Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 16
Capítulo 16 - Katniss


Notas iniciais do capítulo

TCHANANAAAM :D Voltei.

Queria agradecer todos os comentários de vocês. Sério, vocês são os melhores leitores do mundo inteeeeiro *-*

Bom, eu fiz esse capítulo durante a madrugada ouvindo You and Me do Lifehouse aheuhaeuhuaeu eu espero que gostem!

Não se esqueçam de me dar o feedback, ok?

Nos vemos nas notas finais ;)



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O gosto amargo do vinho em sua boca foi logo denunciando que a noite passada não havia sido um sonho. Katniss acordou e levemente abriu um de seus olhos para se situar aonde estava e se aquilo tudo fora real. Ao acordar, identificou um Peeta preguiçoso, esticado e com toda a coberta para si, o que apontou o motivo dela ter passado tanto frio durante a noite.

Ao olha-lo atentamente, Katniss percebeu o quanto o rosto de Peeta havia mudado, a barba em seu rosto por fazer era muito mais espessa em comparação a daquele menino da primeira colheita que só tinha alguns pelos muito ralos em seu corpo. Suas linhas e expressões faciais demonstravam uma dureza e maturidade um pouco mais elevada do que sua idade deveria aparentar. Katniss sabia que tinha grandes defeitos em seu corpo, sua pele em algumas partes possuía marcas de queimadura que nenhum médico, mesmo com o maior recurso possível da Capital pôde curar, até as mãos milagrosas de sua mãe passaram por seus ferimentos, mas não houve solução. Katniss não se sentia em nenhum momento acanhada pelas suas marcas. Peeta, quando olhou para sua barriga pareceu não se importar. Ela nunca foi de ligar para beleza e não seria agora que iria dar importância para isso.

Katniss forçava sua mente para ter uma imagem clara dos acontecimentos anteriores, tentava lembrar exatamente de tudo para não ter surpresas quando Peeta acordar, mas algumas coisas estavam confusas como se estivessem misturadas entre sonhos e realidade. Não havia demorado muito para sua mente cansada alcançar seu objetivo. Automaticamente seu rosto ficou em vermelho vivo, neste exato instante, Peeta acordara.

– Bom dia. – disse ele enquanto esticava seus braços.

– Oi. – disse Katniss timidamente.

– Está com dor de cabeça? – sorriu levemente.

– Acho que dor de cabeça deve ser apelido.

– Eu imagino. – bocejou. – Você se lembra de alguma coisa de ontem?

– Provavelmente de tudo. – disse ela. – Me desculpa? - Peeta deu uma gargalhada rouca.

– De tudo? – olhou-a fixamente. – Eu não imaginava que fosse se lembrar. Confesso que estou surpreso.

– Isso é tão constrangedor, diga que me desculpa se não vou ter que conviver com essa culpa para o resto da vida. – disse tristemente.

– Como você é dramática, Kat. – abraçou-a. – Foi uma graça te ver daquele jeito.

– Então você gostou da minha crise de ciúmes? – disse ela surpresa. – Credo, aquilo no mínimo foi horrível!

– Não faça isso. – disse ele abobado. - Você com ciúmes de mim é praticamente um presente, isso demonstra que você realmente se importa e se preocupa em me perder.

Katniss por uns segundos filtrou aquelas palavras, será que teria que se preocupar em perdê-lo? Para alguma mulher? Em sua mente, imagina-lo ao lado de alguma menina, distribuindo carícias, beijos, abraços aquilo era demais para digerir.

– Eu preciso me preocupar? – disse ela contendo seus pensamentos e sua raiva sem sentido. “Katniss, o que está havendo com você? Você nunca o viu ao lado de ninguém, não assim pelo menos. Por que você está com tanta raiva de algo que nem se quer aconteceu?” Como um flash se lembrou do dia anterior, quando Peeta disse que Natalie tentou pular para a segunda base. Ele não deu detalhes, mas sua mente trabalhava maleficamente para fazê-la imaginar. “Nossa, aquela menina era atirada, mas não pensei que a esse ponto.”

– Katniss? Você ficou muda. – disse Peeta, fazendo-a interromper seus pensamentos.

– Peeta. – disse segurando a raiva que sentia por sua mente a maltratar tanto. – A Natalie e você... até que ponto chegaram?

As expressões faciais de Peeta não escondiam a mistura de surpresa, felicidade e confusão.

– A Natalie? Por que quer saber? – disse ele pisando em ovos.

– Porque enquanto você não me falar exatamente o que aconteceu, minha mente vai criar um bilhão de tipos de imagens totalmente desnecessárias. – bufou com raiva.

– Você está me imaginando com a Natalie? – disse Peeta segurando o riso.

– O que é tão engraçado, Mellark? – disse irritada.

– Não é engraçado Katniss, é que eu me identifiquei com isso. – respirou profundamente. – Quando eu soube do seu beijo com Gale, eu o imaginei também várias e várias vezes na minha cabeça e eu sei que é dolorido, não quero que você passe por isso. – fez uma pequena pausa. - Mas você tem certeza que quer saber? Eu acho totalmente irrelevante.

– Não, eu preciso saber. – Katniss se sentou cuidadosamente na cama, lembrando-se que estava de camisola. “MEU DEUS, ONTEM EU TAMBÉM... "FLERTEI" COM ELE. COMO VOU REAGIR A ISSO? CALMA KATNISS, FINGE QUE DISSO VOCÊ NÃO LEMBRA!"

– A Natalie e eu, nós ficamos um tempo juntos. – disse ele interrompendo sua luta interna.

– Quanto tempo? – disse Katniss apreensiva.

– Provavelmente dois ou três meses.

– Tá, agora me conta tudo.

– A Natalie era muito cobiçada pelos meninos da escola, você sabe. Eu sempre fui muito fechado para me envolver com alguém porque, no quesito amor, eu estava condenado a gostar de você pra sempre. - inspirou Peeta. – Bom, eu não preciso te dizer que a minha casa era rodeada de irmãos que viviam me cobrando para me ver ao lado de uma garota. Tinham os meus amigos também que me pressionavam bastante. – ele segurou uma das mãos de Katniss. – A Natalie investiu pesado pra tentar ter alguma coisa comigo, ela falava com meus amigos pra tentar marcar algum ponto de encontro e sempre que eu dizia não, eles faziam piadas comigo me chamando de tudo quanto é nome. Aconteceu que acabei cedendo. Logo após a escola, Natalie estava me esperando no portão e eu a acompanhei até sua casa, quando chegamos a porta ela se inclinou e me deu beijo. Não vou mentir pra você, Katniss, eu gostei. – Katniss apertou impulsivamente a mão de Peeta como reflexo de sua afirmação. – Os dias passaram e eu sempre me encontrava com ela dessa forma, após a aula a levava para casa e nós ficávamos um tempo juntos. – disse pausadamente.

– Hum. – Murmurou Katniss.

– Um tempo antes de terminarmos, ela me disse que os pais dela não estavam em casa e me convidou para entrar. Eu era muito inocente e bobão e aceitei, nem passava pela minha cabeça suas intenções. Ela me levou para a sala e tomamos chá. – disse Peeta engolindo seco. - Devagar ela começou a me assediar e eu fui cedendo, mas parei.

– Até que ponto vocês chegaram, Peeta? – disse seriamente.

– Nossa, Kat eu não quero falar sobre isso.

– Até aonde Peeta? – reforçou.

– Ela tirou a blusa, eu também e paramos, na verdade, eu parei. Disse que seria uma péssima ideia e fui embora. Ela achou meu ato desrespeitoso e disse que estava tudo acabado.

– Nossa! Vocês foram longe. – disse com tristeza em seu olhar.

– Katniss, olha aqui pra mim. – Peeta levantou seu queixo delicadamente. – Eu não quero que você pense coisas erradas de mim, eu não sou o tipo de cara que saia ficando com todas as meninas que encontrava. Como eu te disse, só fiquei com quatro meninas.

– Cinco contando comigo.

– Sim. – disse ele tentando desvendar seu olhar. – Você acha que foi melhor ou pior saber essas coisas?

– Não sei, Peeta só não compreendo como posso estar com ódio de coisas que você fez no passado, quer dizer, eu não tenho como te cobrar por algo que já passou, aliás, não tenho que te cobrar por nada.

– Katniss, você sente raiva de coisas que fiz porque você se preocupa que isso um dia vai acontecer com você estando comigo. Eu sei que para você confiar em alguém a ponto de se entregar a um relacionamento deve ser uma das coisas mais complicadas pelas quais já passou, mas o que você esquece é que eu estou nessa desde os meus cinco anos de idade, eu já estou pronto pra isso desde que te vi pela primeira vez. Eu era apenas uma criança, não tinha noção de absolutamente nada e era inocente, mas quando eu via os adultos juntos, vivendo, namorando, casando eu pensava que se um dia fosse acontecer comigo teria que ser ao seu lado. – sorriu. - Eu me lembro de uma pequena conversa que tive com meu pai a seu respeito, eu tinha sete anos. Não sei o motivo de estarmos conversando sobre casamento, mas era algo sobre o mau humor da mamãe. Eu disse para ele: “Pai, deve ser horrível ter que ficar com alguém para o resto da vida, ainda mais com a mamãe chata.” Lembro-me do meu pai rindo demais depois desse meu comentário. “Filho, quando amamos uma pessoa vivemos em meio a defeitos e virtudes, não importa, sempre vamos ama-la independente de qualquer coisa.” Eu disse: “Se fosse pra eu viver pra sempre com alguém tinha que ser a Katniss.” Meu pai disse: “Por que diz isso, filho?” Eu respondi: “Porque ela canta muito bem, eu seria capaz de ouvi-la cantar a vida toda.” Meu pai sorriu e disse: “Para um menino de sete anos você é muito romântico, deveria dizer o que sente pra ela.” Recordo que fiquei com raiva dele e sai correndo de vergonha resmungando que nunca falaria nada. – Suspirou Peeta. Eu só quero que saiba que eu estou pronto para isso e também que jamais, por toda a minha vida, irei fazer algo para magoar você.

– Você disse isso mesmo aos sete anos? – disse Katniss boquiaberta.

– Sim. – Peeta encostou levemente seu nariz no dela. – Eu vou te fazer feliz, Katniss.

– Eu estou pronta pra aceitar. Faça-me feliz, Mellark. – disse ela sorrindo. – Não vou dizer que prometo te fazer feliz porque eu sou problemática. – ambos gargalharam.

O riso dos dois ecoou por todo o quarto trazendo vida para aquele ambiente um pouco vazio. Quando se acalmaram da risada, seus rostos se aproximaram novamente e outra adrenalina passou a percorrer seus corpos. Peeta estava tão próximo de Katniss que ela conseguia sentir o calor de sua bochecha. Lentamente, Peeta aconchegou seu rosto ao pescoço cheiroso e macio que só ela possuía arrancando-lhe um suave suspiro. Seu lábio encostou na deliciosa região fazendo todos os poros de seu corpo arrepiar. Peeta beijou aquela área sensível como fazia com sua boca, usando a língua e leves mordiscadas, beijou perdidamente cada centímetro trilhando um caminho sem volta para seus lábios.

O beijo não tinha pressa, era calmo como aquela manhã. Katniss quis aproveitar que seus corpos estavam próximos para falar uma linguagem diferente, a linguagem da atitude. Buscou demonstrar em meio a gestos e carinhos que ela também jamais iria deixa-lo, jamais o magoaria novamente e que sim, ela também estava pronta para aquilo. Estava pronta para ser dele.

Peeta parecia estar totalmente em transe em meio a tantos carinhos e toques. Sua respiração estava ofegante e suas mãos percorriam todo o corpo de Katniss. Ela, em um momento sentiu um pouco de medo e pudor. O rapaz claramente não estava sendo abusivo, suas mãos transcorriam seu corpo mas tudo de modo ponderado e com limites – invisíveis - impostos por ele mesmo. A questão também não era que ela não estava gostando, era uma delícia sentir aqueles toques, aquele beijo. O medo, na verdade, tinha uma fonte pura. Era a primeira vez que alguém transitava por seu corpo com tamanha intimidade. Mesmo com um grande receio e vergonha, Katniss não recuou em nenhum momento, Peeta conseguia a fazer se sentir a vontade e quando ela tinha dúvidas se correspondia seus toques o tocando também, Peeta segurava uma de suas mãos e lentamente direcionava a uma parte de seu corpo: costas, barriga e nuca eram os pontos turísticos principais de Katniss. Aquela intimidade era tão inédita e gostosa que seu medo foi se esvaecendo até começar a se sentir segura a ponto de se deixar levar pela emoção.

A chama daquele instante foi lentamente apagando mas não por Katniss, por Peeta. Talvez ele tivesse algum receio de seguir aquilo adiante, medo dela não estar preparada para vivenciar aquilo. Katniss confessou a si mesma que se ele não tivesse parado, ela com certeza não teria, mas agradeceu a Peeta mentalmente por não ter certeza se aquela era a hora certa.

Ambos estavam com as roupas amassadas em seus corpos quentes e rostos vermelhos. Aquele momento definitivamente tinha soltado faíscas. Peeta ficou por um segundo a olhando incrédulo, como se algo tivesse acontecido. Katniss devolveu seu olhar com uma preocupação até ele finalmente quebrar o silêncio.

– Você é a pessoa mais linda que eu já vi na minha vida. – sorriu levemente.

– Eu, linda? – disse triste.

– Por que não acredita quando digo? – disse Peeta acariciando seu rosto.

– Eu me lembro de quando você fez uma menção a minha falta de beleza, uma vez.

– Isso foi quando eu estava fora de mim. – disse com pesar. – E eu não disse por não ter achado você bonita, fiz unicamente para te atingir. Você pode me perdoar?

– Claro, Peeta. Eu não sou lá aquelas coisas, aquele Peeta estava certo.

– Aquele Peeta estava tão confiante a ponto de falar que você não era bonita, né? Tenho que perguntar pra ele onde está a sua confiança agora, já que acabou se apaixonando por você.

– E agora hein Peeta? – disse olhando para cima. - Quem não é bonita aqui, hein? Acho que você não tá me achando tão feia assim já que não tira sua boca da minha. – provocou ela.

– Não sei aquele Peeta, mas esse Peeta nunca vai tirar a boca a sua. – disse ele a beijando novamente.

Demorou um bom tempo para ambos terem coragem de sair da cama. Peeta tinha alguns a fazeres na cidade, como por exemplo, comprar móveis para seu ateliê e Katniss havia prometido essa manhã que iria com ele.

Ao sair do banho, Katniss já o avistou completamente arrumado. Ele estava tão lindo que ela não pôde acreditar como um homem daquele só tinha olhos para ela. Seu sorriso era o mais belo que se podia sonhar, seus olhos eram o mar representados em um azul perfeito e profundo, seu corpo tinha definições claras. Ele era completamente incrível, mesmo ela percebendo isso tarde, não parecia ser tarde demais.

– Katniss, eu vou te esperar na sala pra você se trocar tranquilamente, ok?

– Ok, obrigada. – sorriu abobada.

– Antes, preciso te dar um beijo. – se aproximou e deu um leve beijo em sua boca. – Te encontro lá embaixo.

Katniss sabia que a temperatura havia melhorado e optou por colocar apenas uma calça jeans preta e uma regata branca. Desceu as escadas apressadamente a fim de chegar logo no centro, quanto mais cedo ambos terminassem, mas rápido poderiam ter um tempinho juntos, sozinhos, longe de tudo e do mundo.

~~~~~~~~~~~~~~~~

– O que você acha desse aqui, Katniss? –disse Peeta enquanto apontava para um sofá vermelho.

– Bom, é a última peça que falta comprar, né?

– Sim, nossa eu estou exausto. – suspirou Peeta.

– Depois daqui vamos para casa. – sorriu levemente. – Eu acho ótimo, mas por que você não escolhe aquele alaranjado. Pôr do sol, lembra?

– Nossa! Eu não tinha visto aquele! Está definido. – disse Peeta ao comerciante.

Peeta deu um leve beijo em Katniss e se afastou para combinar a entrega dos móveis. Enquanto isso ela percorria todos os cantos daquela loja, achando estranho como tudo havia mudado. O local, que agora abrigava a loja de móveis era antigamente uma venda de tecidos. A dona do loja era uma senhora idosa que sempre atendia as pessoas da forma mais doce e solidária que podia. Lágrimas caíram sobre seu rosto lentamente ao se lembrar de que pessoas boas, como ela, morreram em meio a uma revolução. Revolução que Katniss começou. Mesmo que o novo governo esteja representando muito bem sua função, não aceitava o fato de que tantas pessoas precisaram morrer para fazer outras, como ela, felizes.

– Oi minha linda. – disse Peeta sorrindo.

– Oi, desculpa, eu estava distraída. – disse Katniss limpando suas lágrimas discretamente.

– Você está chorando? – disse Peeta preocupado. – O que houve?

– Nada, eu estou chateada só. Me lembrei do passado.

– Ah minha Katniss, não fica assim. – Peeta segurou sua cintura. – Vamos embora, conversamos no caminho.

A estrada até a Aldeia dos Vitoriosos estava deserta e sem neve. Katniss cogitou o porque ninguém quis ficar com uma casa naquele local, rapidamente se lembrou de que, provavelmente, todos queriam fugir do passado assim como ela. Aquele local era no mínimo uma péssima recordação a ser zelada.

– Você quer me contar o que houve? – Disse Peeta enquanto segurava sua cintura.

– Me lembrei de uma senhora que tinha um comércio de tecidos, exatamente onde nós fomos hoje.

– A Dona Mafalda? – perguntou.

– Sim, você lembra dela? – disse surpresa.

– Claro! Minha mãe adorava seus tecidos. – sorriu tristemente. – Você se chateou com o fato dela não estar mais aqui e de tudo ter mudado.

– É, exatamente isso. – suspirou Katniss. – Como sabia?

– Eu sei porque aprendi a ler seu olhar.

– Isso é estranho. – disse Katniss desconfiada.

– Não do jeito que você está pensando, quer dizer, aprendi a entender você. – Peeta deu um leve beijo em sua testa.

– Sim, eu também entendo você.

– Entende? – disse surpreso.

– Sim.

– Me fala uma coisa, então. – desafiou.

– Ontem eu te disse alguma coisa que não citamos ainda hoje e isso está te incomodando, mas ainda não sei o que é.

– É, mais ou menos isso. – disse engolindo seco.

– Eu falei alguma merda, não foi? – falou arrependida.

– Não, absolutamente não. Foi ao contrário, mas não quero conversar sobre isso contigo porque vai parecer forçado.

– O que vai parecer forçado?

– Vai parecer que estou te forçando a dizer novamente. – disse pausadamente.

– O que foi que eu disse, Peeta?

– Nada.

– Diga logo, prometo não achar que terei que dizer de novo.

– Ok. – disse ele.

– Peeta?

– Ok, ok. – suspirou profundamente. – Você disse que me ama.

– Eu disse? – abriu os olhos atentamente não querendo perder uma palavra.

– Sim, disse. – Katniss formou uma carranca. - Nossa já dá pra ver que você se arrependeu de ter dito. Olha, Kat... me desculpa, eu não quero...

– Peeta.

– ... te pressionar a dizer absolutamente nada. Você claramente não está...

– Peeta. – insistiu.

–... preparada para uma coisa tão séria como isso e eu...

PEETA!. – gritou. - Eu te amo.

SILÊNCIO...

E MAIS SILÊNCIO...

– Você...

– Eu te amo. Agora vem cá e me abraça. – disse ela se aproximando carinhosamente do seu corpo.

Por um momento, nenhuma palavra a mais foi dita. Katniss não acreditava em si mesma, ela estava sendo romântica! Mas não dava mais para reprimir seus sentimentos. Que ela amava Peeta tinha certeza, então porque não dizer simplesmente? Peeta sempre fora tão carinhoso com ela, mas sempre havia uma barreira impedindo ela de focar em algum sentimento. Seja arena, seja Guerra, seja Gale. Sempre existiu alguma coisa que meramente não a fazia estar livre para sentir o que deveria sentir. Agora não existiam barreiras, o mundo era somente dos dois, ela podia amar e ser amada sem viver com o medo contínuo de um dia acordar e não vê-lo mais ao seu lado.

– Eu te amo, pequena. – sussurrou no seu ouvido.

“Eu quero ver o Haymitch me dizer agora que posso viver cem vidas que não vou o merecer.”

Peeta e Katniss bateram suas botinas pelo lado de fora da casa a fim de deixar toda a sujeira ir embora. O garoto girou a maçaneta e um doce ar entrou pelos seus pulmões.

– Tá sentindo esse cheiro, Katniss? – disse ele entrando e colocando a chave na pequena mesa de canto.

– Ainda não. – disse ela equivocada.

No súbito momento que entrou pela porta o cheiro automaticamente embrulhou seu estômago. Seu corpo começou a tremer involuntariamente, sua visão escureceu em toda a perspectiva e seus joelhos dobraram instantaneamente.

– KATNISS? – ouviu Peeta gritar, mas parecia longe... muito longe. – KATNISS?

Rosas.– balbuciou.

– Katniss, foca em mim meu amor. Por favor, tenta olhar pra mim.

Seus pensamentos a estavam levando a loucura: Rosas, Sangue, SNOW. Aquela tríplice aliança era a última coisa que esperava ter de recordar mas a sua casa estava exalando um enjoativo cheiro de rosas. Quem quer que tenha feito isso, sabe exatamente como afeta-la.

Ao ouvir repetidos gritos de Peeta, Katniss buscou focar o máximo possível em seu único objetivo: Recuperar a visão. Aquilo estava sendo em vão. Como se houvesse sido atingida por uma forte pancada desmaiou nos quentes braços do garoto do pão.

Provavelmente alguns minutos se passaram, horas talvez. Peeta ainda estava ao seu lado, mas dessa vez ela estava na cama. Quando abriu os olhos, viu lágrimas escorrerem pelos olhos dele e um envelope em sua mão.

– Katniss, - disse em lágrimas. – você está melhor?

– Estou. – sentou-se na cama. – O que é isso?

– Chegou para você. Eu não tenho certeza se te mostro, Katniss.

– Me entregue, Peeta.

– Você realmente está bem?

– Sim, me entregue.

Quando finalmente Peeta cedeu, Katniss estava em mãos de um envelope gordo, lacrado e com a insígnia antiga da Panem cravada de vermelho.

Suspirou profundamente a fim de tomar coragem e abriu.

Automaticamente a cor de seu rosto se esvaeceu, o envelope continha nada mais, nada menos que um botão de rosa branca e um pequeno papel cor cru com os dizeres em preto:

“Por baixo dessa carne existe um ideal. E as ideias, nunca morrem.”

E.S


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Notas finais do capítulo

SEEEEEEEEEEEEEGURA CORAÇÃOOO! :P
E agora???? O que vai acontecer :O
Estão ansiosos? *-* Prometo que logo posto o próximo capítulo.
Beijos e até mais.

Obs:. A frase final do capítulo, foi tirada do filme V de Vingança.
Amo muito :P



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