12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 93
Capitulo 91


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Esse capitulo terá uma parte extra e assim será de agora em diante sempre que possível. Durante a leitura terá algumas faixas que serão os pensamentos deles. Vocês entenderão! Beijos e deixem comentários!!!!



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Sentam todos juntos e Vitor resolve ir atrás de Paula, Cintia se oferece para fazer isso, mas ele diz que ele mesmo fará. Caminha até o estábulo e só encontra Elias, mas antes que ele diga algo escuta o riso de Paula e segue até observar ela no cavalo junto do veterinário. Respira fundo, buscando se acalmar, mas é praticamente impossível.

– Desça daí! - a puxa, segurando no colo.
– Que isso! - se solta dele.
– Vitor...- desce. Ela só se ofereceu...
– Saia da fazenda... Da minha fazenda!
– Vitor se acalme...
– Vamos! - segue com ela para casa.
– Vitor! - se solta dele. Pare com isso! Vitor você não é assim...
– VOCÊ TAMBÉM NÃO!
– Deixe de pensar besteiras! Roberto é um amigo...
– Você precisa entender uma coisa - a segura pelos braços. Você é minha Paula! MINHA!
– Eu não sou sua propriedade! Eu preciso de carinho também...- sente os olhos se encherem de lágrimas.
– Você está dizendo que ele estava te dando carinho?
– Eu não quero dizer nada! - vai para casa.
– PAULA! - vai atrás dela.
– CHEGA! - entra e todos a olham.
– VOCÊ É MINHA! EU...
– NÃO SOU SUA! NÃO SOU SEU OBJETO! - chora de raiva.
– Paula...- começa chorar, indo pro quarto buscando o controle.
– Paula, o que foi isso? - Dulce vai até ela.
– Eu vou falar com Vitor...
– Não Marisa! Deixa que eu vou...- vai até ele. Vitor...
– NÃO POSSO TE PERDER! - olha para ela chorando. NÃO POSSO! - senta-se na cama soluçando.
– Vitor... Você não vai...
– Ele é melhor que eu?
– Vitor...- se aproxima dele.
– Paula ele não te ama como eu te amo... Não me deixa! - olha para ele.
– Vitor... Eu não vou te deixar! Não vou... Nem ele e nem ninguém é melhor que você! Vitor... Você tem sido distante, não tem me dado carinho... Foi só...
– Você se sentiu atraída por ele?
– Vitor...
– Ele é bonito... É jovem...
– Pare com isso!
– Não tem problema se você se atraiu por ele... Não acharia estranho! - chora.
– Eu amo você...
– Mas é apaixonada por mim?
– Sou... Eu...
– Nunca quis que as coisas se apagassem em nós! Mas meu medo de perder você tem sido tão grande que eu acabei fazendo tudo errado... Ele é alguém que te ofereceu o que eu sei que não tenho oferecido!
– Quero nós dois de volta... custe o que custar!
– Eu já não sei se sou o mesmo de antes... Já não sei se te satisfaço, se sou suficiente...
– Você é mais do que preciso! - abraça ele. E eu te amo! Estou aqui meu amor... Não importa o que aconteça, estou aqui com você. Não tenha medo, não se sinta inseguro! Ninguém é melhor que você para que você se sinta ameaçado!
– Paula...- chora no colo dela. Me perdoa pelo que fiz! Me perdoa por ter te puxado daquela forma, gritado! Eu não sou assim! Não sou!
– Você não é! Foi só um momento...
– Me desculpa!
– Está tudo bem! Deite aqui...- o deita na cama.
– Pulinha, fica aqui...
– Eu vou ficar...- tira os sapatos dele.
– Eu vou morrer se ficar sem você... Eu sei que eu vou!
– Ninguém vai morrer Vitor! - deita-se com ele.
– Não quero que ele te toque mais! Não quero ele próximo de você... Por favor! - chora.
– Vitor! - deita sobre o peito dele. Chega disso... Estou aqui...

Enquanto ele tenta se acalmar a culpa percorre seu corpo. Muito do que fez foi para provocá-lo, mas não imaginava que ele reagiria tão fora de controle. Tenta ao máximo explicar a ele que não foi nada e ele é quem ela ama. Dulce e Marisa tentam não transparecer suas preocupações na sala. Cintia se afasta para não dizer que sabia sobre Roberto. Diva canta na cozinha para tentar afastar o baixo astral e Sol arruma os armários intrigada com tudo que houve. Quando o quarto é cortado pelo silêncio, Paula se levanta para observar Vitor que está intocável olhando para o teto.

– Vi...
– Oi
– Tudo bem?
– Ele pode ficar... Desde que longe daqui e longe de você.
– Pare de pensar nisso um pouco! Depois vemos...
– Estou dizendo agora o que é para ocorrer!
– Não quero brigar com você... Mas o que acha de começarmos a decidir juntos? Sobre tudo!
– Se isso significa aquele homem tocando em você, a resposta é não! - segura os pulsos dela na cama, virando-se sobre ela. Você é minha... Mesmo você dizendo que não! Mas é minha. Sua pele é minha, seu cheiro, seu gosto... Eu não vou te perder para mais ninguém! E se perco o controle ameaçado, não imagino do que seria capaz se isso ocorrer de verdade!
– Você só me perde para você mesmo!
– Não sei... Só sei que longe de você eu não vou ficar! Longe de te olhar dessa maneira, de me sentir assim pertinho da sua boca.
– Vitor...- controla a respiração. Pare com isso! Você vai começar me assustar! Você não é possessivo.

Ele se ajeita sobre ela, beijando-lhe o corpo ainda coberto. Paula se contorce, ao mesmo tempo que gosta da situação que se livrar das mãos dele a aprisionando.

– Me mostra que eu seja sua! Porque não me sinto sua propriedade! - o encara, sentindo sua excitação latejar sobre seu corpo.
– Você não faz ideia de tudo que eu desejo fazer com você! Então não fique de brincadeiras...- a solta, abrindo os botões de sua camisa.
– Não tem como eu te deixar... Você muda muito rápido de humor, não há uma pessoa que te aguentaria! - o ajuda a se livrar da camisa.
– Ainda bem que você sabe!

Retira as peças que a cobre com agilidade, mas Paula o segura, impedindo que ele a beije.

– O que foi? - estranha.
– A porta está aberta! Vão vir perguntar o que houve...- antes que termine de dizer Vitor a levanta da cama. Vitor... Pelo amor de Deus! - entram no banheiro.
– Pronto! - tranca a porta. Aqui ninguém vai entrar! - sorri, pegando-a no colo e colocando na bancada.
– Escuta uma coisa...- segura os cabelos dele. Você não pode agir assim, como um...
– Um? - a encara.
– Não importa! - beija-o, espalmando suas mãos sobre as costas dele.

Entrelaça as pernas sobre sua cintura e com uma das mãos tenta se livrar da calça dele.

– Não consigo...- diz ainda presa aos lábios dele.
– O que? - se afasta para vê-la.
– Sua calça!
– Ah...- retira, retornando as carícias dela.

Quando não suportariam mais adiar qualquer sensação, ele a leva para ducha, ligando-a com uma mão enquanto a outra encaixa Paula em si. Sem pressa a habita vagarosamente, sentindo o que aquilo estava causando pela ardência na pele causada pelas mãos de Paula que sem piedade se arrastava sobre as costas dele. Ela o apertava sobre si o máximo possível até perder as forças gradativamente...

– Meu Deus... Vitor...- se segura nele que ainda a investia até bater de frente ao seu limite, desfalecendo sobre o corpo frágil dela pressionado na parede.
– Você pode até não ser minha propriedade...- respira. Mas que no fundo é só minha, você é! - se retira dela.
– Você é um louco! Desequilibrado.
– Posso ser...- encosta seus lábios nos dela. Mas você me ama assim, não ama?
– Infelizmente! - beijam-se.

Ficam alguns minutos em silêncio, grudados pele com pele assimilando tudo que aconteceu em menos de uma hora. A perca do controle e o eixo que se equilibram... Ele a banha, massageando-lhe o corpo e a mente. Paula não consegui pensar em tudo que houve, o quanto Vitor era instável porque na verdade aquilo tudo estava fazendo ela querer-lo mais e mais. Ajuda-o se banhar e saem juntos.

– Preciso dizer o que aconteceu!
– Vai dizer para sua mãe e para minha mãe que fizemos amor?
– Não! - ri enquanto se veste. Vou dizer que você é uma pessoa instável mas já está tudo bem.
– E eu aposto que você dirá exatamente com essas palavras mesmo.
– Claro...- sai do closet.
– Pulinha... - vai atrás dela.
– O que? - penteia o cabelo.
– Não diz que surtei...
– Você não surtou! - ri. Ao menos não surtou no que elas podem pensar... Quanto ao que ocorreu no banheiro...
– Aquilo não foi um surto! - sorri.
– Ah que pena... Gostaria tanto de te ver surtar de novo!
– Posso pensar nisso depois...
– Ok! - sai rindo.

Paula vai até a sala e olham para ela pedindo uma resposta.

– Vitor é uma pessoa instável, mas já está tudo bem...- se controla para não rir.
– O que ele está fazendo?
– Se trocando...
– Tomaram banho por quê? - olha para o cabelo dele. Se machucaram? - se preocupa.
– Não! - vai para a cozinha. Não se preocupem! Está tudo bem... De verdade! - pega um copo de água. Ele só entendeu errado algumas coisas, mas conversamos.
– Nunca vi Vitor dessa forma!
– Nem eu! Mas... Está tudo bem! Isso que importa.
– E ele está fazendo o que lá, por que não vem?- olha na direção do quarto.
– Marisa, ele logo virá...
– Tudo bem...- senta-se preocupada.

Paula sente-se mal por vê-las preocupadas com eles, mas não poderia simplesmente dizer o que houve mesmo naquele quarto. Não demora e ele se aproxima, deixando por onde passa seu cheiro inebriante.

– Filho! - se levanta. Tudo bem? - vai até ele.
– Tudo! - sorri. Você veio nos visitar ou queria falar algo comigo?
– Os dois! Mas outro momento...
– Não! Vamos até o escritório...- olha para Paula que desvia dos olhos dele.

Marisa segue com o filho para o escritório. Ela conta o que aconteceu e diz não querer preocupa-li pois viu que ele já está com problemas.

– Está tudo bem, mãe! Eu e Paula já nos acertamos...- pega uma folha de cheque na gaveta. Foi só... Ciúmes!
– E você acha certo sentir ciúmes?
– A gente não controla isso! - começa preencher.
– Você precisa sair desse mundo...
– Sair?
– Sim... Levar Paula para sair, jantar... Dançar... A gente tem que entrar no mundo do outro e não socar todo mundo no nosso!

Ele a escuta atentamente, mas não a responde. Volta-se ao cheque preenchendo.

– Mãe... Ligue para Paula e diga para ela não retornar a Minas. Vou pagar o apartamento dela lá.
– Vitor, Paula não vai aceitar você pagar. Só vim pedir que você converse ela!
– Mãe... Quero que ela continue com os cursos em São Paulo. Não quero que venha para Minas para cair na farra como ela era antes! Por favor... Eu vou ajudar ela.
– Mas você já tem sua família!
– Vocês não deixaram de ser minha família! Vou ajudar sim.

Marisa nada diz. Evita responder o filho, sabendo que ele não mudará de ideia. Pega o cheque e saem do escritório.

– Oi amor! - olha para neta que não para de falar.
– Conta para vovó que você já fala papai! - se agacha segurando a filha entre as pernas.
– Sério!? - sorri. Meu Deus... Mas vovó já tem uma mocinha!
– Não, não! Ainda sou uma bebê...
– Que está na hora de ter um irmão! Ou irmã...
– É...- pena na hipótese de mais um bebê. Mas já temos Maria!
– Sim filho! Mas qual o problema de ter outro bebê?
– Não sei...- se levanta com a filha no colo.
– Você e Paula deveriam conversar a respeito disso... Até porque não esperem Vitória crescer muito!
– Não sei mãe se queremos ter outro filho. Quero dizer... Não sei se eu quero! Se vou conseguir dar conta de dar atenção para todos.
– Vitor... Vocês também são em 3! E eu tive... Seu pai teve. Leo tem para os 3! - ri.
– É mãe... Vamos ver! O tempo organiza. - começa pensar.
– Oi...- se aproxima.
– Oi...- vira-se ao ouvi-la.
– Sol está nos chamando para almoçar! Voce almoça com a gente né Marisa? Por favor.
– Claro! - sorriem.
– Vamos então! - seguem para a sala de jantar.

Sentam-se para o almoço e Paula e Vitor se demonstram mais leves, brincam com a filha e todos estranham, mas ficam em silêncio. Após o almoço Marisa se despede e Paula resolve passear pela fazenda com Vitória enquanto Vitor vai para o escritório trabalhar.

– Paula! - vem até ela. Antes de ir venha ligar para mim o Skybe.
– Hã? - não entende.
– Aquele negócio que se fala por video, sempre esqueço!
– O Skype?
– Isso! - sorri.
– Skybe! - ri alto indo até ele.
– Pelo amor de Deus, vai rir? - a acompanha até o escritório.
– Não...- entram. Mas...- volta rir.
– Paula!
– Ah Vitor! - continua rindo. Skybe...? Senhor!
– Ligue logo! - vão até a mesa.
– Aqui ó...- conecta. Vai falar com quem?
– Leo! Vamos ter uma reunião com um produtor por aí.
– Entendi... Prontinho seu Skibe...- ele a encara seriamente. Posso ir?
– Não...- senta-se. Deita aí na mesa!
– Que?
– Claro que pode ir!
– Mau educado!
– Mas se quiser deitar na mesa... Pode deitar também.
– Sei...- vai saindo.
– Paula...
– O que é?
– Vamos sair hoje à noite?
– Você está me fazendo uma pergunta ou um convite?
– Estou te convidando através de uma pergunta. Aceita?
– Aceito! - sorri. Onde vamos?
– Em um show...
– Sério? - volta para perto dele. Show de quem?
– Que terá aqui em Uberlândia... Leo irá, Bruno irá com esposa.
– Ah... Achei que faríamos um programa só nós dois.
– Pensei que gostaria de sair com outras pessoas!
– Gosto! - pisca. Vamos então... Que horas saímos?
– Às 21:00.
– Ótimo! - se retira.

Corre para onde está Cintia com Vitória.

– Vou sair hoje! - sorri.
– Para onde?
– Em um show...
– De quem?
– Não sei... Vitor me convidou e eu vou.
– Ué... Ele convidou? - ri.
– É, uai!
– Aquela hora... O que houve foi por conta do Roberto?
– Foi...- sentam-se no gramado.
– Paula... Ainda te falei, né!?
– Ah... Não estava nem aí! Ele reagiu tão mal que...- lembra do que houve.
– Mas vocês estão de boa pelo que parece...
– É! - ri. Depois a gente se acertou mesmo!
– O que ele viu?
– Eu no cavalo com Roberto! Me arrancou de cima do cavalo... Nunca o vi tão nervoso!
– Você também provoca né!?
– Eu? - olha para ela.
– Ficar no cavalo com um cara que já deu problema?
– Ah Cintia! Não vejo nada demais... E se ele tivesse aqui eu subiria de novo no cavalo.
– Deixe de ousadia Paula!
– Isso não quer dizer nada! Não quer dizer que eu não ame Vitor ou que não me sinta atraída pelo meu marido. Mas ele fracassou comigo nos últimos tempos...
– E isso te dão razão para ficar com outros?
– Não Cintia! Mas me ajuda a espairecer...
– Que coisa mais feia... Principalmente para alguém que já é mãe.
– Me poupe, hein!
– Por falar nisso... Escutei Marisa falar com Vitor sobre vocês terem mais um filho.
– E ele?
– Ficou meio pensativo... Mas de início disse não. Falou que vocês já tinham Maria, Vitória é mais uma criança seria muito tempo que talvez ele não tivesse.
– Ah...
– Mas isso não significa que ele não queira Paula! Ele parece ter ficado bem balançado com a conversa... Já pensou outro bebezinho? - sorri.
– Não! E vamos mudar de assunto...
– Paula... Você queria tanto!
– Falou certo, eu queria... Mas cansei de querer e ele não. E eu não sei mais se tenho idade, maturidade e força para aguentar uma gestação novamente. Eu me desgasto muito...
– Isso você ganha quando descobre que está grávida!
– É... Mas não quero pensar.
– Você tem se prevenido?
– Não... Os remédios me fazem mal. Muito mal por sinal...- amarra o cabelo de Vitória.
– Então Vitor tem...
– Também não! E está vendo como não engravido? Não é tão fácil assim...
– Da primeira vez foi! E da segunda também...
– É... Mas isso já foi! Agora vamos mudar de assunto?
– Tá... Você quer que eu fique com Vitória?
– Se você puder é melhor! Se bem que ela ama a Lucy também... Mas, a madrinha é madrinha! - sorriem.
– Vou precisar dormir aqui então...
– Sim! Pode escolher onde quer dormir.
– Pode ser no da Vitória?
– Pode!
– Os de hóspedes são muito longe dos de vocês.
– Vitor quem preferiu assim...
– Eu sei! E ele está certo... Essa fazenda é tão linda! - observa ao redor. Você sempre quis vir para cá!
– Pois é Cintia... Ás vezes sinto falta da cidade, mas quando lembro que posso sair para montar a qualquer momento, que posso colher na minha horta, ver meu jardim a saudade da cidade passa.
– Você faz ideia do quanto ele pagou por isso? É imensa...
– Não sei ao certo... Nunca perguntei a ele.
– Ele ainda tem pago todas as despesas?
– Ele não me deixa pagar, por que?
– Porque agora tem Maria né...
– Sim! Mas ele não aceita... Se bem que... Você me deu uma ideia.
– O que você vai fazer Paula? Não me mete em...
– Vou começar pagar algumas coisas! Fazer um controle de tudo e pagar...
– Ele vai dar a cara... Não sei nem porque fui falar algo!
– Deixe de besteira Cintia... Ele não vai dar a cada coisa nenhuma. Vou tirar uma foto...- pega o celular e fotógrafa. Vamos escolher minha roupa para mais tarde! - se levantam e saem.

No caminho ainda param na piscina para Paula retirar um galho de coqueiro que caiu na água, ela aproveita e tira mais uma foto, para mostrar para Vitor onde devem construir uma casa para Vitória brincar. Entrem em casa e vão para o closet, onde escolhem uma roupa que Paula ganhou de uma estilista de Belo Horizonte e não teve a oportunidade de vestir ainda. A tarde passa e elas se divertem juntas enquanto ele ainda trancafiado no escritório.

– Nós ainda vamos?
– Sim! - fecha a porta do quarto. Por que não iríamos? - deita-se na cama.
– Se você estiver cansado, podemos ficar aqui em casa! Pedimos um...
– Nós vamos! - olha para ela.
– Você quer ir? - vai até ele, deitando-se sobre seu peito.
– Eu quero...
– Afinal, onde vamos?
– No show da Marília Mendonça no Center...
– Sério? Você quer me trair artisticamente...
– Não há nenhuma melhor que você! - passa a mão sobre o corpo dela.
– Você não vale...
– Olha que muito artista quer ouvir isso de mim!
– Mas eu não... Eu transo com você! Por isso não conta! - ele ri alto.
– Isso é verdade! - riem. Mas como artista posso dizer que não há melhor...
– Hum... Que horas nós vamos?
– As nove e meia... Leo estará lá com Tati, Bruno vai com Marianne...
– Pensei que seriamos só nós dois...
– Você não quer sair com eles? Podemos então arrumar outro programa...
– Não... Vamos sim! - sorri. Vai ser divertido!
– Vai sim!

Ele não tinha certeza se seria mesmo divertido, mas devia fazer isso por ela. Paula separa a roupa dele que se arruma no closet após um banho e ela ajeita-se no banheiro enquanto Cintia a ajuda mantendo Vitória longe das maquiagens.

– Deixe ela ir no pai...
– Vai lá sua arteira...- solta ela no chão que sai para o closet.

Vitor está fechando a camisa quando a filha ente rindo.

– Oi! - ri. Que alegria é essa? Cuidado com a gaveta... Lembra que você se machucou? Não pode filha...

Ele se dispersa enquanto ela mexe nas gavetas mais baixas. Paula aparece no closet e não acredita no que vê.

– Vitor!
– O que? - vira-se. Opa! - olha. Vitória!
– Meu Deus! Como não vê isso?

Vitória havia jogado as roupas íntimas de Vitor para fora da gaveta novamente, entrando dentro e rabiscando com um batom da Paula.

– Ela estava quietinha...
– Exatamente! Quando ela estiver quietinha demais pode olhar...
– Vivi... Por que faz isso meu amor? - a pega da gaveta. Não passa no papai...- pega o batom da mão dela. Toma...- entrega para Paula. Acho que dá para usar ainda...
– Na sua cara só se for! - não aguenta e riem. Vou ter que retirar essas gavetas. - sai pegando as cuecas dele.
– Você não se trocou ainda Paula? Já são nove e vinte!
– Calma... Preciso de pouco para me trocar. Segure ela! - pega a roupa e retira o roupão. Chama a Cintia para me ajudar...
– Mas até aqui você não dá para sossego para ela?
– Chama ela!

Ele sai do closet e entrega Vitória para Cintia, retornando para lá.

– Cadê?
– O que? - fecha a porta do closet.
– A Cintia para me ajudar! - retira a roupa do cabide.
– Eu vou te ajudar!
– Pela forma que está me olhando vai é me atrapalhar! - retira o roupão.
– Depende do que você quiser...- se aproxima.
– Você estava reclamando que eu estou demorando...- coloca a roupa íntima.
– Ah... Mas a visão é até linda! Pode demorar...- senta-se na poltrona.
– Você não vai me ajudar?
– Vou! O que quer que eu faça?
– Me ajude aqui...- vai até ele entregando uma peça da roupa. Segura para mim colocar a perna!
– Ok... Deixa eu levantar! - levando. Pronto! - segura.
– Essa roupa está bonita? - se olha no espelho.
– Linda!
– Por isso queria Cintia aqui! Você não conta. - coloca a outra peça da roupa.
– Eu não conto para nada?
– Já te falei porque!
– Sei... Mas você está divina! Estou falando sério.- olha para ela através do espelho.
– Vou te dar um voto de confiança...- sorri.
– Obrigada! - pega a jaqueta e coloca. E eu?
– Ah você...- vai até ele. Você é lindo até sem roupa! Ou melhor... Sem roupa você realmente é lindo. - riem.
– Vamos! Antes que nos atrasemos mais.
– Ok...- calça os sapatos e pega sua clutche.

Encontram Cintia e Dulce com Vitória na sala, vendo um programa de televisão enquanto ela brinca com algodão.

– Nossa! - sorri. Vocês estão maravilhosos!
– Muito obrigada! - dá uma voltinha.
– Onde vão?
– Vamos a um show...
– Que bacana! Juízo.
– Pode deixar! - pega a chave do carro. Não nos espere! Talvez a gente não durma em casa hoje.
– Está maluco Vitor!? - olha para ele. Temos uma filha aqui...
– Que está sendo bem cuidada pela sua mãe e Cintia.
– Você está falando sério sobre isso?
– Sim! - a encara. Vamos! Tchau filha...- a beija.
– Mamãe volta logo! - faz o mesmo.
– Vão com Deus e não iremos esperar vocês!
– Pelo amor de Deus mãe, não cai na do Vitor! Me ligue qualquer probleminha... Por favor.
– Vai tranquila...

Entram no carro e trinta minutos depois estão no Center Convertion, onde ocorrerá o show da cantora Marília Mendonça. Vitor telefona para Leo que confirma a mesa que estão. Adentram o local de mãos dadas e não passam despercebidos dos olhos atentos.

– Vai ali Paula...- indica.
– Fazer o que?
– Vou tirar uma foto sua...- pega a bolsa da mão dela. Vai...
– Ok! - sorri e vai. Assim tá bom?
– Ótimo! - tira.
– Tira mais uma para mim mandar para a grife que me enviou a roupa...
– Tá... Se arrume...
– Pronto...
– Tirando...- tira. Prontinho! Ficaram lindas.
– Depois vejo! - pega a bolsa e voltam ao caminho.

Reconhecem a mesa do Leo, logo na frente. Ele e Tatianna já estão sentados conversando alegremente com Bruno e Marianne. Paula e Vitor se aproximam e são reconhecidos de longe pelo irmão que se levanta.

– Já estava na hora de vocês saírem, né!? - cumprimenta Vitor.
– Estamos aqui!
– Olá, olá! - cumprimenta Tatianna e Marianne.
– Vitor! - Bruno se levanta.
– Brunão! - o abraça.
– Quase não sabemos que vocês vivem aqui! - se aproxima de Paula.
– Saímos pouco! - cumprimenta-o.
– Sentem! - indica para eles. O show logo começa! Querem beber algo?
– Vou querer um drink!
– E você Vitor?
– Vou ficar na água... Estou dirigindo.
– Vou lá pedir! Já volto...- sai.
– Como está minha Vivica? - Tatianna pergunta.
– Impossível! - ri. Todo dia apronta algo...
– Estão só no começo!
– Vocês não pensam em ter outro? Já está na hora.

Paula sorri sem graça e Vitor segura a mão dela por debaixo da mesa. Se entreolham sem deixar os outros perceberam o quanto aquilo incomodava aos dois... Desde a morte do filho e tudo que houve entre eles depois, não conversam sobre mais um filho e agora simplesmente passam a perguntar exatamente sobre isso.

– Por enquanto não... Estamos com muitos compromissos! Somos eu e Paula na estrada... Então é uma loucura!
– Imagino! É realmente complicado. - sorriem.

O assunto se dispersa e Leo logo retorna com as bebidas. As luzes para o início do show se acendem... Conversam sobre a artista e exaltam o talento tão juvenil e ao mesmo tempo maduro dela. Algumas músicas depois já entraram no clima... Paula dá altas risadas e Vitor se diverte com ela tão contente. Em uma das canções Leo se levanta com Tatianna para dançar e ela os observa. Bruno faz a mesma coisa com a esposa e Paula começa ficar nervosa... Vitor não faria isso e não queria que ele se sentisse pressionado.

– Vamos! - se levanta.
– Mas já vamos embora? - olha para ele. Vamos ficar até terminar ao menos... É indelicado...
– Vamos dançar! - ri.
– O que?
– Vem! - a puxa. Vamos lá...- segura na cintura dela e vai até onde o irmão está.

O som alto, as pessoas afastando as mesas para dançarem também, risos, altos papos entre todos faz Paula se esforçar para escutar Vitor.

– O QUE?
– DESCULPA NÃO TER FEITO ISSO ANTES?
– SE ERA FEIO IR EMBORA ANTES? - se aproxima da boca dele enquanto ele ri.
– EU TE AMO!
– AH! - ri. EU TAMBÉM! - beija-o como se não houvesse ninguém ali.

Vitor esquece as pessoas, o som, os olhos encima deles dois. Concentra-se nela... No seu corpo se movendo tão próximo ao dela. No calor que ela emanava e no seu perfume já grudado em sua camisa. Não consegue imaginar em como pode ter dispersado tantos momentos assim junto dela... Naquela noite, naquele momento sentia aquela Pulinha de 17 anos junto de si, o trazendo a alegria e outros olhos para encarar tudo.

"Que pena que a nossa voz já se calou
E a cama que dormimos não tem mais calor
Dois estranhos perdidos

Fomos dois viramos um
Hoje somos só metade
Chegamos em lugar nenhum
Hoje somos só metade..."

– A MÚSICA SÓ É BOA PARA DANÇAR! - fala em seu ouvido. PORQUE NÃO ACHO QUE SOMOS METADES! AINDO SOMOS UM. - ri.

–------------ PAULA (pensamento) -------------
Quando ele disse "Vamos", um tremor escorreu pelo meu corpo. Pensei no que poderia ter feito de errado para ele já querer ir embora... Estava tudo tão bom e mal sabia eu que as coisas só iriam melhorar. Ao me puxar para dançar foi meu cérebro quem perdeu o ritmo e quando se aproximava de meu ouvido meu corpo correspondia ao seu corpo em arrepios. Como eu pude ter pensado que jamais sentiria isso? Meu menino estava ali de novo e eu o amo mesmo sendo tão complexo.
–----------------------/-/----------------

– SOMOS UM SIM! - se beijam.

"A gente falava de amor

Que pena que a nossa voz já se calou

E a cama que dormimos não tem mais calor
Dois estranhos perdidos

Tão perto e distantes do amor

Que pena que a nossa voz já se calou

E a cama que dormimos não tem mais calor
Dois estranhos perdidos..."

– PISEI EM VOCÊ?
– AINDA NÃO! VOCÊ ESTÁ DANÇANDO BEM...

"Fomos dois viramos um

Hoje somos só metade

Chegamos em lugar nenhum

Hoje somos só metade
Fomos dois viramos um

Hoje somos só metade

Chegamos em lugar nenhum

Hoje somos só metade..."

– VITOR...- Leo se aproxima. VAMOS TROCAR AS ESPOSAS PARA DANÇAR?
– NÃO! - se afasta dele com Paula.
– MINHA NOSSA VITOR! - olha para Leo sem graça. QUE COISA CHATA!
– FOMOS DOIS, VIRAMOS UM...- se apoia nela e continua dançando.
A música termina e eles param rindo, com os corpos já brilhando de suor. Marília encerra o show agradecendo a presença deles que a aplaudem! Retornam a mesa para pegarem suas coisas e se retirarem do local.
– Foi muito bom! - olha para todos.
– Vitor, não sabia que você era tão ciumento!
– Entendi errado o que você falou! Só depois me toquei...- mente e Leo acredita.
– O importante é que nos divertimos! - riem.
– MUITO! Como nunca me diverti...
– Estávamos pensando em sair para jantar... Vamos?
– Não vai dar Leo... Eu e Paula precisamos ir!
Paula olha para ele que já começa se despedir de Bruno e Marianne. Evita dizer algo, não queria estragar a noite. Se despede do pessoal e saem do local. No caminho do estacionamento se solta da mão dele.
– O que foi?
– Por que não podemos jantar com eles? Leo estava sendo gentil...
– Pare de brigar comigo! Você não sabe como nossa noite vai terminar...
– Transando com você é que não vou! - segue para o carro, deixando-o para trás.
– Aí meu Deus! Dai-me paciência...- segue rindo.

Continua!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Se quiserem dar dicas ou deixarem críticas de coisas que não estão legais eu agradeco. Beijos!



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