Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 21
Capítulo 21 - Gale


Notas iniciais do capítulo

Eu estava tão ansiosa pra postar esse capítulo, que não me aguentei.
Postando dois capítulos no mesmo dia! Espero que vocês gostem :D
Esse capítulo está tooootalmente suspense aeuehuauehau não me matem :(
Aguardando o feedback de vocês, até as notas finais ;}



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Tudo surgiu tão depressa que Gale não teve tempo de raciocinar de forma plena. Johanna havia saído de sua casa, chorando e absurdamente irritada. Gale a chamou, mas ela em contra partida não o respondeu, seguiu sem rumo madrugada a fora. Hazelle já estava perguntando a Gale o que aconteceu enquanto sua irmãzinha Posy havia descido as escadas correndo.

– Gale. – disse assustada.

– Oi minha princesa. – Gale a pegou no colo. - Você acordou?

– A tia Johanna foi embora? – disse a pequenina com um coelhinho de pelúcia no colo.

– Não Posy, é somente temporário. Eu já vou atrás dela agora mesmo. – Gale a colocara no chão. – Volta pra cama, ok?

– Filho, o que houve? Você ainda não me respondeu. – perguntou Hazelle.

– Mãe, a Johanna está de cabeça quente. Todos estão. Eu vou sair pra procura-la. – disse Gale enquanto se encaminhava para o escritório.

– Aonde você vai, Gale? – disse sua mãe.

– Vou pegar alguns utensílios que talvez sejam úteis. – Gale estava preparando uma mochila, colocou lanternas, kit de primeiro socorros e duas armas em seu cinto. “Melhor prevenir do que remediar” pensou Gale ao lembrar que existia uma ameaça do lado de fora.

– Mãe, eu pretendo não demorar. Se eu não voltar em vinte e quatro horas você precisa ligar para o Haymitch, ele saberá o que fazer. – disse Gale seriamente.

– Como assim filho? – disse atordoada.

– Só faça o que eu te falei mãe, por favor. – Gale a beijou na testa. – Eu amo você.

Gale saiu pela madrugada. Não era de se negar que aquele lugar era terrivelmente sinistro, nem todas as luzes haviam sido instaladas ainda na Cidade 12 o que impossibilitava qualquer um de ter uma visão nítida à frente. Praticamente toda a cidade ainda permanecia em construção e poucas pessoas haviam se mudado definitivamente para lá.

Após o final da Guerra e a nomeação da Paylor como presidente temporária, muitas pessoas ainda permaneceram no 13, outras ainda na Capital, mas com o tempo cada qual foi se ajeitando em seu lugar e colocando a vida em ordem. Hoje, pode-se dizer que setenta por centro da população encontra-se já trabalhando e com a vida devidamente estável. A outra parcela ainda está em choque pela perda de seus familiares o que os dificulta continuarem a viver normalmente. Porém Paylor estava sendo completamente solidária com todas as cidades. Eram fornecidos alimentos, medicações, vestes e tudo o que fosse imprescindível dependendo das necessidades da população.

Gale agradecera imensamente em pensamento por ter tido a oportunidade de lutar por um ideal, de poder trabalhar por uma boa causa e a servir seu País de forma adequada. Agora, seu cargo de Major era um dos mais importantes de toda a Panem. Gale sabia que sua influencia era positiva e que sem dúvidas continuaria a sacrificar sua vida se fosse necessário para um bem maior.

Mas neste momento, a única coisa que Gale se preocupava era em achar Johanna. Salvar o mundo teria que ficar para depois.

Johanna aparentemente andou para muito longe, Gale percebeu isso ao ver que seus vestígios caminhavam tortamente pelas ruas. Gale teve sorte de Johanna ser descuidada e pôde identificar um rastro dela aí, outro acolá, mas ele soube que estava bem perto de encontra-la quando achou um pedaço do tecido de sua camiseta no chão.

Aquele minúsculo tecido fez o seu estômago embrulhar e suas mãos suarem frio. Gale sentiu um pesado sentimento de que alguma coisa estava errada, analisou aquele objeto por alguns minutos e pôde identificar que seu corte foi muito provavelmente devido a alguma luta. Mas aquilo não fazia sentido, não havia sangue no chão e nem próximo da onde ele estava. Gale continuou a olhar atentamente. Apesar da escuridão o Major avistou uma mínima gota de sangue entre as pedras ladrilhadas do chão.

O sentimento de pavor e preocupação tomou seu ser. Gale não podia se desesperar agora. Encostou seu dedo no sangue e soube no exato segundo que aquilo não pôde ser de mais de uma hora atrás. Com a arma sacada em mãos, o rapaz iniciou uma busca por Johanna. Olhou por todos os cantos que pôde a chamando alto sem se preocupar se estivesse alguém em sua espreita.

Após quarenta minutos, Gale já estava pensando em chamar a escolta policial e fazer uma busca mais minuciosa. Mas lembrou que Paylor não poderia espalhar o caos pelas Cidades, não após tudo o que aconteceu. Gale se segurou para não esmurrar a parede ao seu lado e como um súbito destino, tropeçou em um objeto.

– O sapato de Johanna. – disse para si mesmo.

A análise daquele sapato não demorou quinze segundos. Estava claro pelo sangue e pelo tecido encontrado no chão que Johanna havia sido levada. Sequestrada pelos mesmos marginais que estavam pretendendo levar a Katniss. “O que eles podem fazer com ela? Meu Deus, Johanna” Gale engoliu seu sentimento de angústia e pesar.

Suas pernas caminhavam pesadamente para o além, sem rumo para seu tamanho descuido. Gale não conseguia parar de se culpar, se ele não tivesse sido tão impulsivo e grosso as coisas não teriam acontecido dessa forma. E Johanna saiu às pressas pela madrugada sabendo dos riscos, mas Gale não pôde culpa-la, Johanna tinha um gênio forte assim como ele, Gale sabia que teria feito a mesma coisa.

Em um primeiro momento, seu pensamento foi voltar para casa e resolver isso por si só, mas se lembrou do conselho de Johanna, de que ele tinha partilhar isso com alguém e agora, estava de mãos atadas, uma ajuda seria no mínimo bem vinda.

O caminho não era curto, Gale sabia que para chegar a casa de Katniss demoraria meia hora a pé e seu corpo não estava colaborando. Não soube ao certo se era o stress ou se simplesmente estava cansado pelas noites mal dormidas, mas Gale não poderia se deixar levar por nenhuma dessas opções. Seu treinamento para se tornar Major foi exatamente sobre lidar com suas emoções e seu desempenho físico. Gale teria que se fortalecer e isso somente ele poderia proporcionar a si mesmo.

A casa de Katniss estava completamente apagada, exceto pela luz fraca da sala. A porta da entrada era de madeira mas com detalhes em vidro opaco o que facilitava a visualização. Gale espreitou por uns instantes para confirmar se era o Peeta mesmo que estava ali. Ele nem ao menos pensaria na possibilidade de abordar a Katniss essa hora da madrugada para contar que Johanna havia sumido, nem se quer sabia se ela já estava ciente de todos os acontecimentos, quanto mais jogar uma bomba como essa em seu colo.

Quando Gale teve a certeza de que era Peeta que estava acordado, decidiu o chamar bem baixinho para não acordar Katniss.

– Peeta. – chamou.

Infelizmente nenhuma reação de Peeta.

– Peeta. – insistiu.

Dessa vez Peeta começou a procurar desconfiado pela sala até seus olhos fixarem na porta.

– Gale? Mas o que... – disse ao abrir a porta.

– Johanna, Peeta. – disse Gale enquanto buscava o ar. – Pegaram a Johanna.

– Como que... – Peeta não teve tempo para concluir sua frase. Gale apontou um sapato preto sujo de sangue em suas mãos.

– Eles a pagaram, Peeta. Pegaram a Johanna. – disse Gale apressadamente.

– Gale, entra aqui. – disse Peeta empalidecido.

Enquanto Gale se sentava no sofá, passou alguns minutos explicando de sua briga com Johanna, sua grosseria para com ela, as informações que tinha obtido da investigação e os próximos passos.

– Certo Gale, então você tem certeza de que a Johanna foi levada? – questionou Peeta.

– Eu sei fazer o meu trabalho, Peeta. A Johanna saiu as pressas pela madrugada, a minha casa com certeza estava sendo vigiada. A de vocês aqui também, agora eles já devem saber o que sei sobre a Johanna.

– Gale, estamos nos envolvendo com quem exatamente?- perguntou apreensivo.

– Temos quase certeza de que é o Enzzo Snow, bate com a pouca descrição física do vídeo, já que nós só pudemos saber da cor de seus olhos e pele. Compete com o retrato falado que Haymitch fez após ver que havia alguém circulando a sua casa, bate também com as iniciais “E.S” Enzzo Snow. Temos tudo o que nos leva a crer que é ele por trás disso. Agora precisamos saber se ele está sozinho nessa, aonde é seu esconderijo e principalmente o que vamos fazer assim que tivermos toda essa informação.

– Gale, preciso falar pra você que a minha conversa com a Katniss não foi muito positiva. – engoliu seco.

– O que houve? – perguntou Gale.

– Ela não aceitou muito bem o fato de que tem alguém a perseguindo, não digo que ela entrou em desespero nem nada. Ela deu a entender que quer se entregar.

– ISSO É LOUCURA, VOCÊ DISSE A ELA? – gritou Gale.

– Gale, faça silencio, se ela acordar será pior. – disse Peeta seriamente. – É claro que eu disse pra ela que ela está errada, ela só está com medo Gale. Ela tá se sentindo sozinha, a senhora Everdeen não a procura, eu tento dar o meu melhor mas nem sempre isso é o suficiente.

– Tratando de Katniss Everdeen, Peeta. Nada é o suficiente. – bufou Gale claramente com ódio do surto de Katniss.

– Gale, eu sei que você ficou irritado com essa situação, imagina o quanto eu não fiquei ao ouvir tremendas bobagens de Katniss? Mas temos que ser fortes. Ela é cabeça dura e cheia de orgulho, mas ao mesmo tempo ela é frágil e precisa de cuidados. – disse ponderadamente.

– Eu sei, Peeta. Acontece que se as coisas não são do jeito que ela quer, ela se rebela. Ela acha que se entregar resolveria e como ficaríamos? Ela realmente acha que Enzzo deixará tudo em paz? Isso não se trata só de vingança, isso se trata de política.

– O que se trata de política, Gale? – disse Katniss descendo as escadas.

– Katniss, oi. – disse Gale ao vê-la. Ela estava incrivelmente bela, vestia uma camisola branca de seda e rendas, seu cabelo estava preso em um coque frouxo e suas bochechas estavam avermelhadas devido ao sono. Gale não conteve o sorriso.

– Kat, Gale veio nos fazer uma visita. – Peeta emitiu a Gale um olhar praticamente fuzilador, provavelmente Peeta havia percebido a cobiça nos olhos de Gale ao vê-la descer as escadas.

– A essa hora? – disse Katniss em meio a bocejos.

– Sim. – suspirou Peeta. – Vista meu casaco de lã. – Peeta colocou em suas costas não tirando os olhos fixos do Major. Gale riu.

– Catnip. – disse voltando a seriedade. – Precisamos conversar.

– Toda a vez que escuto isso é algo grave. – disse olhando apreensiva para Peeta. – Diga, Gale.

Gale passou no mínimo uma hora explicando e reexplicando para Katniss todos os acontecimentos. Suas reações foram uma mistura de surpresa, apreensão e medo. Gale colocou em sua cabeça que nem ele, nem Peeta, Haymitch, Paylor e até Johanna não deixariam de hipótese alguma ela se entregar. Katniss o metralhou com palavras e desaforos mas se venceu pelo cansaço.

– Ok, então vocês dois vão salvar a pátria e a Johanna. – debochou. – Ótimo! Quero ver como vão fazer isso.

– Catnip, ainda não temos um plano elaborado, nós vamos salvar a Johanna custe o que custar. Você entende?

– Kat, escuta o Gale. Nunca, em toda a vida, deixaríamos você se entregar pra esse cara. Nós vamos achar um jeito.

– Eu acho bom vocês se virarem porque se acontecer algo com a Johanna... – disse Katniss engolindo seco. – Eu não vou aceitar, eu me entrego e dou a minha vida a Enzzo. Eu não vou mais permitir que isso aconteça, fui clara? – disse irritada. - Vocês estão me garantindo a liberdade de Johanna sem eu precisar me entregar. Vocês estão me prometendo!

– Sim, Katniss. – suspirou Gale. – Nós prometemos a você e vamos cumprir.

A conversa foi encerrada ao ouvir um som de batida na porta, Gale se enfiou na frente de Katniss e Peeta e logo sacou a arma.

– Mas que diabos, Gale? – perguntou Peeta.

– Eu sou das Forças Armadas, Peeta. A-R-M-A-D-A-S, eu porto armas de fogo. – ironizou Gale.

– Eu sei, mas você trouxe isso pra cá.

– É claro! Você acha que está lidando com o quê, Peeta? Esses homens são fortemente armados o mínimo que eu poderia fazer é me proteger. – Gale tirou outra arma de seu cinto e jogou para Peeta. – Essa fica contigo. Você sabe usar?

– Meu pai tinha uma para assustar ladrões na padaria, mas eu nunca atirei. – disse Peeta enquanto analisava a arma em sua mão.

– Eu não perguntei se já atirou, Peeta. – bufou Gale. – Perguntei se sabe usar.

– Sei. – disse firme.

– Vocês não vão atender a porta? – perguntou Katniss.

Ao abrir a porta, o espanto foi imenso. Lá estava Annie Cresta, com uma pequena mochila nas costas, uma mala em uma mão e uma criança linda, loira de olhos azuis-esverdeados na outra. Gale não pode deixar de notar a semelhança a Finnick. Provavelmente todos estavam pensando nisso neste exato momento.

– Eu vim aqui atrás da Johanna, vocês podem me dizer o que houve?


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Notas finais do capítulo

Annie e bebê Finn awn :P
Então, todo mundo atrás da Johanna agora!
E ai, vocês estão gostando?
Não se esqueçam de comentar, ok?
Beijos e até o próximo!