PARADOXO PERFEITO - Draco & Hermione escrita por AppleFran


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Depois de bastante tempo aqui vai a atualização que fiquei devendo. Essa história já está finalizada, então o tempo para o último capítulo será BEM menor! Peço desculpas pela demora.



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Finalmente estava só. Draco olhou de um lado para o outro dos jardins do castelo de Hogwarts e sentou aliviado na pequena mureta que dividia as estufas de Herbologia do enorme gramado que se estendia para o lago. Fechou os olhos e desejou voltar no tempo. Tudo havia acabado. Régulus havia ajudado a ele e a Hermione com muito custo. Encontrar o velho comensal havia garantido a eles muitos cabelos brancos, mas convencê-lo a ajuda-los havia sido ainda mais penoso. Draco conseguira livrar seus pais de Voldemort antes mesmo de Hermione voltar para Harry Potter e ajuda-lo a matar o próprio.

A Ordem estava toda concentrada no castelo novamente assim como depois da morte de Dumbledore. Ele fugia de cada pessoa em especial daquele lugar. Sabia bem o que as pessoas comentavam sobre ele. Sobre sua família em processo de julgamento no Ministério, sobre ele ter se aproveitado da Ordem e que ele deveria ter ido preso juntos com todos os outros comensais. Ele não se importava. Só comentavam aquilo porque haviam ganho a guerra, o que Draco agradecia todos os dias. Ele sabia que se Voldemort ainda estivesse vivo as coisas estariam muito mais feias para o lado dele agora que tinha conseguido passar a perna no maior bruxo das trevas livrando seus pais da mão do poderoso.

As únicas pessoas que não se afastavam quando passava tinham o nome de Hermione Granger e Severus Snape, mas seu professor favorito estava sempre ocupado com Minerva tratando de assuntos da Ordem e resolvendo problemas com os julgamentos no Ministério trabalhando para que todos fossem punidos justamente e Hermione estava agora com seus amigos todo o tempo. Eles haviam voltado a Hogwarts e o ar daquele edifício pareceu separar os dois como havia separado durante os seis anos de escola. Ele se sentava sozinho na hora das refeições enquanto ela estava cercado por seus milhares de amigos, rindo e contando histórias.

Ele contava nos dedos as vezes que ela havia direcionado o olhar para ele enquanto estavam no salão principal de Hogwarts. Quando o fazia, ela parecia se desligar de todos a sua volta, sorria para ele e ele sorria de volta, eles partilhavam em silêncio do que passaram juntos naqueles sorrisos, como se tivessem trancado aquele tempo no fundo de um cofre que ninguém tinha o direito de tocar, tudo entre eles havia mudado durante aqueles dois anos. Não demorava muito e alguém a chamava trazendo-a de volta para o mundo, ela levava seus olhos para longe dos dele e lá estava ele novamente sozinho.

Ele pensava naquele tempo quando fechava os olhos. O tempo em que eles estavam cada dia em um lugar, juntos, só ele e ela. Lembrava desse tempo e tentava procurar o dia exato, o momento e o segundo em que ele havia deixado de odiá-la. Não conseguia encontrar. Ele precisava encontrar esse dia. Ele precisava entender porque.

Escutou o murmúrio baixo de um conversa que vinha se aproximando. Ele abriu e revirou os olhos. Estava cansado de fugir das pessoas. Não era possível que em nenhum lugar daquele maldito castelo ele ia ter paz. Olhou para trás e pelo vidro de uma das estufas ele viu Harry Potter e Hermione Granger de mãos dadas, passando pelo corredor. Apertou os lábios sem paciência. Algo muito mais forte que o seu desapreço por Potter o corroía todo por dentro quando pensava nele tocando Hermione. Aquele ácido estranho lhe desceu garganta abaixo quando viu os dois juntos. Ela parecia distante enquanto ele falava.

– Hermione! Está me escutando? – Potter falou alto.

Ela murmurou algo baixo em resposta que Draco não conseguiu ouvir. Ele se levantou da mureta a fim de deixar os dois a sós. Não que ele quisesse, mas a força da vontade que teve de ir até lá e arrancar Granger da companhia de Potter o assustou.

Olhou uma última vez o casal pelo vidro da estufa e foi obrigado a parar. Potter segurava o rosto dela e a proximidade com que estavam fez com que o ácido em sua garganta voltasse. Ele dizia algo baixo só para ela. Draco fez uma careta. A cada segundo que seus olhos ficavam focados naquela cena ele sentia suas unhas entrarem na palma de sua mão no fundo dos bolsos de sua calça.

Harry foi beijá-la e ela desviou o rosto. Draco sorriu. Potter pareceu precisar de um minuto para entender que Hermione não queria seu beijo. Afastou-se dela e ele pareceu precisar de mais tempo para entender o que se passava na mente dela enquanto a encarava.

– Certo, Hermione! – ele exclamou alto. No tom de sua voz havia raiva. – Agora é a hora que você me explica o que foi isso. - Ela ficou calada como se tentasse entender o que havia feito. – O que está havendo com você? Não consigo mais te entender! Você mudou! Por que anda se comportando entranho como se não se encaixasse mais entre nós? Não estou falando de nós dois apenas, Hermione!

Me desculpe, Harry! Nós ficamos muito tempo longe um do outro. Foram quase dois anos que não tivemos contato algum!

Sim, e eu não gosto nem de lembrar que durante esse tempo todo você esteve com outro homem!

Ela ergueu as sobrancelhas como se aquilo tivesse a ferido.

Por Deus, Harry! Nós não estamos falando de qualquer outra pessoa, estamos falando de Draco Malfoy! Você não está insinuando que eu...

Eu não estou insinuando nada! – ele a cortou. – Eu apenas quero entender o que houve com você! Gina disse que você não consegue dormir direito e que tem noites que passa em claro lendo liv...

Gina o que? – foi a vez dela o cortar. – Desde quando eu virei pauta de assunto entre você e Gina? Ela nunca tratou desse assunto comigo.

Nós comentamos sobre você, Hermione! Está diferente. Não somos só eu e Gina.

Não gosto da forma como ainda pronuncia o nome dela. – ela disse e Potter revirou os olhos erguendo as mãos. – Eu quem deveria estar preocupada com o tempo em que estivemos longe. Você esteve com Gina e o histórico entre vocês é bem mais preocupante do que o meu com Malfoy! Desde que nos encontramos você vem agindo como um excelente namorado, mas eu estou precisando de um amigo! Do meu melhor amigo! E você costumava ser ele! – ela deu as costas e voltou para o castelo deixando Harry sozinho.

Draco sorriu. Aquela garota não era fácil. Largou Potter sozinho assim como ela e voltou pelo caminho contrário para o castelo. Não esperou que fosse possível, mas a viu cruzar o saguão de entrada assim que passou pela porta principal. Ela estava milagrosamente desacompanhada. Ele conseguiu alcançá-la quando ela chegou na escada.

Discurso enjoativo aquele seu de hoje de manhã. – ele começou quando passaram a subir juntos.

Ela se virou surpresa, o viu e por incrível que pareça se sentiu em casa perto dele. Não se sentia assim desde que haviam se separado.

Obrigada, Malfoy. Sei que gostou. – ela sorriu permitindo que ficassem lado a lado enquanto avançavam pela escada. Havia se orgulhado de seu pronunciamento pela manhã durante uma cerimônia em homenagem aos mortos durante a guerra. Todos a haviam elogiado menos ele. Ele sempre era o contrário de todos.

Não estou brincando, Granger, foi horrível. – ele riu.

Ela revirou os olhos enquanto tomavam rumo ao corredor leste do castelo já no segundo pavimento.

Todos gostaram. Sua opinião não conta.

Então é só voltarmos para esse castelo e minha opinião perde credibilidade?

Vamos dizer que ela nunca teve credibilidade realmente.

Hei! – ele protestou.

Não foi nessa esquina aqui que você me chamou de sangue-ruim uma vez

– Granger... - dessa vez ele estava sério.

Ela riu.

Tudo bem, Malfoy! Seu sei! Faz parte de quem você é! – ela disse e ele se perguntou quando foi que aquilo havia virado piada para ela. Não gostava que ela mencionasse aquilo. Ela parecia sempre querer lembrar a ele do preconceito que ele tinha por ela. Talvez fosse uma forma de lembrar a ela mesmo também.

Hermione empurrou a porta de um escritório generosamente bem arrumado e ele entrou seguindo ela. Uma estante enorme que ia do chão até o teto se estendia a sua frente. Uma claraboia cheia de arcos dava iluminação e em um canto havia uma mesa com muitas cadeiras em volta.

Bela sala. – Draco comentou enquanto se sentava na mesa, punha um dos pés na cadeira a frente e passava a brincar com a goles que havia encontrado no chão. Havia visto Gina Weasley com aquela goles durante o almoço se não lhe falhava a memória.

É minha. – ela informou orgulhosa.

Desde quando você passou a ter posse de ambientes em Hogwarts?

Desde que me tornei professora. – ela disse enquanto pegava livros da pilha que estava sobre a mesa e os ajeitava numa pequena estante logo atrás.

Ele riu.

Essa escola não vai parar nunca de ser uma piada!

Não vai ser por muito tempo e vou dar aula só para os três primeiros anos. – ela explicou. – McGonagall pediu ajuda já que está tudo muito complicado de se organizar desde a morte de Dumbledore e agora com essa confusão no mundo bruxo depois da morte de Voldemort as coisas pioraram. – ele ainda ria de uma forma zombateira. Ela se sentou ao lado dele na mesa – E saiba você que ela disse que nunca conheceu professores em Hogwarts com notas tão boas quanto as minhas nos testes finais.

Ele continuou a rir.

Cuidado para os seus alunos não te confundirem com uma estudante nos primeiros dias. – zombou ele.

Ela estreitou os olhos.

Segure a língua, Malfoy, ou vou ser obrigada a te lançar uma azaração.

Ele jogando a goles para ela que a pegou.

Você sabe como eu sei ser rápido em me desviar de feitiços, Granger. Dois anos não foram o suficiente pra você aprender?

Ela lançou a goles para ele novamente.

Não seja tão econômico descontando os outros seis que passamos aqui nesse castelo!

Eles riram. Fazia muito tempo que não era só ele e ela novamente. Tudo parecia ainda mais confortável sem a pressão de que precisavam encontrar um novo lugar para ir antes que vencessem as vinte e quatro horas.

Me diga o que tem feito aqui pelo castelo? – ela perguntou.

Tenho tentando encontrar uma forma de escapar daqui, mas parece que Snape o selou bem para que ninguém entrasse nem saísse.

Eles vão nos liberar logo. – ela disse tentando ajudar. Sabia do que as pessoas comentavam sobre ele.

É, eu sei.

E o que pretende fazer depois que se ver livre?

A pergunta o atingiu. Ele não sabia. Até o presente momento ele só havia pensado em se ver livre daquela prisão cheia de pessoas que lhe apontavam o dedo e em, bem, Hermione. Deu de ombros para ela.

Não sei. Se não leu os jornais, as coisas não andam muito bem para o meu lado não é só aqui dentro.

Sua família vai ser absolvida, Malfoy. Sabe disso. No máximo terão que prestar serviços comunitários ou pagar algo com a fortuna de vocês como punição por terem escolhido se juntar a Voldemort no início da guerra. – ela disse e ele assentiu. Queria poder estar assistindo ao julgamento dos pais, mas estava preso naquele maldito castelo. – Malfoy. – ele piscou e a encarou. – Nunca vi ninguém criar feitiços e magia como você. – ela sorriu para ele. – A forma como você desintegra os feitiços e os junta de uma forma nova, os cálculos que faz, os estudos que desenvolve. Você é muito bom. Deveria se aprofundar nisso.- ela sugeriu.

Draco a encarou. Ele tentava escolher uma palavra para descrever a sensação que teve a ouvir ela dizer tudo aquilo. Sentiu-se envergonhado por não merecer estar sequer do lado dela ali naquela sala. Mesmo com todo o rancor que ele sabia que ela guardava por ele dentro de si, lá estava ela dizendo o quanto ele era bom em algo que ninguém nunca havia notado, nem mesmo seus pais.

Acha mesmo que sou bom? – ele queria ter certeza de que havia escutado corretamente.

Por Deus, Malfoy! Você é ótimo! Nunca vi ninguém fazer o que você faz. – ela disse sorrindo enquanto roubava a goles dele.

Ele processou todas as palavras dela. Teve novamente aquela vontade louca de tocá-la. Era desesperador conter aquilo que havia se tornado cada vez mais constante durante o tempo que estiveram juntos. Ali parecia ainda mais desesperador.

Tudo que foi capaz de fazer foi sorrir para ela. Ele não era digno. Não era digno sequer de olhar nos olhos dela.

Bem, ainda faltam seis meses para o início das aulas. O que pretende fazer até lá, Srta. Granger? – ele tentou mudar de assunto.

Ela deu de ombros enquanto se levantava e andava pela sala sem caminho específico.

Harry tem uma casa no Largo Grimmauld. Vamos ficar lá por um tempo, ele, eu, Rony, Gina e mais algumas pessoas.

Ele se levantou logo atrás dela.

Vai sentir falta de estar comigo. Vai ver o quanto Potter é chato.

Ela riu incrédula pelo comentário dele.

Eu não já deveria ter visto isso faz tempo?

Você ainda não tinha me conhecido, Granger! – ele puxou a goles da mão dela.

Ah! Diz isso porque mal consegue dormir a noite sem a minha companhia do seu lado. – ela provocou puxando a goles de volta.

Ele riu.

Tem certeza de que esse sou eu e não você?

Draco puxou novamente a goles para ele, mas dessa vez ele se livrou dela e aquela vontade louca de tocá-la já parecia não ter porque ser contida. Ele a segurou pelo braço e a puxou pela cintura para ficarem próximos. Ambos riam.

A porta se abriu quase que no mesmo segundo. Harry Potter apareceu por ela. Ele parou fitando os dois como se não acreditasse. Draco a soltou se perguntando de onde havia tirado a ousadia para tocá-la e o que ele pretendia fazer se Harry Potter não aparecesse por aquela porta.

Olá, cicatriz. – Draco ironizou seu bom humor. – Como sempre, atrapalhando!

Ah Harry... – Hermione sussurrou ao seu lado.

Harry parecia ignorar a presença de Draco. Ele encarava Hermione incrédulo ainda.

Não acredito que e você realmente me disse tudo aquilo sobre Gina a pouco tempo atrás com a seriedade que eu vi nos seus olhos e agora me faz ver isso! – ele tinha uma voz falhada.

Harry... – ela repetiu ainda num sussurro como se lamentasse profundamente. – Não é isso que você está...

Ele soltou um riso alto e sarcástico a cortando

Por favor não diga essa frase, Hermione! – seu tom foi ríspido agora. Seus olhos verdes pularam de Draco para ela seguidas vezes. – Vocês podem continuar de onde pararam. – ele deu as costas.

Já que insiste, cicatriz!

Draco deu de ombros dando um passo para Hermione. Ela recuou instantaneamente. Harry permitiu que a provocação deixasse que o sangue subisse por suas veias quando. Voltou-se para ele e em um passo tinha os punhos fechados na gola do casaco de Draco e o arrastava para fazê-lo bater as costas na estante que ia até o teto. Hermione gritou tentando conter Harry, mas a força com que ela o segurou não foi suficiente.

Você-fica-longe-da-minha-garota. – Harry vociferou com o dedo apontado para Malfoy.

EU NÃO SOU SUA GAROTA! – Hermione gritou com raiva para Harry.

O sorriso sarcástico levantou o canto dos lábios de Draco. Harry ofegava para ele enquanto processava as palavras de Hermione que ainda ecoavam pela sala.

Você escutou a garota, Potter. – Draco ajudou a confirmar as conclusões do outro.

Harry o soltou sem escolha. Algo em seus olhos parecia ignorar ele por completo e dar espaço para um brilho enorme de frustração. Ele se voltou para Hermione que tampava a boca com as mãos arrependida das palavras que tinha soltado.

Harry deu as costas novamente e saiu. Parecia um tanto quanto sem rumo. Ele parou com as mãos na porta. Virou-se novamente para ela e seu rosto se comprimiu numa dor profunda.

Por que depois de tudo que ele já te fez passar você... – ele parou sem palavras. Virou novamente fazendo menção de que sairia, mas tornou a encará-la. – EU SEQUEI TODAS AS LÁGRIMAS QUE VOCÊ DERRAMOU POR CULPA DELE! – Harry gritou. Hermione parecia uma estátua enquanto o encarava com os olhos bem abertos. – Agora eu entendo porque você chorava tanto quando ele te desprezava. – Harry olhou com nojo para Draco e finalmente foi embora.

O silêncio pairou. Foi o mais incomodo de todos. Hermione puxou o ar como quem ganhava vida. Destampou a boca e correu para a porta. Parou e olhou Draco. Ela parecia perdida.

– Desculpa. – ela disse e saiu.

Desculpa? Draco ajeitou a gola do casaco. Não entendia como ela conseguia direcionar aquela palavra tantas vezes para ele sendo que ambos sabiam que quem devia o maior pedido de desculpa de todos era ele.

Agradeceu a Harry Potter por ter chegado naquela sala exatamente na hora certa, ele havia se segurado dois anos inteiros para não tocar nela e tudo pareceu acontecer muito rápido e de forma completamente imperceptível ali naquela sala. Talvez porque sentiam-se muito mais confortáveis sem toda a pressão que haviam tido de suportar o tempo que passaram juntos procurando por Régulus. Ele havia aprendido a gostar dela, a gostar de conversar com ela, a ouvir o que ela tinha para dizer sempre. Praguejou por saber que não veria Hermione desacompanhada ou livre tão cedo antes dele ir embora daquele castelo e se afastar da vida dela de uma vez por todas. Pensar nisso o fez sentir aquele ácido novamente em sua garganta, no entanto dessa vez ele parecia correr suas veias também. Deixar Hermione pra sempre. Estava errado ele não querer aquilo. Estava muito errado e ele precisava concertar esse errado.

**

“Tem certeza?”, ecoava na mente de Hermione Granger. “Tem certeza?”

Não sei. – ela sussurrou em resposta para si mesma.

Estava parada de frente para a porta de um velho pub na Travessa do Tranco. As luzes amarelas que atravessavam o vidro empoeirado da minúscula vitrine alertava que o local estava aberto. Olhou de um lado para o outro da estreita avenida mal cuidada do mais conhecido centro de comércio bruxo ilegal da Inglaterra e tentou se lembrar de como ele passou a se tornar comum para os olhos dela.

Esticou a mão para abrir a porta mas a recuou novamente. Fechou os olhos e respirou fundo com raiva de si mesma. “Tem certeza?” Ela tinha que superar aquilo. Era ridículo essa agonia que passava toda noite ao se deitar.

Esticou a mão novamente mas a porta se abriu sozinha. Do outro lado um bruxo com um chapéu pontudo bem mal posto sob a cabeça surgiu. Uma garrafa quase vazia de Whisky balançava de um lado para o outro seguras na mão do homem que tentava se manter de pé.

Merlin! Vi um anjo! – ele soluçou e caiu no chão escorregando pela porta.

Tirem esse verme da porta do meu estabelecimento! – escutou alguém gritar do lado de dentro.

Hermione segurou a porta e passou por cima do corpo do outro entrando no pub. Dois homens grandes vinham na direção da saída buscar o outra caído porém pararam assim que a viram.

Aqui não é lugar para moças, senhorita. – um deles disse.

Ela estreitou os olhos sentindo-se ameaçada ao escutar o outro.

Te mostro que tipo de moça eu sou quando colocar minha varinha pra funcionar em você. – alguma coisa ela tinha aprendido em seus dois anos com Malfoy.

Os homens riram, deram de ombros e passaram por ela passando a chutar o outro no chão para o lado de fora tentando deixar livre a passagem na porta.

Hermione passou os olhos pelo local. Estava cheio. Ela caminhou por entre as mesas e percebeu os olhares se voltando para ela. Começaram a fazer piadinhas. Ela se irritou, mas continuou fingir ignorar. Quando chegou a escada e passou a subir seus degraus um por um, teve medo de que ela viesse a baixo do tanto que a madeira estava podre e os parafusos frouxos. Respirou fundo e continuou a subir.

“Tem certeza?” Ela estava agora parada de frente a última porta do corredor. No andar de cima as vozes do pavimento abaixo eram só murmúrios abafados. Estava deserto e parecia que não era a primeira a passar ali em milênios. Fechou os olhos. “Tem certeza?” Ela nunca havia ido tão longe naquela teimosia.

Tenho. – abriu os olhos, ergueu a mão e bateu na porta.

Pareceu um eternidade esperar pela resposta. Quando estava se preparando para bater novamente, alguém a abriu.

Draco Malfoy apareceu do outro lado. Ela bateu os olhos nele e soube que muito provavelmente estivera lendo durante muito tempo. Havia aprendido muito sobre Malfoy.

Ele carregou sua expressão imediatamente numa de incredulidade e dúvida assim que a viu em sua porta. Seu cenho franziu enquanto ele tentava convencer a si mesmo de que não era sua cabeça lhe pregando peças depois de um longo dia de muito trabalho.

Granger? – ele precisou ter certeza.

Posso entrar? – ela apressou-se.

Ele apenas a encarou por muito tempo em silêncio. Hermione tinha ódio dessa personalidade Sonserina impregnada nele. Ela poderia observar Malfoy por um dia inteiro e ele permanecer com a mesma expressão. Raras as vezes em que ela havia visto ele abandonar essa característica, mas em sua maioria ela tentava decifrá-lo, entender o que se passava em sua mente, mas simplesmente não conseguia. Ele agia das formas mais inesperadas, surpreendendo-a das maneiras mais imprevisíveis e ela sequer podia ser capaz de compreender já que sua expressão era sempre aquela imutável.

Como me achou? – perguntou ele.

Já tive trabalhos mais difíceis com relação a isso. – ela respondeu.

Eles se encaravam por um longo tempo em silêncio. Ela teve novamente aquela agonia da expressão Sonserina imutável que ele tinha estampada na face. Ela havia aprendido a conviver com aquilo, mas ali ela estava sendo muito inconveniente.

Vá para casa, Granger. – ele disse e fechou a porta.

Malfoy! – ela segurou a porta antes que ela batesse e ele a abriu novamente.

O que faz aqui, Granger? – perguntou ele num tom cansado.

Posso entrar? – ela insistiu.

Me diga o que quer. – foi a vez dele insistir.

Eu não sei o que eu quero, certo? – ela respondeu num fôlego só sentindo-se pressionada. Eles se encararam em silêncio novamente. – Posso entrar? – ela arriscou mais uma vez.

Volte para casa, Granger. – e bateu a porta.

Hermione ficou lá olhando para a madeira desgastada a sua frente. Sentiu-se tão ridícula que sua garganta queimou. Ela se repreendeu um milhão de vezes. Por que ele estava tratando-a daquela maneira? Ela havia pensado que eles haviam vencido essa barreira a muito tempo. Foram dois anos juntos. Por que ela nunca conseguia entender, Draco Malfoy? Por que ele era sempre tão imprevisível? A última vez que haviam conversado não fazia pouco mais de uma semana no castelo de Hogwarts e ele parecia ser quase seu melhor amigo ali. Ela havia aprendido que ele tinha essa bipolaridade constante, mas ali ele havia sido quase que novamente o Malfoy que a insultava nos corredores da escola.

Talvez tudo fosse explicável. Certo que haviam estado juntos durante dois anos e nesse tempo haviam conseguido vencer muitas barreiras, mas algo que nunca haviam conversado mas que sempre havia estado certo entre eles era que quando tudo aquilo acabasse e estivessem bem, seguiriam suas vidas como antes, cada um para o seu lado, como sempre havia sido. Eles não tinham laços em comum, não tinham personalidades em comum, não tinham amigos em comum, não tinham vidas em comum. Eles apenas haviam tido um interesse em comum, mas que já havia sido resolvido. Hermione sentiu-se novamente estúpida. Deu as costas e seguiu para o caminho de onde havia vindo.

Draco permanecia do outro lado da porta com as mãos ainda na maçaneta. O que ela pensava estar fazendo indo atrás dele? Logo quando ele precisava ficar longe dela. O mais longe possível! Ele precisava parar de pensar nela, precisava que tudo ao seu redor parasse de lhe fazer se lembrar dela, precisava parar de querer sentir seu cheiro novamente, precisava se livrar o vício que era observá-la dormir, ele precisava parar de querer tudo aquilo que havia vivido com ela e principalmente precisava se livrar das lembranças de todas as vezes que havia tido a chance de abraça-la, de cheirá-la, de tocá-la, de sentir seu corpo e simplesmente havia permanecido imóvel decretando a si mesmo que ela era proibida. Ele precisava estar longe dela. Bem longe dela.

Abriu a porta novamente e foi atrás dela. A encontrou parada no fim do corredor a beira da escada com a mão pousada no corrimão. Estava escuro exceto pela luz fraca que vinha do andar de baixo. Ele não precisou correr para alcançá-la ou chamá-la para fazê-la parar. Ela já estava. Ele se aproximou e parou logo as suas costas. Eles ficaram em silêncio.

Eu sinto sua falta, Malfoy. – ela disse tão baixo que foi quase um sussurro. – E isso me incomoda muito. – ela acrescentou. Draco sentiu um frio correr em sua espinha. Como era bom escutar a voz dela. – Acho que isso é só comigo.

Ele fez menção de descer as escadas, mas ele a deteve segurando-a pelo braço.

Não é só com você. – ele apressou-se a dizer enquanto ela puxava de volta seu braço.

Eu entendi, Malfoy! – ela se virou para ele. – Você não precisa mais de mim então não é mais obrigado a me suportar ou me tratar com educação...

Não é isso, Granger! – ele a cortou passando a mão pelos cabelos.

Então me explica. Por favor! Me explica porque você foi tão inconstante conversando comigo em Hogwarts como se devêssemos muito um para o outro e agora simplesmente me trata como a sangue-ruim que foi obrigado a aturar durante o tempo que precis...

Ela foi obrigada a parar. Não porque não tinha mais o que falar, mas porque ele havia a tomado pelos dois braços, a prensado contra a parede e agora ele ocupava sua boca com a dele. Aquilo havia sido um susto e tanto. Ela precisou de dois segundos para entender que ele estava a beijando. Não era nada forçado, ele apenas pressionava sua boca contra a dela. Como um convite.

Eu só estou tentando concertar, Granger. – ele se afastou. Minimamente. Ela podia quase enxergar os poros de seu rosto. – Consertar a agonia que eu sinto em querer estar perto de você vinte e quatro horas. Preciso concertar porque isso só pode ser errado!

Ele usou uma voz que ela nunca havia ouvido dele. Era rouca e ao mesmo tempo tão grave que parecia que iria fazer tudo vibrar ao redor enquanto ela soava. Ela não entendia, mas aquela voz parecia ter o poder de fazer cada membro seu formigar. Agora ela entendi o que as meninas comentavam quando associavam o nome Draco Malfoy com a palavra sedutor. Por si só e de longe ele já fazia muita menina querer derreter, mas aquela voz...

Ela guardou o que ele havia dito, se era verdade ou não ela descobriria depois. Antes ela tinha urgência em aceitar o convite que ele havia feito antes de dizer qualquer palavra. Enfiou as mão nos cabelos do loiro e precisou ficar na ponta dos pés para sentir a boca dele novamente contra a sua.

Beijar Hermione era como provar uma fruta fresca e suculenta. Draco tentou entender como ele havia resistido aquela boca que tantas vezes o havia chamado em silêncio. Aquilo estava errado! Tudo gritava ao redor que aquilo estava errado. As paredes, o chão, o teto, o nada, as pessoas lá em baixo, os copos quebrando no chão. Tudo gritava que estava errado e que devia parar, mas dane-se! Ele estava beijando a boca de Hermione Jane Granger. Era como derrubar o muro de Berlim.

Antes que pudessem raciocinar ele já a carregava pelo corredor para o quarto. Ele precisava compensar dois anos onde ela havia sido proibida. Ainda era, mas depois que tudo que passaram chegou ao fim as coisas entre eles saíram do tolerável para o insuportável e talvez ele realmente precisasse estar com Hermione para conseguir as respostas das perguntas que se fazia de minuto em minuto desde que ela havia saído de seu lado.

**

Eu nunca pensei que fosse assim. – ele disse ofegante.

Hermione depositou um beijo sobre os lábios dele e sorriu em seguida.

Assim o que? – perguntou ela beijando-o novamente.

Ir par a cama com alguém que se gosta. – ele respondeu.

Houve um momento de pausa. Hermione se afastou sentando-se sobre ele. Draco teve a perfeita visão do corpo dela. Ali sobre ele, com seu corpo banhado pelas chamas que crepitavam na lareira e a respiração ainda tão acelerada quanto a dele ela era a coisa mais linda que ele já havia visto em toda a sua vida. E olha que ele já havia visto muitas daquela mesma forma.

Ela franziu o cenho. Houve mais um segundo de silêncio enquanto ela esperava que ele fosse acrescentar mais alguma coisa.

Está se lembrando de quem está aqui agora com você?

Ele riu. Sentou-se e abraçou seu quadril apertando-o mais contra o dele. Ela havia sido dele. Havia sido dele de uma maneira que nenhuma das outras milhares de garotas que passaram por suas mãos havia sido. Ele olhou bem dentro dos olhos brilhosos dela.

Sim. – ele respondeu. – Hermione Jane Granger. – disse o nome dela, o que a fez sorrir. Sentiu os braços dela cercarem seu pescoço. Ele se aproximou e ela fechou os olhos. Sentiu seu hálito quente. Era delicioso. Ele se perguntou como havia resistido aquilo durante dois anos. Ela havia estado do seu lado, todas as noites e ele queria muito tocar ela, mas sabia que não podia. Não podia porque não queria só o corpo dela. Ele entendia isso agora. – Gosto de você. – sussurrou para ela.

Desde quando passou a gostar de sangues-ruins? – ela sussurrou de volta para ele. Draco descobriu o quando ela podia ser sexy usando aquela voz.

Ele riu.

Me faço essa pergunta todos os dias, Granger. – segurou-a pela cintura e deitou sobre ela. Afastou-se para olhar bem em seus olhos. Desviou para cada linha em seu rosto e parou em sua boca rosada. Se lembrava das noites que inconscientemente ele se pegava desejando-a, querendo descobrir se era tão deliciosa e macia como aparentava. Ele se inclinou e a beijou. Ele sabia agora que era muito mais do que ele pensava que fosse. – Gosto do sabor que você tem. – ele disse – É diferente estar com você. É completamente diferente. – ele selou seus lábios novamente nos dela. – Estive com muitas garotas, Granger, e pra mim elas sempre foram um pacote com boca, seios e um buraco entre as pernas, mas por favor, me responda o que tem de especial em você que parece que eu estou segurando o mundo inteiro em minhas mãos?

Ela suspirou. De repente se imaginou um pedaço de manteiga se derretendo. Não era certo que aquilo a afetasse tanto.

Eu sou como elas...

Não. Não é. – ele a cortou. – Eu te odiava muito. Você roubava meu lugar de melhor aluno em poções! Todos da minha família sempre se destacaram em poções! Meus pais me perturbavam dia e noite sobre como eu deveria estudar mais porque estava arriscando a credibilidade do nome dos Malfoy perdendo em poções para uma aluna sangue-ruim! Eu virava noites estudando, semanas preparando poções, para no fim sua poção ganhar o posto de a melhor. Eu odiava que as atenções sempre fossem pra você e de repente quando cresceu todos os garotos comentavam sobre Hermione Granger e eu sentia ainda mais ódio porque não podia negar que era linda. – ele soltou a respiração de uma vez. – Eu só te queria bem longe do meu caminho e agora está errado eu não conseguir viver longe de você.

Ela estava completamente surpresa, mas o sorriso sonhador que ela esticou nos lábios fez algo saltar dentro do coração dele. Era como se aquilo tudo vivido durante uma vida inteira ainda não fosse suficiente. Ele a queria.

Não faz sentido você me dizer todas essas coisas depois de tudo que já me fez passar. – ela suspirou. – Eu nunca entendi porque me afetava tanto que você me odiasse.

Draco sentiu seu coração pesar. A culpa o invadiu e o agonizou. Sentiu-se sujo por tocá-la. Agora que a conhecia sabia o quanto era indigno dela. O quanto ele não a merecia. colou sua boca na dela. Sua respiração parecia desesperadora.

Granger, por favor, me perdoe. – seu tom tinha um ar de súplica enquanto ele falava contra a boca dela. A apertou com força contra o seu corpo. – Por favor me perdoe por todas as lágrimas que eu te fiz derramar. Eu sei que ainda guarda tudo isso...

Malfoy! – ela o parou e ele se afastou para olhar novamente em seus olhos. – As coisas mudaram entre nós o tempo que estivemos juntos.

Mas eu sei que ainda guarda...

Malfoy! – ela o parou novamente. – Não é assim tão fácil te perdoar.

O silêncio. Pela primeira vez ela viu dor nos olhos dele. Ele nunca expressava nada. Mas Draco a estava surpreendendo de todas as formas desde o momento que ele havia a calado na beira da escada daquele pub. Agora ela estava pronta para escutar qualquer absurdo de sua boca e ver a verdade expressa nos olhos dele.

Me diga que um dia vai poder me perdoar.

Ela deixou que ele visse também nos olhos dela a dor que ela guardava de todas as ofensas que ele havia a feito. Ergueu uma das mãos e passou pelo rosto dele. Deixou suas unhas roçaram na barba que apontava em seu queixo e ele fechou os olhos suspirando. Tentou entender como alguém de sangue-puro como ele, com a fisionomia perfeitamente esculpida como a dele, e com o ego tão lapidado quanto o dele conseguia estar pedindo perdão a ela de uma forma tão suplicante. Ela queria muito poder perdoá-lo.

Eu realmente espero poder um dia, Malfoy. – ela sussurrou.

Ele abriu os olhos encarando-a intensamente. Selou seus lábios novamente nos dela e escondeu seu rosto contra o fino e cheiroso pescoço que ela tinha. Distribuiu seus beijos ali e depois brincou com o lóbulo de sua orelha até voltar para sua boca. Se beijaram. Gostavam de cada beijo. Por mais que fosse o mesmo muitas vezes, parecia diferente, como se em cada um eles descobrissem algo novo um do outro.

Hermione já estava surpresa o suficiente em conhecer um Draco Malfoy que ela jamais cogitara conhecer. Havia convencido bastante para si mesma de que sua necessidade de estar com ele durante aqueles dias eram meramente a consequência da quebra brusca de um costume que ela havia adquirido. O de estar com ele. Mas sabia e tentava omitir que voltar a estar com ele não seria o suficiente. Ela queria mais do que estar somente do lado dele como estivera durante os outros dois anos anteriores.

Eles giraram e ela estava por cima dele novamente. Os beijos que trocavam eram descompromissados e leves. Queriam sentir a boca um do outro e tocar um ao outro. Hermione se surpreendia e se derretia com a forma como ele tocava seu corpo. Era carinhoso, cuidadoso, sem pressa e ao mesmo tempo intenso. Hermione se lembrava de quando Gina descrevia Malfoy durante a época em que ela esteve perdidamente apaixonada por ele. Ela se lembrava da amiga o descrevendo como urgente, possessivo e por vezes até agressivo. Hermione tinha raiva de como Gina se sentia em perfeito estado mental sendo tão superficial, tentou alertá-la, mas a amiga nunca deu ouvidos a um bom concelho quando se dizia respeito ao seu desesperado coração. Draco era um Malfoy e nunca estariam no nível de um Malfoy.

Eu não sou garota para você. – ela sussurrou contra a boca dele. – Por que age como se estivesse apaixonado por mim.

Eles se afastaram e se encararam. O tempo de silêncio que se estendeu fez Hermione ponderar se havia dito algo muito errado. Ele a olhava de um jeito estranho. Ela nunca havia visto Draco Malfoy tão expressivo.

Hermione. – ele a chamou pelo nome enquanto tocava seu rosto com carinho. Aquilo a assustava e ao mesmo tempo lhe fazia querer que o tempo parasse. – Esqueça quem somos agora. – ele disse. – Vamos só estar juntos. Como quando estávamos antes da guerra acabar.

Ela sorriu. Podia fazer aquilo. Era o que queria. Foi por isso que ela o havia procurado. Aproximou-se dele e fechou os olhos sentido seus rostos tão próximo e seus corpos colados pele com pele. Ela tentava encontrar uma palavra para poder descrever a sensação, mas não conseguia a encontrar em seu extenso vocabulário. Queria poder estar assim com ele até seu último suspiro de vida. Céus! Aquilo era tão errado!

Podemos fingir que temos somente vinte quatro horas aqui? – ela disse enquanto sentia os dedos dele passarem por sua nuca e entrarem entre seus fios de cabelo. Aquilo fazia todos os pelos de seu corpo se eriçarem. – Podemos dormir juntos. – ela sentiu os lábios dele roçarem nos dela. – Gostava quando me abraçava durante a noite.

Ele soltou um riso abafado. Hermione sentia seus membros perderem as forças. Ele era tão homem.

Gostava se sentir seu cheiro antes de dormir. – ele usou aquela voz rouca novamente. Como ele fazia aquilo? A girou e lá estava ele sobre ela novamente. – Se temos somente vinte e quatro horas aqui precisamos decidir para onde vamos quando elas se expirarem.

Podemos decidir isso depois. – ela o beijou mostrando o que queria naquele momento.

Ele entendeu muito bem. Sorriu contra os lábios dela e não negou lhe dar novamente uma amostra de Draco Malfoy.

Era quase que inacreditável aceitar que ela o satisfazia tanto que ele sentia como se não precisasse de mais nada na vida que não fosse ela, aquele quarto e aquela cama. Ele parecia ter conquistado o ponto máximo de sua vida ali. Tudo soava incrivelmente errado e perfeitamente desejável. Ele não se importaria com nada. Estaria com ela, como quanto estavam antes do fim da guerra, mas dessa vez diferente. E enquanto isso significasse ter o mundo para ele, ele estaria ali com ela.

**

Draco não pode deixar de se compreensivo com a expressão de surpresa que havia no rosto de Hermione Granger quando ele abriu a porta.

– Eu pensei que você tivesse dito uma semana. – ela disse afastando-se da porta assim que a viu ser aberta.

Ele riu da expressão que ela ainda mantinha no rosto.

– Acontece Granger, que eu sabia que você é ética demais para vir se encontrar comigo carregando esse anel no dedo. Você esperaria o prazo que eu havia lhe informado passar para poder vir aqui com a consciência menos pesada. – ele a viu estreitar os olhos e riu novamente. – Você nunca deixa de buscar desculpas para poder cometer seus erros, não é mesmo?

– Obrigada por me refrescar a memória. Eu havia me esquecido completamente que você sempre joga baixo, Malfoy.

– Por favor, pare de continuar procurando desculpas que façam diminuir sua culpa. – ele a viu puxar o ar com raiva. – Não faça essa cara, sei que gostou de me encontrar ainda por aqui. – ele deu espaço para que ela entrasse.

Hermione passou os olhos no corredor rapidamente para se assegurar que não havia ninguém por ali antes de entrar no quarto daquele velho bar. Ela quis fugir ao ver tudo aquilo novamente exatamente como se lembrava. A cama, a janela empoeirada, as poltronas encardidas, o cheiro dele. Tudo aquilo lhe doía.

Draco fechou a porta as suas costas e ela se sentiu completamente fora de ambiente estando ali em pé enquanto milhões de lembranças se repetiam bem de frente ao seus olhos.

– Pode se sentar. – ele apontou para ela a outra poltrona vazia enquanto sentava-se na sua.

– Estou bem de pé. – ela apressou-se a dizer. – Além do mais, você será rápido no que tem a dizer. Eu tenho outros compromissos.

Ele riu dela. Aquilo a deixava com muita raiva.

– Sente-se, Granger. – ele insistiu.

– Me diga logo de uma vez por todas porque está fazendo isso! – ela se irritou com a calma dele.

– Você sabe porque. – ele ainda mantinha aquela calma que a fazia querer voar sobre o pescoço dele.

– Se soubesse eu não estaria aqui.

– Você sabe e é exatamente por isso que está aqui.

– Pare! – ela quase gritou e assustou-se com o próprio tom de voz que usou. Respirou fundo buscando sua calma. – Eu vou me casar, Malfoy. Eu estou seguindo com a minha vida. E estou feliz! – ela disse com calma.- Em um estágio que demorou para eu conseguir novamente! – acrescentou. - Você não tem o direito de aparecer depois de cinco anos só porque alguém me propôs em casamento e eu aceitei!

– Eu não sumi durante cinco anos... – ele se levantou.

– O que deveria ter feito! – ela exclamou. – Eu fiz a minha parte e você não esta cumprindo com a sua! Não esta cumprindo com a sua parte vindo aqui! – ela respirou fundo afastando-se quando ele se aproximou demais. – O que quer de mim?

– Sabe exatamente o que eu quero de você. Nada mudou. Você sabe que nada mudou. – ele tocou o pulso dela com cuidado e ela puxou de volta afastando-se dele novamente com agilidade

– Pare com isso, Malfoy! Tem ideia do quanto isso soa doentio? Voltar para Inglaterra depois de todo esse tempo, me procurar e ainda dizer essas coisas sabendo que estou com outra pessoa! Por que simplesmente não para? As coisas estavam bem como estavam...

– Não estavam...

– Estavam sim! Você está com a sua vida como deveria estar e eu estou com a minha. Cada um seguindo a sua. Como deveria ter sido depois da morte de Voldemort.

– Não sou como você, Hermione Granger. - ele se aproximou e dessa vez ela não recuou. – Não posso conviver com a ideia de que vai se casar. Não posso conviver com a ideia de que vamos viver duas vidas separadas, que vai ter filhos com outra pessoa! Não é tão fácil para mim quanto é pra você...

– Isso é ridículo. – ela riu incrédula, deu as costas para ele e seguiu para a porta, mas antes mesmo que pudesse esticar a mão para girar a maçaneta ele segurou seu pulso com força dessa vez, a girou e a pressionou contra a porta. Agora ela não tinha para onde recuar. Ela sentiu a respiração dele contra seu rosto. A proximidade que ele mantinha era agoniante. Fazia seus músculos arderem e seu cérebro repetir em sua memória as milhares de vezes em que estiveram daquela forma.

– Me diga o quanto ama Harry James Potter, Granger. – ele pediu.

– Me solta. – ela pediu tentando manter a calma.

– Me diga. – ele vociferou dessa vez.

– O amo tanto quanto amei você.

– MENTIRA! – ele gritou e ela prendeu a respiração. – Acha que não te conheço, Granger? Você é uma grifinória! Sempre foi um livro aberto! Tenta convencer a si mesma disso...

– EU ESTOU TENTANDO TE SUPERAR, MALFOY! – ela gritou de volta. – NÃO TEM O DIREITO DE INTERFERIR NISSO PORQUE QUEM ESCOLHEU SEGUIR VIDAS SEPARADAS FOI VOCÊ! O QUE QUER AQUI? QUER QUE EU DESISTA DO MEU CASAMENTO E FIQUE COM VOCÊ? É ISSO QUE QUER?

Foi a vez dele se afastar. Ele sabia que chegariam nesse ponto, mas ainda tinha esperanças de que não.

– Eu só quero saber como consegue. – ele disse. – Por favor me fale como consegue seguir a vida. Como consegue estar com outra pessoa sem se lembrar de nós?

Ela se calou surpresa com as palavras do outro. Sabia o motivo que o tinha trago de volta a Inglaterra, claro que sabia. E ela realmente temeu que isso acontecesse. Quando as notícias saíram no jornal e ele não apareceu tentou convencer a si mesma de que estava aliviada, mas quando o viu no encontro anual no Ministério ela mal sabia o que pensar. E agora ela estava ali, com ele. Estava porque não conseguia dormir mais durante a noite quando ela se lembrava de como ele a havia abordado na festa do Ministério. Em um rápido e simples encontro, vê-lo, senti-lo, tocá-lo, escutar sua voz, a fez entender que não, ela nunca o superaria, ele sempre seria seu ponto fraco, e que estar com outro homem não a faria deixar de amar Draco Malfoy singularmente. Nunca.

– Eu não consigo. – sua garganta ardia e ela sentiu raiva pelo tom fraco em que sua voz havia saído – Por que acha que eu estou me casando?

Silêncio. Eles se encararam. Pareceu uma eternidade. Talvez ela tivesse dito o que ele queria ouvir porque ele já não tinha mais nada o que falar. Ela muito menos. O silêncio era tão incerto e agonizava os dois. Hermione deu um passo em direção a ele e parou por se assustar com o próprio ato involuntário.

Draco se frustrou por ela ter parado. Ele precisava dela de novo. Só mais uma vez. Mais uma única vez. Merlin! Que erro o seu ter voltado a Inglaterra! Tudo que ele havia conseguido controlar durante todo o tempo em que esteve longe dela agora o torturava come se estivesse tentando se vingar. Colou seu corpo no dela e a prensou novamente contra a porta. Seus rostos próximos demais, seus olhos fechados e suas respirações disputando o mesmo mínimo espaço que havia entre suas bocas.

Ele não tinha coragem de beijá-la, muito menos ela, mas queriam um tanto quanto o outro. Sabiam o que haviam passado e não colocariam em risco tudo que já haviam conseguido estando longe um do outro. Mas a tentação os matava. Draco roçou seus lábios no dela e ela ofegou tentando se afastar. Não podiam!

Ele apertava os braços dela como se a força sustentasse a distância que ainda havia entre suas bocas. Ela puxava a camisa dele como se aquilo lhe desse forças para aguentar a tentação.

Draco a soltou. Afastou-se. Ofegava. Seus olhos quase lacrimejavam. Sua boca formigava em protesto pela distância que agora estavam.

– Preciso de você, Granger. – sua voz se fez ecoar no quarto.

Ela tinha os dedos trêmulos. A garganta ardia. E por mais que ele tivesse se afastado, a tentação ainda era tão forte como quando a boca dele estava a milímetros da sua. Ela também precisava dele.

Hermione não deteve a si mesma quando todos os seus músculos se moveram até ele. Cercou o pescoço do homem com seus braços e o beijou. Um beijo tão urgente quando o que ele retribuiu. Buscavam compensar cinco anos longe.

Ele a arrastou para a cama e ela não protestou. Suas mãos agilmente passaram a abrir os botões nas costas do vestido que ela usava e só parou para deixar que ela tirasse sua camisa. Ela cercou os quadris dele com suas pernas e ele a deitou. Olharam-se ofegante. Foi por um segundo, mas pareceu um milênio.

– Não posso fazer isso, Draco. – ela sussurrou.

Ele fechou os olhos soltando o ar frustrado, porém agradeceu mentalmente que ela tivesse dito isso enquanto ele ainda podia se controlar. Saiu de cima dela.

Ela se sentou cobrindo o rosto com as mãos. O silêncio. Constrangedor. Não queria que ele tivesse se afastado, mas saber que ele estava a respeitando era no mínimo digno. Ainda sim não queria que ele tivesse se afastado. Harry Potter. Ela tinha que pensar em Harry. Tinha que pensar nele. Descobriu o rosto e ajeitou as alças do vestido que escorregavam pelo seus braços. Saiu da cama abotoando novamente seu vestido. Foi para a porta, hesitou com as mãos na maçaneta, porém não tardou a abri-la, passar por ela e fechá-la.

Draco a viu bater a porta. O silêncio da solidão bateu nele como um vento gelado. Esfregou o rosto soltando o ar com força. Levantou-se sentindo o cheiro de rosas dela impregnado nele. Pegou sua garrafa de whisky no chão á beira do pé da poltrona e tomou um longo gole sentindo o líquido descer quente por sua garganta. Seus membros formigavam para correr atrás dela e a arrastar de volta para aquele quarto. Aquela cama. Ela precisava ser dele mais uma vez. Não o fez. Deu mais uma golada em seu whisky e atirou a garrafa contra a parede. Ele tinha que parar de quebrar as coisas.

**

– Você esta atrasado. - Ele escutou ela dizer quando ele parou encostando-se na árvore mais próxima a ela.

Era meio de tarde e eles haviam combinado de se encontrar num local diferente aquele dia. Era apenas mais um dos quais haviam estado durante a procura deles por Régulus.

Ela estava na beira de um pequeno espelho d’água com os pés descalços e imersos. Seu vestido voava junto com o vento e o sol lhe banhava todo o corpo. Estava de costas para ele, o que lhe permitia observá-la sem culpa e sem ter os olhos dela sobre os dele. Ela era incrivelmente linda. Uma sangue-ruim não podia ser tão magnífica como ela. Lembrava-se de Pansy Parkinson. Seu sangue-puro fazia cintilar aqueles cabelos incrivelmente longos, negros e lisos lhe descendo por trás das costas, a pele alva e os olhos verdes, era perfeita, parecia não ter defeito algum, mas ainda sim quando pensava em Hermione Granger tinha algo que fazia seu corpo todo se inquietar e todos os seus músculos perderem as forças, a queria. Era ela que ele queria. Milhões de outras mulheres poderiam ser perfeitas, mas Hermione era quem ele queria.

Minha mãe não queria que eu fosse embora. – ele se justificou.

Imaginei. – ela disse. O silêncio. Ela fechou os olhos sentindo o calor do sol e seus pés sendo refrescados pela água gelada. – Não gosto quando vai para sua casa. – ela disse temendo pelo modo como soaria.

Eu sei que não.

Você volta diferente.

Silêncio. Fazia um bom tempo que estavam juntos. Desde de que foram liberados do castelo e Hermione o procurara dois dias depois já haviam se passado quase uns cinco meses. Eles sumiam do mapa juntos algumas vezes, outras voltavam e ela ficava com seus amigos e ele com seus pais, mas logo voltavam a estar juntos de novo. Precisavam estar juntos. Era agonizante não estar.

Granger. – ele a chamou e ela não respondeu. – Se lembra da noite que passamos aqui? Um dia antes de pegarmos aquele trem para a Holanda. – ela abriu um sorriso. – Eu sabia que você estava com raiva e não queria que eu me aproximasse porque havia me visto saindo do banheiro com aquela trouxa naquela festinha ridícula enquanto você vasculhava todo canto daquela casa em busca de uma varinha. O que eu deveria estar fazendo também. – ele sorriu ao se lembrar. – Mas quando aparatamos aqui e você passou a despejar toda a sua irritação em cima de mim, dizendo que eu deveria me focar naquilo que estávamos trabalhando arduamente em vez e ficar me aliviando por aí com qualquer garota que me desse mole. – ele soltou novamente um riso fraco imerso em suas memórias. – Aquele dia você não estava irritada porque eu havia te deixado procurar por varinha sozinha. Eu reconheço ciúmes de longe e você estava completamente dominada por ele. – ela sorriu. Ele estava tão certo. – Aquela noite eu quis muito te calar com um beijo.

Ainda bem que só quis, porque se tivesse o feito eu juro que agora Draco Malfoy não passaria de um homem morto. – ela disse se virando.

Ele sorriu e foi até ela. Passou seus braços em torno da cintura da outra que ficou na ponta dos pés para poder esconder seu rosto cheirando o pescoço dele. Eles se embriagavam um com o outro.

Vamos sumir de uma vez por todas? – ele sussurrou contra o ouvido dela. – Não voltar nunca mais pra vida que pertencemos. Ser só eu e você até que tudo mais nos consuma.

Ela suspirou, afastando-se do pescoço dele e encarando seus olhos cinzas sempre tão tempestuosos e misteriosos. Ele se inclinou e a beijou. Ela sentiu o beijo dele. Terno, calmo. Ela o amava, mas enquanto ela era um livro aberto para ele, ele sempre seria um grande mistério para ela. Mesmo assim ela tinha coragem de se entregar a ele, mas nunca se entregaria por completo porque ela jamais confiaria em um Malfoy.

Utopia, Malfoy. – ela disse ainda com os olhos fechados quando ele afastou seus lábios dos dela. – Não daria certo. – os abriu e o encarou.

Ele suspirou frustrado.

Eu fui a Gringotes essa semana. Apresentei a proposta a eles. Estão muito surpresos e animados. Me liberaram muito dinheiro para começar os testes no Triângulo das Bermudas.

Ela sorriu.

Eu disse que era bom, Malfoy.

Ele segurou o rosto dela entre suas mãos.

Eu não teria conseguido terminar aquela magia sem você.

Ela riu do quanto ele conseguia ser romântico. Ficou na ponta dos pés e depositou um beijo rápido em seus lábios.

Não vê, Granger? – ele grudou sua testa na dela. – As coisas vão dar certo. Eu vou ter dinheiro. Podemos sumir. Ter nossas vidas juntos. Não acredita que daria certo?

Ela soltou um riso fraco.

Você soa como se me amasse. Como se me quisesse para a vida inteira.

Ele se afastou. Encarou seus olhos âmbar. Não acreditava que depois de todos aqueles meses ela ainda duvidava de tudo que ele dizia a ela.

Mas eu quero.

Os olhos dela brilharam. Ela puxou o ar como se tudo dentro de si precisasse ser esfriado.

Por que eu? – ela sussurrou. – Sabe que não é certo estarmos juntos. Não fomos feitos um para o outro, Malfoy. Não pode querer coisas como essa.

Ele revirou os olhos e afastou-se soltando-se dela. Desarrumou seus fios loiros passando as mãos por ele enquanto caminhava para longe dela.

Não posso querer enquanto estiver aqui. – ele disse. – Não podemos ficar juntos aqui! Mas se sumirmos, Granger...

Eu não quero sumir, Malfoy. – ela o cortou. Ele parou. Virou-se. Não esperava que ela fosse lhe falar aquilo depois de tudo que já haviam vivido até ali.

Não me quer de volta? – ele temeu pela resposta.

Quero. – ela respondeu e se calou. Ele não entendeu. – Sabe que quero, Malfoy. – ela suspirou frustrada. - Eu só não sou como você! Eu amo outras pessoas aqui, amo de outras formas diferentes. Eu tenho meus amigos, eu tenho meus pais, eu tenho pessoas a quem honrar. Sou uma grifinória. Não posso abandoná-los. Não quero sumir de perto deles também. É bom estar com você. – ela puxou o ar. – Deus, Como é bom! – aproximou-se dele. – E não acredito que depois de tudo que passou para salvar seus pais também os abandonaria?

É a única forma de estar com você.

Ela revirou os olhos pela insistência infantil dele.

Está sendo impulsivo. – ela o tocou. – Sabe que a ideia de sumirmos não é prudente, já conversamos sobre isso. Por que sempre insiste nela quando volta da casa de seus pais?

Ele afastou-se dela novamente.

Por que está sempre tentando ser prudente, racional, coerente?

Porque eu sou Hermione Granger! – ela exclamou.

Ele bufou.

Ah! Eu odeio grifinórios! – urrou ele enquanto dava as costas a ela e batia sem força seu punho contra uma das árvores. Deixou-o ali e encostou sua testa no própria mão fechada contra o tronco da árvore. Ela se calou e ele fechou os olhos sabendo que mais uma vez ela venceria aquela discussão. Ele não queria sumir também, mas seu único alívio para o incrível fato de que não eram feitos um para o outro era insistir cegamente na utopia de que poderiam fugir. Ele queria lutar por ela. Queria fazer ela acreditar que daria certo, mas nem ele mesmo sabia se realmente daria certo.

Não gosto quando vai para casa de seus pais. – a voz dela soou baixa a suas costas repetindo o que já havia dito.

Ele soltou o ar ainda de olhos fechados.

Eu sei. – ele respondeu no mesmo tom que o dela.

Ela passou os braços finos pelo tronco dele o abraçando por trás. Ele se deixou ser envolvido por ela. Levou sua mão de encontro a dela e enlaçou seus dedos nos dela. Sempre que voltava da casa de seus pais para se encontrar com Hermione ele tinha o único objetivo de dar um fim ao erro dos dois, mas quando a tinha por perto simplesmente se rendia a necessidade que era aquele erro. Ela o encantava, ela o havia ganho, e ele se rendia completamente a ela. E ainda a odiava por isso.


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Notas finais do capítulo

Alguém curioso para saber o que realmente separou esse dois no passado?