The worst night of my life escrita por PatStew


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Enjoy!



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No último capítulo:

Só então percebi o que estava acontecendo, MINHA BELLA ESTAVA MORRENDO! NÃO! NÃO! NÃO! ELA NÃO! POR FAVOR! POR FAVOR! NÃO! NÃO! A BELLA NÃO!

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Meus olhos estavam embaçados, e eu nem vi quem tirou minhas filhas dos meus braços, só percebi quando estava abraçando o corpo inerte de Bella e gritando.

–BELLA! BELLA! MEU AMOR! POR FAVOR! VOLTA PRA MIM! VOLTA, POR FAVOR, VIDA! EU PRECISO DE VOCÊ, EU NÃO SEI VIVER SEM VOCÊ! AS NOSSAS BEBÊS PRECISAM DE VOCÊ! AMOR! AMOR! AMOR, POR FAVOR VOLTA! NÃO ME DEIXA! NÃO! NÃO! NÃO! VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR! NÃO PODE! NÃO PODE!

Aos poucos minha voz foi ficando mais fraca até eu não ter mais forças, mas quando isso aconteceu eu já estava do lado de fora da sala, pois dois enfermeiros haviam me puxado. Eu estava lutando contra eles, eu precisa ajuda-la, não podia deixa-la sozinha, mas eles eram muito mais fortes que eu além de serem dois.

–EU PRECISO VÊ-LA! EU PRECISO AJUDÁ-LA! ELA NÃO PODE MORRER! MINHA BELLA NÃO PODE MORRER! NÃO! NÃO! NÃO!

Eles me encostaram na parede e eu já não estava mais aguentando, minhas pernas estavam tremulas, meu corpo parecia pesado demais para elas e as lágrimas em meus olhos não me deixavam enxergar nada. Aos poucos meu corpo foi escorregando até que eu fiquei sentado no chão, os braços envolvendo meus joelhos, onde minha cabeça estava apoiada, os espasmos e soluços do choro já haviam me tomado por completo e meu corpo todo tremia agora. MINHA BELLA! MEU AMOR! A RAZÃO DA MINHA VIDA! A MINHA VIDA! O QUE ACONTECEU?! EU PRECISO VÊ-LA! PRECISO OUVIR SUA VOZ DIZENDO QUE ME AMA! PRECISO VER SEUS OLHOS CHEIOS DE BRILHO E ALEGRIA!

–Senhor Cullen? – um dos enfermeiros me chamou, e eu olhei pra ele, em seus olhos estava estampado a pena – olha só, eu vou lá ver como está a sua esposa, okay? Prometo que volto o mais rápido possível, mas preciso que o senhor pare de gritar, afinal aqui é um hospital.

–E-e-eu vo-vou pa-pa-rar! Só diz que minha Bella está bem, por favor.

Ele me olhou sem promessa alguma nos olhos, se virou e foi atrás de informações, eu não percebi mas o outro já tinha ido embora, e eu estava sozinho ali no corredor do hospital. A única coisa que me restava era esperar por notícias, minha esperança tentava me fazer acreditar que tudo ficaria bem, mas o som do bip ecoando na minha cabeça não me deixava acreditar.

Já havia passado mais de meia hora desde que o enfermeiro havia saído atrás de notícias, eu já havia me acalmado um pouco, quer dizer, não exatamente me acalmado, já tinha parado de chorar, e estava na janela do hospital observando a tempestade que acontecia lá fora, estava tudo um caos, do jeito que estava corria o risco de cair a luz, mas graças á Deus os hospitais tem geradores.

–Senhor Cullen? – a voz do enfermeiro me chamou logo atrás de mim.

Rezei para que tudo estivesse bem antes de me virar pra ele, porém sua expressão fez meu mundo começar a desabar, era uma pena maior ainda do que a eu tinha visto antes.

–Sim?

–Bom, eu procurei notícias de suas filhas também, além de sua mulher...

–Por favor, me diz logo!

–Bom, suas filhas estão perfeitas, eu preciso que o senhor vá até o quarto da maternidade em que elas estão para assinar as certidões de nascimentos delas, é o quarto 2102, bom de qualquer jeito isso pode ser feito amanhã, já que elas terão que passar essa noite na incubadora, mas só por precaução já que elas não correm risco de vida, na verdade é só pra elas se acostumarem estar fora da mãe, se isso não for feito pode ter algumas complicações – senti um alivio enorme pelas minhas princesas, apesar de saber que ambas estavam bem, era melhor ainda saber que eu e Bella poderíamos leva-las amanhã mesmo para nossa casa – E bom sobre sua esposa, eu peço que o senhor fique calmo, e lembre-se de não gritar, entendeu? – eu só assenti com a cabeção com medo da sua continuação – bom, durante o pós-parto houveram algumas complicações, e ela teve uma parada cardíaca – segurei minha respiração – e, eu sinto muito mas ela não sobreviveu, os médicos fizeram tudo para ...

A partir daí eu já não estava ouvindo mais nada, meus ouvidos estavam zumbido, meus olhos derramando lágrimas livremente de novo, e se antes meu corpo parecia pesado, agora ele parecia pesar mais de uma tonelada e eu já estava no chão de novo, parecia que um buraco havia sido aberto no meu coração, minha vida parecia não ter mais sentido algum, a dor era imensa, insuportável.

E AGORA? O QUE EU FARIA SEM A MINHA BELLA? O QUE SERIA DE MIM SEM SEU AMOR? COMO EU VIVERIA SEM SEU SORRISO, SEUS OLHOS, SUA PELE MACIA? COMO EU IRIA CRIAR NOSSAS FILHAS SOZINHO? EU NUNCA IRIA SER TÃO BOM QUANTO ELA! POR QUE, DEUS? POR QUE? POR QUE ELA? MINHA BELLA, NÃO PODERIA REALIZAR SEU SONHO DE SER MÃE, MINHA BELLA NÃO IRIA MAIS SORRIR DE MANHÃ! MINHA BELLA NÃO IRIA MAIS TROPEÇAR EM SEUS PRÓPRIOS PÉS E DEPOIS RIR DE SI MESMA! EU NÃO PODERIA MAIS BEIJÁ-LA, ABRAÇÁ-LA, TOCÁ-LA, VER SEUS OLHOS! O QUE SERIA DE MIM SEM OUVIR SUA VOZ DIZENDO QUE ME AMA TODOS OS DIAS? O QUE SERIA DE MIM SEM PODER DIZER A ELA QUE A AMO TODOS OS DIAS E VE-LA FICAR CORADA?

Sinceramente? Eu não sei como eu iria viver, mas eu teria que fazer isso pelas minhas filhas, minhas princesas, que sempre saberiam o quão perfeita sua mãe havia sido, quanto ela as tinha amado. Minha vida a partir de hoje seria somente pra cuidar e amar minhas filhas, nada mais além disso.

De repente senti uma mão reconfortadora em meu ombro, era o enfermeiro que ainda estava lá, eu olhei pra ele e ele disse.

–Eu sinto muito!

–E-e-e-eu po-po-po-posso ve-ve-ve-ve-la?

–Tem certeza de quer vê-la, senhor? – somente assenti com a cabeça – Então venha comigo vou leva-lo até ela.

Ele me ajudou a levantar do chão e eu o segui até o local onde os corpos ficavam, eu não conseguia parar de chorar, e a única coisa que eu conseguia pensar era “ Por que a minha Bella?”

O local estava escuro apesar de ser tudo extremamente branco, e a pouca iluminação só deixava tudo pior e mais doloroso. Eram várias macas, uma do lado da outra, com diversos corpos em cima cobertos por lençóis brancos, eu torcia para que ele estivesse errado, para que minha Bella não estivesse ali, aquele lugar não combinava com ela, era tudo muito escuro e triste.

–Me desculpe pelas luzes, é que a tempestade afetou um do geradores de luz, e ainda não foi possível chegarem até aqui para consertá-los, provavelmente só pela manhã conseguirão.

Eu não respondi e continuei o seguindo até que ele parou para ver um corpo em cima de uma maca, olhou pra mim com pena e disse:

–Eu sinto muito. – saiu da sala me deixando ali sozinho com o corpo inerte a minha frente.

E então eu entendi, aquela era minha Bella...

Eu não sabia o que fazer, não queria vê-la ali sem vida, pálida, com os olhos fechados, mas eu precisava ter certeza de que era ela, precisava dizer pela última vez que a amava, e mesmo que ela estivesse fria, que ela não me correspondesse, eu precisava abraça-la pela última vez, sentir seu corpo contra o meu, a forma como nossos corpos se encaixavam perfeitamente.

Então, chorando mais do que antes, puxei o lençol que cobria o rosto e minha respiração ficou presa na garganta, era minha Bella. Ela estava pálida e fria. Sem conseguir me conter peguei seu rosto entre as mãos e encostei minha testa na dela.

–Meu amor, por que você foi embora? Por que você me deixou? Eu te amo tanto, eu não sei como vou viver sem você, juro que não sei. Como eu vou cuidar das meninas sozinho? Como? Como nós vamos viver sem você? Não vai embora não, fica aqui comigo, volta pra mim, por favor, por favor! Bebe, por favor! Não me deixa!

Sem conseguir controlar minhas lágrimas que agora praticamente eram uma cachoeira a abracei, eu não sei o que estava fazendo mas eu a abracei com tanta força que eu quase fundi nosso corpo em um só, o que não seria ruim, pelo menos assim ela voltaria a viver.

–Bebe, eu prometo, juro, que vou cuidar das nossas princesas, eu juro que vou cuidar delas melhor do que eu cuidei de você, já que eu falhei com você e agora seu corpo está aqui nos meus braços sem vida alguma. Eu queria tanto ir te encontrar aí no céu, que eu sei que é onde você está agora, afinal você é um anjo, mas eu não posso, eu te prometi que iria cuidar das nossas bebes, e não vou quebrar mais essa promessa, e eu não posso deixa-las sozinhas e desamparadas, mas eu prometo meu anjo, assim que ambas já estiverem crescidas e já não dependerem de mim, eu vou te encontrar, eu sei que vai ser dolorosa a vida sem você, mas eu tenho que fazer isso pelas meninas, por você. Eu te amo, te amo, te amo, te amo. Mais que tudo, mais que todos, mais que qualquer um pode um dia sequer pensar em amar alguém. Me espere, amor, quando nós menos esperarmos nós estaremos um nos braços do outro.

Levantei a cabeça, seguei seu rosto em minhas mão, beijei primeiro sua testa, depois suas duas bochechas e por fim seu pequeno e delicado nariz. Eu não beijaria seus lábios, não queria ter a sensação de seus lábios frios e duros contra os meus, além do mais, apesar de ser minha Bella, seria doentio.

–Eu te amo, nunca se esqueça!

Ainda hesitando em soltá-la fui até sua mão e peguei a sua aliança do nosso casamento, colocando em meu dedo mindinho, e assim que chegasse em casa pegaria uma corrente de ouro e a penduraria em meu pescoço, ela sempre estaria comigo, onde quer que eu fosse.

–Tchau, meu amor, até breve. – eu não queria deixa-la mas precisava ver minhas meninas.

Meus olhos já ardiam de tanto chorar, e indo até o quarto das minhas princesas, percebi que precisava ligar para minha família para contar o que tinha acontecido, mas não teria forças pra dizer que minha Bella havia morrido. Dói só de pensar imagina se eu falar com minha própria voz? Eu deixaria minhas filhas órfãs, porque a dor iria me dilacerar de dentro para fora. Então seria melhor deixar que eles descobrissem por si mesmos quando chegassem no hospital pela manhã.

Cheguei no quarto onde o enfermeiro me informou que Lizzie e Nessie estariam e antes de entrar respirei fundo, apesar de não entenderem muito bem, não queria que minhas filhas me vissem chorando. Abri a porta do quarto e encarei as duas incubadoras uma do lado da outra que estavam lá dentro. Fui até elas, olhei primeiro pra que estava na esquerda, era Lizzie, depois olhei pra Nessie, elas estavam dormindo. Fiquei no meio das duas e coloquei uma mão em cima de cada incubadora.

–Minhas princesas, eu juro que vou cuidar de vocês. A mamãe não está mais com a gente, mas ela vai estar sempre nos nossos corações, e nos amará pra sempre. Prometo que vou fazer de tudo pra cuidar de vocês tão bem como ela cuidaria. Eu amo vocês, meus anjos.

Fiquei um tempo observando minhas filhas, enquanto as lágrimas escorriam, uma enfermeira me avisou que elas só poderiam sair da incubadora pela manhã, por volta das 10 da manhã, então não poderia pegá-las no colo. Quando de repente houve um estrondo muito forte e tudo se apagou, aparelhos, luzes, tudo. Eu entrei em pânico, elas não poderiam ficar sem a ajuda dos aparelhos, minhas filhas precisavam que a energia voltasse, então uma luz bem fraca acendeu no quarto e eu percebi que era das incubadoras, estavam funcionando com as baterias, mas as bateria só tinham 3 horas de duração, se a luz não voltasse logo, ela corriam risco de vida. Logo me desesperei, eu não podia deixar que elas morressem também, peguei meu celular pra ligar para minha irmã, mas estava sem sinal, então olhei pela porta do quarto e vi várias pessoas passando, estavam indo em direção á saída, não eram somente pacientes e acompanhantes, médicos e enfermeiros passavam com crianças no colo, todos correndo o mais de pressa possível. No meio de toda aquela gente, avistei o enfermeiro que havia me ajudado e o parei:

–O que está acontecendo, pelo amor de Deus?

–O hospital está sendo evacuado, a sala de geradores está inundada e não há condições de manter os pacientes aqui.

–Mas e minhas filhas? As incubadoras são portáteis, certo?

–Desculpe, senhor, mas eu acredito que não, mas...

Ele estava me respondendo quando uma pessoa mais pra frente desmaiou e ele foi socorrer a pessoa caída.

–Hey, espera! ME AJUDE! MINHAS FILHAS!

Mas ele me ignorou, assim como todos os outros que passaram, parecia que eu era invisível para todos, voltei correndo para a sala.

–Princesas, papai voltou! Eu não vou deixar que nada aconteça com vocês, eu prometo. Eu vou dar um jeito, aguentem aí. Já volto.

Quando voltei para o corredor, o mesmo estava totalmente vazio.

–Hey?! Tem alguém aí? Me ajudem! Minhas filhas precisam de ajuda! SOCORRO! Me ajudem pelo amor de Deus.

Mas nenhuma resposta veio do corredor escuro, se o desespero já estava grande antes, agora então, estava mais que gigantesco.

Isso não podia estar acontecendo, já não havia sido muita desgraça pra pouco tempo? Eu havia acabado de perder o amor da minha vida e agora perderia minhas filhas também? Não, de jeito nenhum, eu não permitiria isso. Voltei correndo para o quarto que elas estavam e as baterias estavam agora com duas horas e quarenta e cinco minutos de duração cada uma, eu teria tempo suficiente para encontrar algo pra eu comer, porque já estava começando a sentir fome, e depois procuraria mais do soro que elas estavam tomando, e então sairia para procurar algo pra carregar as baterias das incubadoras.

Saí correndo pelo hospital gritando por ajuda enquanto procurava uma máquina de lanches, porém, os dois primeiros andares estavam inundados, era impossível descer até lá, subi então até o quarto andar, estava tudo destruído e sem luz, mas lá tinham 3 máquinas, uma de refrigerantes e duas de salgadinhos e chocolates, era o suficiente, eu aguentaria qualquer coisa por elas. Peguei tudo o que podia carregar e com a ajuda de um tipo de cesto que estava jogado ali peguei mais um pouco. Voltei correndo até o quarto e verifiquei as baterias, porém a de Lizzie estava marcando que só restava uma hora e meia de bateira, diferente da de Nessie que estavam duas horas e quinze. DROGA! Além de tudo a bateria estava com defeito.

–Bebes, o papai já volta! Eu amo vocês!

Verifiquei qual o tipo de soro que constava na etiqueta do saquinho e saí correndo, agora procurando pelos soros. No fim do mesmo corredor tinha uma espécie de depósito de soros, procurei o certo, peguei uma certa quantidade e voltei para o quarto checando a quantidade que ainda tinha em cada um dos saquinhos, estavam com menos da metade, daqui a pouco teria que trocar, não deveria ser difícil, já havia visto as enfermeiras fazer aquilo diversas vezes. Eu iria conseguir. Chequei as baterias e a de Lizzie já acusava apenas quarenta e cinco minutos, porém eu estava exausto de correr pra cima e pra baixo, me sentei no sofá que tinha de frente ás incubadoras, e peguei uma coca para repor as energias, enquanto conversava com as minhas bebes.

–Tá quentinho aí, meus amores? Eu espero que sim, porque aqui fora está congelando. – e não era mentira, estava muito frio ali – Mas o papai não vai desistir, vocês vão fica aí até de manhã, a médica disse que vocês teriam que ficar e vocês vão ficar, eu prometo. Vocês não tem noção do quanto eu amo e preciso de vocês, não é? Talvez um dia quando vocês estiverem maiores, vocês entendam. – e as lágrimas já estavam descendo novamente. – A mamãe não está aqui, mas a culpa não é de vocês, nós dois daríamos a vida por vocês e foi isso que ela fez, tenho certeza de que ela não se arrepende, e se fosse eu no lugar dela faria a mesma coisa, por vocês três. Me perdoem por não ter salvado a mamãe, eu juro que eu queria ter ajudado ela, mas eu não podia fazer nada, talvez se eu não tivesse prometido que cuidaria de vocês ela teria lutado para poder cuidar de vocês, mas então eu estaria mentindo pra ela, não poderia dizer que não cuidaria de vocês, não podia mentir pra ela. E se ela morresse e eu não tivesse prometido eu me sentiria culpado pro resto da vida. – respirei fundo - Bom, agora eu tenho que ir procurar um jeito de carregar essas baterias, já volto, e quando eu voltar, eu prometo que mostro uma foto da mamãe pra vocês, ela era tão linda, e vocês são iguaizinhas á ela, perfeitas!

Dei uma última olhada nelas pelo vidro da incubadora, e nas baterias, a de Lizzie já acusava trinta minutos e a de Nessie uma hora e quarenta. Saí pela porta e fui passando de porta em porta para verificar se não tinha um carregador manual, estava já no último andar, totalmente desesperador, quando vi um carregador á manivela, escondido no fundo da primeira sala do andar. ISSO! MUITO BOM, ISSO SERVIRIA, FINALMENTE ALGO DE BOM ACONTECEU!

Peguei o equipamento, era meio pesado, mas eu daria um jeito de levar até o quarto das meninas. Com muito esforço, desci do sexto andar até o terceiro onde era o quarto com o equipamento. Quando estava chegando no quarto, ouvi um bip alto e insuportável, parecido com o que ouvi quando Bella estava na sala de parto. NÃO! NÃO! NÃO! ESSA AGORA NÃO! MINHAS FILHAS! Saí arrastando o equipamento com uma força que eu não sei de onde eu tirei e cheguei até a sala, a incubadora que Lizzie ocupava estava com a luz bem fraca e o monitor indicava que a bateria duraria apenas mais trinta segundos. Desesperadamente procurei o local para conectar o carregador e o liguei assim que as luzes se apagaram, girei a manivela o mais rápido que eu pude, mas não acusava nada, o monitor e a incubadora continuavam apagados, girei mais vezes, e então se acendeu a mesma luz fraca na incubadora e o monitor acendeu as suas luzes, anunciando que estava tudo bem com Lizzie. Caí sentado ao lado do carregador, encarando o monitor. A bateria acusava que tinha mais trinta minutos de duração, mas como estava com defeito, não poderia confiar, teria que ficar de olho a noite toda.

–UFFAA! LIZZIE, PRINCESA DO PAPAI, NÃO FAÇA MAIS ISSO! EU QUASE TIVE UM ATAQUE AQUI! – me levantei e fiquei entre elas – O papai já vai mostrar a mamãe pra vocês, antes só preciso ligar pra tia Allie, vocês vão conhecer ela quando saírem daí, ela é imã do papai, vocês vão amar ela.

Me levantei do chão e fui para o sofá pegando o celular no bolso, vi a hora é já eram 04:30 da manhã, porém ainda estava sem sinal. DROGA! Eu precisava pedir ajuda pra alguém, precisava das palavras confortadoras da Allie, dos braços acolhedores da mamãe, das piadinhas do Emm e da positividade do papai, mas acima de tudo o que eu queria era os olhos da minha Bella me olhando com amor incondicional. Porém agora eu não teria nenhum desses apoios, teria que ser forte por mim, pela minha família e pelas minhas garotas, e eu seria tudo o que elas precisassem.

Fiquei um tempo sentado encarando as duas incubadoras á minha frente, o sono já estava chegando ao limite, meus olhos pesavam, mas eu não poderia dormir, tinha que cuidar das minhas bebes. Fui acordado dos meus pensamentos quando as máquinas começaram a tocar simultaneamente, fui correndo ver o que era, e constatei que os soros haviam chegado ao seu final.

–Calminha princesas, eu sei, prometi que iria mostrar a mamãe pra vocês, pois vou mostrar agora.

Depois de trocar os soros de cada uma peguei minha carteira que continha duas fotos de Bela dentro, eu tinha diversas no celular, porém não poderia arriscar ficar sem bateria. Coloquei uma foto em cada incubadora na parte de cima do vidro virada para baixo, para que elas vissem, tudo bem que elas estavam com os olhos fechados e dormiam, mas eu precisava disso. Me sentei no meio das duas.

–Essa é a mamãe, meus amores, ela era linda, não? Eu espero que vocês sejam iguaizinhas á ela. Ela era a pessoa mais linda que eu já conheci em toda a minha vida, logo que a conheci, eu me apaixonei, foi amor á primeira vista, e depois aos poucos eu aprendi a amar sua personalidade. Me lembro até hoje, nós estávamos na faculdade, o papai fazia publicidade e a mamãe jornalismo, a primeira vez que a vi ela estava correndo pelo campus tentando fugir da chuva que estava caindo, ela então entrou correndo no prédio, eu estava indo á biblioteca, foi então que a vi sentada em uma das mesas, não consegui me segurar e fui até ela me apresentando, depois disso nós saímos algumas vezes, e cada vez mais eu me apaixonava, e eu percebia pelo seus olhos que com ela acontecia o mesmo, depois de um mês saindo praticamente todos os dias, eu a pedi em namoro, os olhos dela brilhavam de uma forma que me deixava sem palavras, era lindo, então nós namoramos até o fim da faculdade e no dia da nossa formatura eu a pedi em casamento, e depois de 6 meses nós estávamos na igreja. Nosso casamento era lindo e nós éramos muito felizes, então após 2 anos do casamento nós descobrimos que vocês estavam á caminho, foi o dia mais feliz de toda a minha vida, eu chorei muito, e a mamãe dava risada, enquanto a risada se misturava com as lágrimas. E agora aqui estamos nós. Meus amores, eu sei que a vida sem a mamãe vai ser difícil e triste, mas eu vou cuidar e amar vocês e nós vamos conseguir, nós vamos deixar a mamãe orgulhosa de nós. Eu prometo. – eu nem percebi mas as lágrimas já estavam escorrendo de novo.

Me levantei do chão e resolvi comer alguma coisa, porém ao abrir as embalagens, constatei que estavam todas estragadas, assim como as latas de refrigerante. MERDA! Eu estava com sono e com fome, não podia acontecer isso agora. Mas tudo bem, eu vou aguentar, peguei meu celular e vi que já eram 05:45 hs.

Faltava pouco para que eu pudesse tirar minhas bebes daquelas incubadoras, e naquele exato momento a incubadora de Nessie começou a apitar, a bateria estava em seu fim, apidamente conectei o carregador e girei a manivela, carregou apenas 2 minutos, girei mais um pouco mas não passou dos 2 minutos. ÓTIMO! Aquela bateia também estava com defeito, assim que terminei de carregar a bateria de Nessie, a de Lizzie começou a apitar. E olha só, carregou apenas 2 minutos também. Isso queria dizer que eu teria carregar as baterias a cada 2 minutos.

O tempo foi passando, eu me revezava em admirar minhas filhas, carregar as baterias e tentar falar com alguém.

Eu já estava exausto e com muita fome, a força para girar a manivela estava acabando, meus olhos estavam quase fechando e eu sentia que estava prestes a desmaiar. Olhei mais uma vez no celular, e graças a Deus já eram 09:50hs, mais 10 minutos, me levantei do sofá em frente as incubadoras para carregar mais uma vez as baterias, mas eu estava tonto, e tropecei em meus próprios pés, conforme cai bati a cabeça com força em algum lugar e meus olhos se fecharam, eu estava quase desmaiando, mas ouvi as bateria apitando, eu tentava me levantar, mas a escuridão não deixava. Já estava entrando em desespero. VAI EDWARD! LEVANTA! SUAS FILHAS PRECISAM DE VOCÊ!

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Continua...


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Notas finais do capítulo

Gostaram?!
Coitado do Edward, né?!


Comentem, please!

Já vou postar o próximo e último....



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