12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 90
Capitulo 88




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Vitor segue para a clínica onde a filha está, para vê-la rapidamente pois voltaria no dia seguinte pela manhã. Resolve não avisar Paula que irá se atrasar, pois seria rápido e a bateria do celular estava quase no zero. Ou ele pensou que seria rápido...

– E isso aqui? - riem enquanto olham um livro.
– Pai, olha...- mostra a mão. Já nem tem machucado! - sorri.
– Sim! - sorri. E a cada dia que passa não terá mais...
– Maria...- Camila entra no quarto com uma bandeja. Hora do seu remédio...
– Hora...- se levanta olhando o relógio assustado. Meu Deus!
– O que foi?

Na fazenda Paula está sentada no sofá da sala de entrada. De pés para cima, bebe mais uma taça de vinho... A terceira da noite. Olha o celular apreensiva e nenhuma ligação dele.

– Paula...- Diva surge.
– Oi...
– Ele...
– Não veio! - se levanta, arruma o vestido e o cabelo. Mas...- calça os sapatos. Faço ideia de onde esteja! Então tenho que bancar a esposa compreensiva...- sorri e vai rumo ao seu quarto, carregando os sapatos nas mãos.

Na clínica, Vitor ajuda Maria a tomar a medicação e se despede às pressas. Ao pegar o celular, consta que a bateria realmente acabou.

– Oi...- sorri para a atendente. Posso fazer uma ligação?
– Claro! - dá o telefone para ele.

Disca para casa e Diva atende.

– Diva! - respira aliviado. Paula...
– Está no quarto! São nove e meia, Vitor...
– Perdi a noção do tempo! Diga a ela para não se desarrumar, estou correndo para casa e ainda vamos sair...
– Paula tomou metade de um litro de vinho, aposto que não vai querer sair mais hoje.
– Diva... Me deixe falar com ela! Passe para o quarto...
– Como quiser...- transfere a ligação.

Paula está no closet retirando as joias quando escuta o telefone. Atende e antes mesmo que alguém fale, ela já sabe que se trata dele.

– Pulinha...
– Oi...
– Vamos sair... Estou chegando, ok?
– Sem chance Vitor... Vou me deitar, boa noite! -
desliga.

Fecha a porta do quarto e se deita para esquecer tudo. Vitor sai da clínica desapontado; passa por uma floricultura que ainda está aberta e vai para casa. Ao chegar, retira os sapatos para não fazer barulho e vai para seu quarto. Abre a porta lentamente e vê Paula dormindo, ainda com o vestido que sairiam. Sente o peito se despedaçar e se aproxima dela com as flores em mãos.

– Pulinha...- a beija. Me desculpa! - beija-a.
– Vitor! - o observa.
– Oi! - segura a mão dela. Desculpa...- beija.
– Desculpa porque? Você não fez isso porque quis? - se senta na cama.
– Paula... Maria me telefonou... Queria que eu fosse para a clínica...
– Não precisa se explicar tão pouco pedir desculpas! - se levanta.
– Não era sete ainda quando fui...- a acompanha. Pensei que não demoraria tanto! Perdi a noção do tempo... O celular descarregou.
– Uhum...- pega um demaquilante e aplica na pele.
– Ainda dá tempo de irmos! - a olha pelo espelho.
– Sabia...- se vira para ele. Sabia que não iríamos jantar hoje... Me arrumei na ilusão! E esses dias que você ficará em casa, não ficará comigo.
– Paula...
– Se ao menos pudermos comer juntos com nossa filha será ótimo! Ao menos isso... Porque do resto eu não sei se você estará em casa! - se volta para o espelho terminando o que começou.
– Cadê ela? - coloca as flores na bancada, resolvendo não discutir. Vou vê-la!
– Ela está dormindo nos outros quartos com mamãe...
– Hum... Amanhã a vejo então..- retira a roupa e entra na ducha. Quem tomou banho aqui?
– Por que?
– Seu shampoo está aberto... Você nunca deixa aberto!

Paula termina de limpar a pele e aguarda Vitor desocupar o banheiro para tomar seu banho. Ele vai para o quarto e deita-se; e antes mesmo dela sair já pegou no sono. Ao vê-lo dormindo tão cedo pensa no quanto tem sido difícil para ele também. Deita-se ao lado e começa mexer nos cabelos dele levemente. Inquieta, levanta da cama na madrugada e pega o álbum do aniversário de Vitória novamente. Retira a foto da filha com ele, Maria e ela colocando em um quadro ao lado da cabeceira dele. Sai do quarto rumo a cozinha, prepara um chá e senta-se na mesa para comer algumas bolachas que a tia do Vitor havia mandado. Pensativa não presta atenção na chegada dele, que a surpreende beijando sua cabeça.

– Não consegue dormir? - senta-se.
– Não...- afasta as bolachas para ele comer.
– Estava cansado...- pega uma e come.
– Percebi...
– Eu te amo... Ultimamente tenho te amado mais ainda. E eu sinto muito por não estar perto como gostaria estar... Temia que isso afastasse a gente. Mas jamais afastará internamente...

Ela fica em silêncio, observando o chá na xícara. Vitor levanta-se e prepara um chá para si, sentando-se novamente assim que termina. A observa ainda tão quieta; mas evita dizer algo.

– Minha mãe me perguntou se eu seria capaz de aceitar tudo isso que está ocorrendo...- olha para ele que nada diz. Não se preocupe comigo...
– Só se você não me amasse para não sentir nada.
– Não disse que isso significa que não te amo! Pelo contrário... Te amo tanto que aceito para não te perder! - se levanta e sai.

Ele deixa tudo encima da mesa e vai atrás dela.

– Você não precisa ter medo de me perder...
– Vitor...- respira fundo; parando de frente para ele. É sua filha... Ela precisa de você. Você acha que medirei força com uma criança? Que tenho cara de ficar reclamando toda hora porque você vai ver ela mais do que a mim? Eu não vou fazer isso!
– Eu sei... E é por isso que estou pedindo...
– Não me peça desculpas! - o interrompe. Não suporto mais você me pedindo desculpas! Sabíamos que isso ia ocorrer. Você fica bem enquanto está com sua filha, porque vai ficar arrependido quando chega em casa?
– Não é arrependimento! Só estou preocupado com nós dois...
– Já disse que não precisa...- sai, mas ele a segura.
– Ao contrário do que você pode pensar... Posso não dizer isso a todo instante, posso não demonstrar como você gostaria, mas meu medo de te perder é muito maior do que o seu medo de me perder. Eu errei hoje... Deveria ter me policiado no tempo, porque Maria é tão importante quanto você e Vitória para mim. Vocês são minha família! Estou morrendo de saudades de você... Subi naquele avião pensando em você. Desci daquele avião pensando em você!
– Você nunca me perdeu... Você já me negou tanto na sua vida e mesmo assim não me perdeu. Não é agora que isso vai acontecer!
– Paula...- ela se solta e vai para o quarto, ele segue. Ficarmos assim não dá! Sinto sua falta...
– Também não é assim... Estou...- senta-se na cama pensativa.
– O que você está...? - senta-se ao lado dela, acariciando.
– Vitor... Suas falhas comigo me doem, mas sei o quanto você tem se esforçado! Só me sinto um pouco sozinha... Sinto falta dos seus carinhos quando você não está aqui! - se deita sobre o peito dele.
– Estou aqui...- a abraça. Estou aqui e não vou sair...
– Desculpa ter me irritado...
– Você tem motivos de sobra! - beija a mão dela.
– Não... Eu...
– Shiu...- deita-se no colo dela. Me faz carinho...

Paula sorri com o pedido e o aconchega em seu colo. O acaricia a noite toda até vê-lo pegar no sono novamente. Ajeita-o na cama e deita-se sobre seu peito, adormecendo tempo depois. Ao amanhecer, Vitor levante-se com cuidado; arrumando Paula na cama.

– Bom dia! - a beija sorrindo. Pode dormir...- a cobre.

Lava-se e vai para a cozinha, ouvindo Vitória "conversar" com a avó.

– Vitória...- a chama.
– Olha quem chegou Vivi! - a ajuda descer do colo. Quem é!?
– "Papai" - corre até o pai que a espera de braços abertos.
– Papai meu amor! - a beija. Você já fala papai certinho! - se emociona. Te amo! - a beija inúmeras vezes. Te amo muito!
– "Amu" - olha para ele.
– Amuuu! - riem. Paula não me falou que ela já estava falando papai! - enxuga as lágrimas.
– Aí... Esses papais sensíveis! - Dulce se emociona ao vê-lo chorar. Ela queria que você ouvisse...
– É a coisa mais linda do mundo! - olha para ela. Deus tem sido incrível comigo, Du! - se levanta com a filha no colo e beija a sogra que sorri. Cadê Cintia?
– Não acordou ainda... Descobriu o como é bom dormir naquelas camas!
– Sei! - riem.
– E Diva?
– Não sei... Acho que está na horta!
– Entendi...- pega um pouco de café.
– Você vai para o hospital agora de manhã?
– Não... Eu iria, mas não vou mais.
– Por um lado é bom... Quero que converse com Paula.
– Sobre? - se preocupa.
– Aquela jornalista, a Fabiola Reipert, não para de inventar sobre a Paula... Já conversamos tanto com ela para entrar na justiça, para por fim a isso de uma vez, mas ela não aceita. Diz que não vai mexer e deixa como está!
– Está tudo bem Dulce... Não se preocupe mais com isso.
– Confio em você...- levanta-se. Vitória vem com a vovó, vamos voltar a dormir porque está cedo demais...
– Quero ver dormir...- riem, entregando a filha.
– Vamos ver desenhos! Fazer alguma coisa até você dormir...- sai conversando com a neta.
– Bom dia! - chega na cozinha.
– Bom dia flor do dia! - sorri. Como vai?
– Linda e maravilhosa!
– Humildade em pessoa, Diva! - riem.
– E você?
– Muito bem! Vitória falou Papai!
– Eu sei! - sorri. Parabéns! - o beija.
– Obrigada! - levanta-se levando a xícara até a pia.
– Por que não está dormindo? Ainda são sete da manhã...- olha o relógio.
– Me deitei mais cedo ontem! Mas vou voltar para cama... Ficar um pouco com Paula! Até mais...

Retorna ao quarto e Paula ainda dorme. Deita-se abraçado a ela, acariciando seu cabelo até ela despertar.

– Bom dia! De novo...- a beija.
– Bom dia...- sorri, abraçando-se a ele. Que gostoso acordar com você...
– Vamos acordar juntinhos muito tempo ainda..- aperta ela.
– Sim! - ri. Preciso ver Vitória...
– Já a vi! Me chamou de Papai! - olha para Paula.
– Eu sei! - sorri. Ela ficou te chamando o tempo todo ontem... Mas queria que você ouvisse!
– É lindo! É lindo ouvir isso... Sempre!
– E você ouve em dobro! - beija-o.
– Sim! Porque esse amor é muito grande...
– Você merece todo esse amor, Vitor! De mim também...- acaricia o rosto dele.
– Paula... Você faz ideia do quanto te amo?
– Não...
– Você nunca vai fazer ideia do quanto te amo! - encara-a. Você é minha luz...
– E a tua escuridão... O seu céu, o seu inferno. Eu sou teu tudo, o teu nada...
– O meu eu!
– O seu eu! - beijam-se, percorrendo as mãos sobre todo o corpo um do outro.
– Pulinha...- deslize a mão sobre a camisola dela.
– Vitor...- se contorce. Espera...- segura a mão dele. Espera! - controla a respiração.
– O que foi?
– Estou cansada de fazermos tudo correndo! - senta-se. Quando não é Vitória olhando, é tudo às pressas... Não quero! Assim não...- se levanta e vai para o banheiro.
– Paula...- respira fundo. Está difícil! - vai até ela.
– O que? - encara-o.
– Sempre foi assim...
– Não! A gente nunca mais teve um tempo... Sinto falta de ser amada sem ficar pedindo para que andemos logo!
– Ok... E você quer que eu faça o que? Nossa vida é isso, Paula. Se você fala que não suporta as coisas serem assim...
– Não coloca coisas na cabeça! Eu amo nossa vida.
– Não é o que parece!
– Vamos parar por aqui...- retira a roupa e entra na ducha.
– Você que sabe! - sai, batendo à porta fortemente.

Vitor deita-se novamente e busca relaxar. Não demora muito e ela aparece de roupão, olha para ele que a encara.

– O que?
– Desculpa...
– Não adianta pedir desculpas...
– Só não estou afim...
– E você acha que estou chateado por isso? - senta-se. O que está havendo?
– Vitor... Não está...
– Me diz o que está havendo!
– Vitor...- o encara.
– Já entendi! - se aproxima dela. Me desculpa por ontem... Sei que te magoei.
– Não é isso... Eu sei que você deve visitar Maria, que...- respira fundo. Esquece!
– Você não tem que se sentir culpada porque acabei falhando com você indo visitar a minha filha... Sei que você tem se esforçada para digerir toda a situação. Sei também que você gosta muito de Maria como nunca imaginei! - vai até ela. Me escuta...- a segura. Me diz o que está te afligindo para gente tentar resolver!
– Você não vai ficar chateado?
– Não!
– Tudo bem... Vamos lá! - encara-o. Você já não almoça com Vitória quando está de folga. Você não se deita mais comigo como fazíamos antes para ao menos ver TV, ou fingir que estamos vendo! Você chega em casa, e é como se só cumprimentasse a mim e a sua filha, fizéssemos sexo e no outro dia você já vai embora como se isso aqui fosse uma obrigação... Uma rotina que fica sendo controlada por um reloginho! Estou tentando engolir isso... Tentando não ser parte desse seu ciclo vicioso, mas eu não consigo porque amo você e preciso de você!
– Paula...- se afasta assustado. Eu...
– Não quero me sentir usada! - vai para o closet e ele a observa sair, sem saber como reagir.

Vitor sai do quarto, atônito. Passa pelo quarto de Vitória e observa a filha rir com a avó. Sente-se culpado por Paula se sentir dessa forma, por não se sentir mais tão junto da sua filha. Entra no quarto e sorri para Dulce que o vê.

– Posso pega-la?
– Pode...- segura a neta, entregando ao Vitor. Está tudo bem? Você parece...- se levanta do chão e o observa.
– Volto logo...- sai com a filha nos braços.

Dulce vai para o quarto de Paula, tentar saber o que houve.

– Paula... Vitor saiu estranho...
– Com Vitória? - a encara.
– Com Vitória... O que houve?
– Nada...- volta a se trocar.
– Nada para ele...
– E precisa de motivos? - a interrompe. M
– Você conversou com ele então...- senta-se.
– Ah mãe...- respira fundo. Já estou cansada de me sentir um objeto! - olha para ela. É sempre assim... Ele chega, a gente transa, depois ele vai para o hospital, volta na outra semana e o ciclo se repete! Não é isso que quero! Já estou saturada! - começa chorar.
– Paula...
– Não! Nem adianta falar nada! Eu sei... Sei que a senhora avisou que seria difícil, sei que a senhora me alertou que ele ter uma filha comprometeria nosso casamento. Mas eu o amo tanto... Mãe... Eu sei que não posso reclamar, mas é complicado... Não aguento mais!

Dulce se levanta e a abraça. A vira para si, arruma o cabelo dela e sorri.

– Vamos almoçar daqui a pouco...- beija a testa dela.
– Mãe...- não entende.
– Você já disse... Você o ama. Não há nada que eu possa falar mais...- sai.

Quando Dulce encontra-se com Cintia entrando.

– Oi tia... Paula está no closet?
– Sim!
– Ok... Vim buscar ela para ver uma coisa! - ri em direção ao closet. Paula? - entra. Oi...- a ve de costas. Vem ver uma coisa...- a puxa e percebe que ela está chorando. O que houve? - se assusta.
– Nada! - limpa o rosto. O que foi?
– Paula...
– O que quer que eu veja?
– O Vitor está lá fora... Está tirando umas fotos da Vitória... Ela está tão contente! - ri.
– Hum... Que bom! - se solta de Cintia.
– Você não vem ver?
– Não! - volta se arrumar.
– Eu...- não sabe como reagir. Vou te deixar sozinha...
– Não! - se vira. Não...- chora. Fica aqui!

Ela conta para Cintia o que houve, que a escuta atentamente e tenta acalmá-la da melhor maneira. Mas tudo parece em vão. Percebe que ela está extremamente magoada, ferida com toda a situação. Ficam um longo tempo em silêncio até serem interrompidas por Vitória que entra no quarto correndo e vai até a mãe, com Vitor logo atrás.

– Oi meu amor...- abre um sorriso imenso ao ver a filha. Onde estava? - a pega no colo.
– Vou indo ver se está tudo certo para almoçarmos! - sai para que eles fiquem sozinhos.
– Tá...- Vitor vai com ela até a porta, fechando assim que ela sai.

Paula vem para o quarto com Vitória que fica mexendo no cabelo da mãe.

– Aiai filha...- tira a mão dela. Não puxa assim Vitória... Vamos almoçar! - coloca o pente que estava na mão anteriormente na cama, indo em direção à porta.
– Espera...
– O que foi? - vira-se para ele.
– Você não é um objeto... Não é uma peça de roupa, um par de sapatos. E eu não sou tão imbecil ao ponto de te enxergar dessa maneira. E você realmente sente-se usada por mim? Jamais...
– Você usa todo mundo quando quer... Sempre foi assim! - sai do quarto.
– Paula...- vai atrás dela.
– Vamos almoçar! Finja estar bem ao menos para sua filha...
– PAULA, CHEGA! - fica nervoso com as palavras dela.

Vitória olha para o pai e começa chorar. Paula vira-se pra ele incrédula que ele estava fazendo isso na frente de todos que se levantam na cozinha ao ouví-lo. É

– Me desculpa...- se aproxima dela. Me desculpa...- olha para Vitória. Não queria ter gritado...
– Acho melhor você ir...- chora. Não estamos bem um com o outro, é melhor você ir ficar com Maria...
– Paula...- a segura. Não diz isso... Vamos conversar! Precisamos conversar...
– Paula...- Cintia chega. Me dê Vitória...- estende os braços.
– Dê comida a ela, Cintia...- entrega. E o suco só depois...
– Ok!
– Filha...- Vitor
– Deixe ela...

Paula retorna ao quarto com Vitor logo atrás. Senta-se na cama sentindo-se um pouco tonta enquanto ele fecha a porta indo em direção a ela.

– Não queria ter gritado...
– Você nunca quer... Mas grita.
– Me desculpe...- segura as mãos dela. Você está gelada, Paula...- a observa. Está tudo bem? - passa a mão na testa dela.
– Está! - olha para ele. Não comi ainda... Deve ser isso.
– Vou buscar algo para você comer!
– Não... Está tudo bem! Essa discussão me deixou cansada...
– Fazia tanto tempo que não brigávamos mais...
– Mas eu não aguentava segurar mais isso! - olha para ele. Não quero ser rude, ingrata, agir como uma pessoa mimada que quer você só para mim! Não quero e eu não vou competir com uma criança... Mas eu espero que ao menos quando você estiver aqui, sua cabeça esteja aqui. Que você saiba organizar seus horários, não por mim... Mas por Vitória também! Ela ainda é muito bebê Vitor, passou o dia chamando por você. Sei que Maria precisa mais que nós... Mas...
– Não Paula...- a interrompe. Maria não precisa nem mais, nem menos... Vocês prescindam igualmente. E eu amo...
– Vitor, ninguém está falando de amor! Entenda isso...
– O que eu faço? Me diz o que eu faço porque só dizer qual é o problema não ajuda a gente...
– Eu não sei o que você faz! Não sei o que eu faço!
– Me desculpa! Peço que você me desculpe por ter deixado que você se sentisse assim... Estou tentando dar o meu melhor! Ou você acha que está sendo pouco o tanto que me esforço pela gente?
– E o tanto que eu me esforço para te entender? Não queira reverter as situações...
– Não estou revertendo nada Paula! Estou só tentando mostrar que estou fazendo o que posso... Mas pelo visto não tenho conseguido.
– Para que estamos brigando? Me diz... Se as coisas não vão mudar mesmo!
– Você está mais gelada! - aperta a mão dela. Pulinha... Sua pressão está baixa?
– Acho que sim...
– Vem...- a deita na cama. Fica aqui... Vou pegar o aparelho para vermos. - busca.
– Acho que está só um pouco...- observa ele colocar o aparelho automático em si.
– Sim...- verifica. Está baixo, amor...- retira o aparelho, respirando fundo. Fique quieta... Já volto! - sai do quarto.

Vitor vai até a cozinha e Dulce o olha temendo que algo tenha ocorrido.

– Prepara um prato para Paula?
– Sim! - levanta-se. Está tudo bem?
– Está! - pega um copo de suco. Dulce...- olha para ela. Desculpa por ter gritado...
– Não precisa pedir...
– Preciso! Isso é uma coisa que eu não deveria ter feito. Não queria gritar com Paula! Jamais.
– Só quero que fique tudo bem! Que ela esteja bem. - coloca o prato em mesa portátil.
– E Vitória? Onde está?
– Cintia a levou para comer no jardim.
– Ok...- coloca o suco na mesa junto do prato. Vou lá...- sai.

Ao chegar no quarto Paula está sentada, medindo a pressão novamente.

– Estabilizou?
– Um pouco... Mas ainda estou meio tonta.
– Aqui...- coloca sobre ela. Come...- senta-se ao lado dela.
– Obrigada! - começa comer. Onde está Vitória?
– Almoçando com a madrinha dela!
– Ah...- come. Você não vai comer?
– Depois...- sorri.
– Toma...- oferece a ele que abre a boca e ela coloca.
– Vamos medir de novo...- coloca o aparelho.
– Vai estar melhor...- batem na porta. Entra!
– Oi...- entra com Vitória.
– Oi...- sorri.
– O que foi? - vê Vitor medindo a pressão dela.
– Acho que baixou um pouco...
– Está melhorando! - observa.
– Ah...- coloca Vitória no chão. Cuidado...- solta a mãozinha dela.
– Vem cá Vivi...- estende a mão para filha. Oi! - sorri.
– Come mais um pouquinho...- retira o aparelho dela. E vai ficar tudo bem...
– Vai comer... Cintia fica aqui comigo.
– Ok...- se levanta. Qualquer coisa me chamem! - se retira.
– Está tudo bem?
– Uhum...- come.
– O que aconteceu que sua pressão baixou?
– Não dormi bem, tomei muito vinho ontem e já acordei brigando com Vitor.
– E se acertaram?
– Não sei... Vamos seguir como se tudo estivesse bem. Já estou cansada...

Ficam conversando enquanto ela come. Ao terminar verifica novamente a pressão que se normalizou. Se retiram do quarto com Vitória, passando no quarto da bebê para trocá-la e seguindo para a piscina.

– Queria cavalgar...- coloca um óculos em Vitória. Que gatinha, mamãe! - riem.
– Vai lá...
– O que? - não escuta.
– Vá cavalgar... Fico aqui na piscina com Vitória.
– Então eu vou...- sorri.

Paula se despede da filha e sai para se trocar, indo em seguida para o estábulo. Vitor a observa passar quando está falando com um funcionário.

– Paula...- a chama. Onde está indo?
– Montar...
– Ah... Ok!

Ela segue, pega o Sereno e entra em uma pista que Vitor montou na fazenda para cavalgarem. Ele termina de falar com o funcionário e se escora na cerca a observando por longos minutos até o momento em que começa achar estranho o movimento da Paula no cavalo.

– PAULA...- grita. PAULA... VOCÊ VAI CAIR! PAULA... O QUE ESTÁ HAVENDO? - pula a cerca e vai em direção ao cavalo. SERENO! SERENO PARA!!! SERENO PARE AGORA!


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Notas finais do capítulo

Continua



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