Em Busca da Verdade escrita por Camy


Capítulo 6
Convencendo o Brock


Notas iniciais do capítulo

OOOOOIIIIIEEE
genteeee!

q saudadeee XD

olha, num sei qando vou poder postar de novo pq tenhu q encaixar 9 atividades em 5 dias :S

mas eu posto! prometo!

num vou morreeeer!
XD



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Yuri e Yukira passaram o resto da manhã trancados no quarto do primeiro. Eles discutiram sobre quem era o “ele” que a mãe da menina havia escrito na carta. Mas, infelizmente, não descobriram nada. Conversaram um pouco sobre Ash, Yuri o conhecia muito bem, então contou um pouco pra Yuki, mas com a condição de que os pais dele não saberiam que ele estava contando essas coisas para a prima.

— Ele é legal? – a menina perguntou.

Estava curiosa, precisava admitir. Talvez algo mais profundo do que apenas o roubo de um sorvete tivesse acontecido. Ela não conseguia imaginar nada pior, mas os adultos eram estranhos.

— Um pouco, mas acho que é meio sozinho, sabe...? – Yuri respondeu. Não precisou pensar muito. Ash mais do que apenas "um pouco" legal, mas sabia que o assunto era delicado. – Ele tá namorando uma perua chamada Serena. Mas quando eu digo perua, é perua mesmo, com roupa de oncinha ou zebra e tudo mais.

— Não entendo! – ela extravazou. – Me falaram que ele é um ótimo treinador Pokémon, mas não tem treinado muito nos últimos anos, não entendo ele... Mamãe disse que eram amigos, queria saber o que houve para eu poder ajudar a restaurar esta amizade.

Em sua visão de mundo, todos deveriam ser amigos. Menos ela e Melissa, pois Melissa lhe roubara o lanche em mais de uma ocasião. E roubara seu sorvete. Disso, Kira jamais iria esquecer.

— Às vezes nem você pode mudar as coisas, Yuki. – por ser dois anos mais velho e maduro que a prima, sabia que a vida era mais complicada do que aparentava. No auge de seus oito anos, Yuri sentia que precisava preparar a prima para o que estava por vir.

— Infelizmente. – a pequena murmurou entristecida.

Antes que pudessem continuar o assunto, Lily gritou:

— CRIANÇAS! VENHAM ALMOÇAR!

Os dois desceram e, quando chegaram, havia um belo banquete os esperando na mesa. Yukira sorriu para a tia, tentando ignorar sua falta de fome.

— Pra que tanta coisa? – ela perguntou, constrangida.

— Vocês parecem tão fraquinhos, e isso tudo pode amenizar um pouco a situação não acham? – a mulher perguntou, com um sorriso.

No fundo – ou nem tão no fundo assim –, Lily estava preocupada com seus dois pequenos.

Kira e Yuri riram e logo se sentaram um ao lado do outro na mesa.

—: Tia, eu não quero muita coisa, to sem fome – disse encarando a tia que colocava um monte de coisas em seu prato.

— Você precisa comer! Não comeu nada na escola, não é? – Yukira negou com a cabeça e encarou o prato cheio que a tia colocou na frente dela.

— Não se preocupe, a gente logo vai trazer a sua mãe de volta. – Brock prometeu com um sorriso. Kira se sentiu melhor com as palavras do tio. Ele nunca mentira para ela.

Mesmo assim, seu coraçãozinho era assolado por uma tristeza que nunca sentira antes. Queria sua mãe mais do que nunca.

— Mas como vamos colocar ele na cadeia? Não temos provas, apenas a carta da mamãe. Não podemos entregar a carta à policia, pois podem divulgar como “procura-se” e daí o Rudy vai machucar a minha mãe!

Os olhinhos verdes estavam marejados, porém nenhuma lágrima escorreu. Ela detestava chorar.

— É uma boa pergunta, mas a gente vê isso quando sua mãe estiver a salvo! – Lily desconversou. Fora mais de uma pergunta, e ela própria tinha suas dúvidas, mas não iria preocupar ainda mais a sobrinha.

Um silêncio pesado se instalou por alguns segundos. Yukira brincou com sua comida, mas não chegou a colocar nada na boca. Yuri também estava distraído. O pequeno respirou fundo e perguntou, quase com medo:

— Quem é esse “ele” que a tia Misty colocou na carta?

— Ninguém que importe! – Brock respondeu alto e rápido demais.

Yuri se encolheu na cadeira e Kira não gostou de ver o primo entristecido e assustado. Enchendo-se de coragem, ela retrucou:

— Pelo que percebi, ele pode saber alguma coisa, tio! Se ele souber de algo, é importante tê-lo por perto!

— Por enquanto, não vamos fazer nada, ok? – Lily tentou apaziguar a situação, mas as crianças não se sentiam prontas para permitirem que o assunto morresse.

— Mas a Yuki tem o direito de saber! – Yuri exclamou.

— Mas você não! – Brock rugiu.

O moreno fechou os olhos por alguns segundos, tentando se controlar. Detestava guardar segredos e não estava em seu melhor dia. A preocupação o consumia bem mais do que deixava transparecer, porém as crianças fazendo perguntas sem respostas o estavam levando ao limite.

— Eu iria contar a ele! Além disso, todos nós, o Diego, a Julia, as PP eu e o Yuri temos o direito de saber! – Yukira defendeu o primo. Sempre adorara o tio, porém este não parecia o mesmo.

— PP? – Lily tentou distraí-los.

— Paula e Pietra. – Yukira respondeu, sem realmente prestar atenção na pergunta.

O silêncio novamente se instalou na sala de jantar. Yukira nem ao menos brincava com a comida; seus olhos estavam pregados no tio, exigentes. Ela sabia que estava a ponto de descobrir algo. Não tinha certeza do quê, mas sabia que era algo importante. Talvez o tio explicasse por que a mãe não queria a ajuda de alguém que, pelo que pudera perceber, podia ajudar.

“Será que ele também roubou o sorvete da mamãe? Tadinha! Será que ela teve dois sorvetes roubados?”

— Por enquanto não, Yuki. – Brock finalmente se pronunciou. – Eu conheço vocês, irão ir até esse garoto e irão exigir todas as informações não é?

— Claro!

— Vocês não podem lidar assim com ele, querida. Ele e a sua mãe, Yuki, têm uma briga de seis anos. Então, não pode ir falando logo que quer ajuda para a Misty, ele não iria ajudar e iria simplesmente mandar vocês embora, sem escutá-los!

Lily tentou explicar a situação complexa que envolvia o passado de Misty de forma que as crianças entendessem. É claro que não entenderam.

— Papai! Ele é a nossa ultima esperança, você ama a tia Misty, assim como todos nós, por favor! Precisamos dele! – Yuri implorou. Yuki segurou a mão do primo por debaixo da mesa.

— Eles têm razão! – Lily murmurou mais para si do que para os outros. Sua voz, é claro, foi escutada.

Ela recebeu um olhar de repreensão do marido, mas não se importou realmente com este.

— Só queria saber quem é esse “ele” que eu mesmo estou falando… – Yuri comentou lentamente, esperando que o pai ou a mãe lhe revelassem o segredo.

— Misty pediu para que não o chamássemos, e, além disso, eu teria que consertar essa briga deles, e se isso acontecer, ele irá se aproximar, e aí, adeus segredo! – Brock resmungava mais para si, tentando convencer-se de que estava certo ao impedir o encontro.

Mas o moreno sabia que a briga já fora perdida há muito tempo.

— Você disse seis anos de briga? – Kira perguntou.

Brock não respondeu. Ele parecia perdido em algum lugar muito distante; perdido em pensamentos que há muito não explorava.

— Sim, eles nunca mais se falaram depois disso, eram amigos, mas essa briga boba acabou com a amizade. – Lily resolveu responder pelo marido. Seu tom de voz era gentil, porém derrotado do mesmo tempo. Ela estava ciente de que haviam perdido a batalha.

— Esse ele é o Ash! – Kira gritou, eufórica.

O nome do amigo foi o suficiente para trazer Brock de volta.

— Claro que não! – ele protestou. Uma gota de suor escorria pela sua face e o olhar assustado denunciava a mentira.

— Por que pensa isso? – perguntou Lily, interessada. Ignorou o olhar repreensivo do marido.

— Simples: mamãe me contou que está brigada com o Ash há seis anos, igual a esse “ele” ali. Ela disse que eram amigos, mas não são mais e também ela disse que não quer mais saber dele, essas coisas.

Os olhos de Lily brilharam e Yuki soube que estava certa. Agora o que faltava era convencer o tio Brock.

— Claro! Como não me toquei antes? É lógico! Papai disse que eles eram melhores amigos e que andavam juntos que nem carne e unha! – Yuri também se animou.

As crianças confabulavam, enquanto que o pavor de Brock apenas fazia crescer.

— Então ele provavelmente vai saber onde a mamãe pode estar! – os olhos esmeraldas dela brilharam com a possibilidade de ver a mãe novamente.

— Parem! Vocês não conhecem Ash como eu, ele nunca iria ajudar a salvar a Misty!

Se mutilou mentalmente ao perceber que admitira a identidade do amigo.

— Mas se você explicar tudo, ele talvez entenda que a Misty não fez nada e... – mas o marido a interrompeu.

— Até parece que você não conhece o Ash, Lily. É cabeça dura e orgulhoso demais para admitir que estava errado, e iria dizer um monte de besteiras.

Lily não pôde rebater tais argumentos. Estava familiarizada demais com o moreno para não conhecê-lo. Ash era teimoso como uma mula, ela bem sabia. Se não fosse, talvez pudesse estar com sua filha e a mulher que, ela tinha certeza, ele ainda amava. A voz da sobrinha a retirou de seus devaneios.

— Não custa tentar, eu posso convencer ele, sou boa nisso, e se as palavras não funcionarem, eu parto pro plano B.

Yuri riu e comentou, tentando quebrar a tensão:

— Pelo bem do Ash que as palavras funcionem!

— Não! – Brock interviu – Nossa, você realmente parece com a Misty! – constatou, ao olhar para a menina. Yukira sorriu, porém Brock logo cortou a quase felicidade da menina. – E isso é um problema, ele vai perceber que vocês são parentes apenas olhando para você!

Kira se colocou na defensiva. O nariz, um tanto esnobe, se empinou e ela falou com toda a razão que uma menina de seis anos pode ter:

— Mas ninguém nunca percebeu que eu sou filha dela antes de pelo menos me conhecer um pouco! Dizem que eu tenho a personalidade da minha mãe, não muito a aparência.

Brock riu, porém não estava achando graça em nada. Estava triste. Como uma filha podia saber tão pouco sobre o próprio pai? Mais do que nunca, sentiu vontade de abraçar Yuri.

— Acontece que o Ash conhece a sua mãe muito melhor do que qualquer outra pessoa, Yuki. Se ele ver os seus olhos, já era! Se ouvir o seu nome, te expulsa! Se conhecer você um pouquinho, já percebe! Você é uma miniatura da Misty! – sabia que não precisava dar tantos detalhes, mas algo dentro dele o impelia a fazê-lo.

“Toda filha merece conhecer o pai”. Afastou o pensamento antes que a ideia se firmasse em sua mente.

— Ele é tão detalhista? – Yuri perguntou com uma sobrancelha erguida. O tio Ash que conhecia não parecia ser mais inteligente do que um Psyduck. Menos em batalhas. Ash era incrível em batalhas.

— Não – Brock concordou –, mas ele não precisa se esforçar nada quando se trata de Misty Waterflower! – estava irritado. Mais consigo mesmo do que com as crianças. Irritado consigo porque sabia que estava a ponto de revelar o segredo mais bem guardado da cunhada.

— Eu dou um jeito! Mas a gente PRECISA falar com ele!

“Tão insistente quanto o pai”.

— Você não vai desistir não é mesmo? – o mais velho perguntou.

— NUNCA! Eu amo a minha mãe!

O brilho nos olhos dela não vinha de Misty. Aquele brilho vinha de Ash. Era o mesmo que possuía ao espalhar para o mundo que seria um mestre Pokémon.

“E veja até onde Ash chegou…”

— Deixa, vai ser bom pro Ash levar um tapa! Ele tem que aprender que nem tudo é como ele quer.

Lily falou baixinho, como se discutissem apenas os dois. Por baixo da mesa, Brock sentiu a esposa apertando sua mão. Ele sorriu triste e respondeu aquilo que ela já sabia.

— Se tudo fosse como ele quer, bem, as coisas seriam MUITO diferentes.

A imagem da família feliz apareceu na mente dos dois. Ash, Misty e Kira. Uma família como qualquer outra, sempre em um piquenique. Brock quase conseguia sentir a voz de Misty em sua cabeça. Ele sentia que ela o repreendia. A voz de Kira o afastou do pensamento perturbador.

— Me conta da relação dele com a minha mamãe? – ela pediu baixinho, quase com vergonha. Mas o brilho que possuía em seus olhos esmeraldinos não escondia a determinação em descobrir tudo o que pudesse sobre sua mãe. E o passado dela.

— Por quê? – Brock perguntou devagar, curioso.

Os dois sabiam que Yukira conseguiria o que quisesse dele, entretanto o jogo era divertido. Ou não.

— Porque eu sei que ela era apaixonada por ele quando pequena! E eu quero saber o lado dele. O Ash amava minha mamãe?

Ela ainda tinha a foto guardada. A princesa e o plebeu. Sua mãe e Ash.

Houve um tempo em que via Rudy como o príncipe, porém essa ideia logo sumiu e ela passou a ver sua mãe como a rainha sem rei e ela própria como uma princesa. Mas Kira sabia que toda rainha já fora uma princesa um dia. E toda princesa precisava de um príncipe. Mas Ash não era o príncipe, porque as princesas e os príncipes se casam e vivem felizes para sempre. Como isso claramente não acontecera, sobrara apenas uma opção. Ash era o plebeu que amava a princesa e não ficava com ela, pois as princesas só ficam com os príncipes.

— Não podemos contar, mas se você encontrar um diário, de couro marrom, bem, daí você saberá de tudo! – Lily respondeu, suando frio.

Quase podia ouvir a voz da irmã. Mas isso não era o pior. O pior era o tom pálido de Brock e a óbvia reprovação em seu resto. Ela o olhou desafiante. Sabia que ele também queria contar. Os dois precisavam disso. O segredo estava se tornando pesado demais.

— Isso é invasão de privacidade!

— Eu vi esse diário, tava numa caixa onde eu peguei essa foto. – ela mostrou a foto onde está a sua mãe correndo e Ash atrás dela. As palavras de Brock foram completamente ignoradas.

— Então quando a gente for na sua casa de novo, a gente descobre tudo! – Yuri disse encarando a prima com um grande sorriso estampado em seu rosto.

— Sim! – ela e o primo bateram as mãos e riram um para o outro.

— Nada disso, não podem ler o diário da Misty! – Brock protestou. Yukira não podia descobrir daquela forma. Era simplesmente… errado.

— Ela deixou o diário em algum lugar, e nós vamos ler! – ela o desafiou. Brock e Kira ficaram por alguns minutos em uma luta visual. Brock quase conseguia colocar o rosto de Ash sobre o da garota.

— Nem adianta, ela é tão determinada quanto o pai e mistura isso com a teimosia da Misty! Nada segura essa menina! – Lily apertou a perna de Brock, que por fim desistiu.

Kira sorriu vitoriosa.

— É, mas a Misty não vai gostar nada de você estar mexendo no diário dela!

— Vale tudo na guerra e no amor, e isso aqui é uma mistura dos dois! – Kira não se lembrava de qual filme decorara a frase, mas sempre sonhara em usá-la. Qual momento seria melhor do que aquele?

— Quando a gente vai na casa do tio Ash? – Yuri e Kira já planejavam sozinhos. Os adultos haviam sido excluídos da conversa.

— Quero ficar sozinha com ele!

— Eu entendo, mas todos nós iremos levar e buscar você! – e Kira sabia que não havia discussão, portanto apenas sorriu e o abraçou.

— Obrigada!

— A gente nem marcou direito e vocês já estão assim? – mas as crianças nem mesmo o ouviam. Lily riu e decidiu após pensar por alguns segundos.

— Vamos amanhã! Depois do almoço!

— Do jeito que o Ash come, vamos esperar até às 2 da tarde! – Brock murmurou irônico.

“Você está me traindo, Brock?!”

— Não quero ir pra escola amanhã, todo mundo vai ficar me perguntando sobre a minha mãe, porque eu fiz um baita escândalo! – Kira murmurou com um pequeno beiço infantil lhe enfeitando os lábios.

— Você vai! Misty não me perdoaria se você faltasse aula! Você já vai faltar muita aula enquanto nós estivermos atrás dela! – Lily foi irredutível.

— Por favor!

— Nem adianta, ela tem a teimosia dos Waterflower! – Yuri murmurou, fazendo a prima suspirar desanimadamente.

— Sem graça! – mas ela falou sorrindo.

Kira e Yuri não demoraram a avisar a todos sobre o que aconteceria no dia seguinte e o dia acabou não sendo tão longo quanto Yukira pensou que seria. À noite, Brock repetiu mentalmente a única frase que parecia aliviá-lo do que sabia que estava por vir. Porque, é claro, Ash saberia que era pai de Kira assim que a visse. Todos sabiam.

“Toda filha merece conhecer o pai”

Continua...


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Notas finais do capítulo

ooiiiiiiiieeeee

gente, como achei q esse cap num ficou mto bom, vou postar outro ok?

Bjs e teh + ^3^/


Obs: capítulo reescrito (21/12/2013)



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