12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 87
Capitulo 85




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Continuação...

– E então? Você é o pai?
– Sou...- se aproxima dela. Desculpa! - começa chorar. Me desculpa! Desculpa...
– Vitor...- ampara ele. Vitor, fica calmo...
– Desculpa te fazer passar por isso! - a abraça, deitando em seu ombro.
– Vitor...- fica sem reação. Não precisa me pedir desculpas! Nada disso foi culpa sua, eu...- não sabe o que dizer. Vitor! - aperta ele sobre seus braços.

Passam minutos assim sem falarem, apenas no consolo que aquele silêncio absurdo fazia. Paula senta-se com ele que nada diz... Ela então pega firme uma das suas mãos.

– Vitor...
– Estou com vergonha de você...
– Não tem que ter... Vitor, você queria ser o pai dela.
– Eu queria... Saber que sou já é outra coisa! - olha para ela. Estou feliz, mas eu...
– Não tem que se preocupar por minha causa ou por conta da Vitória... Já somos sua família e agora ela será também.
– Não precisa fingir que está tudo bem! Aceitar uma pessoa dentro da sua casa não é fácil... Imagina dentro da sua vida pro resto dos seus dias.
– Vitor, se a gente pensar assim...
– É assim! Vai ser assim... E se você não quiser eu não vou te obrigar...
– Não diz isso! As coisas não precisam serem encaradas com tanto peso também.
– E agora? - olha para ela chorando.
– E agora que você fará novos exames e...
– Não estou falando disso, Paula!
– Acredito que contar para Maria que você seja o pai agora não seria uma boa ideia. Ela cresceu achando que o pai havia morrido... Seria um choque que ela não poderá passar por enquanto. Se aproxime dela cada vez mais e aos poucos, quando ela começar a se acostumar com sua presença, comigo e com Vitória... Você conta. Quando ela já tiver um contato mais íntimo com a gente, para que ela se sinta feliz em saber que tem uma família... Assim que ela melhorar você poderá dizer a ela.
– Tenho uma filha que está doente! - chora.
– Vitor! - abraça ele. Vai ficar tudo bem... Deus tem um propósito... Se descobriram que você é o pai agora é porque muito provavelmente você será compatível como doador! Tenha calma... As coisas vão ficar bem.
– Eles me disseram no telefone que mesmo sendo o pai posso não ser compatível. Que não precisa necessariamente que seja alguém da família, mas não sendo dificulta encontrar alguém nesse mundo tão grande que possa ajudar a Maria!
– Eu sei...- respira fundo. Mas, você será! Você será compatível...- sorri para ele. E se não for nós vasculharemos o mundo inteiro.
– Camila nem me ligou... Mandou o enfermeiro!
– E você queria que ela ligasse? - demonstra desgosto na voz.
– Não Paula... Só estou dizendo que ela não queria que eu fosse o pai.
– Ela não tem que querer! Na hora de fazer ela não te quis? - pensa no que disse e tenta controlar seu ciúmes. Desculpa...
– Não tive nada sério com Camila, Paula. A não ser uma filha né...- levanta-se. Vou ligar para Cecília...- enxuga as lágrimas. Ver se os chocolates ficaram prontos.
– Vitor...- observa ele sair.

Retira-se para não conversar mais sobre o assunto por enquanto. Paula pega Vitória no chão e vai o interior da casa.

– Oi filha...- segura a mãozinha dela.
– Paula... O que houve com Vitor?
– Diva, acho melhor ele falar...- vai para o quarto.

Diva vai até Vitor que discute alguns horários pelo telefone. O aguarda terminar e resolve perguntar o que houve que o deixou tão abatido de um momento para o outro.

– Não estou abatido! Talvez eu esteja confuso...

Sentam-se e ele explica tudo o que aconteceu nesses últimos dias. Diva fica perplexa e concorda guardar segredo até que ele decida contar para toda a família.

– Agradeço...
– Você vai ver a menina amanhã?
– Vou...
– Quero conhecê-la...
– Vou tirar uma foto para mostrar...
– Vou terminar de aprontar o café...- se levanta. Conte comigo...
– Diva! - se levanta e abraça fortemente.
– Ela amará tem um pai feito você!
– Obrigado! - sussurra e abraça de novo.

Diva se retira e ele vai para o quarto. Ao chegar Paula está conversando com a filha enquanto as duas veem um álbum sobre a cama. Ele as observa por longos minutos, até ser reparado por Vitória.

– O que? - Paula olha na direção que a filha está rindo. Oi...- senta-se. Por que está aí?
– Por nada...- vai até a cama, deitando-se ao lado da bebe.
– Quando fará os outros exames?
– Amanhã...
– Hum...- coloca um brinquedo perto de Vitória. Qual horário?
– Não precisa me acompanhar...
– Vou conhecer sua filha...
– Não esquece de dizer que você é rainha...
– Rainha?
– É... Ela perguntou o que era esposa e eu disse que esposa é o mesmo que rainha, então ela vai te conhecer assim. Leve uma foto da Vitória para ela conhecer...
– Tá... Você não vai vê-la amanhã?
– Vou tentar ir após os exames... Se você ainda estiver lá, me dê um toque.
– Vamos juntos! Me deixe ir nos exames com você...
– Não tem porque você...
– Vitor! - interrompe-o. Sou sua esposa! Nos casamos há mais de um ano e nos conhecemos a mais de dez e você ainda quer me afastar das suas coisas...
– Não quero te...
– Não terminei! - fica nervosa com ele. Se eu me casei com você, casei com tudo que você traz seja uma filha, seja uma família, seja seus defeitos! Vitor... Não posso viver dentro de uma bolha como se eu só servisse para cuidar da casa, das suas coisas materiais, da sua filha e para transar com você!
– Paula...
– Eu vivo o seu mundo também! Os seus problemas, as suas coisas...- se emociona. Para de me afastar, poxa...
– Pulinha, não...
– Sofro mais ainda quando você me afasta do que com os problemas em si! Fico me sentindo um objeto que você coloca ou tira da situação quando achar conveniente! - chora.
– Só não quero te ferir! Não quero que você sofra com minhas coisas, meus problemas...
– Você vive resolvendo os meus, até quando eu não autorizo você resolve os meus! Ás vezes você tem mais controle da minha vida do que eu mesma...- enxuga as lágrimas.
– Você não entende...- levanta-se.
– Não entendo o quê? Que não sou as outras mulheres que você teve, que você podia excluir elas do que não quisesse que elas fizessem parte!
– Não é disso, Paula!
– O que é Vitor? Porque eu não entendo essa sua...
– Chega! - vira-se para ela. Chega, por favor...
– Não! Porque se a gente não resolver isso agora, não vai resolver nunca...- se levanta com Vitória no colo. Para de me afastar!
– VOCÊ NÃO ENTENDE QUE SOFRO QUANDO VOCÊ SOFRE? Que me sinto culpado por sua amargura, que me sinto envergonhado pelos meus problemas! - chora. EU NÃO QUERO VOCÊ NO MEIO! - a empurra até a cama, senta do-a. SE EU PEGO OS PROBLEMAS É PORQUE NÃO QUERO QUE VOCÊ CARREGUE ELES! Eu sei o que você passou na vida... EU SEI! Porque também não sou como os seus antigos namorados! Eu VIVI todas as suas dores, todas as suas dificuldade... Então... Me deixa fazer do meu jeito.
– Não! - levanta-se e Vitória se assusta.
– Chega... Olha o que estamos fazendo! - tenta pegar a bebê do colo dela, mas ela não vem chorando. Vitória...
– Ela se assustou com você! - sai do quarto chorando.

Paula vai para o quarto da filha onde Lucy está organizando as roupas da bebê. Deixa a filha com a babá e retorna ao seu quarto.

– Não vamos mais falar disso!
– Vamos! Não me importa o que você acha, o que você quer, do que você se envergonha. Pense em como eu me sinto HOJE! Pense em como eu sempre quis fazer parte da sua vida...- se aproxima dele. Vitor...- vira ele para si. Não me importa o tamanho do problema, mas quero ser eu a primeira pessoa para quem você vai recorrer! Sempre foi assim... Talvez dê uma outra maneira, mas você sempre me procurava. Quero que você fale para mim dos seus negócios, do que aconteceu no seu dia, dos seus problemas... Estou cansada de me surpreender. Cansada de não saber como reagir porque meu marido não confia em mim!
– Eu confio em você!
– Assim? Me deixando fora de tudo...
– Paula... Só quero te poupar!
– Você vai me poupar de uma tristeza sem fim quando me encaixar na sua vida...- vai para o banheiro, fechando a porta.
– Paula! - vai até ela, batendo na porta. Paula, abre aqui... Vamos conversar! Pulinha...- bate fortemente.
– Já estamos conversados! - enxagua o rosto. Me deixa...
– Não! Não vou deixar... Abra aqui! Por favor...
– Vitor, você sempre tem seus momentos sozinhos, me deixe com o meu!
– Não estou pedindo, Paula! Abra aqui, agora.

Ela não responde então ele vai até uma gaveta em seu closet e retira um aglomerado de chaves cópias da casa, todas com o nome de cada cômodo escrito. Retorna ao quarto e abre a porta do banheiro...

– Paula! - vai até ela. Quantas vezes já falei para você jogar isso fora? - pega da mão dela.
– É meu calmante assim como você tem o seu!
– Não! Isso aqui é controlado, não é um calmante... É uma droga! - joga no lixo.

Ela respira fundo e observa ele olhá-la.

– Está vendo o que meus problemas te causam?
– Não... O que você me causa. Se me deixasse fazer parte da sua vida eu saberia enfrentar sem tomar qualquer medicamente para me acalmar.
– Você está tomando isso porque viciou em ingerir uma porcaria dessa a cada vez que fica nervosa! Você pensa que não sei? Já mandei jogarem todos, mas você ainda ter guardados... Não quero você tomando isso!
– Fico sem saber o que fazer! - chora. Eu me sinto impotente... Você tem me deixado assim...
– Paula! - a traz para seu peito. Se isso te faz tão mal a gente recomeça... Não guardarei mais nada de você e deixarei que faça parte de tudo! Mas você não tomará mais isso...- a afasta para olha-lá.
– Tudo bem...
– Me dê todos!
– O que?
– Me dê os remédios que você tem guardado!
– Eram só aqueles ali, Vitor... Também não sou uma maníaca! - lava o rosto.
– Está vendo como você entende as coisas?
– Ai... Chega! - respira fundo.
– Vem...- vão para o quarto.

Vitor a deita na cama, se entrelaçando a ela. Pega o controle ao lado e liga o aparelho de som do quarto. Ficam em silêncio enquanto coldplay domina o ambiente... Algumas horas depois Paula desperta e já não encontra Vitor ao seu lado. Levanta-se um pouco tonta e desliga o som, vai até o banheiro e se arruma. Sai do quarto rumo ao da filha, mas não a encontra. Ouve Sol rir na cozinha com Diva e vai até elas.

– Oi...- sorri.
– Olá!
– Cadê Vitória?
– Saiu...
– Para onde? - estranha.
– Lucy foi dar uma volta com ela!
– Ah sim...- se tranquiliza.
– E o Vitor?
– Na piscina!
– Vitor na piscina?
– Sim!
– Tá...

Vai para a parte externa da casa e olha Vitor na piscina. Resolver ir até ele.

– O que te deu?
– Oi! - passa a mão no rosto.

Paula senta-se em uma das cadeiras e pega o suco dele que está próximo em uma mesa.

– Tudo bem? - se apoia na beirada.
– Tudo...- bebe.
– Vitória estava andando no triciclo lá nos coqueiros...
– Diva falou que ela estava dando uma volta com Lucy...
– Quer chamar sua mãe para passar uns dias aqui?
– Para quê?
– Sei lá... Talvez você se sinta melhor com ela perto.
– Me sinto muito bem com você e Vitória!
– Ok! - mergulha até a outra ponta da piscina e retorna. Não quer entrar?
– Acho que não! - amarra o cabelo.
– O que será que José vem trazendo? - observa o porteiro da fazenda.
– Não sei! - faz o mesmo.
– Você está de sunga? - olha.
– Não...- ri.
– Você está de sunga! - riem.
– É um shortinho...
– Tá... Sei...

José entra na casa e descarrega umas caixas, retornando em seguida para seu posto. Paula permanece na piscina conversando com Vitor até Lucy passar e ela pedir que leve Vitória até ali.

– Obrigada Lucy! - pega a filha.
– Qualquer coisa estarei lá dentro!
– Ok!
– Oi! - sorri. Quer vir? Traz ela aqui Paula...
– Ai Vitor... Colocar ela na piscina?
– O que tem? Me dê ela...- estende os braços.
– Deixa eu tirar os sapatos...- retira. Vai com o papai...- entrega. Acho melhor tirar essa roupinha, né?
– Sim! - ajuda Paula tirar. Deixe ela só de calcinha... Tira a fralda!

Ajeitam Vitória e Vitor coloca os pezinhos dela na água.

– Que alegria! - riem com a filha batendo palmas.
– Vem Paula... Entra aqui!
– Tá...- levanta-se. Vou colocar um biquíni...- sai.

Enquanto Paula se arruma, Vitor brinca com a filha, levando-a de um lado para o outro da piscina.

– A água papai! - ri. Vamos para a sombra...- vai até uma parte coberta. O que é isso? - levanta o pezinho dela. Que pé mais lindo! - beija.
– Vou passar o protetor nela, Vitor...- Paula chega.
– Sim...- olha-a entrar.
– Deixa a mamãe passar aqui...- se aproxima pegando o braço de Vitória. Primeira vez dela na piscina, né?
– Primeira vez de nós três aqui! - sorri.
– Sim! - termina de passar na bebe. Vem mais para cá Vitor...- pega outro protetor. Vou passar em você...- coloca nas costas dele, espalhando. Vira...- espera ele virar, colocando mais em sua mão. Já está todo vermelho...- passa vagarosamente sobre os braços dele.

Vitor sorri ao sentir que a respiração começa acelerar devagar.

– Pronto...
– E meu pescoço? Meu peito...

Ela olha para ele e pega mais um pouco de protetor.

– Devagar, Paula...- levanta o pescoço, fechando os olhos.
– Estou...- se controla para não se aproximar mais.
– Agora o peito...- abaixa a cabeça.
– Você está tirando uma comigo, né? - encara ele.
– Não... Depois que você acabar em mim posso passar em você.
– Eu já passei! - pega mais um pouco.
– Tem certeza? Seus braços estão vermelhos...
– Tá...- vai até ele. Segure Vitória...
– Estou segurando...- olha para filha.

Ela coloca aos mãos sobre ele, espalhando o protetor por todo o peito. Vitor a observa e segura as mãos dela.


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