Amor internacional escrita por Walker


Capítulo 28
No três?


Notas iniciais do capítulo

Eu vou chorar.
Tecnicamente, esse é o último capítulo de AI.
Ainda irei postar o epílogo e um capítulo de agradecimentos, mas é, esse é como se fosse o último.
Não sei o que dizer...
Espero que gostem, gente. Até lá embaixo.



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Eu acordei naquela manhã com Kim fora de casa, enquanto Lori e Star tagarelavam do meu lado.

– Meu Deus - Exclamei, irritada, levantando a cabeça do travesseiro. - Vocês não se cansam de falar?

– Não dele! - Lori exclamou, correndo até mim com seu pijama de vaquinha e se sentando do meu lado, na cama. Ela me mostrou seu celular, numa página aberta com um garoto moreno sorridente. Ele tinha olhos cor de mel, um sorriso branco e um rosto definido. - Esse amigo de Kim veio conversar comigo. Ele é daqui, e quer me encontrar hoje na praça! Per la Madonna, eu vou desencalhar!

Ri alto.

– Tá bom, Lori. E se ele for um psicopata?

– Ah, mio amore. Eu tenho minha arma de choque. - Dei mais uma risada, mas Lori apenas me encarou séria e puxou sua mochila, tirando de lá uma maquininha, e eu parei de rir imediatamente. - Vai encarar?

Fiz com que ela guardasse a arma de choque nada agradável e depois fomos tomar café. A casa era linda por dentro, e logo chegamos na cozinha. O pai e a mãe de Kim estavam lá conversando na mesa.

– Oi, Sr. Johnson, olá senhora Johnson. - Os cumprimentei, esfregando os olhos.

– Oi, meninas! Sentem-se, comam alguma coisa.

A mesa estava servida de tudo do bom e do melhor: bolo de laranja, suco de acerola, queijo, presunto, pão... Comecei a salivar. Sentei na cadeira e me servi de bolo com suco, comendo ávidamente enquanto os dois conversavam sobre o filho do primo da mãe do fulaninho e Lori e Star continuavam falando sobre o menino.

O rádio ao fundo tocava uma música do Grease, anos oitenta, enquanto o locutor não parava de falar.

– E então, o que achou, querida? - Perguntou a sra. Johnson para mim.

– Ah - Balbuciei, com a boca cheia. - Está muito...

Nessa hora a música acabou e o locutor disse, animado e com voz forçada: "Essa música foi pedida por um apaixonado desiludido, que dá o seguinte recado:

'Fale, anjo, outra vez, pois você brilha

Na glória desta noite, sobre minha cabeça,

Como um celeste mensageiro alado

Sobre os olhos mortais que, deslumbrados,

Se voltam para o alto, para olhá-lo,

Quando ele chega, cavalgando nas nuvens,

E vaga sobre o seio desse espaço'

Aí vai a música!"

Engasguei. Essa foi a poesia que Peter recitou para mim um dia antes de me pedir em namoro [N/A: Capítulo 19, overdose de amor]. Engasguei mais ainda quando a música começou, e era a nossa.

– Vem me ajudar aqui! - Pediu a Sra. Johnson ao senhor Johnson, urgente, enquanto eu engasgava com o bolo. Ela veio correndo para trás de mim e começou a apertar meu tórax com os braços, o que não ajudou nadinha. As meninas chacoalhavam os braços, desesperadas, mas sem saber o que fazer.

– Eu... Eu perdi a fome, Sra. Johnson, desculpe. - Informei, lacrimejando por causa da garganta depois de desengasgar, e fui tomar banho.

Ora, foi só uma coincidência, é claro. Nada demais, não foi nada demais. Entrei no banheiro, tomei um bom banho e quando peguei meu celular havia uma mensagem de Kim para que eu fosse passear na praia com ela.

Não estava com muita vontade, mas resolvi aceitar. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo, vesti minha blusa do Tio Patinhas e um short jeans antes de convidar as meninas, que não quiseram pois iriam fazer um "ritual de beleza" para Lori.

Como tudo naquela cidade era perto, não tardei a achar a tal praia que Kim havia falado. E lá estava ela, observando o mar, agitada. Quando me aproximei, ela me olhou e sorriu.

– Oi, Cê! - Cumprimentou, me abraçando. - Eu tenho uma surpresa.

– O que é? - Fiquei curiosa. Do jeito que seus olhos estavam arregalados e ela tinha um sorriso enorme no rosto, parecia ser algo ótimo.

– Hummm você vai logo descobrir. Mas primeiro preciso por uma venda em você. - Ela nem pediu permissão e foi logo amarrando a venda nos meus olhos.

– Ai, socorro. - Estava afoita, com um sorriso, enquanto ela me guiava pelas mãos. - Para onde estamos indo?

– Para de falar e olha o degrau.

– É um barco! Ah, que legal, eu amo passear de barco, Kim! Sabe, quando eu era criança eu... - Senti que suas mãos me largavam. - Kim, cadê você? Olha, eu vou tirar essa venda! Um, dois, três.

Tirei a venda e me deparei com quem não estava esperando.

Peter.

****

Peter P.O.V.

– Espera, bonitão, você tá de brincadeira. - Falei, suando. - Trezentas pratas? Me assalta logo!

– Epa, menino, você já viu como é esse barco? A gente ainda vai pagar sua champagne e tudo mais, vamos lá. - Tentou me convencer o dono do barco, um senhor barrigudo de cabelos brancos que queria roubar meu dinheiro.

– Pô, Marcel, não tem nada mais barato aí?

– Hum, tem sim. - Ele apontou para o canto do galpão. Uma canoa de madeira suspeita, com um dos bancos quase para quebrar, repousava. - Aquele ali é o Matusalém, é o único abaixo de cem que temos.

– Não, vai o Elvis mesmo. - Desisti. Peguei minha carteira e entreguei para ele. - Só a Celina para me fazer pagar tudo isso por um barquinho mesmo.

Marcel sorriu, triunfante, ao pegar o dinheiro.

– Vamos levar o barco até lá.

***

Minhas mãos suavam ao ver Celina se aproximando com Kim. Ajeitei o cabelo enquanto as duas entravam no barco e Celina tagarelava. Kim sorriu para mim e falou silenciosamente "boa sorte" ao largá-la no barco. Fiz um sinal positivo para o motorista começar à dirigir.

–... Um, dois, três. - E ela tirou a venda.

Seus olhos se arregalaram e sua boca se abriu em um "o" ao me ver.

– Oi. - Cumprimentei, nervoso.

– Não acredito que você dirigiu seis horas até aqui. - Falou, pondo as mãos na cintura.

– Tecnicamente, não fui eu, mas sim... Foi isso mesmo. - Expliquei, tentando pegar suas mãos, mas ela não deixou.

– Deixa eu sair, Peter. Para o barco. - Mandou.

– Não, você vai me ouvir. - E cruzei os braços.

– Eu vou pular.

– Não vai não.

– Vou sim.

– Não vai, n...

Ela pulou.

Gritei pro homem parar o barco e me joguei no mar gelado também, nadando atrás dela. Minha sorte era que seus braços eram pequenininhos assim como as pernas, e logo a alcancei. A segurei enquanto ela se debatia fortemente, mas logo ela parou.

– Você pode me ouvir, por favor? É só um segundo. - Pedi. Ela ia protestar. - Não, espera. Eu falo e se você quiser ir embora eu te deixo na praia de novo e eu nunca mais tento nada, combinado?

Ela pareceu hesitar, mas assentiu. Nadei com ela de novo até o barco e a entreguei uma toalha.

– Só assiste esse vídeo. - Pedi, tirando meu celular da mochila e entregando para ela. Cê se sentou no assento acolchoado do barco e começou a assistir o vídeo. Aos poucos, sua boca foi se abrindo num perfeito O novamente. - Isso é...

– Chocante? Sim. - Concordei, e me sentei ao lado dela. - John me entregou esse vídeo durante a semana. Ele conseguiu filmar Megan enquanto ela estava me oferecendo cerveja. Ela colocou remédio para dormir na minha bebida, Celina. Eu não tive consciência de nada e nada aconteceu. Ela apenas me beijou e foi só isso.

Peguei sua mão.

– Eu não sou nada sem você. Eu não sei como, mas eu consigo sentir, Celina. Você é o amor da minha vida e eu quero passar cada momento meu com você. Como você se imagina daqui à vinte, trinta anos? Eu me imagino ao seu lado, do jeito que nosso relacionamento é: Imperfeito. Nós brigamos, nós nos implicamos, mas nós somos assim. E eu te amo. Me perdoa?

Celina pareceu refletir. E então ela me olhou seriamente.

– Não. - Disse. Meu coração pareceu murchar. - Só se você me prometer que nunca mais vai usar um calção de banho feio como esse. Meu Deus, você comprou isso num lixão?

Um sorriso brincalhão preencheu seu rosto e caiu a ficha de que ela me perdoara. E era minha novamente.

A abracei com força e dei um beijo apaixonado nos seus lábios.

– Eu quero nadar. - Falou, com os braços ao redor do meu pescoço.

– Vamos então. - Pedi para que o cara parasse o barco.

Nós demos as mãos e contamos.

– Um, dois... Três! - E caímos na água, rindo.

E eu nunca tive mais certeza de que nós seríamos para todo o sempre do que naquele momento.


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Notas finais do capítulo

E é isso...
Logo postarei o epílogo, juro que vai ser super legal.
E eu estou triste e feliz, sei lá, triste porque acabou mas feliz porque a fic foi muito legal e divertida e sempre vou me lembrar dela.
AVISO.
Comecei uma nova, que se chama 370 dias de primavera, e gostaria que todas as minhas leitoras lindas a lessem



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