12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 95
Capitulo 93




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Ao entrar em seu quarto, Vitor vai para o closet pegar uma roupa para se trocar e se espanta ao pisar em algo no chão. Quando se dá por si pensa no que Paula pensará quando ver o que ele estava vendo. Enquanto ele começa recolher as coisas do chão, Paula chega com Vitória no colo acompanhada de Dulce e Cintia.
– O que é isso? - fica boquiaberta ao ver.
– Ela não quis dormir em lugar algum... Só aqui. Quando pensamos que ela estava dormindo, a encontramos aí...
– Que ótimo! - coloca Vitória no chão.
– Nós compramos outras...- olha para ela enquanto pega do chão.
– Vitória! - se abaixa segurando a filha. Muito feio o que você fez, ok!? Não pode! Mamãe não gosta disso... Olha só filha! - olha ao redor. Você estragou as maquiagens da mamãe! Que coisa mais feia.
– Paula! - a adverte. Ela não entende!
– Não venha Vitor!
– Se você deixasse essas coisas em um lugar que ela não alcançasse...- se levante.
– Me poupe!
– Paula... Isso são coisas supérfluas, materiais e você está brigando com nossa filha por conta disso...
– Não é essa a questão! Vitória precisa parar de tirar as coisas do lugar... Precisamos dar limites à ela!
– Ela é uma criança! Um bebê ainda...
– E por isso devemos corrigi-lá desde já!
– Ah! Pense como você quiser! Inacreditável você agir assim Paula! - sai do closet para o banheiro, fechando a porta.
– Quebrou até meu pincel...- pega no chão. Ê Vitória!
– A gente não viu que ela estava fazendo isso...
– Tudo bem! Já entendi... Me ajudem a limpar ao menos. E você doninha...- olha para a filha sentada no chão. Esta de castigo! Coloque ela...
– O que? - vem do banheiro furioso. Nada disso! - pega Vitória no colo. Você não irá colocar minha filha de castigo por conta de capricho seu!
– Capricho meu? - o olha incrédula.
– Ela quebrou apenas uma droga de maquiagem que posso comprar tudo de novo!
– Não é essa a questão! Vitória está crescendo sem limites, se tornando mimada e pelo visto já sabemos de quem é a culpa.
– Sua cabeça é pequena! Você ficar irritada por uma besteira dessa é o fim do mundo...- sai com a filha.
– Volta aqui Vitor! - vai saindo mas a Dulce a segura.
– Chega! Já chega disso... Vocês estão parecendo dois malucos que não estão pensando nenhum pouco na filha vendo tudo isso.
– É só eu sair de casa um dia e isso fica assim! - se solta dela.
– Não venha não Paula! Não somos babás de Vitória! Te fizemos um favor! Então não nos venha colocar a culpa por isso. A pessoa mimada aqui está sendo você! - se retira.
– Era só essa que me faltava! - observa a mãe sair. Que droga! - se abaixa. Não deveria ter saído!
– Paula, pare! Por favor...
– Cintia, não fale comigo agora! Estou irritada!
– Paulinha...- Diva se aproxima com produtos para limpar. Saiam daí que eu limpo...
– Por favor Diva! - se levanta, saindo contrariada.
– O que houve aqui? - olha a sujeira no chão.
– Vitória pegou a maquiagem dela e passou batom no chão, comeu um outro, derrubou os pincéis que acabou quebrando... Os pós...- aponta. Enfim...
– Meu senhor! - caem na risada. A gente ri mas não deveria...- começa limpar.
– Ainda bem que deu tempo de darmos um banho nela... Porque se você visse o estado dela!
– Imagino! Agora saia que vou limpar...
– Tudo bem! Até mais...- se retira.
Cintia procura por Paula, a encontrando em uma discussão com Vitor na sala. Pensa se deve interromper para pegar Vitória no meio disso, mas acha melhor não, passando direto.
– Já chega! - a encara. Já chega! - a interrompe. Estamos discutindo na frente de Vitória... A que ponto chegamos!
– Não consigo educa-la! - tenta se controlar. Você não deixa Vitor!
– Paula...
– Estou falando sério! Como podemos ter outro filho se você não me permite ser mãe da única filha que tenho? - sai.
Paula chega na cozinha e todas as olham, pensando que ela soltará mais uma bronca em todo mundo. Mas nada ela faz, pega um copo de água e bebe enquanto olha pela janela.
– Paula...
– Agora não, mãe! - coloca o copo na pia e sai.
– Estou me sentindo culpada por deixar Vitória fazer aquilo!
– Pare Cintia! - vai até a sobrinha. Não temos culpa! Não coloque coisas na cabeça, porque eles irão se acertar e a gente vai ficar assim...
– É...- se levanta. Vou lá fora um pouco! - sai.
Ao sair pela porta de entrada observa Paula com Flokinho e Algodão nas cadeiras da piscina. Resolve deixá-la sozinha e vai para o estábulo falar com Elias.
– Ao menos vocês eu posso tentar educar! - segura um dos cachorros. Ou não...- ele pula do colo dela direto para a água. Sai daí algodão! - se levanta para pegá-lo. Meu Deus! - segura. Não pode! - volta para a casa.
Vitor está no quarto brincando com a filha, quando paçoca entra correndo.
– Hei! Seu porquinho...- o segura. O que está fazendo aqui? - ele o lambe. Eita! - olha para Vitoria que ri. Filha, papai te livrou hoje mesmo sabendo que estou redondamente errado! Não posso fazer isso e nem você pode pegar as coisas da mamãe e estragar. Sei que você não deve estar entendendo, mas acho que NAO você entende. Então NÃO! Não pode, é feio. Papai acabou brigando com ela por conta disso tudo.
Paula vai para seu quarto, arruma-se e deita-se para descansar. Lucy chega no quarto de Vitória para ficar com ela enquanto Vitor também descansa.
– Ridículo o que você fez hoje...- diz a ele assim que ele entra no quarto.
– Não vai parar com isso?
– Tenho que parar?
– Já deveria ter parado! - vai para o banho.
Ao sair Paula está inquieta na cama e ele prevê que ela não irá parar de falar. Deita-se já esperando a chuva de broncas.
– Você está a acostumando mal! Não vai ter limites isso...
– Paula...- fecha os olhos.
– Estou falando sério! Não é brigando... É apenas alertando algo que perderemos o controle com o tempo. Vitor...- vira-se para ele que está de costas. Vira aqui... Vitor! - o puxa. Vitor, temos uma ferinha em casa! Não podemos deixar que ela continue sem limites...
– Estamos falando de um bebê de um ano e três meses! Seria cômico se não fosse trágico...
– Estamos falando de uma criança extremamente esperta que já começou a compreender o que pode e o que não pode! Você está tirando minha autoridade... E isso está me irritando. Pareço menos mãe quando não posso educar ela!
– Uma grande besteira!
– Vitor, já deu de tratar as coisas dessa forma! Se queremos ter outro filho preciso delimitar o espaço de cada um. Até hoje não nos entendemos quando o assunto é criar Vitória!
– E vamos continuar assim se você permanecer com ideias sem sentido! - vira-se de costas para ela. E me deixe dormir se não quer me ver extremamente furioso com você! - puxa o cobertor e se silencia.
– Você tem uma cabeça pequena! E não eu! - vira-se de costas para ele e tenta dormir.
Em vão! Levanta-se e vai em busca da filha. Vitor a observa sair e nada diz.
– Me traz ela Lucy!
– Sim...- leva Vitória até o colo da mãe no sofá.
– Ela já mamou?
– Sim! - sorri. Vou colocar as roupas dela para lavar...
– Pode ir! - olha para Vitória. O que estou fazendo de errado, hein? - a acaricia. Talvez seu pai seja o errado de tudo... Não eu! Mas você é a causa... Você precisa obedecer a mamãe. Precisa entender que a mamãe quer seu bem e por isso te dá umas broncas! Meus olhinhos de jabuticabas...- a observa. Não fica triste comigo...- a beija. Mas preciso que você entenda que preciso te educar para o mundo! Quer ir no chão? - a desce. Cuidado!
– Paula?
– Oi Diva...
– O que faço para o almoço?
– Faça peixe...- pense. Quer saber? - olha para ela. Vitor que se dane! - sorri. O que ele não gosta mesmo? Jiló, né? Faça isso!
– Tem certeza?
– Absoluta! Faça jiló e berinjelas recheadas.
– Ok...- sai sem entender, mas já sabendo que a tempestade ia chegar.
– Seu pai terá o dele! - pisca para a filha. Mesmo que depois eu acabe fazendo o que ele quer...- pensa. Enfim, não importa! - se levanta. Se existe uma história maluca nesse mundo, filha... Essas história é a nossa! Olha só Vitória...- mostra um porta retrato. Quem é?
– Papai...
– Não tem jeito... Você só vai ver seu pai mesmo! - olha para ela sorrindo.
– O que estão fazendo?
– Nada! - guarda a foto. Conversando apenas...
– Entendi...- senta-se no sofá. Está mais calma?
– Tentando ficar! - faz o mesmo. Vitor está me tirando do sério...
– Onde dormiram ontem?
– Em um apartamento dele na cidade!
– Hum... Foram no show de quem mesmo?
– Da Marilia Mendonça e depois saímos para jantar em um restaurante. Ontem ele se esforçou para fazer o que gosto... Mas do que adianta? Se em casa ele me desmoraliza tanto.
– Que exagero Paula!
– Exagero Cintia? Você precisa ver a forma que ele falou comigo no quarto...
– Ele não quer que aconteça nada a Vitória! - Paula olha para ela. E eu já sei que é errado...
– Fica com Vitória rapidinho? Ela está entretida no brinquedo...- se levanta.
– Onde vai?
– Ver Roberto...
– Você só pode estar maluca mesmo!
– Vou pedir desculpas pelo episódio de ontem! - sai.
Vai para os estábulos e encontra Elias cuidando de Corcel, um dos cavalos de Vitor.
– Tudo bem?
– Oi... Tudo sim!
– Roberto não veio hoje?
– Não...- pensa. Vitor o expulsou ontem.
– Pois entre em contato com ele, e peça que venha até a fazenda!
– Farei isso! Mas...- pensa se deve falar.
– O que?
– Vitor não vai se irritar? Não quero problemas!
– Faça o que estou pedindo Elias! Essa fazenda é tão minha quanto de Vitor.
– Tudo bem! E desculpe...
– Sem problemas! - retorna para casa.
Cintia está brincando com Vitória quando ela entra. Ao mesmo tempo Vitor aparece na sala...
– Cintia...
– Oi Vitor?
– Posso pegar Vitória?
– Claro! - ri, entregando a bebe.
– Vamos andar de triciclo! - a pega no colo.
– Aquilo não é seguro ainda Vitor...
– Paula... Deixe de ser chata! E evite falar alguma coisa, perdi o sono então já sabe como estou. - sai.
– Está vendo? - aponta para ele. Está vendo como ele segue minhas ordens?
– Vamos comer alguma coisa...- a leva para cozinha.
Cintia tenta distrair ela, conversando sobre outros assuntos. O cheiro do almoço começa invadir a casa e Dulce começa preparar a mesa para comerem. Enquanto a ajuda, Paula escuta a filha chorar e sai para ver o que houve.
– O que aconteceu? - se aproxima.
– Paula...
– O QUE HOUVE? - pega Vitória dos braços dele.
– Ela caiu!
– O QUE EU TE FALEI? - corre para casa.
– Paula...- vai atrás dela.
– MÃE! - senta-se no sofá com a filha chorando.
– O que foi?
– Ela caiu do triciclo... Machucou a cabecinha! Está sangrando...
– Calma! - pega a neta. Shiu.... Já foi, meu amor! - sai com a bebê pela casa.
– Quando eu te disser algo, me ouça! - levanta-se.
– Eu não sabia que ela ia cair!
– Sério!? Te falei que não era seguro! Te falei para não levar ela e você mesmo assim foi. - sai.
– Não deve ter sido nada grave, né Cintia?
– Sim... Calma!
– Mãe...- Paula encontra Dulce com Vitória deitada em seu ombro.
– Não a deixe dormir! - entrega a neta. Vou buscar um remédio para passar na testinha dela...- se retira.
– Ô meu amor! - passa a mão na filha. Vai ficar tudo bem!
– Pulinha...
– Sai daqui! - não se vira para ele.
– Ela está bem?
– Já falei para sair! Se realmente se importasse com o bem estar dela não a teria levado para andar naquilo.
– Eu já disse que não sabia que ela iria cair! Ou você acha que se eu soubesse eu a levaria?
– Acho! - vira para ele. Acho porque foi isso que você fez! Quando falei que era perigoso era porque eu sabia que isso ia ocorrer.
– Você está sendo injusta!
– E você está sendo o que comigo? - sai de perto dele.
Vitor vai para o escritório preocupado com a filha. Resolve conversar com Maria e consegue se distrair um pouco, sendo interrompido com Diva.
– O almoço está pronto!
– Ok!
Termina de falar com a filha mais velha e vai para a sala de jantar, onde Paula tenta dar comida para Vitória após ela tomar
– Quer que eu te sirva?
– Não Sol! Está tudo bem... Vou me servir.
– Vitor... Se você não quiser isso aí...
– Se ele quiser comer Diva, vai comer o que tem!
– Já deu né Paula? - olha o que tem. Você mandou fazer o que eu não gosto de comer? É extremamente infantil da sua parte agir assim. Mas não tem problema! - senta-se. Diva! - a chama.
– Oi...- olha para Paula.
– Me traga bolachas e café! - encara a Paula. E não retire a minha ordem!
Paula observa Diva o servir e se segura para não acabar brigando mais ainda com Vitor. Ao terminarem a refeição se retiram antes mesmo da sobremesa. O clima estava tenso e Vitória estava enjoada devido a queda.
– Vou dar um banho nela Lucy! Separe a roupinha para mim...
– Ok...
Lucy separa a roupa de Vitória enquanto Paula a despe para banha-la. Preparam a banheira e aguardam a água estar na temperatura correta.
– Acho que está bom...
– Sim!
– Vem filha...- a coloca. Aguinha mamãe...- vai jogando aos poucos nela.
– Pode ir Lucy...- entra no quarto. Eu ajudo! - sorri.
– Tudo bem! - entrega a toalha para ele e sai.
– Oi filha...- segura a mãozinha dela. Papai está aqui!
– Licença...- passa a mão sobre a mão dele pegando o sabonete.
Banha a bebê sem falar com Vitor. Ele a pega assim que sai da banheira e leva para se trocar.
– Essa roupa?
– Sim! - joga a água da banheira.
Vitor a troca e Paula arruma o cabelinho da filha. Ele sai para buscar a mamadeira dela enquanto elas se sentam na poltrona.
– Agora você já pode mimir... Mas mamãe vai ficar atenta para que nada de ruim aconteça!
– Aqui...- entra, entregando a mamadeira. Quer que eu faça dormir?
– Não... Eu faço! - coloca a mamadeira na boca dela e se balança na poltrona.
Vitor as observa de longe, ainda preocupado. Não demora e Vitória pega no sono fazendo com que eles se retirem do quarto para que ela possa dormir tranquila.
– Precisa me tratar assim?
– E você? - olha para ele com a mamadeira na mão. Se me ouvisse mais...
– Desculpa!
– Você precisa entender que não é implicância ou chatice! Se quero dar bronca, se digo que não é seguro é porque preciso fazer isso. Não temos mais um bebê, Vitor! Está na hora de você aceitar isso...- saem para a cozinha.
– Só a acho pequena ainda para brigarmos com ela dessa forma! Colocar de castigo...
– Não brigo porque gosto!
– Vamos parar? - se aproxima dela. Por favor...- coloca as mãos sobre a cintura dela.
– Vitor...- respira fundo. Não! - se afasta. Por favor digo eu! Você não dá o braço a torcer, você não admite que está errado.
– Já pedi desculpas!
– Mas não assume que está errado!
– Isso não mesmo! Cada pessoa tem sua opinião...
– Mas sobre criação de um filho, não!
– Ok! Você estava certa... Não deveria ter ultrapassado sua ordem. Só não gostei da forma ríspida que falou com ela. Acho que podemos ensiná-la mais calmamente...
– Vou pensar nisso! - lava a mamadeira da filha.
– Vou ter que ir na cidade! - pega uma maçã. Vai querer algo?
– O que vai fazer lá?
– Preciso resolver algumas coisas...
– Não vai agora... Deixe para ir mais tarde para pegar Nilmar no aeroporto!
– Ele está vindo?
– Está sim! - sorri. Mamãe me avisou no almoço!
– Hum... Ok! Quando estiver perto dele chegar me avise para que eu possa ir.
– Aviso! - vai para sala. Ah...- vira-se trombando nele que a segura.
– O que? - entrelaça as mãos em sua cintura.
– Só ia dizer para não esquecer...- respira fundo quando ele começa se aproximar. Pare! - o encara.
– Me dê um beijinho...- tenta beija-la.
– Vitor!
– Hum! - a beija.
Dulce observa os dois de longe junto com Cintia que vem trazendo algumas frutas.
– Eles são loucos! - olha estranhamente.
– Devem ser! - ri baixo.
– Uma hora estão se estapeando e depois isso... Loucos e bipolares! - pega as frutas de Cintia. Vamos...
– Não... Vamos atrapalhar eles!
– Não quero ter que dar a volta!
– Mas nós vamos dar a volta! - a puxa.
Paula se afasta dele o encarando seriamente.
– Acho que você precisa melhorar seu beijo! - o empurra.
– Se eu melhorar você não vai querer deixar de beijar!
– Deixe de ser convencido! - riem.
– O que vai fazer agora?
– Vou tentar descansar um pouco...
– Preciso tirar a barba... Faz isso?
– Vamos lá!
Saem abraçados para o quarto, passando pelo de Vitória para conferir se está tudo bem.
Continua...


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