, por bem dizer, deveria ter no mínimo quinhentas peças diferentes. “Será que ele comprou isso tudo?” Chocada com a diversidade, não pode deixar de sorrir. Ela selecionou um short jeans com alguns detalhes vazados e uma regata preta, calçou uma sapatilha vermelha e colocou um lenço também vermelho em forma de tiara em sua cabeça, dando um pequeno laço em baixo de seus cabelos castanhos. “Pronto, a Johanna de sempre.”

Desceu as escadas e se espantou com a beleza da casa, não era abusadamente grande, mas era incrível de tão bela. Era certo que Enzzo já havia comprado a casa mobiliada.

– Não entendo porque vocês mulheres demoram tanto no banho. – bufou Enzzo.

– Eu demorei não porque sou fresca, Enzzo. Demorei porque estou toda machucada e doía demais cada gota que percorria meu corpo, tive que ser cautelosa. – disse dando de ombros.

– Você está muito machucada? O quanto? – disse se aproximando.

Enzzo a olhou com cautela, suas pernas, panturrilhas estavam completamente raladas, exibia alguns roxos espalhados. Seus dedos estavam com sangue e suas unhas todas roídas. Ele a girou delicadamente e viu seus cotovelos todos inchados e machucados. A surpresa em seus olhos era surpreendente.

– Porque você está tão surpreso?

– Eu falei pra eles não te machucarem! – vociferou.

– Você pensou que quando não estivesse perto eles fariam o que, Enzzo? Óbvio que me bateram.

– Nossa, isso é absurdo. Isso vai contra os meus pedidos. Depois vou resolver isso. – bufou. – Tem algum machucado mais profundo que precisa de cuidados?

– Tem a sua facada, aqui no meu braço. – disse ela apontando. – A faca escorregou pra minha barriga, mas acho que você não percebeu, estava tão nervosinho no telefone.

– Me deixa ver sua barriga.

– NÃO! – disse irritada.

– Hey, calma. Eu não vou te morder.

– É, não vai, mas bem que você me machucou aquele dia. – disse chateada.

– Eu precisei fazer, Johanna.

– Não quero falar sobre isso, depois eu cuido dos meus machucados. – disse irritada. – Eu posso comer no quarto?

– Não, você vai comer aqui.

– Eu quero comer no quarto.

– Não teima comigo, Johanna.

– Nossa, tá bom pai! – disse nervosa.

– Pai! – riu Enzzo. – Eu tenho 25 anos!

Johanna ficara completamente irritada com Enzzo, mas mesmo assim fez o que ele pediu. Ambos tiveram uma refeição tranquila e conversaram sobre diversas coisas. Não parecia que ela estava lá por obrigação. Era estranho admitir, mas Johanna estava começando a gostar da presença de Enzzo. Sua luta interna entre aceitar isso ou não eram coisas completamente diferentes, mas seu sorriso quando estava ao lado dele era sincero, coisa que Johanna fazia tempos que não presenciava. Mas ela não podia misturar as coisas, esse cara era quem ela estava caçando com Gale, o cara que incita o caos, o homem que quer todos mortos, o homem que se ele tivesse a oportunidade deveria matar, mesmo que fosse contra sua vontade, mesmo que isso significasse sacrificar a sua vida.

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Para vocês terem uma noção de como é o Enzzo que eu imagino, eu selecionei uma foto do ator Chris Hemsworth por ser mais ou menos assim que eu o penso ser. :D
http://dailypostal.com/wp-content/uploads/2011/04/Chris-Hemsworth1.jpg


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Johanna toda confusa com seus sentimentos, hein? Mas quem não ficaria? Enzzo sedutorrrrrr kkk ;D
Então, não se esqueçam de me mandar um feedback, ok?
E eu? Não mereço nem uma recomendação? :( Por favorzinho?

Beijos e até o próximo!



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