Amor internacional escrita por Walker
Peter.
Quando chegamos na escola, fui logo ficar com o pessoal. Quando finalmente me lembrei de Celina, olhei em volta e não a vi. Bem, era certo que não éramos como melhores amigos nem nada, na verdade logo que nos conhecemos não foi amor à primeira vista (ao contrário) mas eu sei como é chato o primeiro dia de aula e até pensei em apresentá-la aos outros.
Quando lembrei da ligação de Julia na noite anterior, puxei John para conversarmos.
– Que foi, cara? - Perguntou, quando nos afastamos.
– Julia me ligou ontem. - Comuniquei. Ele continuava um pouco confuso. - Uma hora da manhã. Chorando. - Sua expressão mudou para entendimento e depois culpa.
– Ah sim... Terminei com ela. - Me disse. - É que nosso relacionamento estava esfriando e ela quase nunca tinha tempo pra mim com esse negócio do Comitê e os estudos, era sempre "depois" aqui e "depois" ali. Ai decidi terminar. Eu tô triste cara, me dá um abraço.
Antes do meu consentimento, John se jogou contra mim em um abraço e eu logo o afastei.
– Que isso, deixa de ser gay John. - Falei, e pus uma mão no seu ombro. - Eu sei como você deve estar se sentindo. Não fica assim.
Mentira, eu não sabia. Eu nunca gostei de alguém intensamente, falando sério. Vamos supor que, de vinte e três meninas com quem eu ficava em um ano, eu gostava só de quatro. E quando eu digo gostar é no máximo dar um comichãozinho na barriga quando ficávamos. Então resumindo, eu era um sem coração egoísta e pegador. Mas sinceramente, isso nunca tinha me incomodado.
Mesmo assim, abracei John e o sinal tocou. Fomos até a sala e finalmente vi Celina, que se dirigiu até o fundo e se sentou para ler. Pelo menos ela tinha sobrevivido ao pátio de entrada. Logo o diretor Ramires a chamou para se apresentar e eu quis rir da confusão dela, mas soube que se fizesse isso ganharia uma bela advertência já que aquele velho irritante não ia com a minha cara.
Quando a olhei de novo, lá pelo meio da aula de biologia, ela estava fazendo trio com uma das nerds sem graça e o irmão bizarro dela, Micael ou algo assim. Fala sério, ele estava conversando com Celina? Desde que chegou na escola ele só tinha trocado palavras com a irmã dele, uma outra menina, um cara louro que esqueci o nome e Julia. De qualquer jeito, revirei os olhos. Eu a deixo por si mesma alguns minutos e ela já se mete com o grupo errado?
Logo o sinal bateu e chegou a hora do refeitório, uma parte que eu gostava, já que eles nos davam alguns minutos de liberdade. Tracy logo veio pro meu lado, grudenta como sempre, e eu, John, Alicia e Marcel fomos sentar na nossa mesa.
Celina.
Kimberly e Wayne eram muito legais. Kimberly era uma ruiva gordinha, bem engraçada, que vivia sorrindo. Wayne era um menino louro com covinhas, que usava óculos e vestia uma calça jeans e um moletom de um jogo qualquer. Eu, Julia (a ex namorada de John, que veio almoçar conosco), Wayne, Kimberly, Michael e Star fomos pegar nossos almoços e sentar.
Não foi tão ruim, na verdade foi bem legal.
– Ei C, eu não sei se você já sabe, mas esse sexta que vem vai ter uma festa na casa de Alicia. É aquela ali - Apontou Kim para uma garota morena cheia de maquiagem e sorridente. - O time de futebol dá pelo menos duas festas dessa por ano e convida toda a sala.
– Ah, eu não sei. - Comentei, dando ombros. - Não sou tão enturmada assim.
– Mas não precisa ser. - Wayne disse. - É só você ir com a gente, vai ser legal. Essas festas são as únicas que eles convidam todo mundo. Geralmente a gente fica de fora.
– Então tudo bem, acho. - Concordei.
– Você vai querer carona? - Ofereceu Star.
– Não, obrigada. - Recusei. - Se Peter for acho que ele me leva.
– Peter Uckerman? - Se surpreendeu Kim. - O jogador?
– É, a gente tá na mesma casa. Foi para lá que me designaram.
Todos eles ficaram surpresos e começaram a me dizer várias coisas sobre ele. Fingi interesse mas realmente não me surpreendi, já que eu já sabia seu tipo de menino.
Peter.
Eu e Celina fomos juntos para casa sem conversar muito.
– Peter, você vai pra essa festa na casa de Alice? - Perguntou, me olhando.
– Claro. - Respondi. Todo mundo estava falando dessa festa e eu não ia perder.
– Você pode me dar carona? - Perguntou. - Se não puder tudo bem, Star já me ofereceu. - Ah, então o nome da irmã do menino era Star.
– Pode ser. Porque você não vai com seus amigos nerds? - Perguntei, implicando. Ela fechou a cara.
– Porquê nós dois moramos na mesma casa e achei que não seria muito esforço se você me desse uma carona. Mas se não quiser tudo bem. - Respondeu ela, fria.
– Tá, eu dou carona pra você. - Me dei como vencido, revirando os olhos.
Uma semana e alguns dias depois. (P.O.V Celina)
Era sexta-feira e eu estava ansiosa pra festa. Eu, Kim e Star ficamos falando nela o dia inteiro e já havíamos planejado roupa, maquiagem, tudo. Fui para casa saltitante, nem me importando com os comentários afiados de Peter, fazendo planos para a noite até que me surgiu uma ideia na cabeça. Lola, Hudson e nós almoçamos juntos e depois Peter e eu fomos pro quarto. Me sentei na cama e respirei fundo antes de fazer o pedido.
Eu e ele havíamos discutido bastante na semana anterior, já que como nossos gênios e maneiras de pensar eram bem diferentes nós quase nunca concordávamos sobre as coisas. Então resolvi propor uma trégua. Ele, que estava no banheiro escovando os dentes, meteu a cara para fora e me encarou.
– Trégua? - Perguntou, confuso.
– É, uma trégua, Peter. - Repeti, impaciente. - É que eu gostaria de te pedir uma coisa.
Ele riu de lado e rolou os olhos.
– Agora entendi. Manda a ver, o que é?
– É o seguinte - Me levantei e comecei a andar. - É que... eu quero ficar com o John. - Meu rosto queimou de vergonha.
Ele me encarou por um instante e depois começou a rir. A rir não, gargalhar. Ele se jogou na cama e ficou rindo, vermelho, enquanto eu o encarava de braços cruzados.
– Você quer ficar com o John? - Perguntou depois de acabar o seu showzinho. Eu assenti. - Você não faz o tipo dele, Celina.
– Você pode acabar de me ouvir, por favor? - Perguntei. - Você me ajuda a ficar com ele e eu te ajudo com as matérias da escola. Eu estava arrumando minhas coisas um dia desses e vi suas provas. Você anda um pouco mal nas matérias e eu posso te ajudar se você me ajudar com o John. Por favooooor! - Pedi, fazendo beicinho. Ele me encarou por um instante, rolou os olhos e respirou fundo.
– Combinado.
Sorri triunfante e disse:
– Você é o melhor pior companheiro de quarto da cidade!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acharam? No próximo cap. vai começar a história dos dois definitivamente :3 vai ficar bem interessante.
Michael Gurira: http://thehungergames.com.br/wp-content/uploads/2012/03/dayo3.jpg
Michael é um menino um pouco tímido, mas muito companheiro e justo. Foi adotado por Louis e Dakota Gurira aos quatro anos de idade, e é irmão adotivo de Star Gurira. Faz parte do grupo de natação do colégio West Miami High School.
Star Gurira: http://www.usmagazine.com/uploads/assets/articles/64946-katy-perry-didnt-drink-alcohol-for-three-months-to-prep-for-vogue-cover/1374940165_katy-perry-zoom.jpg
Star Gurira é irmã de Michael. Pretende ser médica e dedica todo seu esforço para conseguir seu sonho. Aos cinco anos, ganhou Michael como irmão adotivo e os dois são como unha e carne. Louis, seu pai, trabalha em uma concessionária e sua mãe Dakota é atriz de teatro.
John Waterson: http://3.bp.blogspot.com/-SDYWgezLzwY/UF49sf7Dz4I/AAAAAAAAAHI/avhsgXt4DlM/s400/leo.jpg
John é vizinho de Peter desde os sete anos. É um amigo fiel e mesmo depois de ter terminado com Julia continua apaixonado por ela. Quer ser advogado, mas mesmo assim tem muita dificuldade em História e começa a pensar na possibilidade de um professor particular. É filho de George e Ravena, que são separados, e mora com a mãe.
No próximo capítulo falarei de Celina e Peter. Deixem reviews e um beijoo