Em Busca da Verdade escrita por Camy


Capítulo 25
Lágrimas seguradas...


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que demorei horrores pra postar. Desculpa por isso, ok? Curtam o capítulo ^^



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A ruiva balançava sua perna freneticamente, sua cabeça se desviando para a porta a cada segundo. O enorme salão a deixava inquieta, pois não permitiam que seus Pokémons ficassem fora de suas Pokébolas – os recuperara assim que saíram da delegacia. Não que a ruiva tivesse medo de ser atacada ou de morrer, mas realmente não esperava ganhar aquele julgamento e pretendia sequestrar Yukira ali mesmo, bem na frente de todos. Os amigos já estavam cientes daquilo. Togepi se encarregara de avisá-los e os mesmos nem ficaram surpresos; conheciam Misty o suficiente para saber que faria algo do gênero.

Aquele lugar era frio e causava-lhe arrepios. Não queria que sua pequena entrasse ali, mas sabia que era necessário. Olhou novamente para a porta, mas Kira e Rudy ainda não haviam chegado. Assim como Brock e os outros também não. Havia dito a eles que não os queria no julgamento, mas não esperava que os amigos realmente a levassem a sério. Óbvio que os queria ali, os amigos e as irmãs eram tudo o que lhe havia sobrado e queria o apoio que apenas eles conseguiam lhe oferecer. Aquilo a fazia se lembrar de outra ocasião, quando quisera abandonar Kira em um orfanato. Como eles podiam sequer dar ouvidos a essas besteiras que saíam de sua boca? Deviam apenas mandá-la calar a boca e virem ao julgamento, assim como deviam tê-la impedido de sequer cogitar a ideia de ir até aquele orfanato. Olhou para a porta mais uma vez. Nada.

— Misty, se acalme e mantenha a compostura. Encarar a porta desse jeito não fará com que a sua filha chegue mais rápido, e pode te fazer perder pontos com os jurados.

— Não ligo pro que os jurados pensam – Misty murmurou, ainda encarando a porta. – Eles não estão interessados em nem uma palavra do que tenho a dizer, de qualquer jeito.

— Pare com isso. Se o que me disse for verdade…

— É verdade – o interrompeu.

— Então eles precisam te ouvir. Como seu advogado, te aconselho que vire para frente e…

Mas o advogado se viu falando sozinho ao perceber que sua cliente o abandonara e estava no corredor que dava acesso até a porta; a ruiva estava agachada. Uma pequenina garotinha com um belíssimo vestido branco corria até ela, com os cabelos negros esvoaçando ao seu redor. Masao, talvez, por acidente, tivesse deixado a menina escapar quando viu a mãe.

Aquele, de longe, foi o abraço mais demorado e apertado que as duas já haviam trocado. Lágrimas inundaram os olhos de Misty, mas ela não permitiu que nenhuma escorresse. Não queria que Kira chorasse, e era exatamente o que aconteceria se a menina visse a mãe a prantear. Nenhuma delas parecia ter a intenção de se separar, até que o juiz interviu.

— Todos aos seus lugares. – ordenou.

Misty, muito a contra gosto, tentou soltar a menina, mas esta se prendeu à mulher.

— Deixa eu ficar com você, mamãe – ela pediu em meio a um soluço.

Misty sentiu seu coração se partir, porém não chorou. Apenas a beijou na testa e limpou as lágrimas que escorriam pelo rostinho pálido.

— Logo, meu anjo. Logo.

Misty a abraçou novamente e a entregou para Masao. Kira aceitou ir com o ruivo, mas primeiro beijou a mãe novamente na face.

— Te amo, mamãe.

E Misty soube que tudo o que planejava fazer valia a pena.

— Também te amo, princesinha. – Misty se esforçou para não chorar. – Demais.

Rudy observava a cena ao lado de Masao, e sorriu malicioso com as palavras da ruiva. Mordeu o lábio inferior, sentindo seus olhos brilharem.

— E eu, Misty? Não mereço um abraço também? – perguntou cínico.

Misty quase pulou ao ouvir a voz dele. Não o percebera. O rosto dela ficou vermelho de raiva, e os olhos selvagens se voltaram para ele.

— Se eu um dia te abraçar novamente, estarei com uma faca na mão, pronta para te matar. – o olhar frio que o moreno recebeu quase o faz andar para trás.

Mas Rudy manteve-se firme. Não demonstraria medo. Já dominara Misty uma vez, podia muito bem fazer novamente. Sorriu malicioso novamente, e lambeu os lábios, provocativo.

— Veremos quem morre primeiro.

E Misty empalideceu, sabendo que não seria ela. Ou Rudy. Os olhos se voltaram para Kira, que estava com a cabeça apoiada na curva do pescoço de Masao, olhando confusa para ela. Misty se calou e controlou as lágrimas que quiseram escorrer. Com esforço, sorriu novamente para a filha.

— Em seus lugares – repetiu o Juiz, mais alto.

Misty caminhou até Lew, que tinha uma expressão insatisfeita no rosto. Ela não prestou atenção a ele. A conversa que tivera naquela maldita noite na ilha ecoava em seus ouvidos.

“Prometa, ou eu juro que vou tirar aquela garota de você. E vocês nunca mais irão se ver, Misty. Eu vou garantir isso.”

Ela tremeu, afastando a voz de Rudy de sua cabeça. Se ao menos aquela houvesse sido a pior ameaça da noite…

— Sei que estava com saudades dela, mas isso não vai adiantar em nada! Você precisa se concentrar aqui.

Ela o olhou por alguns segundos, atordoada, e apenas então entendeu parcialmente o que ele dissera. Repetiu o que já dissera anteriormente.

— Não tenho esperanças de ganhar, Lew.

— Mas eu tenho – o homem se virou com determinação para frente.

Misty revirou os olhos, e o juiz bateu o martelo novamente; todos ficaram em silêncio.

— Sou o Juiz Reiji Yasunori e conduzirei esta seção. Hoje, no dia seis de outubro. O caso é sobre a guarda de Yukira Waterflower, que é disputada por seus pais. Espero uma audiência justa e limpa.

Misty teve vontade de rir perante a ironia. Justa? Ela já tinha perdido. Limpa? Rudy já comprara todos eles. Apenas surpreendeu-se com a data. Seis de outubro. Aquela loucura toda começara no dia vinte e três de setembro. Exatas duas semanas. Como tão pouco tempo podia ter se passado? Misty se sentia tão cansada que poderia jurar estar lutando há, no mínimo, dois meses.

— Declaro esta seção aberta. Senhorita Waterflower, pode começar. – continuou o Juiz.

Lew levantou-se.

— Minha cliente criou a filha com as irmãs e os padrinhos desta, visto que Rudy nunca foi presente na vida da criança.

— Protesto, Meritíssimo, ele está difamando meu cliente. – Motoi, o advogado de Rudy, interviu.

— Negado. Continue senhor Lew.

— Ela é perfeitamente capaz de criar a criança sozinha, pois como todos devem saber, sua reputação é…

Misty parou de prestar atenção. Que Lew falasse o que quisesse; aquilo não adiantaria. Sentia-se enjoada. A ruiva olhou para a filha, que também lhe encarava. Misty sorriu para a pequena, que retribuiu tristemente, com os olhos marejados. Misty fez um beicinho para ela. Kira sorriu novamente, mas as lágrimas permaneciam. Uma escorreu. Misty fez um sinal negativo com a mão direita e depois levou as mãos em punho até seu rosto, esfregando em círculos, para indicar o choro. Exatamente como Ash havia feito para ela alguns dias atrás. Ela apontou para si mesma, depois para a filha e fez um coração, transmitindo claramente a mensagem: “Não chora, eu te amo”.

A pequena limpou as lágrimas e assentiu positivamente com a cabeça, sorrindo verdadeiramente agora. Apontou para si e depois para a mãe. Logo em seguida fez um desajeitado coração com as mãos. Misty riu, as lágrimas de felicidade no rosto. Estava perto de seu bebê novamente. Viu Rudy olhar para a menina ameaçadoramente e sentiu raiva. Raiva essa que logo foi substituída por orgulho quando a menina lhe mostrou a língua e voltou a olhar para a mãe. Yukira reconheceu o sentimento da mais velha quando esta lhe olhou, e se sentiu orgulhosa de si mesma. Nem conseguia acreditar que a mãe estava ali, tão pertinho de si. Queria correr para seus braços e ficar lá para sempre, mas ela lhe pediu para esperar, e a menina esperaria.

Misty olhava para Rudy de soslaio. Absolutamente nada dava mais agonia à mulher do que a proximidade dele com sua princesa.

“Togepi…”

“Já estou de olho”.

Misty sentiu-se um pouco mais aliviada, porém não o suficiente para que o nó em seu estômago se desfizesse. Olhou para Yukira e percebeu o olhar indagador da menina. Misty voltou a lhe sorrir e apontou para a própria cabeça, e abraçou o corpo, como se tivesse algo entre seus braços. A menina sorriu ao compreender a mensagem “Estava falando com Togepi”; Kira conhecia a ligação da mãe com o Pokémon.

Nenhum dos jurados olhava para Lew, e poucos prestavam atenção. Os olhares de todos estavam na silenciosa conversa entre mãe e filha que, de tão envolvidas que estavam, nem percebiam estar sendo observadas. Rudy não ligava. Misty não podia fazer nada. Sabia que a ruiva tentaria tirar a garota à força de si, mas também sabia que ela seria procurada pelo resto de sua vida por isso. Por mais que Misty fosse habilidosa, seria pega cedo ou tarde. E quando isso acontecesse, ela estaria em suas mãos.

Caso o plano desse errado, ele sempre tinha uma carta nas mãos.

Lew voltou para o lado dela e Misty viu Motoi levantar-se, para defender Rudy. A mulher o ignorou. Tinha olhos apenas para sua princesa. Observando-a, a ruiva começa a se perguntar se não seria melhor se Ash soubesse de tudo. O moreno com certeza seria um pai maravilhoso. Ash era legal, ele lhe deixaria visitar a filha, Brock poderia convencê-lo a fazer isso. Se Brock não conseguisse, Kira conseguiria. Não. De jeito nenhum. Não dividiria Kira com ninguém, nem mesmo com o pai. Não ousava fazer isso. O medo de perdê-la ou de ser substituída era muito grande.

Além disso, a única forma de esta união não acabar em morte seria se voltasse no tempo, para antes de sua proposta de casamento a Rudy. Abraçou a própria cintura, sentindo-se gelada. O pavor tomou conta de seu corpo novamente, mas ela não permitiu que ninguém percebesse.

Ao longe viu Motoi sentar-se e a audiência continuar. A ruiva estava entediada, mas não mais do que Kira, que estava quase dormindo. Para as duas o resultado era irrelevante, ambas ficariam juntas no final, isso que importava. As testemunhas começaram a ser chamadas. Rudy foi primeiro.

— Senhor Ziggy*, por que quer a guarda de sua filha? – perguntou Motoi.

— Por motivos óbvios. Amo minha filha mais do que qualquer coisa.

Yukira e Misty reviraram os olhos ao mesmo tempo, ato que fez um dos jurados segurar o riso. O homem não tirara os olhos delas desde o início da audiência.

— E por que não está mais com a mãe dela?

Rudy sorriu e olhou diretamente para Misty. A ruiva estremeceu, e percebeu que algo de ruim estava para acontecer. Começou a prestar atenção ao depoimento do futuro ex-marido.

— Misty se mostrou controladora demais no nosso casamento. Ela virava a garota contra mim, controlava minha vida inteira e fazia o mesmo com a da nossa pequenina. Ela estava enlouquecendo e não quero uma influência assim para Kira, ela ainda é muito inocente para saber sobre as mentiras que ela conta. – a indireta era clara, mas Yukira jamais a entenderia. – Misty a manipula muito facilmente, pois nunca permitiu que eu me aproximasse de Kira.

— ISSO É MENTIRA! MAMÃE NÃO ME MANIPULA! – Yukira gritou e olhou indignada para Rudy, que apenas se encolheu, como se as palavras dela realmente o magoassem.

Depois olhou para a mãe, que tinha o indicador sobre os lábios, pedindo para ela parar. A menina fez um beicinho, mas obedeceu. Masao falou com ela e pareceu acalmá-la um pouco. A ruiva nunca ficou tão feliz por ter pedido para que a filha fosse vigiada. Masao fazia um bom trabalho. Voltou sua atenção para Rudy; ele ainda não falara nada que ela não esperasse.

Rudy olhou para os jurados como alguém que pedia desculpas pelo comportamento da filha. Mesmo que tivesse tentando ajudar, Yukira acabara de comprovar, teoricamente, o que Rudy dissera.

— Sem mais perguntas, Meritíssimo.

Ela estreitou os olhos. Se Motoi não fizera nenhuma pergunta… estremeceu. Rudy estava prestes a brincar com Lew. O advogado da ruiva se levantou, nunca tivera tanto da atenção de Misty como naquele momento.

— Senhor Ziggy, pode me dizer onde esteve nos últimos dias?

— Eu e minha esposa fizemos um passeio a dois. Eu estava tentando salvar o nosso casamento. Infelizmente, como podem ver, não funcionou. Sinto fa…

Mas a interrupção de Lew não foi significativa para o que o moreno planejava. Misty sentiu a sensação de que comera gelo voltar a se apoderar de seu corpo.

— Já respondeu a pergunta, senhor. Minha cliente afirma que foi levada à força para esse passeio. Isso é verdade, lembrando que o senhor não pode mentir perante os jurados?

— É mentira. Misty concordou em deixar nossa filha com seus parentes enquanto viajávamos.

Bingo. O brilho nos olhos de Rudy indicava que a brincadeira começara. Misty franziu o cenho, confusa.

— O senhor disse “seus parentes”, não “nossos parentes”. Como marido dela, você também faz parte da família, certo?

Rudy deixou uma gota de suor escapar. Se não tivesse subornado todos, poderia estar nervoso, mas era apenas calor. Ele mantinha seu olhar aparentemente inocente em Misty.

— Eles não gostam muito de mim. É também parte do motivo para o qual estou me separando de minha esposa.

— Foi minha cliente quem pediu o divórcio, não o senhor. Além disso, o senhor, diferentemente de Misty, ainda não assinou os papeis. Qual o motivo?

O moreno vacilou por um segundo – ou pareceu vacilar –, e então encontrou uma desculpa.

— Sou um tolo romântico – ele virou a cabeça, como se aparentasse não deixar isso vir a tona, mas mesmo assim admitindo –, tenho esperanças de que minha esposa reconsidere.

— Sonha.

A palavra simplesmente saltou da boca de Misty, sem que ela pudesse se controlar.

— Peço que controle sua cliente, senhor Lew. – pediu o juiz.

— Peço desculpas, Meritíssimo – ele mandou um olhar de advertência para a ruiva, que apenas deu de ombros. – Por que não se dá bem com a família da minha cliente, senhor Rudy?

— Protesto. Isso não tem relevância para o caso, Meritíssimo. – argumentou Motoi.

E o brilho de raiva momentâneo nos olhos de Rudy dizia que aquelas palavras jamais deveriam ter sido ditas. Misty sentiu vontade de gritar a Lew para não retrucar, porém já era tarde.

— Discordo. Tem a ver com a menina, é a família dela.

— Negado, senhor Motoi. Responda à pergunta, senhor Rudy.

Rudy tentou esconder a felicidade que quase explodia de seu corpo, e fez um bom trabalho. Para todos, mas não para ela.

— Bem, eles eram… ainda são, na verdade, muito amigos do antigo namorado de Misty. – ela gelou ainda mais ao ouvi-lo falar de Ash. Rudy continuou, como se nenhuma. – Eu pensei que ele tivesse desaparecido, e teria ficado mais feliz assim. Quem sabe Kami-sama não ouve minhas preces e o manda para bem longe? Eu só queria poder ficar perto da minha esposa.

Ela engoliu em seco. Entendera o recado com clareza suficiente: “só queria poder ficar perto de minha esposa” significava “Não fuja”. “e teria ficado mais feliz assim (com Ash desaparecido)” significava, com perfeição: “Se fugir, Ash vai desaparecer”. Tremeu, sabendo que a fuga não era mais uma opção, assim como permitir que Kira ficasse com Rudy sem ninguém para protegê-la também não era. Não se prolongou pensando nas formas que Rudy usaria para fazer Ash desaparecer; ela as conhecia realmente bem.

— Sem mais perguntas, Meritíssimo.

O moreno voltou ao seu lugar e foi a vez de Misty fazer sua parte naquela grande peça de teatro. Todos sabiam o final daquilo. Devagar, a ruiva se levantou e caminhou até a cadeira. Seus olhos presos em Yukira e Rudy, com medo do que poderia acontecer se desviasse o olhar deles.

— Por que quer a guarda da menina?

— Sou a mãe dela, ela é minha. Simples assim.

Yukira riu de seu assento. Por meio segundo o riso infantil preencheu aquele lugar frio e Misty olhou com tanto carinho para a filha que lágrimas chegaram aos seus olhos. O medo novamente esfriara seu estômago, e ela sorriu também. Faria absolutamente tudo para que a filha nunca parasse de sorrir.

— Qual a sua participação na criação dela?

— Sempre quis ensinar tudo para minha filha, principalmente a ser forte. Rudy nunca participou da criação dela. Criei Kira com a ajuda de minhas irmãs e meus mais leais amigos – tão leiais que nem estão aqui hoje.

— Por que a garota parece gostar mais de você do que do pai?

— Eu sou a mãe dela e sempre estive presente quando ela precisava, diferentemente dele – ela não conhece o pai. Nem Ash sabe a verdade a respeito disso. Sou tudo o que ela tem.

— Todos sabem sobre suas habilidades de luta. Você afirma que foi sequestrada pelo seu marido. Por que não reagiu?

— Porque… porque Rudy consegue ser bem persuasivo. E ele sabe muito bem como me manipular. – porque Yukira é o meu ponto fraco, e ele a ameaçou. Não disse as palavras, mas queria. Não podia, porém, espalhar para o mundo sobre sua maior fraqueza.

— Sem mais perguntas Meritíssimo.

Motoi se levantou ao mesmo tempo em que Lew voltava a se sentar.

— A senhora usou as palavras “Sou mãe dela. Ela é minha”, agindo como se a menina fosse uma posse. Acha-se dona dela, senhora Waterflower?

— Ela é minha – a ruiva olha para a filha –, assim como eu sou dela. È um código nosso. Uma promessa de que, por sermos uma parte da outra, nunca iremos nos separar.

Yukira sorriu para a mãe, que lhe devolveu um sorriso também, ambos carinhosos. As duas estavam com os olhos marejados. Tudo o que queriam era um tempo juntas. Isso era tudo o que não tinham.

— Então ela é como um pertence para você. Viram, senhores jurados, ela apenas acha a menina um pertence bonito!

Mas Misty não prestava atenção nele. Tinha os olhos fixos na filha, que estava pronta para gritar com Motoi. Misty negou com a cabeça e balançou os ombros, pedindo para a pequena esquecer. “Logo estaremos juntas” era a promessa subentendida naquela conversa silenciosa. Ela só não fazia a menor ideia de como cumpri-la.

— Sem mais perguntas.

Misty voltou para o seu lugar e Reiji anunciou um pequeno recesso de vinte minutos. Antes que qualquer um se movesse, a pergunta apareceu.

— Posso passar o recesso com a minha mãe? – o pedido foi tão inocente, e aquelas brilhantes esferas verdes estavam tão marejadas, tão pedintes, que a única coisa que Reiji pôde fazer foi concordar com a cabeça.

O dinheiro em sua conta parecia um pouquinho mais sujo e pesado a cada minuto que passava.

Um sorriso grato e aliviado apareceu no rosto das duas. Kira pulou a mesa e correu na direção da mãe, que corria até a filha também. Misty se ajoelhou e Kira se jogou novamente em seus braços, mas dessa vez não precisavam se separar tão cedo. A ruiva pegou a filha no colo e sentiu vontade de fugir, mas sabia que aquilo nem mais era uma opção. Porque Misty sabia que já fizera o moreno sofrer o suficiente – principalmente ao não contar a verdade a ele – e não queria causar ainda mais problemas; não a Ash. Estava preocupada com o julgamento, pois não sabia a menor ideia do que fazer; queria os amigos ali para ajudarem-na. Eles viriam, ela sabia. Togepi se asseguraria disso. Caminhou lentamente com a menina em seus braços até o lado de fora daquela sala enorme e sufocante. Sentou-se em um banco reservado para si.

— Misty, temos que conversar sobre o caso, eu acho que…

— Lew me desculpe, mas tudo o que quero agora é ficar um pouco com a minha filha. Você pode fazer o que achar melhor, confio em você.

O homem apenas sorriu e assentiu com a cabeça. Sabia o quanto a ruiva precisava daquele momento com a filha. E, finalmente, depois de tanto tempo, as duas se viram sozinhas.

Continua…

*Ziggy: nome do Rudy em japonês. Como não achei o sobrenome dele na internet, resolvi usar “Ziggy”.


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Notas finais do capítulo

Nbem pessoal, tudo o que posso fazer é pedir milhões de desculpas. Alguns imprevistos aconteceram e acabei não entrando no Nyah por um bom tempo, entretanto estou de volta.

Não sei se com força total, mas o próximo capítulo eu já vou iniciar hj. A partir de agora, essa provavelmente será a única estória a ser atualizada até seu desfecho e farei assim com as outras quando esta terminar. Lamento a demora, mesmo ://
espero que estejam gostando ;333
Beijos e teh + ^3^/

Obs: Viram que revelei um pouquinho de como foi a conversa da Misty com o Rudy? HOHOHOHO, ela já todinha escrita no word. Em algum momento, ela aparecerá como Flashback :33



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