Capítulo 3

— Edward. — sussurrou. Percebeu que ele estava escrevendo, já que tinha vários papéis espalhados pela mesa.Edwin notou sua presença, olhou para a garota e voltou a escrever. “Escrever! Só pode ser esse o tal interesse dele...” pensouIsabella. Deixou seu pudim em cima da mesa e correu até seu quarto. Voltou com um bloquinho em mãos.Edward já não escrevia, apenas a olhava confuso.Isabella pegou um lápis que havia em cima da mesa e escreveu no bloquinho. Mostrou o que havia escrito para o garoto.

“Oi.”

Edward leu e releu o que estava escrito. Quando percebeu que ela queria iniciar uma conversa com ele, olhou para ela e saiu da cozinha, levando seus papéis junto.Isabella ficou um pouco confusa com a atitude do garoto, mas logo voltou sua atenção para o pudim. Terminou, colocou o prato na pia e foi dormir. Ao acordar, fez sua higiene matinal e quando foi pegar sua mochila, viu no criado mudo um papel. Pegou e leu. Estava surpresa.

“Olá.”

“Ele respondeu”, pensou boquiaberta. Ficou olhando para o papel, analisando a letra do garoto. Estranha, mas bonita. Resolveu deixar o papel de lado e descer. Esme eEdwin já estavam na cozinha.Isabella pegou uma maçã e deu uma mordida.

— Bom dia, tia, bom dia,Edward. — sorriu.

— Bom dia, querida. — Esme sorriu para a garota.Edward não disse nada, não reagiu. O café da manhã foi normal. Ao terminarem, se despediram de Esme e foram esperar o ônibus.Isabella avistouEmmett.

— Oi! — disse sorridente abraçando o garoto por trás. O mesmo sorriu e virou para lhe dar um beijo na bochecha.

— Tudo bom,Bella? —  perguntou sorrindo.

— Tudo ótimo! — exclamou.

— O que aconteceu?

— Como assim?

— É que você está tão feliz hoje. Você não parece ser dessas que vivem sorrindo e são simpáticas.

— E não sou. Acontece que eu tive a ideia perfeita para arevengedoJake. — sorriu maldosa. A este ponto o ônibus já havia chegado e eles estavam entrando no mesmo.Isabella avistou Matthew e sentou-se ao seu lado.Emmett sentou sozinho no banco da frente.

— Oi,Bella. — Matthew sorriu e deu-lhe um beijo no rosto.

— Oi, Matt — sorriu simpática.

— Certo, voltando ao assunto... Que vingança é essa,Bella? — perguntouEmmett.

— Você vai ver.

— E o que eu verei? — insistiu arqueando a sobrancelha. Neste momento o ônibus para eRose entra, procurando onde sentar.

— Rose, sente-se aqui! — chamou Matthew apontando para o banco da frente, ao lado deEmmett.Rose hesitou, mas acabou sentando-se.

— Então, o que eu posso esperar dessa vingança, donaIsabella? —Emmett retornou ao assunto.

— Que vingança? —Rose intrometeu-se.

— A do Jacob,Rose! Acorda! —Isabella disse.

— Err,Isabella?

— O que foi?

— Eu não quero que você faça vingança nenhuma com ele, ok? Ele já esta sofrendo muito sem mim. — explicouRose, apontando pra um banco mais a frente, ondeJake estava tentando abrir um pacote de salgadinhos. Sem sucesso.

— Cara, que hilário! Só um verdadeiro idiota não sabe abrir um pacote de salgadinho! – Matthew ria da cara deJake, que conseguiu abrir o pacote, mas acabou derramando os salgadinhos no chão e em seu colo. Ele soltou uma gargalhada tão alta que fezJake olhar para ele. Havia ódio em seus olhos.

Matthew deu outra gargalhada, mas foi repreendido porRose.

— Você tem razão. Mas se ele provocar ou fizer qualquer gracinha, eu tomarei as devidas providências. —Isabella avisou.concordou e se ajeitou em seu banco sem dizer mais nada.

Ao chegarem à escola cada um foi para seu devido armário.Isabella estava abrindo o seu quandoJake chega, abriu seu armário e pegou suas coisas. Não disse uma palavra, apenas saiu de lá o mais rápido possível. Mas não foi o suficiente, pois chegou atrasado. Sentou-se na única cadeira vaga, que, por coincidência, era atrás da deRose. Aquela era a única aula que eles tinham juntos no dia. A aula passava lentamente e Jacob não entendia palavra nenhuma.Rose era quem explicava a matéria a ele. Pegou um papel e escreveu um bilhete para a garota. Ela leu o mesmo com muita impaciência.

“Quer parar de criancice? Você não tem noção do quanto eu to mal, não tem ninguém para fazer as coisas pra mim! Xx,Jake”.

A garota respondeu o bilhete, amassou-o e o jogou para trás, batendo na cabeça deJake. Ele pegou o papel amassado e leu. Não acreditava que aquilo estava acontecendo. Releu o mesmo cinco vezes, surpreso.

“Então é isso que eu sou pra você”? Uma “escrava”? Pois saiba que eu não vou ser mais sua marionete! Eu tenho uma vida, tenho sentimentos,Jake. Será que é tão difícil entender isso? I don’t wanna be your dummy.”

Quando o sinal bateu, a primeira a sair da sala foiRose. Correu até seu armário, guardou suas coisas e saiu correndo até sua sala, mas acabou esbarrando emEmmett. Ele percebeu que seus olhos estavam marejados.

— O que aconteceu? — perguntou, preocupado.

— Ah,Emmett! — a garota jogou-se nos braços dele. A esta altura já estava aos prantos. — A vida é tão injusta comigo!

— Vamos sair daqui, você não está em condições de assistir aula nenhuma. — disse e eles foram para a parte de trás da escola. Não era um lugar bonito, nem bem cuidado. Não havia banquinhos, então se sentaram no chão.Rose não parava de chorar eEmmet não tinha ideia de como acalmá-la. Resolveu cantarolar uma música calma.Rose foi se acalmando aos poucos para ouvir Emmett. Conseguiu identificar a música que ele estava cantarolando. Se fosseJake ou qualquer outra pessoa cantando até faria sentido, mas com oEmmett a música... Bom, erasóuma música.

— Você gosta de John Mayer? — indagou a garota, já calma.

— Você gosta? — perguntou docemente.

— Ta de brincadeira? Adoro o John! Um dos meus cantores favoritos, fato.

— Então eu gosto. — sorriu calmamente.Rose corou. “Que sorriso é esse? Devia ser proibido por lei alguém ter um sorriso desses!” pensou.

— Quer me contar o que aconteceu? — perguntou ainda com o sorriso, mas com uma expressão preocupada.Rose deu um longo suspiro, mas decidiu que queria desabafar.

— OJake é tão idiota! Ele acha que pode me ter a hora que ele quiser. Que pode fazer o que bem entender comigo! Mas eu também tenho sentimentos, eu também sou uma pessoa com uma vida! Ele acha que eu vou ser a marionete dele pra sempre. — a garota já estava novamente aos prantos. — Eu não o mereço, não éEmmett? Você acha que eu sou tão ruim a ponto de merecer ser tratada assim? – ela o olhou. Ele a olhava com admiração. Não era hora nem o momento para isso, mas ele a admirava. —Emmett? — Ela o tirou de seu transe.

— Claro que você merece algo melhor,Rose! — sorriu passando confiança a ela. — Você merece alguém que realmente goste de você. — disse aproximando seus rostos. Sorriu de uma forma tão encantadora para a garota que ela não resistiu. O beijou. Começou como um beijo suave e inocente, mas logo a língua deEmmet foi pedindo passagem eRose logo cedeu. O beijo calmo foi ficando cada vez mais... “Quente”. Quando Rose se deu conta do que estava fazendo, partiu o mesmo.

— Emmett, eu... — a garota iria começar, mas ele a interrompe.

— Não precisa falar nada, ok? Desculpe, eu não devia ter feito isso. — abaixou a cabeça, envergonhado.

— Não precisa se desculpar. De alguma forma... Bom, eu gostei. — disse e corou.Emmett sorriu.

— Acho melhor nós irmos para nossas aulas, o almoço já até acabou! —Emmett olhou no relógio, surpreso. Os dois se levantaram e seguiram para suas devidas aulas. Logo o sinal bateu, anunciando a hora de ir pra casa.Isabella decidiu ir andando eEmmett se ofereceu para acompanhá-la. Ficaram um tempo em silêncio

— Eu beijei aRose. — Emmett declarou envergonhado, quebrando o silêncio.

— É algum tipo de brincadeira? Porque se for eu vou logo avisando: não é engraçado. —Isabella disse com um misto de surpresa e raiva para o garoto. Ela o defendera e agora ele a beija? Ela não iria aceitar isso de maneira nenhuma. EEmmett notou isso.

— Err... Claro que era uma brincadeira! Eu? Beijando aRose? — disse e gargalhou falsamente, mas o suficiente paraIsabella acreditar. Não queria confusões, então escolheu a única saída que lhe veio a cabeça no momento: mentir.

— Ainda bem, eu acho que iria pirar se você tivesse falando sério. Provavelmente não iria falar com você durante uns quatro ou cinco meses. — disse com uma expressão de alivio exagerada. — Tudo isso? Você não acha que é muito tempo? — espantou-se o garoto.

— Claro que nãoEmmett! Eu arranjei briga e fui parar na detenção porque eu te defendi dela, esqueceu? Se você fizesse uma coisa dessas eu ficaria muito magoada. — disse séria, mas logo abriu um sorriso e completou — Mas eu tenho certeza que você nunca faria isso. Não é mesmoEmmett do meu coração de pedra?

— Claro que não! — sorriu amarelo. — E qual é a do “coração de pedra”? — resolveu mudar de assunto rapidamente

— Você não entendeu? — ele negou com a cabeça. — Ah, todo mundo sabe que eu não ligo pro sentimento das pessoas. Eu mesma admito: não to nem ai pro que os outros estão sentindo, só quero saber de curtir e ponto.

— Mas você se importou comigo.

— Não me importei nada.

— Importou sim. Você me defendeu, esta é uma boa prova de que você se importa comigo. — sorriu vitorioso.

— Eu estava em um momento emo, ok? Estava sentimental. Coisa rara de acontecer, mas aconteceu.

— Sei. — ironizou o garoto.

— É sério!

— E eu disse que não era?

— Ta, já chega dessa conversa. Até amanhã,Emmett – despediu-seIsabella quando eles chegaram a suas casas.

— Tchau,Bella. — acenou.

Isabella entrou e subiu direto para seu quarto.Edward já havia chegado e estava ajudando Esme a preparar o jantar. Deitou-se e logo cochilou.

— Bella... — Esme a cutucava. — Querida, acorde...

— O que? Já amanheceu? Eu dormi tanto assim? — despertou assustada.

— Não querida. Vim te chamar para jantar. Não quis te acordar ontem, mas decidir te chamar dessa vez. Você tem que comer, não pode viver a base do almoço do colégio.

— Tudo bem, tia. Já vou descer, só vou trocar de roupa, ok?

— Tudo bem, mas não demore querida. — disse saindo do quarto.

Isabella rapidamente trocou de roupa. Colocou um pijama baby doll onde o short mais parecia uma calcinha. Desceu e sentou ao lado de Edward para jantar. O garoto olhou pro lado, mas não para o rosto deIsabella. Sim, ele olhava as coxas dela. Ela percebeu e virou-se para ele, arqueando a sobrancelha.Edward entendeu o recado e logo parou de olhar.

— O jantar estava delicioso! — disseIsabella ao terminar.

— Obrigada querida, que bom que gostou. — Esme sorriu docemente.

— Eu sou subir agora, ok? Amanhã tem aula, tenho que dormir cedo. — despediu-se de Esme e logo chegou ao seu quarto. Ficou um bom tempo deitada, mas não conseguiu dormir de jeito nenhum. Olhou no relógio. Era uma da manhã.

— Hmm... — murmurou enquanto se levantava. Resolveu ir à cozinha tomar uma água, já que estava sem sono. Por instinto, levou um bloquinho consigo. Ao chegar à cozinha, encontrou a pessoa que suspeitava ver ali:Edward. Pegou seu bloquinho e escreveu.

“Você me respondeu ontem.”

Edward leu. Pegou um de seus papéis e respondeu. Ele escrevia devagar, como se estivesse escolhendo as palavras. Não estava.

“Sim, eu lhe respondi.”

Ela leu e respondeu novamente, mas dessa vez sorrindo. Um sorriso quase imperceptível, mas mesmo assim era um sorriso.

“Eu posso te fazer uma pergunta?”

“Claro.”—Edwin respondera.

“Escrever é um grande interesse seu, não?”— perguntou. Queria saber qual era o interesse que o garoto tinha. Uma resposta positiva da parte dele acabava com o mistério.

“Sim.”

“E o que você escreve?”

“Um dia, talvez, você saberá.”

“Porque não me mostra agora?”

“Eu não acho que seja o momento certo. Em breve você entenderá.”

“Eu odeio esperar”

“Você odeia quase tudo em sua vida.”

“Não.”

“Eu não perguntei. Estou afirmando.”

“Como você pode ter tanta certeza?”

“Vamos encarar os fatos: Você fala e age como uma revoltada.”

“E o que isso tem a ver? Não faz sentido algum.”

“Normalmente as revoltadas ficam fazendo esse drama.”

“Você disse certo: normalmente. Quem disse que eu sou normal?”

“Você não é normal.”

“Ah, você está começando a usar os neurônios de sua cachola.”— a garota da uma risadinha.

“...”

“Ok, eu vou parar.”

“Espero que sim”

“Eu to com sono. Você não está com sono?”

“Vá dormir.”

“Você não respondeu minha pergunta.”

“Nem irei. Agora vá dormir logo.”

“Até outro dia,Edward”–Isabella não esperouEdward responder. Levantou-se e foi para seu quarto. Deitou-se e dormiu.

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