12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 9
O jantar, parte 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/465962/chapter/9

PAULA

Quando Vitor se aproxima, me seguro mais forte nele, o que menos quero é que me solte:- Tenho que ir.

Ele se afasta:- Desculpa, sei que você pediu...

Interrompo ele:- Vitor, está tudo bem. Estarei mais tarde lá.

Ele me acompanha até a porta:- Quer que eu te busque?

Me viro na porta:- Não tem necessidade.

Vitor:- Estarei lá.

Sorrio para ele e parto. Não vou negar, o dia com ele foi maravilhoso, o sorriso, as manias que não mudaram com o tempo. Ao chegar ao Hotel, me deito para descansar um pouco. Daqui algumas horas é o jantar, mas ele estando lá me fornece alguma segurança. Não demoro muito para pegar no sono, e quando acordo vou direto para o banho. Fico recordando coisas antigas, momentos antigos que estive com ele. Sempre muito sorridente, me recordo até de umas moças da Companhia que queriam que eu o apresentasse a elas, rio sozinha. Penso em todos os planos que fizemos, em como Vitor era carinhoso, cuidadoso quando ao me tocar, coisa que até hoje não mudou. Quando tinha mais uma das minhas crises, que chorava sem ter explicação, ele vinha e me abraçava sem me pedir nada, sem me cobrar nada e isso me confortava inexplicavelmente. Sinto falta sim, sempre senti da maneira dele, das manias e até dos defeitos. Ele me ensinou a ama-lo, e ninguém conseguiu me ensinar a deixar.

Volto do meu estado pensativo e saio do banho aprontando primeiro minhas maquiagem. Como é uma noite especial, escolho um batom vermelho. Meu vestido já está pronto, as joias, o sapato. Me avisam que Vitor já me aguarda, me apresso e desço. Avisto-o perto do carro, no celular e quando me vê sorri e desliga o aparelho.

Vitor:- Paula, você está linda. Deslumbrante...

Sorrio agradecendo. Vitor também está extremamente lindo, mas evito qualquer elogio no momento. Entramos no carro.

Ele coloca o cinto:- Diva chegou minutos depois que você saiu.

Faço o mesmo:- Que pena eu não ter conhecido ela.

Vitor da partida e saímos:- Não vai faltar oportunidade.

Aprovo. Fomos o caminho quase todo calados, percebo que ele está com algum problema, mas evito falar. Quando descemos ele me acompanha até o salão de festas:-É muito bonito.

Ele sorri:- Sim. Vem...

Descemos até a parte da piscina onde fica o local e já na entrada Marisa vem me cumprimentar.

Marisa:- Que bom que aceitou o convite, seja bem vinda Paula.

Me sinto ainda um pouco retraída, afinal, são anos sem conviver com muitas dessas pessoas, outras que nem conheço. Agradeço:- Eu que agradeço pelo convite, está tudo muito bonito.

Tatianna nos observa e se aproxima:- Paulinha, que bom você aqui.

Cumprimento-a:- Tati... que bom estar aqui. E Leo?

Tati da uma olhada nos pequenos grupos pela casa, e encontra Leo em um deles:- Logo ali, vamos lá.

Olho para Vitor que sorri e saio com ela. Leo está e grupo com alguns amigos e abre aquele sorriso contagiante quando me vê:- Não posso acreditar.

Me abraça enquanto rimos:- Cara, que maravilhoso você aqui. Pessoal essa aqui é a Paula Fernandes, como se ninguém a conhecesse...

Rio dele e cumprimento os demais:- Olá.

Leo:- Para nós, a Pulinha.

Sorrio e percebo que Vitor vem até nós:- Boa Noite.

Todos respondem:- Boa Noite Vitor.

Começamos a conversar, o pessoal é bacana e aos poucos meu desconforto passa. Passado alguns minutos, Marisa vem a meu encontro para levar-me para cumprimentar os outros convidados. Vitor sempre acompanhando. Quando termina algumas apresentações ficamos eu e ele em um canto:- Muito receptivos.

Vitor olha ao redor:- Sim. Já viu tia Léia?

Sorrio:- Sim, falei com ela cm a Jujuba, tão lindinha. Vitor quem é aquela?

Ele olha na direção que indico:- Creio que seja uma amiga da Tati. Não conheço todos que estão aqui.

Rio:- É. Quem organizou?

Vitor:- A maioria das festas é a Paula e minha mãe quem organizam. Tati também.

Sorrio novamente. Vitor está um pouco tenso:- Você está estranho, desde que foi buscar. Está incomodado porque estou aqui?

Ele me encara:- Claro que não. Vamos ali no Leo, vem.

Saímos em direção a Leo, mas no meio do caminho tia Léia aparece e me leva para conhecer uma amiga dela que admira meu trabalho. Vitor segue rumo ao grupo que Leo está.

VITOR

Não quero estragar a noite tendo que dizer que meu divórcio vai ter que ser adiado um tempo. Mas Paula já começou a pensar que me sinto incomodado pela fato dela estar aqui. Confesso que a presença dela me desarma, talvez intimida, mas a sensação é boa.

Chego no grupo e que estão Leo e uns demais amigos:- Olá.

Hugo (um dos amigos):- Vitor, você vem chegando e eu vou saindo. Vou cumprimentar uma pessoa.

Rio, provavelmente é uma das mulheres da festa.

Leo ri:- Mas não tem jeito mesmo, coitada da Paulinha.

Paulinha? Minha cara de alegria se desfaz e olho para Leo:- Por que Paulinha?

Leo ri:- Ele estava dizendo que ia tentar a sorte, já que ela está solteira agora. Mas é claro...

Interrompo:- Quando ele disse isso?

Leo percebe a situação:- Agora.

Olho em direção a Paula, e vejo que Hugo já começou com o papo dele para cima dela:- Não acredito que o Hugo vá incomodar a Paula.

Leo:- É a Paula mesmo que ele está incomodando?

Os demais do grupo olham em direção a local em Hugo e Paula estão. Ignoro a indireta de Leo e bebo mais um pouco da minha bebida.

Lucas (um dos amigos de Leo):- De duas a uma: Ou ela está gostando, ou é muito educada.

Volto a olhar, tento parecer o mais calmo possível. Não estou tendo ciúmes da Paula.

Rodrigo (outro amigo de Leo):- Vitão vai dar torcicolo desse jeito.

Thiago (um amigo e integrante da banda):- Uma coisa ninguém pode negar, ela é maravilhosa em todos os sentidos.

Leo ri:- Vai com calma Thiago.

Fico calado enquanto começam a comentar dos tributos de Paula, não é ciúmes. Não tenho direito de sentir ciúmes dela, e nem sinto. É...:- Licença.

Saio da roda e subo para a casa, com a desculpa que vou atender um telefonema, mas na verdade vou mesmo para sair da conversa, não vou ficar fazendo par te de uma falta de respeito.

PAULA

Desde que Hugo chegou percebo que Vitor não para de olhar. Sinto que ele ficou incomodado e decido não dar tanta ousadia para o amigo, afinal estou em um local com a família dele. Avisto que Vitor não está mais na roda e o procuro pela festa:- Hugo, você viu o Vitor?

Corto o rapaz, já estou cansada dessas cantadas fora de época. Responde:- Estava até agora com o Leo.

Dou um meio sorriso:- Você me da licença?

Ele percebe que me incomodei:- Claro. E se eu ver ele, eu te aviso.

Vou até tia Léia, com quem tenho mais afinidade até então junto com Tati:- Tia? Desculpa te incomodar, mas a senhora viu o Vitor?

Ela sorri para mim e olha ao redor:- Ué, estava ali até então. Espera aqui Paula, vou procurá-lo para você.

Tento convencer ela de que não há necessidade, mas não adianta. Enquanto ela sai converso com umas amigas dela que estavam próximas. Me divirto com elas, mas Mariléia não vem.

VITOR

Estou na cozinha, comendo, quando tia Léia chega:- Uai, porque subiu?

Tento não demonstrar qualquer emoção:- Decidi comer um doce, a bebida estava forte.

Léia (Mariléia):- Paula está te procurando, você sumiu.

Me viro para colocar o pote de doce na bancada:- Ela estava conversando com Hugo, não quis incomodar.

Ela ri:- Você subiu porque Paula estava conversando com Hugo?

Me viro para ela:- Claro que não, estava com o Leo e os amigos dele.

Léia:- Está com ciúmes Vitor?

Olho para ela:- De quem? Da Paula? Não, porque eu sentiria? Não tenho nada com a Paula, muito menos o direito de sentir ciúmes dela.

Léia:- Se acalme para falar então.

Vou até a geladeira, contrariado:- Estou calmo.

Léia:- Você foi ate o Leo, os amigos começaram a falar da Paula, PORQUE SEU AMIGO HUGO foi até ela, você se incomodou e subiu. E começou a comer seu doce predileto pra se acalmar. Te criei Vitor.

Me sento na bancada:- Não sinto ciúmes da Paula, apenas fiquei incomodando com a forma que estavam falando dela. Acho falta de respeito um homem...

Ela se senta na minha frente:- Vitor, são homens e é normal falarem. Você saiu porque a mulher que estavam falando, ERA A PAULA. Você pensa que a Paula não fala de homens também? E você repara também...

Interrompo ela:- Ela não...

Léia:- Vitor, ela não porque você sente por ela bem mais que uma proteção de amigo. Você fica um bocó perto dela rapaz, parece m adolescente (ela ri) fica sorrindo parecendo aqueles jegues.

Faço careta para ela:- Você pegou pesado (rio)

Léia:- Vou descer, Paula ficou com algumas amigas minhas. Você não vem?

Me levanto e desço com ela.

PAULA

Passados alguns minutos vejo Vitor vindo com Mariléia.

Vitor chega sorrindo:- Olá moças novas e bonitas.

Elas riem:- Mas não tem jeito mesmo.

Olho para ele, ele sorri mas percebo que me evita. Ficamos no grupo conversando até convidarem para servir o jantar. Na mesa Vitor não se senta ao meu lado, e me assusto quando Hugo se senta. Fico calada, sorrio em

educação para todos que falam comigo, Vitor nem olha em minha direção. Não sei o que aconteceu, mas terminando eu vou descobrir.

Quando todos se levantam é servido um licor, e as pessoas se espalham pelo local. Vou até ele:- Algum problema?

Ele vira para mim:- Nenhum.

Seguro o licor e fico calada. Algumas pessoas se aproximam, incluindo a irmão de Vitor que veio nos cumprimentar, ela acaba de chegar com o namorado. Quando saem Vitor os acompanha com os olhos:- Qual o nome dele?

Vitor:- Fernando.

Bebo um pouco do licor:- Muito simpático.

Vitor:- Sim.

Ela está frio:- Segura aqui.

Entrego meu licor para ele e saio, vejo que ele me acompanha com os olhos. Vou até o banheiro, retoco minha maquiagem. Não sei porque Vitor está assim, mas vou aproveitar o restante da festa. Fizeram uma pista de dança e resolvo que vou dançar. Retorno pego meu licor:- Obrigado. Vou dançar...

Ele vem junto. Formam uma roda e começam dançar as mais variadas músicas. Me divirto com uma senhora, amiga de Vitor, estilo motoqueira. Ela é muito extrovertida. Já é madrugada e nem percebo, na dança e na música todo mundo é igual, e isso me ajudou a cortar o desconforto. Vitor até dançou um pouco, do jeito dele, logo depois se sentou com os cunhados e o pai de Tati. Nesse sentido Leo é mais parecido comigo, é mais animado e me divertir com as danças dele.

Saio da roda já me despedindo, vou pegar minhas coisas com Vitor que se levanta assim que chego.

Vitor:- Vou te levar ao Hotel.

Me despeço dos demais e saímos. Vitor abre a porta para que eu possa entrar:- Obrigado.

Quando ele entra no carro, inda o sinto distante e resolvo entender o porque:- Vitor, o que aconteceu? Você me evitou quase o tempo inteiro.

Ele avança com o carro:- Não houve nada. Você gostou?

Não consigo me conter quando ele começa mudar de assunto:- Vitor, você se incomodou com algo?

Vitor:- A conversa com Hugo, estava boa?

Ciúmes?:- Foi ele quem veio até a mim. Até pensei que você estava se divertindo com isso, porque olhava toda hora.

Vitor:- Me divertindo? Ele é um bom pretendente para você, que disse que sente falta...

Interrompo ele:- Não posso acreditar que você se incomodou com isso. Vitor, eu não dei corda para ele, você viu... Não tenho que dar satisfações nenhuma para você.

Ele fica calado até pararmos no sinal.

Vitor:- Você tem todo o direito de conhecer alguém.

Evito olhar para ele:- Você pensou como poderia estar sendo diferente essa noite? Vitor... não faria nada que pudesse te magoar. Não pensei que conversar com alguém te afastaria tanto, estava tudo bem. (Me viro para ele) Nós não precisamos terminar assim... Você não aproveitou a festa na casa da sua própria família, mal interagiu com todas as pessoas. Eu sei que é seu jeito, mais retraído. Mas você também é divertido, é brincalhão. Por que você está tão tenso assim?

O sinal abre. Ele não tira o olho da estrada:- Tive alguns problemas.

Percebo a situação:- Mas ficar assim não vai resolver eles. Você tem que relaxar.

Vitor:- Você já vai embora amanhã?

Olho pela janela:- Não sei.

Vitor:- Vamos para a Fazenda amanhã. Você ainda tem uma égua lá, esqueceu?

Sorrio:- Tudo bem, nós vamos. Mas me promete uma coisa...

Ele se vira:- Diz.

Rio:- Vai me ensinar a pescar.

Ele ri:- Fechado. Paula você espera eu passar no meu apartamento? Esqueci a carteira e preciso abastecer o carro.

Pensei em me oferecer para abastecer, mas também não trouxe dinheiro nenhum:- Claro.

Quando chegamos ao prédio, ele vai descendo, olho para ele:- Você vai demorar?

Vitor:- Não. Mas é melhor você descer e me esperar lá dentro.

Faço o que ele diz e entramos no prédio. Decido subir e esperar lá encima mesmo, é madrugada e está frio.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "12 anos em 12" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.