Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 13
Capítulo 13 - Johanna


Notas iniciais do capítulo

Johanna *---* Como não ama-la?
Simplesmente foi uma delícia escrever esse capítulo! Leve e divertido.
Espero que apreciem tanto quanto eu.

OBS:. NÃO DEIXEM DE LER AS NOTAS FINAIS!



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Sua cidade nunca fora a mais bonita, muito menos a mais rica. A Cidade 7, conhecida anteriormente por Distrito 7 fornecia madeira como base de seu sustento e, assim como o Distrito 12, era um dos mais pobres de toda a Panem.

Sentia uma dor no peito por ter voltado, era inevitável sua preocupação perante a Annie e ao bebê. Mesmo sabendo que não tinha nenhuma responsabilidade obrigatória para com os dois, lembrara que Finnick chegou a confiar a ela àquela carta. Johanna sentia que tinha que os proteger afinal, eles não tinham mais ninguém.

Era o primeiro dia de trabalho após sua longa e deliciosa folga. Johanna mal acordara, mas já se sentia cansada. Sentou-se na cama e esticou todos seus músculos, fazendo estralar todos seus ossos. Ainda com os olhos fechados pôde sentir uma lambida em seu pé.

– Hatchet, você não cansa de lamber as coisas com essa língua grande, né? – Disse Johanna, bagunçando seus pelos. (N/A: Hatchet significa machadinha, em inglês. Achei bonitinho fazer essa analogia *-*)

O cachorro possuía uma pelagem espessa com a coloração areia. Seus olhos castanhos esverdeados a olhavam ansiosamente esperando sua refeição matinal. O cão era tão hiperativo e teimoso quanto ela. Johanna se perguntava se seria verdade que o cão, com o tempo, adquiria a personalidade do dono.

– Vem, Hat-Hat. Vou te dar a comida. – O cachorro a respondera com um latido. Seu rabo balançava velozmente.

– Balança esse rabo até cair mesmo. – Riu Johanna.

Ela colocou a ração para ele enquanto preparava seus ovos com bacon. Ambos comeram apressadamente suas refeições, por motivos diferentes. Hatchet engolia sua ração em um segundo porque ele era grande e vivia esfomeado. Johanna devorava seus ovos e bacon por causa do relógio. “Esse negócio de tempo, foi a pior coisa que já inventaram.” Bufou para si mesma.

Entrou no banho as pressas e escolheu a primeira roupa de seu armário. Johanna era um pouco vaidosa, mas não havia muito tempo pra isso. Percebera que estava atrasadíssima quando, distraidamente, olhou para o relógio.

Voou para a cozinha, com todo seu material e chaves. Encontrou Hat a olhando com cara de desconfiado.

– Hatchet, eu preciso correr. Você cuida da casa? – Disse ela beijando a cabeça de seu cachorro. Ele lambeu seu rosto. – É por isso que eu não preciso de um namorado, viu Hat-Hat? Pelo menos você me ama de volta e não me faz sofrer. – Riu Johanna debochada.

Johanna caminhava pelas ruas, se deliciando com a ideia de tudo estar diferente. A sua cidade, assim como todas as outras, estava em meio a construções e reformas. As pessoas apresentavam um semblante mais leve, porém demonstravam felicidade. Assobiavam fazendo compras, casais caminhavam de mãos dadas, crianças saiam correndo pelas ruas com brinquedos nos braços. Johanna compreendeu que a vida poderia ser finalmente feliz, mesmo que ela não tivesse ninguém com quem compartilhar isso.

Chegou ao trabalho e cumprimentou a todos. Pegou suas coisas e já se preparava para formar relatórios e análises quando seu chefe a chamou.

– Johanna, eu preciso de você na minha sala. – Disse Steven enquanto a fitava.

– Sim senhor. – Disse azeda. Johanna se dirigiu a sua sala, inspirou devagar e entrou.

– Johanna, eu tenho uma ligação de um rapaz pra você. Ele disse que era urgente e que precisava falar com você afastada de seus colegas. Parecia importante. Eu vou te dar privacidade, fique a vontade. – Steven saiu em passo acelerado de sua sala.

“Nossa, o que é agora?”

– Alô? – Disse Johanna.

– Johanna, aqui é o Major Gale.

– Gale Hawthorne! Quem diria. – Ria Johanna. – Major, né? É mesmo?

– Nossa Johanna, você não muda mesmo. - Disse Gale contendo o riso.

– A que devo o prazer da sua ligação, Major? – Disse o debochando.

– Você tem certeza de que este telefone em que falamos é uma linha segura? - Ponderou ele.

– Nossa, que medo. – Zombou. – Claro que sim, Gale. Você pensa o que daqui? Somos uma estrutura quase governamental.

– Claro, Johanna. Claro! Mas eu preciso de um favor seu. É urgente. – Ele disse apressadamente.

– Ah não, Gale! Não vem com essa. – Disse Johanna irritada. – Você e o Haymitch estão fazendo complô pra encher o meu saco?

– Haymitch? O que ele te pediu? – Gale disse curioso.

– Não te interessa Major. Com todo o respeito. – Gargalhava Johanna. – Desculpa, Gale. Não consigo conter a minha risada. É tão engraçado te chamar assim, parece até uma piada.

– Johanna. – Disse Gale seriamente. – Esse favor que vou te pedir é baseado em algo muito sério. Eu preciso que você venha até a Cidade 12.

– O QUE?! VOCÊ TÁ MALUCO? AH NÃO, VOCÊS SÃO TODOS PIRADOS. – Gritava Johanna indignada. – EU NÃO VOU PRA AI!

– Claro que vem. A presidente Paylor me deu autorização de ir te buscar se for preciso. – Disse ele vitorioso.

– Ah, você tem tudo o que quer agora né, Gale? É só pedir pra sua mamãe postiça Paylor que ela assina pra você. Que bonitinho! – Disse ela tão ácida que poderia corroer tudo a sua volta. - Aproveita e pede pra ela fazer um documento atestando a posse do seu maior bem: Katniss Everdeen! Ah, tadinho. Esqueci, que pena! A única coisa que ela não pode te dar, é isso.– Ria Johanna maldosamente.

– Johanna, chega das suas brincadeiras. – Disse Gale seriamente. – Você precisa vir pra cá. É a respeito de alguém que você se importa.

– As únicas pessoas que me importo aí são a Katniss e o Peeta porque passamos por um inferno juntos. - Disse ela pausadamente. - Com você eu também me importo, viu? – Riu Johanna. – Não sou tão má quanto parece.

– Credo, Johanna. Você é a pessoa mais bipolar que eu conheço. – Confessou ele. – Mas eu estou falando sério. Pegue o próximo trem e venha para cá agora. Ele saíra as 11h00 dai. Ah, trás o seu cachorro babaca também se não ele vai morrer de fome.

– Espera ai, como você sabe do meu cachorro? – Se surpreendera com a colocação de Gale.

– Eu sou do governo, Johanna. Sei tudo sobre todo mundo. – Disse superiormente.

– Nossa! Você instalou câmeras na minha casa também? Quis me ver pelada, não é isso?

– Cala essa boca Johanna e trás esse corpo mole pra cá. Agora!

– Espera ai, como eu vou fazer com o meu trabalho? – Johanna escutara somente estática do outro lado da linha. – Esse desgraçado desligou!

Seu chefe Steven entrou na sala após sua exaltação. Johanna tentou se explicar para ele mas não tinha tempo, tinha que ir pegar o próximo trem. No momento era 10h00 e ela tinha somente uma hora para realizar os preparativos. Saindo as pressas ainda ciente que tinha muita coisa a fazer, soltou uma frase.

– Chefe, eu preciso ir. Qualquer coisa procure o Major Gale Hawthorne. Ele vai te explicar tudo.

Johanna pegou o caminho mais curto, por sorte, sua casa era a 3 quadras de onde trabalhava. Se apressou e fez uma mala com algumas mudas de roupa, sapatos, lingeries. Preparou uma nécessaire com todas suas maquiagens e utensílios. Foi correndo até a sala, pegou a coleira do Hatchet e o amarrou.

– Você vai ficar em um vagão separado do meu, Hat-Hat. Você precisa se comportar, ouviu? Vou levar seus brinquedinhos pra se distrair.

Johanna dera uma última olhada para sua casa, perguntando se esqueceu de alguma coisa. Olhou novamente, dessa vez confirmando que estava pronta.

– Vamos, Hatchet. – Girou sua chave duas vezes para ter certeza de que havia trancado adequadamente.

Apesar da correria, Johanna chegou à estação um pouco adiantada, percebera que estava praticamente vazia. Uma das primeiras coisas que a Presidente Paylor fez em seu mandato foi construir novos trens absurdamente mais rápidos que os anteriores, tão velozes que chegariam aos locais pela metade do tempo.

Johanna colocou Hatchet em um compartimento específico para cães e se despediu.

– Nos vemos em breve, garotão.

A viagem fora tranquila, porém havia demorado uma eternidade. Apesar dos trens serem rápidos só pode chegar a Cidade 12 após 10 longas horas. “Esse Gale, vai ver uma só.”

– Senhores passageiros, o desembarque está autorizado. Bem vindos a Cidade 12 e tenham uma boa estadia.

Johanna foi apressadamente verificar como Hatchet estava. Se surpreendeu quando o viu dormindo em meio aos seus brinquedos.

– Vamos Hat, tenho as malas ainda pra buscar.

Quando desceu do trem, deu uma boa olhada. Era a primeira vez que estava na cidade 12. Perdida pela vista, devaneou em seus pensamentos.

– Johanna! - Gritou uma voz.

– Aonde? Aonde? – Johanna ficou procurando quem a havia chamado.

– Aqui Johanna, pelo amor de Deus. Você não enxerga um homem fardado? – Disse Gale se aproximando.

– É você mesmo, Gale? – Disse ela animada. – Meu Deus, você está irreconhecível. Posso te tocar? Você é de verdade? – Gargalhou Johanna movendo a cabeça para trás.

– Nossa, Johanna. Me dá paz! – Riu Gale. – Claro que sou de verdade.

– Ah, você tá corando Gale! – Provocava Johanna. - Quem te vê assim, não acreditaria se eu dissesse que você transou com a metade das mulheres da Cidade 2.

– O que? – Disse ele desconcertado. – Johanna, para. Sossega. Eu preciso conversar contigo sério.

Hatchet não parava de latir. Johanna decidiu solta-lo para que ele pudesse correr livremente.

– Você é maluca? Vai deixar esse cachorro correndo por ai? – Perguntou Gale.

– É CLARO! – Disse ela em um quase grito. – Ele ficou trancado por todo esse tempo, deixa ele passear. Quando ele terminar de fazer o que precisa, vai voltar até mim.

– Que seja, Johanna. – Soltou o ar de seus pulmões. – Preciso mesmo falar contigo, agora.

– Fala, Major. – Disse Johanna atentamente. – Vou parar de te encher.

– Eu preciso que você me ajude em uma investigação. Você é tão esperta e tenho certeza que vai ser de grande auxílio. – Disse Gale pausadamente. – Você sempre ia à Capital, não é mesmo? Conheceu muita gente...

– Claro, conheci sim. Conhecia todos na verdade, eles eram uns babacas mas eu sempre me divertia com suas palhaçadas. – Suspirou Johanna. - Me explica melhor essa investigação, Gale. Porque eu não sei se você sabe, mas eu não sou militar que nem você. – Disse ela o importunando.

– Eu preciso te fazer umas perguntas antes, ai eu vou te explicando. Ok? – Disse ele moderadamente.

– Sim, Gale. – Assentiu com a cabeça.

– Quem eram as pessoas mais influentes da Capital?

– Sem dúvida todos os parentes do Presidente Snow.

– E quem eram esses parentes? Você sabe seus nomes? Seus cargos? Principalmente características físicas. Detalha-me o máximo que puder. - Gale pegou um pequeno caderno de anotações.

– Bom, Gale. Não tinha tanta gente assim. Vamos por partes. – Respirou fundo. – Eu me lembro que Snow tinha três filhos, sendo uma mulher e dois homens. Ele já era avô, no caso. A filha dele que se chamava Alexis, tivera duas meninas. A Alexis é muito bonita. Tem olhos azuis e cabelos loiros. Eu sei que ela tá morando na Sede agora. Então, sobre os seus filhos o que eu tenho a dizer é que são muito gatos. – Riu Johanna maliciosamente. – Um deles tem o cabelo castanho claro e olhos azuis também, que nem a Alexis. Ele se chama Carl. O outro se chama Enzzo, é o mais bonito! Ele tem cabelo loiro acinzentado e olhos azuis. A família toda tinha olhos azuis.

– Essas informações são importantes demais, Johanna. – Disse Gale. – Você sabe se os homens estão na Sede?

– Todos estão. A Presidente Paylor não quis realizar mais mortes do que já haviam ocorrido. Então, decidiu por deixa-los livre. Acho também que eles não entendiam muito de política, só o básico. Não se envolviam nas malandragens do pai. - Inspirou Johanna. - Mas, Gale... o que isso tem a ver com a investigação?

– Johanna, a alguns dias eu recebi um documento que havia sido mandado para o nosso governo. No arquivo continham várias informações sobre o antigo regime. Porém, o que chamava a atenção era um curto vídeo. O vídeo continha uma mensagem bem clara que foi espalhada para todos da Sede. – Respirou Gale. – A pessoa que fez esse tape se dizia indignada com o novo sistema. Não aceitava de hipótese alguma o que está acontecendo e prometeu que irá fazer tudo o que puder para acabar com o Símbolo da Rebelião.

– Símbolo da Rebelião! - Disse Johanna incrédula. – Katniss.

– Eu disse que você era esperta.

– Me fala, Gale. O Peeta já sabe disso tudo?

– Não, Johanna. Vai permanecer assim até eu ter provas mais concretas de quem seja. Ele não vai aceitar o fato de ficarmos todo esse tempo sem explicar nada para ele sem ter pelo menos alguma prova ou pista a seguir.

– Nós vírgula Gale. Eu cheguei aqui agora. – Exasperou Johanna.

– Eu sei, eu sei. – Concordou Gale.

– E por que você me perguntou da família do Snow?

– Porque temos fortes razões para acreditar que a pessoa que está por trás disso, não quer somente mudar a Panem. Quer vingança.

– Mas isso não faz o menor sentido, Gale. A Katniss matou a Coin! Não o Snow. Se for por vingança, então temos motivos para acreditar que esse alguém pertence a família dela, não dele. – Questionou Johanna.

– Já investigamos sobre isso, Johanna. A Coin não tem parente vivos. E outra, se tivesse, nenhum parente dela iria querer ameaçar a voltar com o antigo sistema.

– Não que vocês saibam! É preciso fazer uma investigação muito minuciosa, para não cometermos erros. – Ansiou Johanna. – Já colocou alguém de guarda na casa da Katniss? Ela provavelmente não tá sabendo disso, né? Se nem o Peeta sabe.

– Respondendo a sua pergunta, nenhum dos dois está sabendo. O Peeta tá morando com ela, então acho que ele seja capaz de protegê-la caso alguém apareça. Ele tá meio doente, mas acho que a essa altura já está melhorando. O Haymitch tá a par e está de tocaia. Qualquer alteração, ele me liga.

– Ótimo. – Disse Johanna.

– Johanna, é sério. Eu vou precisar muito de você agora. Você aceita fazer parte dessa missão? Prometo que vai ser remunerada. Automaticamente você passará a ser do Exército da Panem. Você acha muita responsabilidade?

– Tanto faz, Gale desde que eu possa proteger esses dois. – Disse angustiada. – Ambos tiveram um papel importante pra mim. O Peeta foi telessequestrado comigo, a Katniss foi o motivo da Guerra dos Tordos. A Katniss por todo o tempo que pôde quis me proteger, agora não custa nada protege-la. Eu devo isso não só a ela, mas a eles, Peeta e Katniss. Devo a minha vida a eles.

– Eu sei que sim, Johanna. Nunca duvidei disso.

– Então, por onde começamos?

Gale e Johanna caminharam durante longas horas ao lado de Hatchet. Os dois aproveitaram o tempo para elaborar estratégias e pensar nos possíveis suspeitos.

Ambos sabiam que seria muito difícil caçar um fantasma, mas para quem vivenciou uma Guerra, buscar um homem invisível não parecia ser uma missão tão impossível assim.


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Notas finais do capítulo

Gostaraaam? Katniss teve que carregar o mundo em suas costas e proteger a todos! Agora é a vez de ser protegida. *-*

Obs¹:. A "Guerra dos Tordos" foi um nome que EU inventei a fim de ficar mais fácil para citar os acontecimentos do livro A Esperança.

Obs²:. Pessoal, estou super chateada. Vocês não recomendam a minha fanfic aqui pelo site :( É algo que eu estou fazendo? Vocês acham que não tá legal? : Se vocês tiverem qualquer dúvida, sugestão ou crítica, fiquem a vontade em fazer! Eu agradeço imensamente isso.

Obs³:. AMO OS COMENTÁRIOS QUE VOCÊS TEM ME DEIXADO! Vocês são absolutamente incríveis e tenho muita sorte de tê-los como meus leitores!



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