Rony ainda não acreditava no que seus olhos enxergavam. Todos os testes estavam com o mesmo resultado estampado, duas tirinhas azuis em cada fita. Ele voltou ao quarto, e em seu rosto um misto de alegria e medo, ambos pelo mesmo motivo, eles teriam um bebê para cuidar.

Sentou-se na cama ainda em choque, deixando Hermione mais apreensiva do que já estava.

– E então, o que deu? - Ela perguntou curiosa.

Estático, Rony apenas afirmou com a cabeça, fazendo com que Hermione ficasse ainda mais nervosa. Ela não queria acreditar que aquilo era mesmo verdade. Achava que ainda era muito nova para uma responsabilidade desse tipo, dessa proporção.

– O que vamos fazer Rony? Eu não estou preparada pra ser mãe!

– Hermione, eu também não estou preparado pra ser pai, mas aconteceu. Agora temos que encarar a situação.

Ambos ficaram um tempo sem nada dizer, apenas pensando no que fariam dali por diante.

– Temos que contar aos outros. - Ela disse finalmente quebrando o silêncio ensurdecedor que pairou sobre o quarto.

– Que tal um jantar?

– Até que não é uma má ideia.

Ele concordou com a cabeça e continuou explicando que dessa forma poderiam avisar a todos de uma só vez.

– Ei, não faça essa cara. Vem cá – ele levantou um dos braços como se a chamasse para abraçar-se a ele, e foi o que a jovem fez. Agarrou-se ao ruivo e ambos ficaram ali, combinando como fariam no jantar com as famílias.

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Na cozinha Bella Dona, Astoria andava de um lado ao outro na preparação dos pedidos da clientela. Nos últimos dias, jovem andava irritada sem nenhum motivo, principalmente quando Draco chegava perto. Ela poderia estar de bom humor, mas bastava ele chegar, ou falar algo para que mudasse completamente.

Certo dia, o loiro acabou perdendo a paciência quando levou-a em casa, e a jovem ficou calada durante todo o trajeto e quando Draco foi se despedir, ela ainda lhe deu um empurrão, deixando-o sem reação. Ele nada entendeu, já que tinham feito as pazes há pouco tempo e que se lembrasse não havia feito nada de errado.

Insistente em saber o motivo por estar assim, Draco esperou que Gina chegasse para poder tirar um tempo para conversar com a namorada.

– Tory o que está havendo? - Ele perguntou calmamente.

– Draco me deixe trabalhar. Não está vendo que estou fazendo um monte de coisas?

– Primeiro: o restaurante nem está tão cheio, já que estamos no meio da tarde. E segundo: você está me evitando. Quero saber o motivo disso.

– Draco, por favor, me deixa quieta.

– Não! Não saio daqui enquanto não me contar o que está acontecendo com você.

A jovem que já tinha os punhos cerrados, deu um murro em cima de uma das mesas, e em uma explosão soltou o que estava preso em sua garganta.

– Eu não sei, tá legal! Só sei que não estou suportando ficar perto de você, Draco. Me dá uma sensação de repulsa.

– Você está com nojo de mim? - Havia mágoa na voz do rapaz. - Mas o que eu lhe fiz para se sentir assim?

– Ai é que está o problema, você não fez absolutamente nada.

– Está bem, eu vou te deixar em paz. - ele disse arrasado. Astoria ainda tentou dizer alguma coisa, mas ele a interrompeu antes dizendo que não queria fazê-la sentir ainda mais nojo dele, e antes que o rapaz saísse por completo da cozinha, a jovem já chorava copiosamente.

– Droga Astoria, você bem que poderia ser menos estupida! - disse ela a si mesmo.

Draco voltou novamente a recepção e Gina pôde notar que o loiro estava diferente. Seus olhos estavam vermelhos como se ele estivesse chorando. A ruiva ainda tentou descobrir o que era, mas ele nada disse. Automaticamente Gina imaginou que fosse algo relacionado a colega de trabalho, então foi direto a cozinha. Astoria não estava mais lá. Gina achou estranho. Foi até o banheiro e encontrou a jovem encostada a pia, ela lavava o rosto e também tinha os olhos vermelhos, porém inchados de tanto chorar.

– Tory, quer me dizer o que ta acontecendo entre você e o Draco? - A ruiva perguntou.

Astoria contou a Gina tudo o que estava sentindo em relação ao namorado e o motivo por ele estar daquela maneira. A ruiva pareceu processar todas as informações, e por fim acabou chegando a uma conclusão.

– Tory, já pensou na possibilidade de estar grávida? - A jovem arregalou os olhos para a ruiva, que somente arqueou uma das sobrancelhas e afirmou com a cabeça.

– Grávida? Mas não pode ser...

– Tem certeza? - Gina acabou plantando a semente de dúvida na cabeça da jovem, e ela acabou lembrando-se que na primeira vez que esteve com Draco eles não haviam usado proteção.

Astoria pareceu entrar em desespero.

– O que eu vou fazer da minha vida se isso for mesmo verdade?

– Ter um bebê não é o fim do mundo, além do mais, acredito que Draco não fugirá da responsabilidade, ele é louco por você.

– Eu vou matar aquela doninha albina! - A ruiva gargalhou pelo jeito como a outra havia falado.

Ambas decidiram não falar nada até que tivessem certeza. Esperaram que Harry chegasse para que pudessem sair.

Gina pediu que Draco a cobrisse enquanto estivessem fora, e o rapaz estava tão pra baixo que nem protestou.

As duas foram direto a um hospital, mas enquanto Astoria fazia sua ficha, o cheiro do local acabou embrulhando o estômago de Gina, e dois minutos depois a ruiva estava caída no chão, desmaiada.

Algumas enfermeiras correram para socorrer a ruiva, e a levaram para uma sala de reanimação. Sua pressão havia despencado. Astoria só saiu do seu lado quando seu nome foi chamado, mas prometeu que voltaria assim que fosse liberada. No consultório, o médico que atendeu Gina lhe fez diversas perguntas, e por fim pediu que a jovem realizasse um exame de sangue para ter certeza de que estava realmente tudo bem. Mesmo relutante, a ruiva acabou fazendo ali mesmo e ficou aguardando sair o resultado.

Ambas ficaram na sala de espera até que seus nomes foram chamados.

Astoria tinha as pernas trêmulas, e quando a médica lhe informou o resultado de seus exames, a jovem pareceu perder a cor. A suspeita de que seria mãe havia sido concretizada, a jovem estava mesmo grávida.

No outro consultório, Gina aguardava impacientemente. Passou-se uns dez minutos até que o médico voltou à sala, trazendo os exames da ruiva em mãos.

– Bem senhorita Weasley, conforme consta nos seus exames, não foi nada demais, apenas um efeito devido ao seu estado.

– Meu estado? - O médico a olhou como se entendesse que a jovem de nada sabia.

– Bom senhorita Weasley, suponho que ainda não saiba, mas a senhorita está esperando um bebê.

– Eu, esperando um bebê? - a ruiva gargalhou de nervoso, mas ao mesmo tempo começou a chorar em desespero.

O médico aconselhou que a ruiva procurasse fazer o pré-natal logo, para assim poder acompanhar a gestação desde o início.

A ruiva saiu do consultório ainda em choque, e encontrou Astoria sentada em uma das cadeiras da sala de espera. Quando se olharam, pareciam decifrar o que a outra queria dizer, e quando estiveram próximas o suficiente, ambas disseram a mesma frase:

"Eu vou ter um bebê"