Amor internacional escrita por Walker


Capítulo 15
A ruiva dos meus pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Hola amigos! Espero que gostem. Obrigada pelos comentários e logo os responderei. Beijos!



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Estávamos todos como uma família feliz esperando no aeroporto.

– Me. Dá. A. PORCARIA DESSE M&M! – Mandei, começando calmamente e acabando nervosa.

– Não! Esse é o último! – Peter exclamou, escondendo o M&M na sua mão direita e a levantando, enquanto eu pulava tentando pegar.

– Crianças, crianças! – Chamava Hudson, nervoso. – Se comportem! Estamos no aeroporto e todos estão olhando pra vocês. - Peter e eu paramos e olhamos ao redor. Realmente as pessoas estavam nos encarando. Com a mão esquerda, Peter mandou um cotoco para um menino de mais ou menos quinze anos que ria da nossa cara, e recomeçamos nossa briga pelo M&M até ouvirmos um pigarro.

Eu quase salto para trás. Aquela ali era o Peter com cabelos longos e olhos castanhos. Os cabelos louro-escuros com luzes estavam presos em um rabo de cavalo e os olhos castanhos nos fitavam, repreensivos. Ela vestia um sobretudo preto com botas carvão e calça leggin cinza, e estava com as mãos na cintura.

– Oi. – Sorriu ela, tirando as mãos da cintura. – Vocês continuam os mesmos!

Peter pôs o M&M na boca (ele vai me pagar!) e saiu saltitando enquanto exclamava “Sadie, Sadie!” em sua direção para abraça-la. Logo a família inteira estava num abraço coletivo, e eu olhava de longe, sorrindo. Quando eles se separaram, a menina me analisou.

– Celina, não é? – Eu assenti. – Eles me falaram muito de você, mas não achei que fosse tão bonita assim.

Ela disse “eles”, mas olhou diretamente para Peter, que corou.

– Obrigada. – Agradeci, alegre.

Fomos todos comer hambúrgueres deliciosos no Mc Donalds e depois fomos para casa. Entrei para tomar um bom banho e quando saí, já vestida, Sadie e Peter estavam sentados conversando na cama dele.

– Peter, sua vez de ir tomar banho. – Sadie disse. Ela vestia um baby doll do Mickey e seus cabelos caiam como cortinas pelas costas. – Você não está cheirando nada bem.

Peter deu uma risada sem graça antes de bagunçar meus cabelos e entrar no banheiro. Sadie me chamou para sentar ao seu lado, e eu fui. Nós ficamos conversando e percebi que ela era realmente muito legal e engraçada, inteligente e também estudiosa.

– Você e Peter estão namorando? – Perguntou ela em certo ponto, e eu corei como um pimentão.

– Er... Não, eu... Não. – Respondi, me atrapalhando e fazendo ela rir.

– Ficando, então.

– É. – Eu corei mais ainda.

– Bem. – Ela parou de rir um pouco, e vi que estava falando sério. - Você vem feito bem a ele, Celina. - Disse, me olhando fixamente. - Não o magoe.

– Nunca farei isso. – Respondi, me surpreendendo com a seriedade de minha própria voz.

– Sabe – Ela retomou, dessa vez mais relaxada. – Ele não é mais o mesmo de antes. Está mais comprometido com as coisas, percebi isso na conversa que tivemos. E acho que isso é obra sua.

Sorri, envergonhada, antes dele sair do banheiro e encerrarmos nossa conversa.

****

A segunda feira amanheceu ensolarada, o clima preferido de Miami. E, se você é turista e vai passar quilos de protetor para depois tirar tudo no mar, é o seu preferido também, e significa diversão garantida. Mas, para os reles mortais como nós que vamos estudar ou trabalhar, significa “morrer derretido”.

Acordei Peter, que dormia como um bebê do meu lado, para depois fazer minhas higienes, me arrumar e zarpar para a escola. Vi que Kim havia me mandado uma mensagem dizendo que teria que adiar seu médico para o dia seguinte, já que sua mãe tinha um compromisso e iria levar a filha junto. Então, depois da escola, Peter e eu fomos buscar Sadie no curso de fotografia onde ela às vezes dava aula quando vinha de Paris.

O lugar era o teatro da escola. Era bem grande, e quando entramos vimos alguns meninos e meninas sentados no palco em uma roda. Sadie estava no centro, com uma câmera na mão, explicando como se deveria usar, como tirar boas fotos e como verificar o filme da câmera.

Eu e Peter nos sentamos na primeira fileira para assistir a aula. Percebi que ele adorava mesmo a irmã, e a observava como se ela fosse sua heroína ou coisa assim. Eu sorria, distraída, ao ver sua expressão quando de repente uma menina entrou pela lateral esquerda do palco. A menina entrou tão levemente que era como se flutuasse. Os cabelos ruivos cheios de movimento se mexiam quase que em câmera lenta, como em um filme. Pele perfeita. Sorriso maravilhoso. Não gostei dela de cara, principalmente ao ver o olhar de deslumbro que Peter a lançou. E continuou lançando durante todo o resto da aula.

Ela vestia uma regata vermelha e um short jeans. Os cabelos ruivos estavam brilhantes e bem escovados, o topo da cabeça coberto por uma boina bege. Quando a aula acabou, Peter se apressou (até demais) para subir ao palco e falar com sua irmã, que dizia algo para a Ruiva Metida, e eu fui junto para garantir meu território.

– Peter, Celina! Como vão? – Perguntou Sadie, com um sorriso. – Essa aqui é a aluna nova do curso.

– Megan, mas pode me chamar de Meg. – Sorriu ela. Arrrrrgh.

– Sou Celina, mas pode me chamar de Celina. Esse aqui é Peter, mas pode chamar ele de Peter. – Apresentei, abraçando-o pela cintura com um sorriso.

– Um prazer conhecer vocês. – Apertou minha mão e a de Peter também.

– Meninos, será que poderiam me comprar uma Coca Diet? Estou morrendo de sede. – Pediu Sadie.

– Claro. – Me apressei em dizer, e puxei Peter para fora do teatro.

– Legal ela, né? – Perguntou, saltitante.

– Não. Nem um pouco. Achei meio metidinha com aquela boina, parecia uma... – E vi que Peter olhava pálido para algo na parede ao meu lado. Franzi o cenho e olhei na mesma direção.

Meu Deus. Era uma foto de Kim comendo os chocolates no ônibus, chorando, com os dizeres em baixo “Kimberly Johnson, um exemplo de como a bulimia faz mal”.


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Notas finais do capítulo

Reviews?
No próximo capítulo: "- Eu tenho nojo de você – Falei, com todo o desprezo que consegui, e saí para o banheiro enquanto ele me olhava, ainda no chão"
"Cheguei com Star e Michael no hospital. (...) Avistei a Sra. Johnson, com os olhos vermelhos e a pele pálida, parecendo que a qualquer toque quebraria. Kim não devia estar nada bem."



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