Em Busca da Verdade escrita por Camy


Capítulo 1
Dia 22 de setembro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/46672/chapter/1

Misty P.O.V

Hoje é mais um dia 22 de setembro, o pior dia da minha vida.

Quem eu sou?

Misty Waterflower. Antigamente, a sereia de Cerulean, mas hoje em dia, nem mais líder de ginásio eu sou. Hoje em dia, sou apenas uma Mestra em Pokémons Aquáticos que mora em Cerulean, mas não pode ser a líder do ginásio porque é boa demais pra batalhar com os iniciantes.

Todos diriam que ser uma Mestra Pokémon, ser convidada para entrar na Elite dos Quatro e ter um marido desejado por muitas é uma vida boa, mas eu não. Quem é o meu marido? O Rudy.

Atualmente tenho vinte e sete anos. Todos os anos, nesse dia, eu fico presa no meu quarto, não falo com ninguém, e ai de quem me interromper!

Posso parecer rabugenta, mas, na verdade, eu simplesmente não gosto da minha vida. Eu queria poder voltar no tempo, quando eu ainda viajava com o Ash e com o Brock, não me esqueci deles. O Brock eu vejo muito, mas já o Ash... Ah!, o Ash e eu não nos falamos há seis anos. Seis longos anos.

Por que eu não gosto da minha vida? Simplesmente por que eu não estou com a pessoa que eu realmente amo, o Rudy é gentil e tudo mais, mas nunca será o amor da minha vida. Estou atirada na minha cama, abraçada a um travesseiro e chorando, por quê? Simples: eu queria nunca ter me casado.

Fico sempre imaginando… como o Ash está? Ainda está brabo comigo? Deve estar sim. Grande ironia a minha, me casar com o homem que acabou com a minha vida.

Tem um ser humano batendo na minha porta, mas sabe que eu não vou abrir. Nunca abro. Rudy dorme no sofá nesse dia do ano.

— Sai! Vai embora! Não quero falar com ninguém! – gritei. Aposto que tinha um tom choroso na minha voz, a maioria das pessoas sabe que odeio chorar, por isso, sempre se surpreendem comigo nesse dia.

— Misty! Sou eu, o Brock! Abre a porta!

— Não!

— Misty abre minha ruivinha! A gente precisa conversar!

Eu, mesmo sem vontade, vou abrir a porta, mas antes vou tentar limpar meu rosto cheio de lágrimas..

— Anda Misty, abre a porta pra mim! – Brock ainda me chama.

— Já vai, Brock!

Limpo meu rosto e abro a porta.

— O que você quer? – confesso, perguntei mal-humorada demais.

— Conversar com você.

Brock entra no meu quarto sem eu poder reclamar e senta na minha cama.

— Diga. – disse indiferente.

— Fecha a porta e senta aqui comigo, temos muito que conversar.

— Não quero conversar. – por que não posso apenas ser deixada em paz?!

— Eu sei, mas é preciso.

Mesmo contra a minha vontade, fechei a porta e me sentei de frente para ele, me controlando para não cair no choro. Esse dia me trás péssimas lembranças e ficar em Cerulean, encarando o Brock, não me adianta muito.

— Você tem que superar isso. Já são SEIS anos Misty. É muito tempo. Fico preocupado com você.

— Não precisa, estou ótima, só gosto de ficar pelo menos uma vez por ano sozinha. E, por acaso, o dia é esse. – inventei a pior mentira possível, pois o Brock estava junto quando tudo aconteceu.

— Não adianta mentir pra mim. É por causa dele, não é? Esse dia lhe trás muitas lembranças. – disse Brock, preocupado comigo.

Brock é como o irmão que eu nunca tive. Sempre preocupado comigo, mas ainda assim me deixa viver. Sabe que sou responsável, mas tem medo que eu me machuque.

— Claro que não! – só não forcei um sorrisinho porque se eu tentasse sorrir, sei que iria começar a chorar. – Não, nem me lembro mais direito dele. – engoli em seco ao falar “dele”, pois estávamos falando de uma pessoa inesquecível para mim. – Brock, eu sou muito mais do que uma pessoa que vive do passado – torci para que ele não reparasse que minha voz estava trêmula.

— Misty, você pode ser, mas sei que ainda sofre com o que aconteceu. Sei que prefere ficar sozinha, mas cuidado com esses sumiços, sua filha está ficando muito inteligente. Yukira está crescendo, Misty.

— Eu sei, mas ainda é muito jovem para entender algumas coisas.

— Yukira quer saber o porquê de você sofrer tanto. Ela é jovem, mas é muito inteligente, exatamente como a mãe. Está dois anos adiantada na escola e logo vai estar mais um ano adiantada. Se a garota continuar assim, vai sair de casa aos sete ou oito anos, Misty.

— Não! Ela fica comigo até completar dez! Só por que é mais inteligente que a maioria das outras crianças, isso não significa que ela já pode sair assim por aí. Ela não sabe se defender dos perigos sozinha! Eu vou ensinar ela a se defender!

— Então mostre a ela que você não tem nada contra esse dia Misty! Sua filha vai fazer aniversário daqui a sete meses!

— Eu sei! E será uma grande festa! Darei a ela o que ela quiser.

— E se ela quiser algo que ela não sabe que existe ruivinha?

Percebi no momento o que ele queria dizer, mas como podia sugerir aquilo? Sim! Eu tenho uma filha. Seu nome é Yukira e ela é muito linda, minha filha linda.

— Nem pense nisso, ela sabe o que deve saber, não quero que ela sofra, seria muito injusto com ela eu lhe contar. Iria sofrer.

— Então o que você está dizendo todo dia para a garota é verdade? Acha justo dizer a ela o que você diz?

— É melhor do que tudo! Ela acredita no que eu falo, mas sei que daqui a pouquíssimo tempo, ela irá descobrir que tem algo errado. – abaixei o olhar, eu esperava que esse dia nunca chegasse, quando ela desconfiasse de que tinha algo de muito errado acontecendo.

Alguma outra pessoa bate na porta, é uma batida leve e delicada.

Limpo meus olhos, pois algumas lágrimas cismavam em sair deles e limpo minha garganta também, antes de perguntar:

— Quem é?

— Sou eu mamãe, posso entrar, por favor? – como a voz dela tem esse poder de me acalmar?

— Claro, meu anjinho.

Ela entra toda encolhida. É baixinha, mas, mesmo assim, muito bonita!

— Mamãe, eu sei que não gosta que lhe incomodem no dia 22 de setembro, mas preciso de ajuda no dever de casa. – disse completamente sem jeito.

Foi então que percebi o monstro que eu sou. Minha própria filha, meu filhote, tinha medo de me incomodar no dia 22. Não queria me incomodar, mas se via obrigada, pois não sabia fazer o dever.

— Vem aqui que eu te ajudo, minha flor! As aulas são muito difíceis? Se forem, mamãe pode pedir pra colocarem você no ano anterior.

— Não mamãe, é que esse tema é diferente. Precisamos saber as nossas origens, já peguei a parte que preciso do meu papai. Agora preciso descobrir umas coisas de você.

Eu iria ajudá-la, claro, mas descobrir coisas sobre o meu passado? Isso não era nada bom, o que ela precisa saber?

— Tudo bem, irei responder todas as suas perguntas, meu amorzinho!

— Seja sincera, ruivinha.

— Claro. – olhei furiosamente para ele, mas não queria que minha filha percebesse, mas ela percebeu. Nada passa despercebido por ela, aqueles olhos iguais aos meus veem tudo.

— Por que você olhou daquele jeito pro tio Brock, mamãe? Você não iria ser sincera comigo? – perguntou me olhando em dúvida.

— Claro que eu irei lhe contar a verdade, meu amor. Mas o tio Brock é meio bobo às vezes.

— Ufa! Sabia que você iria me contar a verdade mamãe! – ela abriu um daqueles sorrisos imensos que sempre me encantaram.

Sorri também, mas foi um sorriso muito diferente dos que normalmente dou quando vejo a minha filha sorrindo; ela tem o sorriso do pai.

Sempre percebo isso quando ela sorri. Que cada vez mais ela está parecida com seu pai. Não gosto disso. Nenhum pouco, mas ela tem um sorriso muito lindo.

— Vou descer, Misty. Pense bem, ok? Não vale a pena. O Yuri também tem esse trabalho Kira?

— Sim.

— Vou ajudá-lo.

Yuri é o filho do Brock. Sim, ele se casou com a minha irmã. A Lily. A garota era caidinha por ele, até que ele a pediu em casamento e ela aceitou, fazendo todos nós ficarmos surpresos.

Yuri é dois anos mais velho do que Yukira, mas os dois são colegas. Minha filha é bem inteligente pra idade que tem.

Brock saiu do quarto e fechou a porta, deixando eu e minha filha sozinhas.

— O que você quer saber, filha?

— Quero saber qual era a cor do cabelo da sua mãe.

— Castanho, eu acho.

— Ok, qual a cor dos olhos da sua mãe? Ah!, e a cor dos cabelos e dos olhos do seu pai também.

— Bem, meu pai era loiro, os olhos da minha mãe verdes, e os do meu pai azuis.

— E a sua avó e o seu avô?

— Minha avó e o meu avô? Bem, ela era ruiva e tinha olhos castanhos, e os cabelos dele também eram castanhos, e seus olhos eram de um verde escuro. Os paternos. Minha avó materna tinha o cabelo loiro, que nem o da Dayse! E seus olhos eram azuis. E meu avô tinha o cabelo castanho e os olhos pretos. A Lily tem o cabelo castanho, ela pintou, e a Violet tem os cabelos loiros e pintou também. Só eu e a Dayse que não pintamos!

— Que estranho...

— Por quê?

— Nada, mamãe. Mas por que você sempre fica no quarto nesse dia? Aconteceu alguma coisa nesse dia no seu passado? – perguntou me olhado de forma receosa.

Tive vontade de lhe dizer que sim, que aconteceu a pior coisa possível, mas não. Vou continuar mentindo, que ela acredite no que digo, e não na verdade. Que tipo de mãe eu sou? Acho que o tipo de mãe que tem medo que se contar a verdade, sua filha possa sofrer.

— Nada meu amor, é só uma coisa que você é jovem demais para entender.

Ela entendeu, mas, ainda assim, iria me pedir uma explicação, tenho certeza. No futuro, essa mesma pergunta voltaria a me perturbar.

Finalmente, o dia 22 de setembro acabou, e pude dormir. Como sempre, Rudy dormiu no sofá.

Continua…


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ooooooooooooooimas u,a fic minhaaaaaa!!!!!espero q estejam gostando pq vem mtas surpresas poor aiii!!!!Bjs e teh nos reviews! ^^/