Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 15
Capítulo 15 - Gale


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente queria agradecer a TODOS que me enviaram lindas reviews a respeito do capítulo anterior! Vocês são incríveis e lindos! O que me motiva a continuar escrevendo são vocês, então, obrigada mesmo.

Esse capítulo foi interessante de escrever, adoro mistério!
Espero que apreciem :P
Beijoss



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A casa de Gale claramente não estava dentro dos padrões da normalidade, pelo menos, não para aquele horário. Exatas quatro horas da manhã e Johanna não conseguia desligar sua hiperatividade da tomada. Gale pensou seriamente que aquela mulher tinha alguma bateria extra, porque ela não parava um segundo. Ele começou a acreditar que tinha sido uma péssima ideia trazer a Johanna para morar na sua casa temporariamente. Hazelle fez questão que Gale a convidasse, na verdade. Johanna fez mil promessas que iria se comportar, mas pelo visto nunca seriam cumpridas.

– Johanna. – disse Gale enquanto folhava os livros antigos da Capital. – Você consegue se concentrar cantando?

– É claro, você deveria experimentar também Major. – disse ela dando uma pequena piscadela.

– Eu não consigo me concentrar cantando – disse olhando ela pelo canto dos olhos – e nem ouvindo você cantar.

– Tá, eu paro de cantar, mas com uma condição. – disse Johanna fitando-o.

– Não Johanna, eu não estou com você nem por 24 horas e já sei que isso é uma péssima ideia.

– Não Gale, diz que aceita! Não é nada demais. – pediu.

– Tá, fala. – disse ele secamente.

– Deixa o Hatchet ficar aqui dentro? Tá frio lá fora e ele é acostumado a ficar dentro de casa. – aproximou-se. – Por favor, Gale. Ele faz todas as necessidades uma vez por dia e ele sai sozinho. Eu o treinei bem, juro.

– Nem pensar. – disse sem pestanejar.

– Nossa Gale, o que custa?

– Você é insistente hein? – riu Gale eliminando sua carranca. – Amanhã de manhã o colocamos, tá? Porque se juntar você mais ele vão quebrar a casa inteira.

– Tá bom. – sorriu.

Ambos ficaram por um bom tempo sem conversar, estavam focados em seus trabalhos a fim de encontrar a origem dessa nova ameaça que pairava ao ar. Tudo aquilo era tão surreal que não parecia passar de um pesadelo. Gale estava assustado, mas em parte feliz por possuir acesso as informações necessárias e também por ter carta branca para agir perante essa investigação. Antigamente Gale não tinha poder nenhum para proteger a Katniss e agora, ele faria tudo o que estivesse em seu alcance para que nenhum mal a aconteça.

Embora Gale estivesse envolvido emocionalmente com o caso, Paylor não se importou com esse por menor, deixou tudo por conta dele para agir da forma que achasse necessário. A presidente foi bem prestativa o que fez Gale se tranquilizar.

Haymitch não havia ligado para dar nenhuma informação, acontece que ontem havia chegado a Effie na Cidade 12 para terminar os preparativos de sua nomeação. Haymitch iria começar a trabalhar durante horas na prefeitura, o que fez Gale se lembrar de que não existirá ninguém para observar a casa.

– Johanna, a partir de amanhã o Haymitch não vai mais ter tempo para ficar na Aldeia dos Vitoriosos, então, acho que vou ter que começar a vigiar a casa da Katniss.

– Mas começamos a investigação ontem. – disse Johanna duvidosa. – Se você largar agora não vou poder fazer isso sozinha.

– Eu não sei o que fazer, Johanna. – Gale se levantou da cadeira.

– Que tal contar pro Peeta? Ele vai te ajudar.

– Eu vou contar o que? Que tem um cara afim de matar a Katniss e eu não faço ideia de quem seja? – bufou Gale.

– Você vai contar pra ele exatamente do jeito que me contou.

– Sei lá, Johanna. Não estou afim de colocar o Peeta nisso.

– Acontece que você não tem que estar ou não afim, Gale. Ele é o namorado da Katniss, a pessoa que ela está junto, você querendo ou não ele tem que estar a par. Você gostaria que omitissem isso de você?

– Primeiramente, Johanna: Katniss está confusa, tá legal? Eu não sei se eles estão juntos como namorados ou sei lá. E respondendo a sua pergunta, é óbvio que não.

– Então se ponha no lugar do Peeta e veja bem que depois de tudo o que todos nós passamos, lidar com uma ameaça invisível só pode ser a pior coisa que existe, Gale. Se alguém que eu amasse estivesse correndo perigo eu gostaria de ser a primeira a saber.

– Eu vou pensar primeiro. Vamos ter que encontrar alguma coisa nessa investigação, é impossível não ter uma falha no sistema, Johanna. – suspirou pesadamente. - Você tá com sono?

– Eu estou morta de sono, Gale mas isso não vem ao caso. Eu estava pensando e eu acho que tem uma coisa que você disse e acabamos descartando.

– O que foi?

– Lembra-se da família do Snow? Eu sei que te disse que muito provavelmente eles não querem vingança nem nada parecido, mas a gente poderia averiguar. Poderíamos saber se um deles comprou uma passagem para a Cidade 12.

– Sim, isso já é alguma coisa. – disse Gale saindo pela porta. – Eu vou buscar um café, você quer alguma coisa?

– Não, obrigada.

Horas se passaram e Johanna ainda não tinha arquivo algum para apresentar ao Gale, Hazelle e as crianças já haviam acordado e o dia amanhecera com a rotina imposta e sem pesar.

Na cabeça de Gale se passavam as melhores e piores possibilidades, se acaso ele conversasse com o Peeta, com certeza teria alguém para ajuda-lo, mas ao mesmo tempo, seu orgulho o brecava. Embora ambos tenham tido uma conversa aparentemente civilizada, Gale havia deixado claro para Peeta que não ia desistir de Katniss e isso com certeza causaria um grande constrangimento se precisassem trabalhar juntos. Eles nunca tiveram uma briga, literalmente falando, por causa da Katniss. Sempre foi algo cordial e ambos deram o espaço que ela achava necessário para pensar em seus sentimentos, mas seria estranho após tudo o que houve continuar com essa Guerra Fria. Ambos a amavam, ambos a queriam, não seria estranho ambos terem sentimentos ruins um pelo outro. Os pensamentos de Gale foram interrompidos com o bater da porta.

– Haymitch? – disse Gale surpreso ao atender.

– Gale, eu preciso conversar com você. – disse Haymitch apressadamente.

– Sim, o que houve? Cadê a Effie? – disse surpreso.

– A Effie está na minha casa arrumando um monte de coisas que não sei. – resmungou.

– Vem cá, Haymitch. Você e ela estão...?

Gale foi interrompido com uma entrada brusca de Hatchet o atropelando, praticamente.

HATCHET, VEM AQUI AGORA!– gritou Gale enquanto limpava suas roupas. - Maldito cachorro da Johanna.

– Johanna já chegou? Caramba! - disse surpreso.

– Já, ela veio ontem. - disse Gale ainda bufando pelo ocorrido.

– Ela vai ser ótima pra investigação, Gale.

– Eu sei que sim. - respirou profundamente. - Mas responde a minha pergunta, você e a Effie estão juntos?

– Não devo satisfação a você, garoto. – Haymitch deu uma pausa, olhou Gale de cima a baixo e cerrou os olhos – Não, não temos nada tá legal?

– Se você diz. – sorriu Gale.

– Gale, agora vamos para o assunto sério. - inspirou. - Ontem a noite eu vi um cara próximo a casa da Katniss. Ele era loiro, mas não consegui ver seu rosto, só o vi de costas. A principio eu achei que era o Peeta, mas depois me lembrei que àquela hora da noite ele não tinha motivos pra sair de casa – disse rapidamente – Tem outra coisa também, acho que ele me viu o observar, ele saiu muito depressa.

– O que mais você pode me contar? Qualquer coisa já ajudaria.

– O cara deve ter mais ou menos um e oitenta de altura, mas ele era ágil. Ele ficou olhando a casa da Katniss. Estava todo vestido de preto, provavelmente para se camuflar na escuridão.

– Haymitch, essa informação já nos leva a reduzir nossa lista de suspeitos pela metade.

– Se eu fosse você, não seria confiante garoto. Pode ser que não seja a pessoa que você está procurando.

– Você está me dizendo que acha que pode haver um grupo ou algo parecido?

– Sim, é melhor tomar cuidado Gale. A gente não sabe no que está se metendo. Já liguei pra Paylor e a informei sobre o ocorrido. Agora é com você, eu preciso voltar pra casa e buscar a Effie.

– Tá legal, Haymitch. – Gale bateu com a mão em seu ombro. – Obrigado.

Haymitch saiu as pressas e Gale foi prontamente contar para Johanna todas as informações mas antes fora interrompido pela sua mãe.

– Filho, está tudo bem? – o olhou atentamente.

– Sim, mãe. Tem algumas coisas acontecendo aí, mas não é para se preocupar.

– Tem certeza?

– Mãe, eu entendo sua apreensão, mas fique tranquila que vai dar tudo certo. – Gale beijou no meio de suas sobrancelhas.

– Filho, só tome cuidado por favor.

– Eu vou mãe. Amo você, ok?

Gale chegou no escritório e viu que Johanna estava dormindo em cima do computador, soltou uma risada leve.

– Johanna? – Gale a sacudiu devagar.

– Gale! Caramba! Que susto! – disse Johanna ao pular de seu sono.

– Calma, tenho novidades.

– Eu também tenho, mas vai você primeiro. – disse Johanna esfregando seus olhos semi fechados.

– Haymitch apareceu aqui e disse que tem alguém espreitando a casa da Katniss. E também que muito provavelmente o cara o viu.

SÉRIO GALE? – disse Johanna incrédula. – Mas e agora? Ele viu quem era?

– Ele disse que não reconheceu ninguém, mas deu para ver que é loiro.

– Meu Deus, eu não acredito! Bate exatamente com a minha pesquisa, Gale.

– Sua pesquisa? – questionou Gale.

– Sim! Lembra que eu precisava te falar algo também? Então! – disse ela agoniada. – O filho do Snow, o bonitão, veio pra cá! Já faz um tempo.

– Como assim?

– Tem uma passagem dele de um bom tempo atrás comprada para cá.

– E é provado que ele desembarcou aqui?

– Provadíssimo. Tem um vídeo dele descendo do trem, mas não consegui carregar completo aqui, então, só dá pra ver uma fração de segundo.

– Como se fosse uma foto?

– Exatamente. - disse Johanna apontando para a tela do computador.

Quando Johanna havia dito que aquele cara era simpático, Gale não pôde acreditar por ela ser muito debochada mas o fato é que mesmo pela péssima qualidade das câmeras de segurança, dava para ver que esse cara era forte, alto, loiro e com os olhos bem azuis. A raiva percorria livremente as veias de Gale, o fazendo suar frio.

Ambos ficaram um tempo se olhando, só ingerindo toda aquela informação. Até que Gale por fim quebrou o silêncio.

– Então temos quem procuramos? – questionou.

– Acho que temos. – sorriu tristemente Johanna.

– Agora é só questão de tempo até eu pegar aquele desgraçado.


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Notas finais do capítulo

TEEEENSO hein? E ai, o que acharam?
Vejo vocês no próximo capítulo *-*
Beijos!