Em Busca da Verdade escrita por Camy


Capítulo 39
O mundo desmorona


Notas iniciais do capítulo

Lembram quando eu disse "duas semanas"?
Pois é... não deu muito certo --'

~~enjoy



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Ash sorriu para Pikachu e Vaporeon, dando o treino por encerrado. Os dois Pokémons sentaram-se, exaustos. O moreno aproveitou para sentar-se também. Suava de cansaço, mas estava feliz. Há tempos não se dedicava a treinar seus Pokémons como vinha fazendo. Culpa de Kira, certamente. A menina encucara que ele viraria um treinador ruim se não voltasse a treinar, e ele fazia qualquer coisa que ela queria.

— Papai!

Ash sorriu para a menina que vinha correndo e agachou-se para pegá-la no colo. Kira sorriu e abraçou-o rapidamente antes de indicar que queria descer.

— O que foi, pestinha?

Ela sorriu travessa.

— To achando que você nem sabe batalhar nada.

Ash estreitou os olhos, sentindo que era desafiado.

— Como assim?! Eu sou um Mestre Pokémon, lembra?

— Ah, mas você não treina nunca!

— Eu não preciso mais treinar.

Kira formou um biquinho em seus lábios.

— Mamãe diz que todo mundo precisa treinar.

Ash revirou os olhos.

— Ok, ok, ela tá certa. Mas eu ainda sou um treinador incrível.

— Luta com eu!

Ash riu.

— Você é uma garotinha. Seria injusto.

— Serena é mais velha, e eu ganhei dela.

— Serena não é Mestra Pokémon.

Kira agarrou uma mão à outra, e começou a balançar para a frente e para trás. Sorria travessa.

— Luta, vai, papai!

Ash acabou suspirando.

— Quê que eu não faço por você, hein?

Encheu-a de cócegas, fazendo-a rir. Depois acabou chamando um Houndour que adquirira em suas muitas viagens. Ainda estava no começo e precisava de algum treino, mas achava que era o suficiente contra Kira. Se fosse Misty a controlar os Pokémons, é claro que escolheria algum mais forte. Contra a filha, entretanto, queria uma luta mais parelha – ao menos, não tão injusta quanto seria caso escolhesse algum de seus amigos mais antigos –.

Yukira ficou imediatamente animada e chamou Starmie. Houndour era um Pokémon de fogo, e ela precisaria de todas as vantagens que pudesse.

Foi uma batalha de treino. Ash dava dicas a Kira enquanto estendia a luta o máximo que podia, querendo aproveitar o momento para ser um pai de verdade. Ensinava-a o que fazer, o que evitar, como tratar seu Pokémon e como jamais falar com ele. Misty já falara muito sobre aquilo com ela, porém ouvir seu pai a mostrá-la como devia fazer era diferente.

Foi uma das tardes mais divertidas que eles já haviam tido, e ela terminou com os dois a comerem sorvete de chocolate.

Ash sorriu com a lembrança e ouviu o telefone tocar.

— Oi?

— Hey. Posso buscar Kira hoje?

— Vai lá. Eu preciso mesmo de um banho. Aí vocês duas vêm pra cá depois, eu encomendo uma pizza, quê que você acha?

— Pra mim tá ótimo. Vou lá buscar ela e a gente já tá passando aí.

— Ta bom.

Receber ligações como aquela já era comum para ele, e ainda surpreendia-se com a facilidade com a qual se acostumava com a presença de Misty.

— Hey, Myst.

— Que foi?

— Eu te amo.

— Também te amo, Ash. Até depois.

— Até.

Ele desligou com o sorriso mais bobo de todos a enfeitar seus lábios. Era tão bom ter aquelas duas ao seu redor sempre que desejava! Os repórteres não os deixavam em paz, então estavam sendo bem cuidadosos. Misty, aos finais de semana, dirigia até a casa do moreno. Durante a semana, ela pedia a Togepi que a levasse sem que ninguém soubesse.

Era bom. Sentia-se parte de algo. Parte de uma família. E o Natal estava chegando… ele sempre gostara do Natal, porém sentia que aquele ano seria ainda mais especial do que qualquer outro. Porque, naquele ano, ele poderia comprar um presente para sua pequenina. Um presente para sua Kira.

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Misty estacionou sem demora e saiu logo. Sabia que fazia apenas um dia desde que vira Kira, porém aquela quase necessidade de estar perto dela a dominava. As crianças começaram a sair, mas ela não veio. Provavelmente se atrasara.

Foi à guarita.

— Com licença, pode me dizer qual é a sala da Kira? Ela tá demorando pra sair.

— O pai dela veio buscá-la mais cedo hoje.

Misty franziu o cenho, confusa.

— Eu acabei de falar com ele… espera.

Misty pegou novamente o celular, levemente aborrecida. Ash era mesmo um bocó às vezes. Como conseguia se esquecer de avisá-la que buscaria Yukira mais cedo?

— Ash, por que não me falou que já tinha buscado a Kira?

— Misty, eu não busquei. Você ligou falando que ia, lembra?

Misty sentiu um aperto no coração.

— Sim, mas eu cheguei aqui e a mulher disse que ela foi embora mais cedo, que o pai dela veio buscá-la mais cedo…

— Eu não fui…

— Ash…

— Não. Não… eu to indo pra aí.

Misty desligou e sentiu o mundo um pouquinho mais lento. Estava tonta, sentia que podia simplesmente cair na calçada. Caiu realmente, mas não tomou uma consciência real do fato. Simplesmente ficou sentada ali na pedra fria, tentando compreender de verdade o que acontecia.

Era Rudy, muito provavelmente. Quem mais seria?! Quem mais se diria pai de Yukira? Ouviu um soluço e franziu o cenho, confusa. Outro soluço. Um pingo caiu em suas mãos, e foi então que percebeu que o soluço viera do fundo de sua garganta. Tocou sua bochecha, sentindo as lágrimas ali.

Não soube quanto tempo ficou naquela posição ou quem veio falar consigo. Tinha uma vaga consciência de que estava rodeada de pessoas, porém esta não era uma certeza. Ela não tinha certeza de nada naquele momento. Era tudo tão confuso…! Onírico, realmente. Queria acordar.

Despertou com a voz de Ash e com o toque dele em seus ombros.

— Misty!

— Ash…

— Eu to aqui. Está tudo bem, ok? Vamos achá-la. Eu to aqui, vamos achar a Kira.

— Ele a pegou. Eu falei, Ash. Eu disse que a gente não podia, que ele ia voltar. Eu te disse!

— Misty…

— EU TE AVISEI! EU DISSE QUE NÃO IA DAR CERTO E QUE ELE IA VOLTAR! VOCÊ PROMETEU PROTEGER A GENTE, VOCÊ PROMETEU PROTEGER MINHA FILHA! VOCÊ PROMETEU!

— Desculpa. – Um soluço. – Desculpa, Misty. Desculpa. Mas eu vou trazê-la de volta. Eu juro pela minha vida que eu vou.

Ela chorou. Chorou alto, e não demorou muito para que a imprensa chegasse ali para tirar fotos do casal que se abraçava e chorava. Mães nervosas pegavam seus próprios filhos, porque a situação deles era bem autoexplicativa. Foi quando chegou a diretora.

— Desculpa interromper, mas o que exatamente está acontecendo aqui?

Talvez a mulher simplesmente devesse ter permanecido calada, porque a pergunta despertou Misty do transe em que estava. Lançou-se sobre a mulher, com tanta raiva nos olhos que a diretora recuou três passos. Misty aproximou-se quatro.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! O QUE ESTÁ ACONTECENDO É QUE UMA DAS SUAS FUNCIONÁRIAS ESTÚPIDAS DEIXOU MEU EX-MARIDO SEQUESTRAR A MINHA FILHA, É ISSO QUE ESTÁ ACONTECENDO! EU VOU PROCESSAR ESSA PORCARIA DE ESCOLA! EU VOU PROCESSAR VOCÊ!

A mulher estava completamente branca. Ash segurou Misty e tentou acalmá-la, porém sua intervenção não parecia muito efetiva.

— Uma de minhas funcionárias deixou que Rudy levasse Yukira? Não, isso não faz sentido algum.

Olhou para as mulheres que encaravam a confusão de longe e percebeu uma que conseguia estar ainda mais apavorada do que ela mesma se sentia. Não precisou de mais para saber que era verídico e que, de alguma maneira, deixara que o inimigo público de uma de suas melhores clientes sequestrasse a garotinha mais conhecida pelos meios de comunicação. Aquela publicidade seria tão negativa…

— Senhorita Waterfloterflower, por favor, vamos manter a calma e conversar sobre o assunto, sim?

— CONVERSAR?! CONVERSAR?! VOU SEQUESTRAR A SUA FILHA E AÍ VAMOS VER QUEM CONSEGUE CONVERSAR COM CALMA.

A diretora empalideceu ainda mais. Não continuaram a conversa, pois a polícia chegou naquele momento. A viatura que vinha era veloz, e Misty continuava a gritar impropérios à diretora, que começava a se irritar com o ataque.

Masao saiu da viatura sem sequer desligar a sirene. Correu até Misty e tocou delicadamente no braço direito dela.

— Misty, por favor, acalma-se.

Ao ouvir a voz do ruivo, ela voltou a desabar. Nos braços do ruivo, conseguia apenas repetir baixinho:

— Ele a levou. Ele levou minha menininha, ele a levou.

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As perguntas que precisavam ser feitas na escola o foram, e as respostas obtidas não eram as que eles gostariam. A professora que levara Kira até Rudy estava ocupada com a pós-graduação e não acompanhara o drama que eles passavam pela televisão. Como Rudy já viera buscá-la mais de uma vez no passado, ela não vira problema em permitir que o homem a levasse consigo.

Foi sorte alguém não ter permitido que ela e Misty ficassem muito tempo na mesma sala. Apenas durante os minutos que compartilharam juntas, Misty quis matá-la.

— Se qualquer coisa acontecer com a minha filha, a culpa é sua!

— Desculpa, eu…

— Não existe perdão para você.

A professora chorou e se arrependeu, porém não era o suficiente para a mãe raivosa. Ela queria o sangue de Rudy. Depois de toda a parte legal da operação ter sido concluída, Chikao levou-os à casa de Ash, que foi escolhida como ponto de encontro.

— Ok, não podemos entrar em pânico ou nunca mais veremos Yukira.

Chikao falava devagar, tentando fazer com que todos eles compreendessem a gravidade da situação.

— Rudy quer Misty, portanto ligará em breve exigindo por algo. Uma troca, talvez. Não podemos aceitar.

— Por que não?! – Misty gritou.

— Se ele tiver tudo o que quer, o que o impede de simplesmente matar o resto? É muito perigoso.

— Minha filha não pode ficar com ele.

Ash apenas ouvia a tudo, quieto em seu canto. Sabia que estava tudo bom demais. Nunca tinha tempo para desfrutar daquilo que verdadeiramente valia a pena ser desfrutado. Kira… iria ao inferno por ela, se precisasse.

— Ela não ficará, senhorita. Precisamos esperar pela ligação. Assim que ele a fizer, podemos rastrear a ligação para saber de onde ela vem.

Misty limpou as lágrimas que ainda escorriam. Não sentia mais vontade de chorar, queria simplesmente destruir o mundo inteiro, tamanha era sua ira. Rudy pagaria tão caro por ter pegado sua pequena, mas tão caro…

O telefone tocou e a ruiva pulou sobre ele. Atendeu sem dizer uma palavra. Do outro lado da linha, uma risada.

— Oi, meu amor.

— SEU FILHO DE UMA PUTA DESGRAÇADA, EU VOU ARRANCAR A SUA PELE, TÁ ME OUVINDO? CADÊ MINHA FILHA, SEU DESGRAÇADO?!

Masao caminhou até o telefone e clicou no viva-voz. Quando Ash ouviu a voz de Rudy, sentiu a mesma intenção assassina que Misty sentia.

— Amor, não fica irritada assim. Ela tá aqui comigo, esperando por você.

— AMOR TEU CÚ! DEIXA EU FALAR COM ELA, ANDA!

— Meu bem, irritada assim vai só assustar nossa menina.

— ELA NÃO É TUA MENINA PORCARIA NENHUMA, SEU FILHO DUMA ÉGUA!

Ash não conseguiu se controlar. Ouvir Rudy dizendo que a sua pequena era dele… uau, podia tê-lo cortado em pedacinhos naquele momento.

— Olá, Ash. Eu sabia que vocês dois estariam juntos. Não podem me culpar pelo que aconteceu, eu avisei, não avisei, Misty? Avisei sim.

— Rudy, eu juro que vou ao inferno cinco vezes se você não deixar Yukira falar comigo agora!

O tom autoritário na voz de Misty e a raiva que Rudy conseguia sentir que emanava dela apenas faziam com que ele a amasse mais. Sim, era com ela que queria passar o resto de seus dias… com aquela mulher única e incrível.

— Nada de dizer onde está, e nada de ficar chamando Ash de pai. Você sabe que eu sou seu pai, não sabe, pirralha?

— MAMÃE!

— Kira! Mamãe tá aqui, meu bem.

— Kira… – Ash chamou.

— Papai!

— Não, não, não. Ele não é seu pai, Kira, e você sabe. Anda, chame-o como deve – repreendeu Rudy.

— Ash…

— Está tudo bem, filha – Ash respondeu. – Está tudo bem, só faça como ele diz, tá? A gente vai te buscar rapidinho, eu prometo.

— Promete?

— Prometo sim, meu bem. Mamãe e eu estamos resolvendo tudo, e logo, logo você estará em casa. Papai promete.

Ele chorou. Algumas lágrimas escorreram, e sua voz ficou marejada.

— Papai, não chora…

— KIRA! O que eu disse sobre…

— Ash. Ash, não chora.

— Rudy, se você gritar com a minha filha de novo…

— Vai fazer o quê, Misty? Você está aí, e eu estou aqui, pertinho dela.

Ela respirou fundo.

— Mamãe, eu te amo.

— Eu também te amo, meu bem. Eu e papai.

— Papai, eu…

— CALA A BOCA! VOCÊ NÃO VAI DIZER ISSO PRA ESSE DESGRAÇADO, NÃO NA MINHA FRENTE.

Um grito infantil, e todos os adultos da sala se alvoroçaram. Ao mesmo tempo, a porta da frente foi aberta com força e Brock, Lily, Dayse e Violet entraram correndo.

— SHIIII! – ordenaram os policiais a eles.

Os quatro assentiram com a cabeça e ficaram ouvindo Yukira chorar baixinho.

— FICA LONGE DELA, DESGRAÇADO!

— Ash, não se apegue dessa forma. Misty ainda poderá ficar com ela, mas você nunca mais verá Yukira. Entenda, ela é minha filha, não sua.

— Eu nunca vou parar de procurar por ela. Eu prometo, eu vou achar a minha filha e eu vou matar você.

— Bem… cuidado com o que fala. Não quer achar apenas um corpo, quer?

Silêncio. O coração dos pais e dos tios falhou uma batida.

— Rudy, você não ousaria…

— Duvida, meu amor? Posso mandar uma orelha dela como presente.

— Não. Não toque na minha filha. Só… diga o que quer.

— Misty, o que você acha que eu posso querer? Você, é claro.

— Desgraçado… – murmurou Ash.

— É bem simples. Eu vou ligar de novo amanhã de tarde, e você diz: “sim, meu amor, eu aceito casar com você de novo”. E então eu te guio até aqui. Bem simples, não?

— Filho da puta… não toque em Kira.

Rudy riu.

— Quanto mais tempo você demorar, mais tempo ficará longe dela. A partir de agora, a escolha é sua, Misty.

Desligou.

Misty fungou, tentando acabar com as lágrimas, porém Lily correu e a envolveu em um abraço tão quente, tão gostoso, que ela simplesmente não conseguiu evitar o soluço que se seguiu. As outras duas mulheres juntaram-se àquele abraço, e Misty percebeu que, caso aceitasse a proposta de Rudy, nunca mais as veria. A realidade atingiu-a com um baque, e a ruiva chorou ainda mais.

Ash ficou com Brock ao seu lado. Ficaram em silêncio, compartilhando uma dor que ambos achavam que não poderia ser compartilhada.

— Brock… ela vai ir, não vai?

— Com certeza.

— Ou seja, eu não vou perder apenas minha filha, mas minha mulher e o futuro bebê que está por vir também.

Brock sentiu mais uma lágrima escorrer e abraçou o moreno, que chorou ainda mais profundamente.

Os abraços se quebraram, e a polícia voltou-se para os pais em desespero.

— Não podemos permitir que você vá, Misty. Ele é um psicopata, provavelmente vai tentar…

— Se fosse a sua filha, você iria.

— Eu sou um policial treinado, não…

— E eu sou uma das mais incríveis treinadoras Pokémon desse mundo. Vou levar meu time.

Ash fungou e limpou as lágrimas.

— Não, vai levar meu time. Rudy conhece suas táticas, conhece seus Pokémons. Leve os meus, ele não saberá como reagir a eles.

— E eu não saberei como usá-los em batalha.

— Claro que saberá. Pikachu pode entrar na Pokébola por algumas horas, não pode, amigão?

O ratinho, que estava chorando no chão, assentiu com a cabeça e pulou nos braços de Misty.

— Chikorita também irá, e você sabe como usá-la em batalha, já me viu fazendo isso mil vezes. Charizard também. Ele pode te levar também, qualquer coisa.

Misty assentiu com a cabeça.

— E Gyarados e Togepi.

Ash assentiu.

— É um bom time. Eu vou logo depois de você.

— Não. Ele saberá e…

— Misty. É minha filha também. Você vai e faz com que Togepi volte para me avisar onde estão. Depois ele volta para perto de você. Rudy nunca saberá.

— Não.

— Misty…

— Deixar você se envolver na nossa vida foi o que causou tudo isso.

— Misty, você não pode me excluir. Não de novo.

— Eu posso. Isso é entre Rudy e eu.

— Não. Não, não, não. Eu to no meio disso tudo também, esqueceu?! Ela é minha filha!

— E minha. Se eu conseguir trazê-la de volta, então nós podemos conversar sobre nós três. Se eu não conseguir fazer isso… acredite, eu não vou deixar que ele a machuque.

Misty se preparou para sair, mas Ash ficou no caminho.

— Você não vai me abandonar de novo.

— Eu não estou te abandonado. Estou fazendo uma escolha.

— É a escolha errada!

— Não, Ash. Eu sabia que isso aconteceria, Rudy disse. Ainda assim, acreditei em você e me deixei envolver. Não vou fazer isso de novo.

— Misty…

— Adeus. Se não nos vermos mais… então Kira está bem. Se não estiver, eu dou um jeito de te avisar.

— Não.

Segurou o braço dela, mas Misty o soltou.

— Eu juro que dou um jeito de trazer Pikachu e Chikorita de volta pra você.

— Misty…

— Pikachu, pode ir buscar Chikorita, por favor?

O ratinho não sabia o que fazer. Como Ash não apresentou nenhuma objeção imediata, resolveu que obedeceria.

— Misty, por favor, não faz isso comigo.

— Ash, eu não tenho escolha! Quer mesmo que Yukira fique lá, nas mãos daquele…

— Não. Não, de jeito nenhum, mas vamos trabalhar em equipe, vamos fazer isso com a polícia, do jeito certo, pra esse desgraçado nunca mais sair da cadeia.

— A polícia não pode nos ajudar agora.

Pikachu voltou, ainda confuso. Misty pegou-o no colo, junto da Pokébola que ele trazia.

— Misty…

— Diga tchau a Pikachu, Ash. Prometo que tento trazê-lo de volta ainda essa semana.

— Se ele volta, por que não você e Kira?

Ela suspirou e deu alguns passos para longe dele. Ash apenas ficou parado, sentindo todo o seu mundo ir embora.

Antes de sair, Misty virou-se para ele.

— Ash… eu te amo, ok? Mas não posso permitir que Yukira passe por isso.

— Traga-a de volta pra mim.

— Desculpa.

Ele viu Misty ir embora com o bebezinho que fantasiara tanto. Yukira também se fora. Ash caiu, sem realmente ouvir Brock, as irmãs sensacionais ou os policiais. Agora era ele quem não acreditava em nada.

Seu mundo inteiro havia desmoronado. E, dessa vez, era muito pior do que fora anteriormente.


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Notas finais do capítulo

Gente bonita do meu coração!
Eu não tenho desculpas pra demora. A verdade é que eu já esqueci há muito tempo o que queria inicialmente com essa fic, então por isso demoro. Mas não vou deixar vocês na mão. Vou tentar me dedicar a ela, porque é realmente a fanfic que eu mais desejo terminar. Se eu conseguir escrever, então tento postar regularmente. Por enquanto, posso dizer que, ao menos uma vez ao mês, teremos capítulo.
Obrigada pela paciência.
O próximo será 100% focado no Rudy o//

Bjs e teh + ^3^//



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