12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 96
Capítulo 94




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3 DIAS DEPOIS

Vitor só teve apenas um show no final de semana, retornando para a casa após passar o dia com Maria. Paula chegaria ás 20h00. 

— Oi Vitor...

— Oi Nilmar! - sorri. 

— Paula chega daqui a pouco? 

— Acredito que sim! - olha no relógio. 

— Será preciso buscar ela? 

— Não! Elias já está aguardando no aeroporto...- come um pedaço do pão que montou para si.

— Ok então... Vou assistir TV! 

— Vai lá! 

Vitória passa correndo na sala com atrás de algodão e o tio a observa rindo. 

— Vitória! - a chama. Pare de correr minha filha! - vai vê-la. Se sua mãe chega e você está machucada, se instaura uma tempestade nessa casa! 

— Vem com o tio! - chama. 

— Vitória! - sai correndo atrás dela que foi para fora de casa. Filha! - consegue a segurar com uma mão, enquanto a outra segue o pão. Vem para dentro! Está frio aí fora. - entram. 

— Mamãe...- olha a foto de Paula. 

— Sim, a mamãe...- a pega no colo. Você está com saudades da mamãe? - entrega o pão para ela. Papai também! - beija-a. 

— Vitória está crescendo rápido demais! Precisamos de mais um bebê nessa casa...

— Fala pro titio que você ainda é um bebê! - riem.

Nilmar pede para ficar com a sobrinha enquanto Vitor trabalha no estúdio. As horas passam e Paula chega na fazenda, recepcionada por seus cachorros e Vitória.

— Oi mamãezinha! - a pega. Como você está meu amor? - a beija.

— Oi...- sorri. 

— Oi! - se abraçam. Como passou os dias? 

— Bem! Já falei que adoro sua casa...- riem. 

— Vamos entrar! 

— Mamãe não veio? 

— Não! Nem ela e nem Cintia... Cadê Vitor? 

— Está no estúdio! 

— Vou vê-lo...- sai com a filha nos braços. 

Ao bater na porta escuta a permissão para entrar. 

— Amor...- sorri ao vê-lo. 

— Pulinha- se levanta da cadeira. Parece que estou há tanto tempo longe! - beijam-se. Como está? - segura a mão dela. 

— Bem! - sorri. Vamos tomar café? 

— Vamos... Deixa eu desligar aqui...- vai até sua mesa e desliga os computadores. Vamos! - sai com elas. 

— Paula! - cumprimenta. Quer algo? - a encontra no corredor indo para cozinha. 

— Oi Sol! Vou indo comer... 

— Ok! Diva está aguardando...

Chegam na cozinha e Diva os espera com uma mesa repleta de coisas. 

— Não sabia se você ia querer jantar ou comer só alguma coisinha! - riem. 

— Vou comer é de tudo um pouco! - sentam-se. Como estão as coisas por aqui? 

— Bem... Três dias passaram rápidos, ainda bem! 

— Ainda bem, Diva! - se serve. Como Maria está Vitor? 

— Se recuperando aos poucos... Ao menos os médicos dissseram que a transfusão tem dado resultado positivo. 

— Isso é maravilhoso! - sorri feliz. 

— Muito! - retribui. Pulinha... Marquei uma consulta para nós, para amanhã de manhã. 

— Consulta do que? 

— Com um obstetra! Não combinamos de tentarmos mais um filho com acompanhamento médico? 

— Ah...- engole seco. É isso... Vitor, eu estive pensando melhor... Por que não esperamos mais um pouco? 

— Esperamos o que, Paula? Não posso ficar esperando tanto tempo! Vamos apenas nos consultar... Depois da consulta a gente toma uma decisão. Pode ser? 

— Tudo bem... Pode ser! 

Terminam de se alimentar e Paula vai tomar um banho para se deitar. Lucy arruma Vitória e entrega para Vitor fazê-la dormir. Nilmar vai para seu quarto assistir algum filme. 

— Seu soninho já chegou filha...- a balança no berço. Eu vi, eu vi de longe um bichinho preto...- canta. Ele andava todo desengonçado encima do muro azul... Nos meus sonhos me visitava e fazia medo... Seu bichinho me deixe em paz...- a olha já dormindo terminando de balançar devagar. Boa noite! - beija-a e sai do quarto em direção ao seu. 

— Vitória dormiu? 

— Acabou de dormir! - fecha a porta. 

— Não me acostumo com ela lá naquele quarto e eu aqui! 

— Pulinha, é o melhor para ela...- deita-se. 

— Mas viajamos tanto... E não poder cheirar ela aqui pertinho de mim me dói! 

— Eu sei! - a abraça. 

— Então deixa ela voltar para cá...- olha para ele. Por favor! Não seremos os primeiros pais a ter os filhos dormindo no quarto. 

— Tudo bem! - sorri. Amanhã ela vem para cá de novo! 

— Por que não hoje? 

— Porque ela está dormindo tão tranquila... Se mexermos nela, ela vai acordar! 

— Certo! Amanhã ela volta então...- beija-o. 

— A consulta amanhã é às 09! 

— Sem problemas! Você pode dirigir?

— Dirijo! 

— Estou cansada e sei que irei amanhecer com sono! 

— Tudo bem! - se abraça nela. 

— Vitor...- acaricia o braço dele. 

— Sim...?

— O Roberto esteve na fazenda hoje?

— Você não está me fazendo essa pergunta, né? 

— Estou... Qual o problema? 

— Você sabe! - se afasta dela. 

— Vitor...- vira-se para ele. Pensei que já tínhamos resolvido isso. Você está tendo ciúmes sem sentido! 

— Sem sentido? - a encara. Você estava agarrada naquele homem encima do cavalo! Rindo como velhos conhecidos...

— Exagero! Eu não posso falar nada de você recebendo mãos naqueles lugares... 

— É diferente! 

— Diferente porque? 

— Porque é! 

— Ou você confia em mim ou não! 

— Não confio nele! 

— Ah Vitor pelo amor de Deus! Ele não fica me tocando igual essas mulheres que você deixa entrar em camarim! 

— Tocando? Uai, tá aqui minhas coisas se você quiser tocar! E ele acariciando sua mão, seu cabelo é certo? 

— Não foi nada disso...

— Paula! Chega...- respira fundo. Estamos brigando de novo...

— Por seu ciúmes bobo! Sem pé nem cabeça... Você é meu sonho...- se aproxima dele. Sempre sonhei em estar perto de você, em ser sua esposa, em termos filhos e porque agora eu colocaria tudo a perder? 

— Porque não tenho sido bom o suficiente... Não tenho feito a gente se entender...

— Eu te amo! Você me ama... Isso que importa! Vamos parar com tanto ciúmes Vitor... Por favor? 

— Não quero ele aqui... Você não faz ideia do que me causa ele perto! 

— Então arrume um emprego para ele... Certo? Por favor. Não é justo o que fizemos...

— Certo... Arrumarei o melhor emprego da vida dele... Bem longe daqui! 

— Que seja! - ri. Mas dê um jeito nisso! - arruma-se na cama. Não posso olhar para esse berço vazio... Quero minha bebe ali Vitor... Vá buscá-la! 

— Pulinha... Nossa filha está dormindo bem no quartinho dela. E assim que você dormir eu vou para lá! 

— Não... Quero ela aqui... Pertinho de mim! Minha espuletinha! - ri. Como pode ser tão inteligente, né!? 

— Sim! - riem. Ama os bichinhos dela! Passou o dia atrás de Algodão. 

— Imagino! - sorri. Sinto falta dela todo tempo... Fico pensando em como as outras cantoras aguentam... 

— Talvez elas sintam o mesmo que você! 

— Se Vitória não entender nosso trabalho? Ficamos tão pouco com ela...

— Ela vai entender! Vamos dormir...- abraça ela. 

— Não chega muito perto, se não é perigoso eu pegar nas suas coisas! 

— Hum...- riem. Seria bom! É bom quando pegam nas minhas coisas! 

— Você gosta, é? - o encara. 

— Não começa! - ri. Estava brincando... Gosto só quando é minha esposinha! 

— Sei! Qual o médico que iremos nos consultar? 

— Uai, o Ricardo... 

— Entendi! Que bom... Ele já nos conhece, será mais fácil. 

— Sim... Agora durma! - a beija seus cabelos. 

Paula se aconchega nele e adormece. Ao vê-la dormindo, vai até o quarto de Vitória e confere se está tudo bem, já era o horário de fazer a mamadeira da noite e a filha não acordou. Resolve deixar pronta e aguardar no quarto dela até que ela acordasse. 

— Vivi...- se levanta da poltrona. Papai está aqui! - pega ela. Vamos mamar...- senta-se novamente. Aqui...- entrega a mamadeira para ela. Vou te levar na mamãe, para você cheirar ela um pouquinho...- sorri ao vê-la olhando para ele. 

Ao terminar de mamar, Vitor leva Vitória para o quarto do casal. A coloca no meio deles e a bebê segura o cabelo de Paula, se aconchegando nas costas dela. Vitor as cobre e abraça, logo pegando no sono também. 

— Meu bebezinho! - sorri, abraçando a filha. Que gostoso mamãe acordar assim! - a beija, apertando perto de si. Vamos acordar dorminhoca? - olha para Vitória se espreguiçando. Acoida filhotinha! - sorri. 

— Bom dia! - sorri. 

— Bom dia! - beija-o. Que horas trouxe ela? 

— Depois do mamá das 3 da manhã! Grudou no seu cabelo e dormiu...

— Porque amo minha mamãe! - ri. 

— Papai também, né!? - a abraça. 

— Não, não... Não tira ela daqui! - puxa a filha. 

— Vem junto sua ciumenta! - a abraça também. Amo vocês! Muito...- olha para Paula. E espero que logo, logo nossa filha esteja maior ainda! - sorri. 

— Sim...- pensa nos filhos que ele tanto quer ter. Vamos levantar? - sorri. Preciso me arrumar para irmos...- sai da cama. 

— Levo Vitória para Lucy?

— Ainda não... Deixe-a aqui! Vai fazer o mamá dela. 

Eles se organizam e arrumam a filha. Na cozinha Paula dá as instruções a Lucy sobre umas roupas de Vitória que ela comprou. 

— Paula! - Vitor chega. Vamos! Já são 8:30. 

— Vamos! - pega a bolsa. 

Se despedem da filha e saem rumo ao consultório de Ricardo. Algum tempo depois chegam ao local, obviamente atrasados. 

— Te falei para sairmos mais cedo! - desce do carro.

— Tanto faz! - retira o óculos escuro, fechando a porta do carro. 

— Vem! - estende a mão para ela. 

Entram na clínica de mãos dadas e a atendente já os encaminha para a sala de Ricardo. 

— Dr.? 

— Sim, Beatriz? 

— Paula Fernandes Chaves chegou...

— Por favor! - se levanta. 

— Podem entrar! - indica para eles. 

— Obrigada Beatriz! - sorri para a atendente e Paula o observa. 

— A que devo a honra? - os cumprimenta. Quando vi o nome de vocês na agenda me assustei! - riem. Sentem-se por favor! - indica. 

— Precisamos da sua ajuda! - arruma a bolsa em seu colo. 

— Pois bem! Aqui estou! - senta-se. Não vão me dizer que vem vindo mais um bebezinho? - sorri. 

— Ainda não! Mas é sobre isso que viemos conversar...

— Entendo! Podem começar então...

— Nós queremos ter mais um filho... Mas não temos conseguido. E Paula não se sente muito confortável devido a tudo que houve...

— Tá... Vamos lá! É o seguinte... Seu corpo Paula e todo seu metabolismo já voltou ao normal desde a última gravidez. Quando você deu à luz a Vitória e engravidou tão brevemente do próximo seu corpo ainda não havia retornado ao que é! Você estava em tratamento, ingerindo remédios fortes e ainda com sequelas da complicação do parto de Vitória. Mas já passaram mais de seis meses desde que tudo aconteceu! Você não precisa ter medo quanto a uma nova gravidez por conta dos problemas passados. 

— Entendo...

— Mas eu sei... Que não é uma questão física, mas psicológica que a faz permanecer dessa forma! 

— Sim! 

— Vitor... Você pode nos dar licença? 

Ele não sabe ao certo o que responder, sente-se chateado por ela não ter conversado sobre isso com ele. É como se fosse um marido que mal soubesse o que acontece com sua esposa. 

— Não, ele pode ficar...

— Tudo bem! 

— Meu grande medo é que você crie expectativas demais com o que não posso oferecer...- olha para Vitor. Sei que nunca me cobrou por nada e que muito do que já viveu com outras mulheres não vive comigo. Pensei que seria eu a pessoa quem te daria o primeiro filho e não fui! Pensei que poderíamos ter filhos normalmente e que eu seria capaz de manter gestações saudáveis, mas não sou! E hoje já não sei mais se ter um bebê é o que quero...

— Paula...- a olha. Falei que isso seria uma decisão dos dois! Eu...

— Mas só o fato de ter que vir até aqui já demonstra que você quer que eu mude de ideia! 

— Eu sei! Mas... 

— Por favor Vitor... Você quer muito, muito ter mais um filho. Mas não sei se sou quem vá te oferecer isso! - chora. 

— Não Pulinha! - se aproxima. Só quero um filho se você quiser...- sorri. Não pense o contrário! Não tem porque eu querer algo que não seja uma vontade dos dois. Meu amor... Você poderia ter me dito tudo isso antes. 

— Eu tentava... Mas logo desistia. Eu aceitei vir aqui para gente tentar... Mas não sei se quero isso mesmo. Estou com medo! 

— Eu sei...- a abraça olhando para Ricardo que indica para ele ter calma. 

— Paula...- a observa. Vou tentar te ajudar... Estou aqui para isso! Aos poucos você vai perdendo o medo... Vai entendendo que você é sim uma pessoa capaz de ter uma gestação saudável! Extremamente saudável por sinal. Sua força com as duas primeiras demonstram isso! 

— Isso! - sorri. Não precisa ter medo algum! O que você nos indica fazer Ricardo? 

— Primeiro terem certeza se é isso que querem... 

— Se você me garantir que meu bebe vai nascer...

— Paula...- segura a mão. Você é a paciente mais forte que já tive! Só se for uma vontade de Deus para seu filho não nascer. Porque quanto ao resto darei meu melhor por vocês. 

— Acredito que precisamos primeiro cuidar de você! 

— Isso Vitor! - sorri. Você faz algum acompanhamento psicológico? 

— Fazia! Parei já tem algum tempo. 

— De início eu te indico retomar! Se quiser, nós temos uma excelente psicóloga aqui na clínica. 

— Certo!

— Te encaminharei para ela! - assina alguns papéis. Quanto a vocês terem um bebê... Vocês têm se relacionado sem preservativos? Por que decidiram vir? 

— Sim! Há aproximadamente quatro meses não temos nos prevenido.

— É um tempo razoável... E tem acontecido algum incomodo? 

— Nós queríamos ter mais controle sobre essa gestação! Nos prepararmos para que tudo seja planejado...

— Entendo! Vou indicar alguns exames de fertilidade, tanto para você quanto para você Vitor. É a partir desse exame que vamos conseguir começar um trabalho que auxilie... Seja para um ou outro! - escreve no prontuário. 

— Nós podemos ter problemas de fertilidade? Mesmo depois de ter tido filhos...

— Sim Vitor! É algo normal...

— Vitor tem uma pequena paranoia  com a idade! - olha para ele. 

— Não precisa! - ri. Compreendo porque também já tive! A preocupação com fertilidade deve vir mais da mulher do que do homem. 

— Entendo! 

Ricardo mostra o que escreveu a eles, explica os exames e como serão os procedimentos. Saem mais calmos do consultório! Passam no laboratório da clínica e já fazem os exames, combinando para que eles entreguem o resultado na fazenda. 

— Quer ir almoçar em algum lugar? - coloca o cinto.

— Não... Vamos para casa. 

— Tudo bem...- saem. 

O trajeto é feito em silêncio, Vitor a observa a todo instante, decifrando o que ela estava pensando. 

— Está tudo bem...- coloca a mão sobre a perna dela.

— Oi!? - olha para ele. 

— Está tudo bem! - sorri. Não fica se preocupando... Por favor! 

— Estou tentando! 

— Serão bons resultados e se não forem, há de serem bons por algum designo de Deus! O importante é não nos frustrarmos com isso. 

— Quero ter mais filhos... Só estou...

— Medo... Eu sei! - pega a mão dela beijando. Vai ficar tudo bem! 

Chegam na fazenda e Diva os recepciona. Almoçam junto de Vitória e na tarde Vitor se prepara para levar ela na cidade. 

— Vamos visitar a vovó! - sorri. 

— Vão com Deus! - beija a filha e o marido. Cuidado! 

— Pode deixar! - a beija novamente. 

— Tchau filha! - manda beijo. 

Vitor vai para casa de Marisa e Paula se tranca no escritório com o irmão. 

— Aconteceu algo na empresa? 

— Algumas pequenas coisas...- mostra a ela. 

Conversam sobre a Jeito de Mato, Paula assina alguns contratos. Falam sobre parcerias e negócios que envolvam sua carreira. 

— Está tudo bem?

— Sim! - o olha. Por que? 

— Você parece um pouco estranha... Distante. 

— Impressão sua! Aqui...- entrega os papéis para ele. E você? - sorri o observando. O que me conta de novo da sua vida? - guarda a caneta. 

— Eu? - ri. 

— Você mesmo! Está felizinho até demais...

— Pessoas por aí...

— Pessoas? Ou uma pessoa? 

— Uma pessoa... Uma mulher! 

— Hum...- riem. Nilmar está namorando, Nilmar está namorando! 

— Afff Paula! Que coisa de criança...- riem. Mas é isso mesmo... Estou namorando! 

— E porque não a trouxe? 

— Ainda não é momento! 

— Sei...- se levanta. Quando a trouxer, a prepare para a beleza de meu marido...- ele ri alto. 

— Eu também sou lindo! 

— Você é mesmo! Que ela mantenha os olhos em você...- riem. Vamos tomar café! 

— De novo? - saem. 

— Uai, eu como toda hora aqui! Diva? - a chama. 

— Oi! - aparece.

— Estou com fominha! - senta-se na bancada.

— Tem bolo! - pega, levando até ela. Quer algo Nilmar? 

— Não! Acabamos de almoçar, ainda estou cheio...- riem. 

— Pois eu não! - começa comer. 

— O que foi fazer no médico hoje Paula? 

— Eu? - o olha. 

— Sim! Vi Vitor comentando que vocês iam ao médico. 

— Hum...- limpa a boca. Consultas rotineiras...

— Entendi... E está tudo bem? 

— Tudo! - sorri. 

Vitor chega na cidade algum tempo depois. Desce Vitória do carro que já corre para a casa da avó.

— Vitória! - pega a bolsa e sai atrás dela. Bom dia José! 

— Bom dia! - ri da Vitória batendo na porta. 

— Essa não tem jeito! - riem. É aqui filha...- aperta o interfone. Mãe!? Abre...

Marisa abre a porta e eles entram. 

— Não acredito no que vejo! - sorri. Vem aqui sua espoleta! - abraça a neta. Meu Deus! Você está ficando a cara da sua mãe...- ri. 

— E o papai...

— Sei! - riem. Como vai? - o abraça. 

— Bem! - sorri. Depois daquele dia não nos falamos mais...

— Pois é! Precisamos conversar...- olha Vitória ir na cozinha. O que quer meu amor? - vai atrás dela. 

Vitória pede bolacha apontando para a mesa. Marisa entrega a ela e ela se senta no chão para comer. 

— Já está falando tudo! 

— Sim! - sorri, sentando-se. 

— Por que Paula não veio?

— O irmão dela está aí! - pega uma bolacha. 

— Ah sim... E está tudo bem? 

— Hoje fomos nos consultar...- pega um pouco de café. 

— O que houve? 

— Nada! É que estávamos pensando sobre mais um filho...- observa Marisa sorrir. Mas...

— Mas? 

— Paula não está confortável com a ideia mãe... Eu sei disso! 

— Vitor, tudo que ela passou não foi fácil... Não espere que ela pule de alegria. Ela quer, mas sabe que é difícil para ela... Dai fica um receio apenas. 

— Entendo... Mas não quero invadir o espaço dela! Se ela não quer, não teremos. 

— E como está Maria? 

— Bem! Estive com ela... Logo sairá do hospital! Precisamos rezar para que nada aconteça até lá. 

— Amanhã é dia deu visitá-la... Vou ver se compro algumas coisas para levar a ela.

— Faça isso...

— Leo esteve por aqui...

— E? 

— Ele e Tati estão estranhos... Não sei o que possa ser! 

— Eles falaram que estão estranhos? 

— Não! Eu senti... Tem alguma coisa acontecendo! 

— É... Complicado! 

— Ele não te falou nada? 

— A mim? Não... 

— Tente falar com ele nos shows Vitor... Por favor! 

— Mãe... Você sabe que eu...

— Eu sei que você não gosta de se intrometer! Mas perguntar não mata... E é para sua mãe. - dá mais uma bolacha para Vitória. 

— Certo... Mas não espere muito! 

— Você e Paula estão bem? 

— Por que a senhora se preocupa tanto com nossa relação com nossas esposas? - riem. 

— Porque isso reflete em vocês dois... Principalmente em você... Você sabe o quanto perde o controle, o equilíbrio! 

— Sei...- abaixa a cabeça. 

— Paula é quem te norteia... Você precisa estar bem com ela! 

— Ela é quem me tira do sério! - sorri. 

— E isso não é bom!? - ri. 

— É ótimo! - pensa nela. Já a magoei tanto nessa vida... Feri a ela como a ninguém mais. 

— Se ela sentiu essa dor absurda é porque te ama absurdamente! Vocês dois faz a gente acreditar nisso de outras vidas...- sorri. A conexão, a compreensão é muito forte! 

— Sim! Ela é meu eu... E meus momentos com ela sai de outro mundo, outra vida. 

— Saíram naquele dia? 

— Sim! - ri. Dançamos, jantamos, transamos! 

— Vitor! - riem. 

— É a verdade...

— Mas não precisa dizer tudo! - dá um tapa nele. 

— Fizemos uns exames hoje de fertilidade... Estou com medo! 

— Medo? - come bolacha. 

— É... De ter algum problema. 

— Deixe de bobeira, filho! 

— Mãe... Não tenho mais vinte anos! 

— Mas tem fertilidade o suficiente para ter quantos filhos quiser! Pare com isso de idade Vitor...

— Vou parar! Vou tentar... Juro. 

— Você e Paula já tem tentado? 

— Já! Já fazem uns quatro meses. E nada...

— Não é fácil assim Vitor... Vai lá e engravida! 

— Das outras vezes foi! 

— Das outras vezes... Seu corpo e o de Paula já estão acostumados um com o outro. 

— E o que isso tem a ver mãe? - coloca mais café. Tenho que mudar de corpo para dar certo? - ri. 

— Não achei graça! - encara ele. 

— Tá... Falou com Paula? 

— Falei... Mas falei que eu havia pago. 

— Ótimo! Assim ela aceita... 

— Sim! - se vira para Vitória. O que foi meu amor? Vovó está ouvindo...- ri. É? E você comeu tudo mesmo... Que beleza! - pega o potinho que ela está entregando. 

— Tirei ela do quarto na semana passada... Mas Paula não acostuma! Quer que ela volte... Essa madrugada dormiu nossa cama. 

— Isso é complicado! Ao menos tempo que acho certo tirar ela, sei que dói... Ainda mais vocês que viajam tanto. Ela já fala quando não estão em casa? 

— Já... Já tem sentido falta da mãe, de mim! Lucy fala que ela chama, chora um pouco, mas se acalma. Ela fala que estamos trabalhando para comprar chocolate e ela aceita! 

— Oh meu Deus! Mas vão crescendo, vão entendendo...

— Acho que vou começar deixar Paula levá-la nas viagens próximas... Será que é perigoso? 

— Acho que viagens próximas não tem problema... As longas que seria complicado! Mas se ela sai para fazer um ou dois shows em MG menos ou algum evento em SP, não vejo problema... É normal! 

— Sim... O único lugar que ela viajou até hoje foi Nova Iorc! - riem. 

— Que não é qualquer lugar...

— Não... Por falar nisso tenho algumas fotos dela. Preciso passar no grupo. 

— Faça isso! 

Algumas horas passam e Paula, sentada no sofá mexendo no celular, encontra uma foto da filha tirada há poucos dias. Sorri com a imagem. 

— Olha minha filhotinha! - mostra ao irmão. 

— Coisa linda do titio! - riem. Ainda dorme cheirando algo?

— Sim! - sorri. Vou publicar essa... 

Edita a foto e faz a publicação. 

"Sempre me perguntam sobre a maternidade, mas jamais responderei a verdade sobre essa mágica. É uma conexão com Deus que só se entende quem vive... Os olhos nos olhos na hora de amamentar, o cheirinho antes de dormir, o sorrisinho miúdo quando acorda e com o passar dos meses a felicidade por ver nossos filhotes descobrindo algo novo. Vitória floresceu meu amanhecer... Sapeca, com os olhinhos da mamãe, a boquinha e a inteligência do papai (e teimosia) hihihi. É um amor maior que eu... É meu corpo ocupando mais um espaço nesse mundo!" 

 

ALGUMAS HORAS DEPOIS...

— Alguém? - coloca Vitória no chão. Cuidado, mocinha! - ela sai correndo. 

— Oi...- aparece.

— Oi! - sorri.

— Tudo bem com sua mãe? 

— Tudo sim! - coloca as bolsas da filha no sofá. E por aqui? 

— Tudo certo! 

— Seu irmão? 

— Está no banho... Prometi que jantaríamos a comida predileta dele. 

— E qual é? - retira o celular do bolso. 

— Ostras...

— Ostras... Nada mal! Pegue um vinho para acompanhar... Sua mãe vem? 

— Provavelmente virá! 

— Provavelmente? 

— Ela está com o namorado... Disse não saber se seria um bom momento para ele vir jantar conosco. 

— Por que não seria um bom momento? - retira o relógio. 

— Ela acha cedo! - se aproxima dele. 

— Cedo? - ri. Já faz um bom tempo que sua mãe está com ele... Desde que Vitória nasceu! 

— É outro, amor! - olha para ele.

— Outro? - estranha. 

— É... Ela terminou com o Juca tem três meses e agora está com um novo namorado. 

— Bem faz ela! - a beija na testa. É preciso viver... 

— Mas acho que ela gosta do Juca ainda...

— Só fazem 3 meses, a presença faz falta porque se acostuma! 

— É... Pode ser. 

— Por que eles terminaram? 

— Sabe que nem perguntei? - pensa. Na vdd me esqueci. Acho que ele pisou na bola...

— Homens! 

— Homens! - o encara. 

— Que foi? Não sou homem...

— Sério? Que interessante isso...

— Sou uma evolução do que se chama de homem! - riem. 

— Ok... Senhor evolução... Vá tomar um banho para o jantar. 

— Quer vir? Sou evoluído mas não sobrevivo sozinho... 

— Já tomei! Não está vendo? - dá uma volta para ele ver o vestido. 

— Preferiria você nua na nossa cama! Mas está lindo... 

— Tenho que ouvir isso mesmo? 

Vitor se vira e vê Dulce na porta entrando com o namorado. 

— Olá! - sorriem. 

— Oi! - Paula fica sem graça. 

— Me desculpem... Mas é a verdade! 

— Você é meio canibal Vitor? 

— Não como eu gostaria minha querida sogra! - se aproxima dela. 

— Me pergunto todos os dias qual é a sacada de Deus em ter metido você na minha família! - o cumprimenta. 

— É sempre assim? - estende a mão para Paula.

— Toda vez que se encontram! - sorri, cumprimentando-o. Seja bem vindo! 

— Muito obrigada! Sua casa é uma beleza pura... 

— Obrigada! - sorri. 

— Bem... Pelo visto já se conheceram! E esse aqui... Infelizmente é meu genro. 

— Prazer em conhecê-lo! - estende a mão. 

— Grande Victor Chaves! - aperta a mão dele. O prazer é todo meu! 

— Já o conhece Alessandro? 

— Claro! - olha para Dulce. Um dos maiores instrumentistas do país! - olha para ele. Meu filho é seu fã! 

— Que maravilha! 

— Meu filho é músico no exterior! Esteve no Brasil a pouco tempo e foi te conhecer. 

— Sério? Qual o nome do seu filho? 

— Matheus Sato! 

— Você é pai do Matheus Sato!? - se espanta. Que mundo pequeno! - olha para Paula que sorri sem entender nada. Ele é extraordinário! Um músico jovem de tantas influências, com um dom admirável. Parabéns! 

— Muito obrigado, mas o mérito é dele! - ri. Ele ficará imensamente feliz quando souber que estive aqui e ouvi essas palavras. 

— Por favor... Mande meus mais sinceros votos a ele! Sou fã. 

— Muito obrigado! Fico até sem jeito...

— Não fique! Sente por favor...- aponta o sofá. Fique a vontade... Quanto à eu e Dulce, no fundo a gente se ama. 

— Não ama não! - senta-se junto do namorado. 

— Mãe! Vai assustar o seu namorado...

— Ele sabe que é brincadeira... 

— Sei sim! Dulce passou o caminho todo o elogiando...

— Me elogiou? - sorri.

— Está vendo!? Por isso não dá para tratar com carinho... Se acha muito! E vá tomar um banho porque você está terrível! 

— Cheire meu pé para ver se estou...- ergue a perna mas Paula bate nele. 

— Pelo amor de Deus! 

— Já estou rindo! - riem.

— Cadê minha neta? 

— Está no quarto com Nilmar! Chegou correndo...- sorri. 

— Bem... Vou tomar um banho! Alessandro a casa é sua... Já retornarei. - se retira. 

— Diva...- a vê chegar. Sirva algo a Alessandro e mamãe...? - sorri. 

— Claro! - sorri. 

— Diva é nosso braço esquerdo e direito, junto de Sol! - a apresenta. 

— Imagina! O que irão querer? Um uísque, um vinho...?

— Gostaria de um uísque! 

— Não quero nada ainda Diva! 

— Ok! 

— Vou arrumar a roupa de Vitor... Já volto! - sorri, saindo. 

— Eles são muito simpáticos! - olha para Dulce.

— São sim! - sorri. Você precisa conhecer Vitória...- ri. É nossa alegria! 

— Estou ansioso! - sorri. 

Paula entra no quarto e Vitor já está se banhando. Arruma a roupa dele sobre a cama e vai até o banheiro.

— Você gostou dele, amor? 

— Quem tem que gostar é sua mãe! 

— Vitor...- o repreende com o olhar. 

— Ele é simpático, educado... O filho dele é um exemplo para música. Por que está assim?

— Não sei... Sinto falta do Juca! 

— Paula... Não pense assim! Sua mãe parece confortável com ele. 

— Esse o problema! - senta-se no vaso. Ela está confortável ao Alessandro... 

— Problema? 

— Eu era confortável ao Henrique...- olha para ele que desliga a ducha.

— Não vamos falar disso! E tire isso da sua cabeça... Me de o roupão! 

— Aqui...- se levanta, entregando a ele. Você ficou chateado porque toquei no nome do Henrique? 

— Eu não! Nem lembrava mais da existência desse encosto. Porque era isso que ele era... Um encosto! - se perfuma na bancada. 

— Ok... Só estou preocupada com a mamãe! 

— Está tudo bem! Tire essa pilha das costas...

— Isso! Farei isso...

— Vitória não tomou banho na minha mãe! Não acha melhor fazer isso logo? 

— Claro! Irei agora fazer isso...- sai do quarto. 

Encontra Vitória no corredor atrás do tio. Pega-a e leva para o banho. Algum tempo depois chega na sala onde Vitor, Nilmar (que já conheceu Alessandro), Alessandro e Dulce conversam. 

— Minha vida! - sorri, pegando-a do colo de Paula.

— Que bebe mais linda! - coloca o copo na mesa de centro. 

— Olhe só Alessandro! Não sou vovó da criança mais linda? - senta-se perto dele com Vitória que o olha atenta. 

— Oi! - sorri. 

— Vivi, esse é o titio Alessandro! 

Alessandro brinca com Vitória que algum tempo depois já está no colo dele fazendo graça. 

— E aquela mocinha do porta retrato? - observa. 

— É Maria! - sorri. É nossa outra filha...

— Dulce não me contou...- olha para ela. 

— Maria é minha filha Alessandro, de outro relacionamento...- sorri. Mas Paula a considera também! - beija a mão dela, olhando-a.

— Ah sim! - sorri. É linda! 

— Muito obrigado! 

— E você filho, tudo bem? 

— Claro mãe! Tudo nos conformes...

— Mãe... Nilmar está namorando! - sorri.

— Você foi contar a Paula e não a mim sobre seu namoro? 

— É que é muito cedo... Você hein Paula! - olha para ela que ti. 

Conversam durante horas, até Diva chamá-los para se sentarem à mesa. Jantam em harmonia, logo depois sentando para um licor. Papo vai, papo vem e a madrugada chega. 

— Precisamos ir! - olha no relógio. 

— De jeito nenhum! Vocês dormem aqui... Já está tarde. 

— Não... Imagina!

— Alessandro, acho melhor aceitarmos! 

— Tudo bem então...

Paula sai com Diva para organizar o quarto das visitas. Ajeita-os levando-os até lá...

— Fiquem a vontade! Logo aqui é o banheiro Alessandro...- mostra. Tem roupões na primeira porta do armário. Enfim... Mamãe sabe tudo! - ri.

— Ok! Não se preocupe Paula... Estamos bem! 

— Tá... Vou indo então! Boa noite...- sai. 

Ao chegar na sala, Vitor está recolhendo as garrafas de bebidas. 

— Bebemos quase a adega toda! 

— Que exagero! - riem. 

— Vou tomar um banho... Já volto para ajudar! - beija ele e sai. 

Ela se retira e ele continua a recolher tudo. Não demora muito e ela retorna, passando um creme sobre os braços. 

— Acho que meu irmão não gostou muito dele! - fecha o robe. 

— Abre...- escora na porta da cozinha, bebendo um copo de água. 

— O que? 

— Abre o robe! 

— Vitor... Minha camisola é muito transparente, se alguém aparece...

— Abre! Nunca vi você nessa...

— No quarto...- vai até ele. Vamos? 

— Abre aqui...- coloca o copo na bancada, voltando-se a ela. 

— Não comece! 

— Pulinha...- coloca as mãos sobre o robe, abrindo-o. Estão todos em quartos bem longe daqui. 

— Mas podem vir aqui! - olha para os lados. 

— Você é linda! - a observa, com o robe em mãos. 

— Tudo bem... Agora me devolve! Vamos pro quarto... 

— Não vamos para o quarto! - joga o robe no chão. 

— Vitor! 

— Vamos terminar o que começamos a algum tempo e sua mãe nos atrapalhou! - segura-a pela cintura, beijando-a. 

— Nem pensar! - ri baixo. Acabamos de jantar naquela mesa... Deixe de maluquice! 

— Mesa? - olha para ela. Nem havia pensado em mesa! - se afasta. Já saquei a sua...- começa desabotoar a camisa. Você vem para cá vestida assim e fala da mesa porque é o que você quer! 

— Tá bom! Sei...- riem. Vamos para o quarto...

— Agora não vamos mais! - sorri. 

Vitor se enlaça a Paula, a acariciando com suavidade. Leve-a até a mesa de jantar, afastando as cadeiras. 

— Vitor... Pelo amor de Deus! - fecha os olhos com os toques. Aqui não! 

— Você realmente não quer que seja aqui? - a encara. 

— Eu...- respira fundo. 

— Está se fazendo de difícil Paula Fernandes? - retira a roupa íntima dela. 

— Preciso sempre me fazem de difícil! 

— Não deveria! Seus pensamentos pevertidos se assemelham aos meus...- riem entre beijos. 

— A única pessoa pevertida aqui é você! 

Ela o observa se despir com agilidade. Permite que ele se encaixe entre si, arrancando dela a camisola. Beijam-se com as cabeças em qualquer lugar do mundo, menos com a preocupação de alguém aparecer. Paula sente Vitor pedir por si, perdido em seus pensamentos que tanto a desejam... 

— Eu te amo! - olha nos olhos deles. Eu te amo tanto que até me dói...- se emociona. 

— Só não me deixa! - abre espaço sobre ela, a tirando qualquer juízo. 

Sentada sobre a mesa enquanto ele em pé a ama, chama por ele inúmeras vezes, sentindo seu corpo perder as forças, os seus ossos irem se desintegrando sobre o corpo dele. O acaricia com as mãos escorrendo sobre o suor da pele misturado com o cheiro que ele só tem, sorri sozinha, para as paredes, para qualquer ser do mundo que a visse tão feliz naquele momento. Segura-se firme a ele, pedindo que não pare de fazê-la se sentir tão plena naquele momento. Não consegue se controlar quando ele a faz ir ao além e voltar em poucos minutos, enlaça as mãos fortemente sobre seu pescoço para suportar o turbilhão que estava a invadindo naquele curto espaço de tempo que mais pareciam a eternidade. Não demora muito e ele apoia as mãos sobre a mesa para não cair sobre ela. 

— Meu Deus! - diz ofegante, buscando se controlar. Pulinha...

— Estou.. Aqui...- sorri, presa ao corpo dele. 

— Poderíamos ter feito isso antes! 

— Shiu...- ri. Se alguém escuta! 

— Se alguém escutar não verão nada demais! 

— Você sempre diz isso! Olha para gente Vitor...

— Estamos pele com pele...- a abraça. Alma com alma, felizes, realizados depois de se amarem como nunca nessa vida! 

— Ninguém seria tão poético assim ao ver essa imagem! - sorri e ele a beija profundamente. 

Ficam alguns minutos em olhando-se, acariciando, sorrindo um para a alma do outro. Se amando no silêncio que entendiam tão bem. 

— Vem...- a pega no colo, entrelaçando as pernas dela em seu corpo. 

— E nossas roupas? - ri. 

— Depois venho recolher...

Chegam no quarto e Vitor vai direto para o banheiro. Banham-se entre risos e carícias que aquecem até o espírito de cada um. Colocam seus roupões e vão para a cama, onde ele penteia o cabelo dela enquanto ela fala sobre o que pensa de Alessandro. 

— Eles devem estar fazendo o mesmo que fizemos! 

— Por favor! - riem. Não quero pensar nisso...

— Vitória dormiu bem, né? 

— Sim! Brincou um monte com Alessandro...- olham para a filha no berço. 

— Nem passa por essa cabecinha linda tudo que papai e mamãe fazem de louco nessa vida! 

— Nem tem que passar! - riem. Ela não merece...

— Sim! - desvia seus olhos para Paula. 

— O que foi? 

— Nada...- sorri. Eu amo ficar te olhando... Me acalma, me faz feliz... 

— Me beija...- se aproxima dele que não exita em fazer o que ela pediu. 

Caem na cama abraçados, retiram o roupão um do outro e se aconchegam corpo com corpo, calor com calor, logo adormecendo. São 4h17min da manhã e Dulce procura por água em seu quarto, mas não encontra. Resolve ir na cozinha e Alessandro a acompanha. Ao chegarem ela vê as roupas de Vitor jogadas próximas a mesa e as de Paula na porta. 

— Será que o cachorro carregou Du? - recolhe colocando encima de uma cadeira. 

— Cachorro...- vai até a mesa e a vê úmida. É... Deve te sido o cachorro! Vou matar o Vitor e a Paula...- pega a cueca dele junto da calça e camisa no chão. 

— O que eles tem a ver? 

— Sede incontrolável por loucuras! 

— Hã? 

— Vamos pegar a água e voltar pro quarto...- coloca na cadeira junto a camisola e robe de Paula. 

Retornam para o quarto e Dulce se segura para não rir. Ao amanhecer, Paula é a primeira a se levantar, prepara a mesa de café junto de Diva e Sol, com Vitória já nos braços. 

— Bom dia! 

— Bom dia mãe! - sorri. 

— Oi minha gostosura! - pega a neta do colo de Paula. 

— Dormiram bem? 

— Não melhor que você e Vitor! 

— Por que? Estava algo desconfortável? 

Dulce aponta para a cadeira e ela vê as roupas deles dois amontoada. 

— Ah...- sente o rosto ruborizar. 

— Limparam bem essa mesa? - senta-se. 

— Mãe...

— Só estou perguntando... 

— Vou acordar o Vitor! - pega as roupas e sai com pressa. Você falou que ia recolher! - joga nele. 

— O que? - se levanta assustado. 

— Você falou que ia recolher nossas roupas! Mamãe sabe do que fizemos... 

— O que fizemos? - se levanta da cama. 

— Transamos encima da mesa que ela tomando café! 

— Não transamos! Fizemos amor... É diferente. 

— Ah Vitor! Que vergonha... Será que Alessandro viu? 

— E eu sei? - vai para o banheiro. 

Ela aguarda ele se arrumar e vão para a cozinha em que Alessandro já está com Vitória no colo. 

— Bom dia! - sorri, puxando a cadeira para Paula se sentar. 

— Bom dia! 

— Dormiram bem? 

— Sim! Muito bem... Muito aconchegante. 

— Que ótimo! - se serve. 

Conversam sobre os mais variados assuntos e Vitor se oferece para mostrar a fazenda a Alessandro. Saem com Vitória no colo do pai, os acompanhando. 

Continua...


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