Safe and Sound escrita por Aline Martins


Capítulo 10
Capítulo 10 - Gale


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo que aparentemente é inofensivo. Quero ver a cara de vocês no final! hahaha :x
Falo com vocês nas notas finais. Beijos!



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Gale já estava lá a alguns dias, mas todo o momento que abria a porta, percebia o quanto Posy ficava feliz ao vê-lo. Era inacreditável o quanto ela tinha crescido. A garotinha era pequenina mas não escondeu o sorriso quando viu seu irmão chegando.

– Gale! Tô tão feliz! - Gale a pegou no colo e girou seu corpo. - Você quer ver a minha boneca? - Disse a pequenina.

– Claro, meu anjo. Deixa só eu ver a sua mãe, está bem? - Disse ele bagunçando seus cabelos.

– Não bagunça meu cabelo, chato! - Posy fez um bico grande.

– E o que você vai fazer a esse respeito, hein?! Pingo de gente! - Gale sorria maleficamente para sua irmã. - Eu vou... preparar... umas boas cosquinhas. - Disse ele após começar a cutucar a garotinha por todos os cantos.

– PARA...GALE - Posy ria demasiadamente. - NÃO TEM... GRAÇA! MAMÃE, OLHA O GALE!

Sua mãe entrou na sala, mas parou por um tempo só para ficar namorando aquela cena. Era visível o quanto a felicidade de ter sua família unida a fazia bem. Qualquer um podia notar.

– Tá bom, Gale. Chega de cosquinhas. Vem comer, você deve ter chego com fome da rua. - Disse Hazelle.

– Você teve trégua agora, bebezinha. Dá próxima, não vai escapar. - Disse Gale piscando para sua irmã.

– Eu não sou mais um bebezinho, Gale. - Disse Posy. Seu cabelo estava bagunçado e sua roupa toda torta, mas a alegria dela era contagiante.

Hazelle tinha preparado um assado de coelho com batatas acompanhado de arroz com legumes. Gale conversara com a sua mãe sobre diversos assuntos, inclusive o trabalho. Mas havia algo em seu rosto que demonstrava preocupação. Gale já sabia em qual assunto ela iria tocar.

– Filho, você estava na casa da Katniss? Já colocaram o Peeta lá? - Disse Hazelle apressadamente.

– Já, mãe. Faz alguns dias. Ele acordou hoje mas parece meio fraco. - Gale seguia sua refeição parecendo não se importar.

– Hum. Ele lembrou do surto que teve? - Disse apreensiva.

– Lembrou, mas parece que a ideia da Katniss ser uma bestante não está mais em sua cabeça. Se estivesse, eu não estaria aqui. - disse Gale enquanto mastigava um pedaço da carne. - A Katniss é muito orgulhosa e não admitiria se fosse precisar da minha ajuda, mas se ele ficasse fora de si, não teria como contê-lo. Ele tem pelo menos o dobro de força que ela tem. Por isso, eu precisaria estar perto. Mas ele tá legal, mãe. Nada vai acontecer. - Disse Gale sem olhar nos olhos da mãe.

– Foi só um momento de raiva, então?

– Sim, mãe. Ele tá bem. A febre já abaixou e tal.

– Filho, sei que você quer encerrar esse assunto, mas eu sou uma mãe preocupada. A Katniss é como se fosse uma filha pra mim e eu prometi a mãe dela que eu a cuidaria, mesmo que eu esteja a olhando de longe. Eu fiquei com medo de me aproximar, porque vocês dois estavam afastados e o Peeta estava morando com ela. Eu nunca deixei de considera-la filho. - Hazelle tinha lágrima nos olhos, ela claramente estava fragilizada ainda pela guerra e pela perda de seus conhecidos.

– Eu sei mãe, sei que ela é importante pra você. Fica tranquila. O Peeta teve febre por causa de uma pneumonia, mas não durou quase nada no corpo dele. A Drª Rebecca receitou alguns remédios que foram milagrosos. Parece que vai ficar tudo bem com os dois. - Disse angustiado.

– E com você, meu filho? Vai ficar tudo bem? - Hazelle segurou uma das mãos do filho o que o fez olhar em seus olhos.

– Mãe, eu tô legal. Eu preciso cuidar de umas coisas e isso vai fazer a minha cabeça ficar mais focada. Tenho assuntos urgentes do Exército para tratar e um deles é cuidar da segurança da Cidade 12. - Gale se levantou e deu um beijo entre as sobrancelhas de sua mãe. - Preciso ir, mãe. Vou no meu quarto trabalhar.

– Falando no seu quarto. Filho, eu não tive nem coragem de limpa-lo pra você. Está cheio de computadores e máquinas tecnológicas que tive medo de estragar alguma coisa.

– Se a senhora não fosse a minha mãe, eu casava com você. - Riu Gale. - Obrigado, mãe. Não precisa limpar lá, eu mesmo me viro. Aqueles aparelhos não podem ser tocados sem minha permissão. Estamos entendidos, mamãe do Major?

– Você não tem jeito, Gale. - Gargalhava Hazelle. - Pode deixar, Major. Nem eu e nem seus irmãos iremos mexer em suas bugigangas. Aquilo é de outro mundo. - Disse ela enquanto levava os pratos para a pia da cozinha.

Gale encaminhou-se para seu quarto. Precisava conversar com urgência com seu Major Superior e se atualizar dos acontecimentos. Tentou por todos os meios entrar em contato com ele, mas o sinal estava fora. Demoraram alguns minutos mas finalmente conseguiram se comunicar.

– Major Superior Norman.

– Senhor, aqui é o Major Gale. Preciso que o senhor me passe os dados. Já me estabeleci bem aqui na Cidade 12, mas preciso de informações.

– Gale, filho. Como você está? Não precisa ser formal comigo. - Riu Norman. - Eu vou te enviar os arquivos agora mesmo. Você está com o aparelho portátil azul?

– Estou bem, Norman. Tenho o aparelho em mãos, o que preciso fazer exatamente?

– Você precisa coloca-lo em cima do computador. Automaticamente fará upload dos arquivos e você já estará ciente de tudo.

– Certo, mas me fala Norman. O que é tão ultrassecreto que nem eu sei?

– Você está prestes a saber, filho. Quando terminar de ler os documentos e tiver uma posição de como quer agir, me diga. A propósito, se você conseguir tirar uma identificação do rosto, você me envia imediatamente.
– Rosto? - disse Gale mas só pôde ouvir estática do outro lado.

Enquanto Gale aguardava seus arquivos, sua cabeça rodeava os assuntos recentes. No quanto sentira falta de Katniss e o quanto ela era importante em sua vida. Gale sabia que não poderia viver na sombra do Peeta o resto da vida, mas antes, precisava ter certeza de que ela realmente não tinha pretensões de ficar ao seu lado. Para Gale, a oportunidade de viver uma vida ao lado de Katniss era tão surreal que toda a vez que pensava em algo assim se repreendia. "Gale... Gale, larga de ser babaca. Isso nunca vai acontecer." Mas ele nunca deixou de ter esperanças. Por mais que tentava se livrar desses pensamentos, eles cada vez eram mais evidentes. Graças ao apito do pequeno aparelho azul, Gale interrompeu suas ideias.

– Pronto, os arquivos chegaram. - Disse a si mesmo. Gale se sentou mais confortável na cadeira pois sabia que passaria horas trabalhando.

Em uma primeira análise, Gale identificou vários arquivos falando sobre o antigo sistema da Capital. Como eram eleitos os presidentes, como funcionava o regime, quais eram as forças principais para manter o governo de pé. A princípio, nada daquilo era novidade e estava se perguntando o motivo de terem enviado aquilo para ele. Depois de olhar muito atentamente e ler todos os arquivos, percebeu que havia um vídeo anexado. Resolveu assistir.

Ao fundo estava o símbolo da Panem, o que já atraiu bastante a atenção de Gale, tendo em vista que os profissionais de Marketing do Governo haviam modificado o símbolo.

Um homem entra na tela. Ele era corpulento, com a pele clara e olhos azuis marcantes, mas era a única coisa que se podia saber. O rapaz usava uma máscara preta que cobria todo o seu rosto, menos seu pescoço, boca e olhos. O vídeo começa em completo silêncio, quando por fim, o rapaz começa a falar.

"Caros amigos e amigas da Capital.

Venho por meio deste dizer que não apoio em nenhuma instância o novo modelo governamental da Panem e não há melhor meio de passar essa mensagem para vocês do que por vídeo. Provavelmente, não vá demorar para me identificarem. Mas quero que vocês saibam que eu luto pelo antigo regime! Eu quero justiça! Sei que vocês estão cansados desse novo modelo de vida e particularmente eu também odeio cada segundo dela.

Preciso saber se vocês estão comigo! Se vocês vão lutar!

Para eu ganhar o respeito e confiança de vocês, vou fazer o que for possível para disseminar o símbolo da rebelião. Com isso, provarei que mereço ser levado a sério.

Obrigado a todos!

Panem ontem, Panem hoje, Panem sempre!"

Gale por um instante não acreditou no que estava diante de seus olhos. Estava perplexo em meio ao discurso. Não podia acreditar que existia alguém que não estava satisfeito com o novo sistema. Todos estavam trabalhando, vivendo suas vidas, LIVRES! Gale não conseguia esconder sua indignação.

Após um bom tempo exasperado, Gale decidiu vasculhar o arquivo novamente e embora ele não estivesse prestado atenção pela primeira vez, estava claro. Existia uma nota de rodapé no arquivo.

"Major, esse é o motivo de estarmos te contando isso sobre sigilo. Esse vídeo chegou para nós do governo e soubemos que foi enviado para todos os residentes da Capital via celular e computadores. Todos assistiram, mas não houveram pronúncias e nem rebeliões. Acreditamos que as pessoas não estão levando o suspeito a sério, então temos tempo para agir.

O motivo deu ter te enviado para a Cidade 12 é justamente para você investigar. Temos razões para acreditar que esse homem está ai. Por favor, entre em contato assim que tiver mais informações."

– Por que eles teriam motivos para me mandar para cá? - Pensou Gale em voz alta. - Por que motivos eles acreditam que o suspeito está no 12?

Gale repassou várias e várias vezes o vídeo, até que em um segundo tudo ficou absurdamente claro e assustador.

"Para eu ganhar o respeito e confiança de vocês, vou fazer o que for possível para disseminar o símbolo da rebelião."

– Ele quer... a Katniss.


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Notas finais do capítulo

E AI O QUE ACHARAM? Até o meu coração tá batendo forte agora. Uma nova ameaça para o Governo? Ou será que só para a Katniss? Por vingança? O que vocês acham que vai acontecer? Não deixem de comentar e se possível indicar a minha fanfic!
Eu sou tão boazinha que fiz dois capítulos rapidinho pra vocês :P

Beijos,
Line.