Em Busca da Verdade escrita por Camy


Capítulo 28
Despedidas para um nem tão curto prazo


Notas iniciais do capítulo

heey, como prometido, aqui está o cap. *--*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/46672/chapter/28

Ash P.O.V onn

Grávida. A palavra ecoa pela minha cabeça e me apoio na parede. Misty está grávida. Serei pai novamente. Ela vai me contar? Acho que ela ainda não sabe que eu sei. Misty realmente vai me contar? Ou vai esconder de novo? Aposto que vai esconder, a idiota. Retardada, egoísta. Vai ficar com o bebê só pra ela de novo. Não, não vai. Essa criança é minha também, eu sei. Quem mais seria o pai? Rudy? Há! Até parece. Ela não vai fugir de novo com uma criança minha, mas não vai mesmo.

O que eu faço? Grávida, caralho! Preciso me acalmar, preciso me acalmar, preciso me acalmar… certo. Eu vou… agora eu vou… certo. Misty está grávida. Ok, tudo bem. Eu vou ser pai de novo. Eu vou poder acompanhar meu filho desde o início. Nossa, como seria bom roubar essa criança quando ela nascer e levar Kira junto só pra ela sentir o que é. Não, não vou descer ao nível dela. Não vou. Ah, Kami… Misty ‘tá grávida! Certo… ok.

Escorrego até o chão e seguro minha cabeça entre as minhas mãos. Bagunço nervosamente meu cabelo. Merda, a Misty ‘tá grávida. O que eu faço? Conto pra ela? Finjo que não sei? Conto pra ela fingindo que não sei? Ah… Kami, certo. Eu vou entrar. Vou entrar.

Levanto, respiro fundo e entro. Ah… Kami-sama, A MISTY ‘TÁ GRÁVIDA!

Ash P.O.V off

Ash entrou na sala e encontrou a ruiva ainda deitada na cama, respirando de forma irregular. Dawn possuía uma expressão assustada e seus olhos se arregalaram ainda mais quando viu o amigo.

— Está tudo bem? – perguntou à Dawn. Não prendeu seu olhar em Misty. No momento, tudo o que sentia por ela era raiva.

— Não sei – disse – Misty desmaiou, afinal de…

— Te mandarei o dinheiro pelo correio – prometeu Misty, corando.

— Eu vou pagar – não era um pedido.

— Não vai – respondeu ela. – Não vou ficar te devendo nada.

— Já deve – ele respondeu, sentindo a ira aumentar.

Ela o olhou. Ele sabia. Não precisou perguntar, não precisou nem mesmo ficar em dúvida. Ele sabia. Percebeu isso pelo brilho irritado dos olhos âmbares que tanto amara um dia. Não deixara de amar Ash nem por um segundo, apenas sabia que o amor de sua vida não era o homem rancoroso que a encarava pedindo por explicações.

— Dawn, saia – pediu Misty.

Dawn mordeu o lábio inferior. Queria saber a fofoca, queria saber o que…

— Ela fica. Quero uma testemunha.

— Que fique!

Dawn não queria mais ficar.

— Gente, eu vou indo então e…

— VOCÊ FICA! – gritaram ao mesmo tempo. Fuzilavam-se com os olhos.

Dawn saiu sem se preocupar com os amigos. Não, não ficava. O casal mal percebeu o deslocamento dela. Estavam ocupados demais se odiando.

— Estou grávida. – disse Misty devagar. – Isso que queria ouvir? – sua voz era pura raiva.

— Ah, era – ele respondeu. – Essa criança é minha.

— Quem disse? Quem te garante que eu não dei pra qualquer um na esquina nesses últimos dias? – perguntou irritada.

— Porque você estava presa – sorriu vitorioso.

— Os policiais da cadeia eram tão deliciosos – ela lambeu os lábios, igualmente irritada.

— Ah, claro – ironizou.

Mas não pôde evitar que imagens da sua ruiva e dos policias aparecesse em sua mente. Ela beijando Masao, ou então sentada no colo de Chikao. Talvez dois ou três ao mesmo tempo. Sentiu vontade de vomitar.

— É o que pensa de mim, não é? Que eu sou uma puta – Misty riu, ainda irritada. Queria mandar Togepi nocautear o moreno, mas sabia que o Pokémon jamais o faria.

— E se for? – ele desafiou.

— Não me importo – ela retrucou. – Não me importo com o que hipócritas pensam ao meu respeito.

— Ah, agora eu sou o hipócrita? Sério? Porque não é hipocrisia nenhuma você ser toda louquinha pela Kira e me proibir de ficar perto da minha própria filha!

— Sim, é um hipócrita. Sabe por quê? Porque se disse o meu melhor amigo e confiou no Rudy e não em mim. Porque prometeu que seria o melhor namorado e pai do mundo, mas nunca foi me procurar. Sabia que era só ter me feito uma visita e ia descobrir que eu tinha uma filha? Simples. Uma merda de visita. Você não apareceu, por que eu apareceria? Ou pior, podia ter atendido aos meus telefonemas! Eu te liguei todos os dias por mais de uma semana, mas acho que você até tirou o telefone do gancho. Por que eu ia correr atrás de ti? Hein, Ash? Se você não me queria, por que eu ia ir te ver? Por que, diabos, eu ia te procurar com uma criança nos braços? Pra você me chamar de aproveitadora, chantagista e sei lá mais o quê? Quer saber, eu cansei de você, Ash Ketchum. E se ser amado por mim dói, como fez questão de dizer lá no tribunal, então que eu te ame mais do que a qualquer outro, porque eu honestamente quero que você sofra agora. Eu tive culpa sim, mas você também teve. Não se faz uma criança sozinha, sabia? E você queria ficar comigo antes de saber que a Kira existia, disse que me amava enquanto a gente transava e agora vem aqui e tenta me humilhar? Por favor, Ash. Tenha um pouco de dignidade, porque a minha filha vai ficar com você e eu não quero que ela pegue essa merda que tu tem na cabeça. E eu ‘tô com outro filho teu na barriga, então é melhor começar a deixar de ser um idiota crianção e crescer.

Ela passou por ele como um raio e saiu da sala. Ele ainda encarava a parede, respirando rápido demais. Que merda era aquela? Ele não tinha culpa nenhuma, Misty tinha. Misty lhe escondera tudo… tudo. Quando percebeu e tentou ir atrás dela, a ruiva já tinha partido há muito. Socou a parede, por pouco não fazendo um buraco nesta. Queria que Misty morresse. Nunca desejou algo com tanto ardor antes.

— Morre, diaba – quis gritar, mas apenas sussurrou, a raiva transparecendo em cada respirar.

~~xx~~xx~~xx~~xx

Misty saiu irritada do hospital. Ash conseguia tirá-la do sério como ninguém mais. Sentia seu peito arder. Não o odiava, é claro que não. Jamais seria capaz de fazê-lo. Mas sentia tanta raiva! As coisas que ouvira dele… Kami, que dor! “Ser amado por você dói” ele dissera. Ela sentiu os olhos marejados e afastou as lágrimas com nojo. Não choraria por ele novamente. Não novamente. Não sabendo que… ela respirou fundo, querendo se controlar.

Pegou um táxi. Togepi apareceu em seu colo durante o caminho e ela o acariciou na cabeça. De todos seus amigos, ele era o único que nunca a abandonara ou traíra. Ela não a acusara de traí-lo, tampouco contara a Ash que era pai de Kira. Mesmo que discordassem de muitas coisas, nada os separava. Ela o abraçou. Sentia que era o único em quem ela ainda podia confiar. O Pokémon se aconchegou nos braços da ruiva. Sentia toda a angústia dela. Sentia o desespero, o medo, a determinação em ficar com a pequena.

“Vai dar tudo certo” ele prometeu.

Misty o apertou.

— Você não sabe – sussurrou.

“Claro que eu sei. Eu te conheço”.

“O que eu faço?” perguntou em pensamentos.

“O que tem que fazer. Mantenha contato com a Kira por mim e pelo Ash. Vá ao psicólogo como o juiz disse e prove a eles que não é louca. E, quando tudo isso acabar, lute pela guarda dela”.

Misty respirou fundo, mas assentiu com a cabeça. Sentia-se perdida demais para dizer não e, no fundo, sabia que ele tinha razão. Se quisesse fazer as coisas darem certo, era melhor abandonar a própria filosofia e seguir as ordens que precisava seguir. Sentiu vontade de rir. Tinha vinte e seis anos, uma filha que faria sete anos em apenas seis meses e, ainda assim, sentia vontade de agir como uma criança e seguir as próprias leis. Sequestrar a pequena e fugir. Criar ela e o irmão, sozinha em algum lugar bem distante de todos os que a traíram. No fundo, ela era apenas uma criança assustada. E sabia disso.

Não demoraram a chegar. A ruiva quase dormiu no caminho. Estava exausta. Sorriu pensando na cama macia que a aguardava, mas o sorriso sumiu ao lembrar que Kira iria ao orfanato naquela noite.

Entrou na casa em velocidade. Togepi voava ao seu lado. A primeira pessoa que viu foi Brock, mas não o olhou por muito tempo. Depois dele viu Lili, mas a irmã tampouco lhe parecia uma boa pessoa para conversar. Os olhos esmeraldinos vasculharam a sala, mas não encontraram quem ela queria. Estava a ponto de subir as escadas quando Kira apareceu no topo destas. A menina, de alguma forma, sentira que precisava descer. Aquele típico pressentimento que temos quando sabemos que algo bom – ou ruim – está a acontecer.

— Mamãe!

A menina desceu – ou voou? – escadaria abaixo e se jogou nos braços estendidos da ruiva. Misty a pressionou contra o próprio corpo e se ajoelhou, ficando da altura da pequena.

— Está pronta?

Havia lágrimas nos olhos de ambas. Os esmeraldinos mais velhos possuíam a mesma maturidade dos pequenos e, apenas naquele momento, ao ver o quanto a filha amadurecera naquelas duas semanas, o quanto da sua infância fora perdida, que ela percebeu sua infantilidade. Estivera sempre tão preocupada em ficar perto da pequena, em protegê-la, que jamais pensou no quanto os fatos decorrentes desde seu pedido de divórcio afetaram Yukira. Se ela tivesse feito tudo como deveria fazer – ter denunciado Rudy assim que ele a ameaçou. Ter ido ao tribunal de cabeça erguida e não tentado fugir com a menina… mas havia sido uma criança. E sua filha teve que ser a adulta em seu lugar.

— Não quero ir…

Os olhinhos brilharam e uma lágrima escorreu. Ela sentiria falta demais da mãe. Queria fugir com ela, queria viver a vida utópica que a ruiva lhe prometera.

— Eu sei, amor. Mas vai ficar tudo bem, viu?

— Você já disse isso antes.

— Eu sei, eu sei. Mas agora é uma promessa, ‘tá? A gente vai fazer tudo certo agora. Você vai ir e mamãe não vai poder te ver, mas Togepi e Brock sempre te levarão recados meus, viu?

— Foge comigo…

Misty sorriu. Desde o início deveria ter feito o que estava fazendo. Desde o início aquele momento deveria ter acontecido. Kira deveria ter proposto a fuga, jamais ela. E a resposta deveria ter sido a que daria a ela agora.

— Não – mas a ruiva sorria –, mamãe não pode fugir com você agora, paixão. E… desculpa, ‘tá? Por ter dito que fugia – Misty acariciou os cabelos negros da tão amada menina –, mas a gente não pode. Eu quero. Você sabe que eu quero. Mas agora você e o Toge vão ir com o tio Masao pra um lugar quentinho. Não vai ser muito legal, mas você vai poder sair de lá em três dias, viu? Só três dias – ela levantou três dedos – e então vamos nos ver. Vou estar te esperando na saída.

A ruiva olhou esperançosa para Masao, que sorriu triste.

— Infelizmente isso não será possível. Até o próximo julgamento, deverá ficar longe dela. Fisicamente, claro.

Misty sorriu e acariciou os cabelos da menina. Uma lágrima escapou e foi interceptada pela mão macia que ela tanto amava. Yukira deixou a mão no rosto da mãe.

— Então não vou estar te esperando, mas eu juro que vou te ver nesse mesmo dia, ‘tá? Você vai ir direto para o julgamento depois disso – esperava que Masao a interrompesse caso passasse alguma informação errada para a pequenina – e eu vou estar lá, te esperando.

Ela assentiu com a cabeça, mais calma. Ainda assim, estava assustada. Não havia como não estar, nunca se sentira tão sozinha.

— E depois a gente vai ficar junta?

— Lá, nós vamos conversar com um monte de gente. Aí mamãe vai tentar convencer eles de que não é louca e de que te ama – Kira riu um pouco, mesmo triste. Sua mãe era louca – e o juiz vai dizer quem é seu papai. Depois, você vai ir com ele pra casa e a mamãe vai poder te ver poucas vezes durante um ou dois meses.

A voz dela falhou ao dizer isso. Kira começou a chorar e abraçou a mãe novamente, prendendo-se a ela como se fosse seu escape – e era. Ambas choravam. Misty acariciou os sedosos cabelos negros e sussurrou no ouvido pequeno que tudo ficaria bem. Yukira soluçava e Misty sabia os motivos. Ela estava com medo e queria a mãe, apenas isso. Sentiu nojo de Rudy como nunca sentira antes. Quis escalpelá-lo com as próprias mãos, mas contentou-se em consolar sua menina. Ela precisava de apoio naquele momento. E Misty, mais do que qualquer outro, sabia disso. Ela beijou o topo da cabeça pequena e a fez olhá-la. O nariz escorria enquanto Kira chorava.

— Eu não quero ir, não quero morar com o Ash.

Misty sorriu e limpou as lágrimas que insistiam em cair.

Misty sabia que poderia ter dito palavras realmente lindas. Poderia lembrar à menina que Ash já fora seu herói. Poderia contar o quão maravilhoso o moreno podia ser. Entretanto a raiva que sentia era mais intensa, e as palavras dele ainda ecoavam na mente da ruiva.

— Vai dar tudo certo, minha princesa. Tudo certo, mamãe promete. – foi tudo o que disse.

A pequena fungou e limpou-se na manga da camiseta. Controlou o choro antes compulsivo.

— Mas você não vai ficar comigo…

— Vou sim – era uma promessa – só não agora. Sabia que o Rudy é um idiota? Pois é. Ele que fez tudo isso. Assim que der, dou uns socos nele, tá?

Kira sorriu da brincadeira da mãe, mesmo querendo que não fosse uma brincadeira. Misty suspirou e beijou a pequena na testa novamente.

— Vai dar tudo certo?

— Sim, meu anjo. Vai dar tudo certo.

E Yukira se sentiu segura pela primeira vez em dias.

~~xx~~xx~~xx~~xx

Yukira segurou bem firme na mão de Masao. Ainda não sabia como conseguira dizer tchau à mãe, mas queria ter demorado mais. Começou a caminhar mais devagar à medida que chegavam perto do portão do orfanato. Não queria estar ali. E disso todos sabiam.

— Vai ficar tudo bem, sério. – Masao prometeu.

Ele acariciou os cabelos negros e ela abraçou a perna dele. Era a hora da despedida. Uma freira vinha na direção deles. Kira se escondeu.

— Eu não quero ir…

— É rapidinho – ele se abaixou e a menina transpirava pavor pelos olhos.

— Não tem como ficar me vigiando? O Rudy pode vir me atacar de noite.

Mas os dois sabiam que ela não tinha medo disso. Assim como sabiam que Yukira estaria com Togepi o tempo inteiro –, mas, é claro, Masao fingia que não sabia – e que nada a machucaria.

— Eu não posso, querida. Mas você vai ser bem cuidada. E Brock virá aqui assim que amanhecer, ok? Não se preocupe, eles vão vir te buscar.

Ela assentiu com a cabeça e beijou-o no rosto, caminhando na direção da freira. Queria desesperadamente voltar correndo para casa, mas sua mãe a ensinara a ser forte.

— Sou a Freira Leila, ok? Qual seu nome, pequena?

— Yukira…

— Não precisa se preocupar. Está com fome?

A morena apenas negou com a cabeça. Queria dormir. Queria Togepi. Queria uma prova de que não havia sido abandonada.

Freira Leila não era feia, porém nada se podia dizer de seu corpo. Coberto com a roupa tradicional em preto e branco, apenas o rosto era visível. Algumas rugas, nenhuma maquiagem e brilhantes olhos azuis. Parecia nova, mas toda uma aura de experiência exalava dela. Yukira não prestou atenção. Estava perdida em suas confusões e dúvidas.

— Irei te levar ao seu quarto, o que acha disso?

Kira fez que sim com a cabeça e a seguiu aérea. Abraçava o próprio corpo e sentia medo. Medo de não ter Togepi consigo quando chegasse ao quarto. Quando entrou, várias meninas pulavam nas camas, falavam alto e brincavam ou liam. Ela se encolheu. Não queria ficar com tantas pessoas ao seu redor.

— Silêncio meninas! – todas se calaram. – Esta é a Yukira! Não se animem, ficará com a gente só por alguns dias.

— Por quê? – perguntou uma menina de cabelos rosados. Os olhos castanhos eram maliciosos ao mesmo tempo em que passavam uma inocência de bebê.

— É um processo jurídico. Ambos os pais querem a guarda. É isso, querida?

— Mais ou menos. Quero ficar com a mamãe – não soube por que, mas acrescentou. Sentia que precisava fazê-lo.

Leila sorriu e lhe acariciou os cabelos.

— Façam-na se sentir em casa!

A freira saiu e fechou a porta. Kira ficou encarando todas as outras, que também lhe encaravam. Ninguém dizia nada. Os olhos esverdeados se arregalaram. Havia mais umas quinze meninas com ela e se sentia paralisada.

— Sou Raki – a menina de cabelos róseos se aproximou e estendeu a mão.

Yukira a apertou, tentando entrar dentro do próprio casaco e desaparecer para sempre.

— Yukira.

— Vou te mostrar a sua cama. Quantos anos tem? – a menina saiu caminhando e Kira não viu outra alternativa se não segui-la.

— Quase sete – não diria seis.

— Tenho doze.

Kira sorriu, sem saber o que mais poderia fazer. Não queria ser amiga de nenhuma daquelas meninas que lhe encaravam como se fosse um alienígena. Não queria nada além de ir para casa e dormir nos braços da mãe, como sempre fazia ao ter um pesadelo. Desejava desesperadamente acordar.

— É aqui – Raki apontou para uma cama de solteiro simples, apenas com um cobertor rosa a cobrindo. – É simples, mas confortável. Não liga pra elas não. Só tão surpresas porque a gente já sabia que ia vir. É filha da Sereia, né?

Yukira se surpreendeu com a pergunta, mas assentiu com a cabeça. Muitos conheciam sua mãe por esse nome.

— Por que está aqui? A gente sabia que vinha, mas ninguém explicou direito.

A morena se encolheu. Queria dormir. Queria sair dali. E, definitivamente, não queria conversar.

— É uma longa história, mas, pra resumir, a mamãe tá impedida de ficar comigo e eu quero ficar com ela. E eu tenho dois papais, mas um deles não é meu pai de verdade e eu odeio os dois.

— Hmm. Ok. E por que não fica com sua mãe?

— O papai falso disse que ela é louca. Aí ela só vai poder ficar comigo se provar pros homens de terno que ela não é louca. Mas ela é louca, só que não é. Entende?

Raki não entendia, mas sorriu.

— ‘Tá com sono ou quer que eu fique mais um pouco?

— Eu ‘tô cansada, mas se quiser… – sua mãe lhe ensinara a ser educada, mesmo quando não o queria ser.

— Tudo bem. Boa noite, Yukira – a rosada sorriu e se afastou.

— Boa noite, Raki – falou um pouco mais alto para a menina ouvir.

Kira se deitou e virou-se de costas para todo o barulho atrás de si. Ao apoiar a cabeça no travesseiro, sentiu um movimento. Assustou-se, mas olhou embaixo dele desconfiada. Togepi lhe sorriu travesso e ela, discretamente, o levou para debaixo do cobertor. O escondeu com o próprio corpo – por sorte, sua cama era ao lado da parede e a cama em frente à sua estava vazia.

— Toge toge pipi toge pi “sua mãe também ‘tá deitada. Sente sua falta”

Yukira sorriu. Sussurrou para ele:

— Também sinto a falta dela. Obrigada, mano.

Ela abraçou o pequenino e sentiu, aos poucos, o medo se afastar e o sono chegar. Togepi dormiu rapidamente e Yukira o seguiu logo depois. Seu primeiro dia começara.

Continua…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oiiiieee *-*

demorei tanto assim? Não, né?

então, o próximo já foi começado e 'tá todo planejado na minha cabeça u-u

Vocês vão ver no meu perfil que diz todo um planejamento de quando vou postar minhas fics e tals

todo domingo tem um capítulo de alguma coisa. Não vai ser sempre "em busca", mas juro que vai ser mais rápido assim q eu terminar de escrever u-u

obrigada por me acompanharem há tanto tempo, viu?

A fic ainda não 'tá na reta final, mas está sendo encaminhada para ela u-u

REVIEWS REVIEWS REVIEEEEWS *---*

Bjs e teh + ^3^/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Em Busca da Verdade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.