Amor internacional escrita por Walker


Capítulo 2
Pouca sombra




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P.O.V Celina.

– Vamos Celina, malha Celina, faz direito essas abdominais - Sussurrei para mim mesma. - Você não pode chegar com essa barriga lá. Tem que chegar lindona. Muito gata. Estilo Megan Fox.

Finalmente desisti e larguei meus membros no chão. Respirei fundo e deixei meu coração acalmar e o abdômen parar de doer pra só então ir tomar um banho gelado pra me acalmar. Aquela ansiedade pra chegar na casa da minha família postiça estava me matando! Eu iria morrer de saudades de tudo aqui, mas estava muito animada pra passar os seis meses lá. Eles me disseram que eu ia dividir o quarto com alguém, mas eu nem me importei, eu poderia dormir até no sofá que a minha ansiedade não ia diminuir.

Saí do banho e prendi os cabelos pra verificar minha mala com minha mãe.

– Eu não quero que você vá. - Ela me olhou, lá pelo meio do processo, fazendo uma cara de cachorrinho pidão. Eu dei um sorriso e a abracei.

– Ah mãe, eu vou ligar pra você todo o dia, vamos nos falar pelo skype, vai dar tudo certo. - Consolei ela, enquanto sentia as lágrimas molhando minha blusa. - Não chora, mãe.

– Mas e se eles forem uns doidos? E se eles cozinharem mal? E se a escola for ruim? E se...

– Mãe. - Chamei. Ela parou e me olhou. - Para tá? Vai ficar tudo bem, relaxa. O papai vai continuar aqui. Vê como ele tá bem? Ele não tá chorando nem nada. Ele sabe que vai ficar tudo bem.

De repente, meu pai adentra o quarto soluçando.

– Eu não quero que você vá! - E nos abraça.

Enfim, foi um suplício fazer com que os dois se acalmassem e finalmente recobrassem o controle, mas eu consegui e horas depois já estava no avião. A viagem foi cansativa e meio chatinha, mesmo assim continuei bastante animada e umas doze horas depois estava no aeroporto de Miami esperando Lola e Hudson para me buscar. Olhei em volta e achei uma plaquinha escrita meu nome, carregada por um homem com pelo menos o dobro do meu tamanho. Ele vestia uma bermuda comum e uma blusa da polo, era meio careca e tinha um sorriso acolhedor. Ao lado dela dele estava Lola, uma mulher muito linda que tinha cabelos louros presos em um coque bagunçado, um sorriso belo e um vestido floral.

– Olá, vocês são Hudson e Lola? - Perguntei. Eles assentiram e me deram um abraço.

– É ótimo ter você aqui, querida. - Disse Lola. - Vamos, nossa casa é um pouco longe.

Conversamos o caminho todo e eles eram extremamente simpáticos, mostravam os lugares para mim de acordo com que passávamos pelas ruas e falavam sobre a casa e sobre o filho deles, um tal de Peter.

Ao chegarmos em casa, meu queixo caiu. Era uma casa grande, linda, arejada e com um belo gramado. Entramos e meu queixo caiu mais ainda. Eles me mostraram a casa e, por fim, o quarto onde eu iria ficar.

– Pode ficar à vontade, querida. Eu vou preparar o almoço e você pode arrumar suas malas, um lado do armário está à sua disposição. Logo, logo Peter vai chegar.

Eu assenti e agradeci, e ela se retirou. Liguei pra meus pais e depois comecei a arrumar minhas roupas. Não dava para saber muito sobre Peter pela decoração do quarto, mas parecia bem desorganizado, então depois de arrumar as malas resolvi arrumar também o quarto e então entrei para tomar banho. Abri o chuveiro e me coloquei debaixo da água morna.

P.O.V Peter.

– Oi mãe, oi pai! - Gritei quando cheguei. Mamãe estava na cozinha e papai estava lendo uma revista na sala.

– Oi, meu filho! - Cumprimentou meu pai. - A menina do intercâmbio já...

– Desculpa pai, já venho falar com o senhor, mas agora eu realmente preciso fazer xixi. - Falei, largando a mochila e correndo pro banheiro.

Ao entrar no quarto estranhei por ele estar tão bem arrumado, mas nem pensei muito nisso e logo entrei no banheiro.

– AH! - Gritou uma voz feminina, e dei um pulo assustado. Tinha uma menina no meu banheiro. Nua.

A garota tentava se cobrir com os braços e eu saí do banheiro o mais rápido possível.

– PAI! MÃE! TEM UM PROJETO DE GENTE TOMANDO BANHO NO MEU BANHEIRO! - Gritei do quarto e corri pra sala. Meus pais me olhavam. - Alguém pode me explicar isso?

– Era o que eu estava tentando dizer. A Celina já chegou, a menina do intercâmbio. Não vá me dizer que você se esqueceu, Peter Von Uckerman.

– Ah sim... Não, não tinha me esquecido. - Menti. - Mas ninguém me avisou que ela tinha o tamanho de um leprechaun.

– Tá, Peter, agora vai lá pro seu quarto pedir desculpas e eu já te chamo pro almoço - Mandou minha mãe, e eu obedeci.

A menina já havia saído do banheiro e já estava arrumada.

– Eu posso saber o que foi aquilo? - Perguntou ela, se levantando. Meu Deus, essa menina deve ter um e quarenta de altura, isso não é normal.

– Desculpa, eu não sabia que você estava tomando banho. - Falei, querendo rir da cara irritada que ela fazia.

– Não tem graça. - Falou.

– Tá, desculpa, pouca sombra. - Falei, começando a rir.

– Ei! Pode parar por favor? Meu nome é C E L I N A, não pouca sombra, e eu meço um e cinquenta e cinco. - Explicou, pondo as mãos na cintura.

– Entendi, entendi. - Falei, revirando os olhos. - Então, pouca sombra, vamos fazer o seguinte. Esse lado do quarto - Falei, dividindo o quarto com as mãos - É meu. E esse, menorzinho, é o seu. Entendido?

– Você é um metido. - Ela falou.

– Tanto faz, só não invade o meu espaço pessoal.

Como resposta, ela se jogou na minha cama e se espalhou como uma estrela do mar. Sorriu desafiadora, e finalmente caiu a ficha de que eu ia ter que aturá-la durante seis meses. Isso se eu não a pisasse sem querer durante esse tempo.


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Notas finais do capítulo

Celina: http://malditovivant.files.wordpress.com/2010/11/zooey_deschanel.jpg
Peter: http://24.media.tumblr.com/819fe34db343bb002768568b6665e3c4/tumblr_mhthq66bBH1s0gt63o1_500.jpg



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