12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 82
Capítulo 80




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Vitor olha para a mãe e pensa se deveria falar sobre o ocorrido. Ao ver que ela estava ali pelo bem dele, abre jogo.

– Vitor... Que homem desprezível!

– Sim... Não sei como fazer!

– Ele era diretor da companhia?

– Sim, um dos diretores. E isso facilitou muito para que ele colocasse eu e a Paula em uma situação... Não podíamos falar nada, os outros diretores não acreditariam que ele havia assediado a Paula e despediriam ela.

– Ele chegou a...

– Não! - a interrompe antes que ela termine. Só tentou uma vez... E depois dessa vez eu comecei a acompanhar a Paula, na entrada, na saída dos shows. Ele não iria fazer nada comigo perto!

– Paula te contou logo de mediato?

– Sim! No mesmo dia que ele tentou algo ela foi para meu apartamento. Chegou desesperada e demorou até conseguir falar...- se entristece ao lembrar.

– Poxa... Eu imagino... Fico triste por ela. Paula já enfrentou tanta coisa nessa vida...

– Muita coisa, mãe!

– E porque ele está ameaçando vocês? Sendo que são vocês que poderiam entregá-lo a polícia...

– Ele afirma que Paula cedeu... Por interesse.

– O quê? - se espanta.

– Sim... E agora esse infeliz apareceu de novo. Não faço ideia do que ele quer!

– Vitor... E se ele forçou algo e Paula não pode...

– Não! Ela me disse que não aconteceu nada. Eu confio nela. Sempre confiei.

– Tudo bem...

– Mãe...- limpa a boca. Vou resolver alguns problemas no escritório e vou voltar para casa! - se levanta.

– Mas, já?

– Preciso ir! - a abraça. Obrigado por tudo...

– Leve esse bolo para Vitória...- arruma para que ele leve.

– Sim!

– Aqui...- entrega.

– Ela vai amar... Minha formiguinha! - riem. Come um doce...- vão até a porta de saída.

– Estou morrendo de saudades...

– Talvez eu retorne à cidade hoje... Trago-a aqui.

– Sim! - sorri animada. Faça isso filho.

– Bem mãe... Vou indo! - a abraça. É sempre bom falar com você! - beija.

– Estavapp morrendo de saudades meu menino...- o acaricia. Que já não é tão menino assim...- riem.

– Fique bem! Te amo...-se despede mais uma vez e segue para o carro.

Vitor vai ao escritório e conversa com sua prima Laura que é advogada. Ela o orienta a resolver o problema com Ernesto, o tranquilizando ao pegar a causa. Concede algumas entrevistas previstas, assina alguns papéis e faz uma reunião com sua assessoria sobre o disco e a coletiva.Recolhe alguns contratos de Paula (que ele resolve por ser o produtor musical) e vai para o shopping. Entra em umas das franquias de uma famosa loja feminina. Escolhe um presente para Paula e vai para uma adega, onde compra um vinho e charutos. Ao cruzar o local para ir o estacionamento, se depara com uma loja de animais. Observa um cachorro, ainda filhote e pensa na filha. Repensa se seria o certo. Acaba resolvendo entrar...

– Esse aqui...- aponta sorrindo.

– É lindo! - pega.

– Ele é mansinho?

– Muito! Ele é dócil e carinhoso.

– É para minha filha...- sorri. Ela ama cachorros...- passa a mão.

– Vai adorar esse! Será um xodó! - ri.

– Já imagino! Vou levá-lo.

– Ótimo! - sorri.

A funcionária arruma uma caixinha e o que o novo cachorro da família precisa para cuidar dele. Vitor retorna para fazenda e é recepcionado por Cohiba na porta do carro.

– Calma garota...- sorri, empurrando a porta com a bunda. Elias! - chama o funcionário.

– Sim! - se aproxima correndo.

– Me ajude aqui...

– Claro! - segura algumas sacolas.

– Vamos...- seguem para a sede.

Entram na casa e Elias coloca as sacolas no sofá, como Vitor pediu.

– Obrigado Elias.

– De nada! - sorri. Com licença!

– Vitor! - Paula chega correndo, toda suada.

– Oi...- vira-se para ela.

– Onde foi? - se aproxima dele.

– Na cidade... Cadê Vitória?

– Com mamãe...

– Busque ela, tenho um presente!

– Tá...- sai e logo retorna com a filha e a mãe.

– Tenho uma surpresa...- se abaixa com a caixa do cachorro.Vem aqui, Vivi!

– Um presente, meu amor! - Paula se aproxima de Vitor com ela.

– Olha aqui...- abre a caixinha e tira o filhote.

– AH MEU DEUS! - se apaixona pelo cachorro. Vitória...- pega da mão de Vitor. Olha aqui! - ri. Seu cachorrinho! - pega a mão dela e passa no cachorro.

– Que fofo! - Dulce se aproxima para ver.

– Temos que escolher um nome! - Paula beija o filhote. É muito lindo! - sorri.

– Deixa ela pegar, Paula...- vê a filha esticar os braços.

– Aqui, meu amor...- coloca no colo dela e a bebê ri.

– Gostou? - riem. Ele não morde...

Apresentam Vitória ao seu mais novo amigo e começam a debater o nome. Por fim, o filhote se chama Algodão.

– Mamãe vai tirar uma foto dele! - se levanta com ele na mão. Vamos colocar aqui...- coloca dentro da caixinha. Olha que folgado! - riem da posição do cachorro.

Paula tira foto e depois Vitor pega o filhote e leva até uma das mesas próximas da casa, colocando dentro de um vaso de enfeite e tirando também.

– Vitor! - riem.

– Nosso mais novo enfeite! - retira, colocando no chão.

Lucy chega na sala e eles deixam Vitória com ela e Algodão. Dulce vai para cozinha ajudar Diva em um doce, enquanto Sol faz um bolo. Vitor pega as sacolas e vai para o quarto, acompanhado de Paula.

– Vitor...- fecha a porta.

– Sim? - coloca encima da cama. Preciso levar isso na adega...- pega o vinho e os charutos. Ah...- vê o bolo. Mamãe mandou esse bolo para Vitória.

– Você foi até sua mãe?

– Fui.

– Ah...- pega o bolo. Quero conversar com você...

– Não tem nada que possamos conversar.

– Tem! - coloca o bolo na cama e se aproxima dele, o acariciando. Me desculpa... Nunca trocaria a vida que eu tenho... Porque só vivo onde você viver. Usei aquelas palavras para te atingir...

– Você sente falta de BH, de seus amigos...

– É uma falta normal. Uma saudade comum. De como você também sente da sua terra...

– Nunca proibi você de receber seus amigos, de ir visitar Belo Horizonte... Não entendo. Por que você faz essa imagem de mim?

– Não sou eu, Vitor! - o observa. As pessoas que pensam outra coisa...

– Então o problema sou eu...

– Não! Você não é o problema. Sabe o que farei? Vou convidar todos para verem que você é tão incrível quanto imaginam... Mas, também é acessível. Eles pensam que por você ser tão... É muito fechado. Mas, isso vai passar.

– Faça como quiser, Paula...- se afasta dos carinhos dela.

– Me perdoa... Por favor.

– Não tenho o que te perdoar! Esquece esse assunto...- mexe nas sacolas.

– Você vai ficar assim comigo...

– Não...- respira fundo.

– Vou voltar a malhar...- vai saindo chateada.

– Paula...

– O que? - vira-se para ele.

– Sobre o aniversário...- vai pensando no que falar, como dar o braço a torcer.

– O que tem?

– Pode ser no convertion... Desculpa se falei alguma coisa. Enfim...- começa mexer nos charutos.

– Você não vai se sentir mal, sendo lá?

– Não. O importante é Vitória.

– Tá...- sorri, abrindo a porta e saindo.

Paula retorna à academia. Não demora muito e Vitor aparece, encostado na porta. Ela só percebe sua presença tempos depois.

– Quer malhar? - desce da esteira, retirando os fones.

– Não...- senta um aparelho próximo a ela. Prefiro outro tipo de malhação...

– Sei...- ri.

– Quando volta pros shows?

– Depois de amanhã! - bebe água de sua garrafinha.

– Hum...- observa.

– E você? - fecha a garrafa e joga em um aparelho.

– Também. Na verdade tenho gravação depois de amanhã...

– De quê?

– Do Jo.

– Bacana! - sorri. Acho que deu por hoje...- observa o quanto malhou.

– O que vai fazer agora? - se levanta.

– Tomar um banho e depois tomar café!

– Está um tempo estranho...- olha a janela.

– É...- observa. Não está aquele sol incrível... Mas, também não está com cara de chuva.

– Só vento...

– Sim! Vou indo para o quarto...- sai.

Vitor a acompanha e no caminho ela vai contando sobre o batizado. Eles escolheram como padrinhos Leo e Cintia, e precisavam oficializar o convite.

– Podemos fazer isso por telefone...

– Telefone Vitor? - entram no quarto. Não quero discutir com você...- vai para o banheiro.

– Ok...- deita-se na cama.

Enquanto Paula toma banho, Vitor acaba cochilando. Ao sair, ela se arruma e deita-se ao lado dele, acariciando-o.

– Cochilei...- sorri, ainda de olhos fechados.

– Continue quietinho...- deita no peito dele.

– Estou cansado das nossas brigas...

– Eu também...- segura a mão dele.

– Falei com Laura hoje, sobre o Ernesto.

– Vitor...- senta, inquieta com o assunto.

– Calma...- faz o mesmo, segurando a mão dela. Ela vai cuidar de tudo...

– Que bom! - se levanta. Vamos tomar café...

– Tudo bem...- se levanta. Vamos...- saem juntos.

Seguem para cozinha e Sol os avisa que serviu o café no exterior da casa. Vão para a varanda da entrada e sentam-se, conseguindo observar Vitória com Lucy e Dulce a poucos metros.

– Ela adorou o cachorro...

– Sim! Quando vi lembrei dela...

– E de mim? Porque eu amo cachorros.

– É, eu sei! - bebe seu suco. Mas...- coloca na mesa. Te comprei outra coisa...

– Vou ganhar presente? - se anima. Adorei...

– Há dias preciso te falar uma coisa...

– O que foi?

– A lancha que comprei, chegou.

– Que maravilha! Vamos inaugurar quando?

– Quando você quiser! - sorri. É uma pena que aqui não tenha algum rio... Daí você convidaria seus amigos para andarem aqui.

– Não quero andar com meus amigos em algo que é da família... Quero andar com você, com Vitória.

– Pode ser amanhã, vamos ver...

– Tá...- pega um pedaço de bolo e come. Hum... Que delícia esse bolo!

– Montei um prato mais light...- tira uma foto.

– Estou vendo...- ri.

– Vitória está demorando andar...- observa a filha.

– Está no tempo certo, Vitor... Até o primeiro ano e alguns meses é normal ela não andar. Cada um tem seu tempo.

– É...- come. Ligue para Leo e diga que amanhã iremos almoçar na fazenda dele.

– Ok..

– E peça para Cintia ir... Faremos o convite.

– Pode deixar! Vou ajeitar tudo...

– E leve também um biquíni grande! - a encara. Grande! - ela ri.

– Agora que levarei um minúsculo! - o provoca.

– Já dei o recado! - limpa a boca.

– Vitor...- Sol se aproxima com um telefone.

– Oi Sol! - se vira para ela.

– Desculpa incomodar, mas disseram que era urgente...

– Que estranho! - pega. Obrigado, Sol...

– Ué...- Paula se preocupa.

– Alô?

– Vitor, é o Leo...

– Por que ligou no residencial? O que houve?

– Estou ligando para dar uma notícia!

– Então diga!

– Tati entrou em trabalho de parto!

– Já!? - sorri. Mas, não estava marcado...

– Sim! - interrompe. Mas, José quis se adiantar! - riem.

– Parabéns, meu irmão!

– Ligarei assim que nascer!

– Faça isso! Estarei aguardando...

– Queria te pedir um favor...

– Sim!?

– Fique com Antônio e Matheus amanhã? É só amanhã...

– Tudo bem, ficaremos com eles. Por falar nisso... Amanhã irei até sua fazenda, receber a lancha que te falei.

– Ótimo! Podem ir... Leve os meninos e fique um tempo por lá. Eles dão menos trabalho na fazenda - riem.

– Está certo! Não deixe de me manter informado.

– Não deixarei! Obrigado por tudo, te amo.

– Também te amo, Leo! - sorri.

– Abraços! - desliga.

– O que aconteceu? - pega Vitória que acaba de chegar com Dulce.

– Tati entrou em trabalho de parto! - sorri.

– Que maravilha! - se animam.

– Que Deus a ilumine! - senta-se.

– Amanhã teremos que ficar com os meninos... Mas, vamos a fazenda do Leo.

– Tudo bem! Ele vai ligar quando o bebê nascer?

– Vai! - sorri.

– Seu priminho está nascendo Vivi! - brinca com ela. José...

– José que queriam que fosse Maria!

– Vitor! - riem.

– Não achei certo Leo sair falando que queria que fosse menina... Depois José cresce, vê o que o pai falou...

– É chato... Mas...

– Leo tem que aceitar que a menininha quem deu fui eu! Né, meu amor? - entrega um pedaço de bolo.

– Aiai...- riem.

Passam o resto dia juntos. Quando a noite chega, Dulce retorna para a cidade e Paula e Vitor ficam sozinhos com a filha e os funcionários.

– Diva...

– Oi...

– Sol já foi?

– Já sim!

– Pode ir para sua casa hoje... Estou em casa!

– Está bem! - sorri. Vou fechar aqui...

– Ok... Cadê Lucy?

– Está fazendo Vitória dormir...

– Vou falar com ela...- vai para o quarto da filha. Lucy? - abre a porta.

– Oi...- sussurra.

– Pode ir...- sorri, indo até o berço. Pode dormir na sua casa hoje... Estou com elas.

– Está bem! - sorri. Ela acabou de dormir... Acho que só acorda amanhã, está tão cansada.

– Brincou bastante, né...

– Muito! Amou o cachorrinho.

– Sim! - acaricia a filha.

– Já vou indo então...- pega umas roupas encima de um sofá no quarto.

– Sua mãe está te aguardando na cozinha...

– Até mais Vitor, tchau pequena...- cobre Vitória e sai.

Vitor desliga as luzes do quarto, deixando apenas luzes baixas do abajur. Vai até seu quarto e escuta Paula cantarolando no closet, sorri sozinho e silenciosamente começa observá-la.

– A preta...- entra, sentando-se na poltrona no centro do closet.

– Faz muito tempo que está aí? - ri.

– Não...- sorri, a encarando.

– Essa preta? - segura a camisola.

– Pensando bem... Preferia do jeito que você já está. Ou ainda está...- sorri. Saiu do banho agora?

– Sai...- senta-se no colo dele.

– Está cheirosa...- a beija.

– Onde está nossa filhotinha?

– Dormindo feito o anjinho que ela é!

– Isso significa...- se ajeita na poltrona sobre ele.

– Significa que...- riem. Mas, quero uma coisa diferente...

– Diferente? Como assim?

– Vamos estrear a adega...- a levanta do colo dele.

– Verdade...- sorri.

– Vou tirar aquele vinho que comprei... Tem chocolate aqui?

– É bem provável que tenha! - coloca a camisola que ele escolheu. Vamos lá procurar...- saem do quarto. Vi... Vai indo, vou ver Vitória antes...- entra no quarto da filha, indo até o berço. Está mimindo...- sussurra sorrindo.

Paula observa a filha em sono profundo. Pega mais um cobertor e coloca sobre ela, junto da girafinha que era sua antiga companheira de infância e agora passou a ser da sua bebê.

– Durma bem, meu amor...- beija sua mão e coloca sobre Vitória.

Deixa a porta com uma brecha e vai para a cozinha, onde Vitor está quebrando o chocolate em uma panela.

– O que vai fazer? - pega um pedaço dentro da panela e come.

– Derreter! Pegue essas frutas na geladeira...

– Hum...- abre a geladeira. Fondue? - sorri, pegando o que ele pede e colocando sobre a mesa.

– Sim! - a beija.

– Por que não falou antes? - vai até um armário e retira uma panela própria. Coloque aqui...- leva até ele. Pegue um pouco de álcool na dispensa...

Vitor despeja o chocolate na outra panela, enquanto Paula começa lavar as frutas. Vai até a dispensa e retorna com o vidro de álcool.

– Coloco aqui? - pega o fogareiro abaixo da panela.

– Isso! - olha. Coloque pouco...

Vitor prepara o fogo e começa ajudar Paula a terminar com as frutas.

– Amor... Acho melhor ficarmos por aqui... Vitória pode acordar...

– Pensei nisso...- concorda. Vamos para a sala...

– Outro dia, quando alguém ficar com ela, nós vamos para a adega... Sem preocupações! - sorri para ele que a beija.

– Pronto? - seca a mão.

– Sim! - come um morango. Está docinho...- pega a vasilha com as frutas. Daqui os palitinhos...- pega. Vamos...

– Vamos...- pega a panela com o chocolate.

Paula afasta a mesa de centro e colocam tudo no chão, com algumas almofadas para se apoiarem.

– Vou pegar o vinho...

Enquanto ele vai até a adega, ela pega algumas velas e as acende. Desliga as luzes, deixando apenas as velas.

– Pronto...- retorna. Ficou mais aconchegante assim...- sorri, sentando-se.

– Também achei...

– Senta aqui...- arruma as pernas para que ela encaixe nele. Quero sentir seu cheirinho...- a ajuda.

– Como vai comer? - ri.

– Você vai pegando e me dando...- coloca os cabelos dela de lado.

– Tá... Qual fruta quer primeiro?

– Jabuticaba.

– Vitor! - riem. Vou te dar...- passa no chocolate. Um moranguinho...- leva até a boca dele.

– Hum...- come. Muito bom! Caiu chocolate aqui...- passa o dedo na panela e coloca na perna dela.

– Já vai começar? - ri com a boca cheia.

– Você comeu dois morangos de uma vez?

– Hã? - mastiga rindo.

– Você comeu dois morangos! - a encara. Você me deu só um, Paula! Isso não vai ficar assim...- pega uma colher e enche de chocolate.

– Vitor! - proteja o rosto rindo.

– É para mim comer...- coloca na boca.

– Ah bom...- ri.

– E você também...- passa o resto na boca dela.

– AH! - grita sem querer. Para com isso! - segura a mão dele rindo. Vitor...- riem.

– Está linda!

– Estou né...- beija-o. Agora estamos! - ri do rosto dele, cheio de chocolate.

– Quero mais disso! - ri.

– Você é muito...- pega mais uma fruta e passa no chocolate.

– Para mim esse...- segura o braço dela e leva até sua boca, sujando todo o chão.

– Meu Deus! - ri. Você quis fazer isso para sujar tudo?

– Nem posso dizer minha intenção com isso...- passa um paninho que trouxeram no chão, tirando o que caiu.

– Hum... Não é? - come. Muito indecente sua voz...- olha para ele que ri.

– Não, minha Pulinha... Não há indecência! - tira o palitinho da mão dela. Há amor... Tanto amor que não cabe em mim! - a segura, beijando.

Ela se entrega aos carinhos que a boca dele vai trilhando sobre a dela. De sorriso a sorriso, eles se olham, respiram e repetem o vício.

– Eu te amo...- sussurra.

– Eu sei, sua boba! - riem baixo. Por que ainda abaixa a cabeça para rir? - levanta o rosto dela. Não me olha nos olhos, mesmo depois de tanto tempo... Do nosso casamento...

– Não é fácil... Se sentir roubado por alguém dessa maneira. Não é fácil te olhar nos olhos diretamente... A gente não costuma se perder tanto... E eu me perco.

– Não sabia que ainda era assim!

– Vai ser sempre assim! Sempre...- sorri.

– Quer mais um? - pega um morango.

– Quero! - abre a boca.

– Tá...- passa no chocolate e dá para ela.

– Isso é maravilhoso! Poderíamos fazer hoje e sempre...- limpa o chocolate que caiu na boca.

– Também acho! - come. O vinho...

– Eu pego...- coloca nas taças e serve ele. Aqui...

– Um brinde? - propõe.

– Ao que?

– A nossa noite que está apenas começando! - sorri.

– Sim! - brindam e bebem em seguida.

– Sabe o que um morango disse ao outro? - coloca a taça no chão.

– Não! - ri. Mas, já imagino... Você e suas piadas sem noção!

– Credo! - riem. Também não vou falar mais!

– Diga...- come mais uma fruta.

– Nada.

– Diz Vitor... Estava brincando! - ri.

– Já disse! Eles não disseram nada... Morango não fala! - ri.

– Você me pegou de novo com isso? - ri dele. Lembra da pizza aquela vez?

– Sim! - riem.

– Palhaço! Não tem graça contar a mesma piada...- ri.

– Você está rindo!

– Estou rindo da sua falta de criatividade...- riem.

– Tenho outra...- pensa. Um caipira andando pela orla do RJ com seus porcos de estimação, encontra um surfista...

– Sim...- presta atenção.

– O surfista pergunta pro caipira o que ele estava fazendo com aqueles porcos, e o caipira todo cismado diz que são de estimação e pergunta se pode apresentá-los ao surfista, que aceita... "Intão...- imita o caipira. Esse aqui ó é seu pai...- aponta. Esse "oto" é sua tia... Esse aqui é..." O surfista todo invocado, começa olhar torto e responde "Aposto que esse outro aí é sua mãe!" o caipira olha para ele e responde..."Não... Sua mãe eu comi no natal!" - riem.

– Vitor, onde você vê essas coisas? - ri.

– Por aí...- ri dela. Só você ri dessas piadas sem graça!

– Eu rio de você contando! - ri.

– Estou vendo! - riem. O bom é isso...- olha para ela, a ajudando tirar o cabelo do rosto enquanto come. É rir sem muita razão... Sem...- fica em silêncio e Paula começa o observar.

– O que foi? - lambe o dedo de chocolate. Estava falando e parou...- sorri. Vitor... Chamando terra...- olha para ele.

– Oi...- olha para ela.

– O que foi? - se preocupa. Falei alguma coisa que...

– Não! - sorri. Estava pensando em uma coisa...

– Que coisa?

– Que meu avô dizia... Estava lembrando... Mergulhei no passado!

– Sim! - o acaricia. Quer contar?

– Quando Leo e eu chegávamos da escola, nosso avô sempre nos esperávamos com balas da erlan... Ele fazia uma brincadeira com as mãos, para que adivinhassemos em qual delas estava a bala...- sorri ao lembrar. A gente ria tanto, Pulinha....- olha para ela, que segura sua mão. Ria sem tanto motivo, ria até a barriga doer só ao ver meu avô rir. A gente sentia um amor tão grande... E agora a gente rindo por besteira, coisas que nem graça têm, mas rindo... Um rindo do riso do outro... Eu lembrei de tudo.

– Vi...- se deita sobre as pernas dele. Gosto tanto quando fala da sua infância...

– Eu também gosto de lembrar...- acaricia os cabelos dela. Atrás da casa do meu avô tinha um morro. bem alto... Eu e Leo adorávamos brincar nele. A gente escorregava e caia em folhas de bananeira que tinha lá embaixo! Um dia fui pular e pulei errado...- ri. Me estabaquei lá embaixo e quebrei um braço!

– Meu Deus...- ri. Você deu muito trabalho para sua mãe!

– Sim! Confesso que dei...- ri.

– Era o queridinho dela...

– Não...

– Era sim! - sorri.

– Acho que eu era o mais fraco...

– Não... Você era o mais sensível! Talvez por isso sua mãe tivesse mais proteção com você...

– É... Pode ser. Na escola me chamavam de "poetinha"...

– Mas, você é o poeta! - sorri. O meu poeta... Só meu! - segura a mão sobre seu corpo, beijando-a.

– Quer mais? - pega a fruta com chocolate.

– Quero...- ele coloca na boca dela.

– Me fala um pouco mais da sua infância...

– Da minha?

– É... Daquele rio que tinha perto da sua casa que você gostava de brincar sempre...

– Mas, já te falei tanto isso...

– E eu já te falei tanto sobre aquele morro da casa do meu avô. Já te falei tanto sobre como quebrei meu braço, meu nariz... Por isso ele é tortinho assim. E você sempre me ouviu, de novo e de novo, e de novo... Quando isso acontece eu tenho certeza, aqui dentro do meu peito, de que quando ficarmos idosos e eu começar a repetir as falas, você ainda vai ser atenciosa em me ouvir pela milésima vez...

– Eu amo te ouvir.

– Eu amo te ouvir...- sorriem.

– O dia que mais gosto de lembrar foi quando andei com um cavalinho que meu pai tinha, pela primeira vez. Foi uma sensação inexplicável...- lembra com olhos brilhando. O vento no rosto e eu rindo daquela vida tão incrível... Mesmo sofrida. Sabe quantos anos eu tinha?

– Você tinha...

– Não! - o interrompe. Finge que não sabe... Finja que não sabe algo de mim ao mesmo por uma vez...

– Tudo bem...- sorri.

– Eu tinha só sete anos! E desde então eu monto à cavalo... E nunca levei um tombo sequer. Quero muito que Vitória monte!

– Pelo jeito que ela adora ir aos cavalos, irá montar!

– Quero para nossa filha o que não tivemos...- se levanta do colo dele, o olhando. Mas, eu também quero para ela toda a nossa felicidade de infância, mesmo com tão pouco. Quero que Vitória encontre um amor como eu te encontrei e que eles possam contarem e ouvirem as mesmas histórias, um do outro, com a mesma alegria que nós...- se emociona. Ela é um pedacinho, Vitor... Meu e seu! - sorri. E quando penso nisso, percebo o quanto Deus sabe o que faz... O quanto ele foi generoso comigo!

– Paula...- enxuga suas lágrimas. Eu te amo! - sorri. E...- ri, entre o choro. Mesmo sendo tão ciumento, eu desejo que nossa filha tenha um amor como o nosso! - a traz para seu peito.

– Vamos contar histórias de shows de agora...- riem, secando as lágrimas.

– Tenho uma para te contar...- a ajeita em seu colo novamente. Essa é nova... Você ainda não sabe.

– Oba! Novidade... Me conte...

– Não sei se você irá comemorar quando eu terminar de falar...

– Já não gostei...- se preocupa.

– Vou te falar antes que você leia em algum lugar, alguém maldoso falando...

– Conte Vitor, sem enrolação!

– Não conheço aquela mulher, nunca a vi! Foi ao camarim como qualquer outra fã, mas quando abriu a boca eu já sabia que vinha coisa! Insinuação de todas as formas... Eu e Leo nos olhamos e Leo já propôs que tirássemos a foto para que ela saísse...

– E?

– E que na hora da foto ela levou a mão onde não devia!

– O quê? - sai do colo de Vitor para olhá-lo melhor. Qual lugar?

– Paula... Isso não importa...

– Foi lá?

– Pulinha...

– Foi...- deduz. E o que você fez?

– Me afastei...

– Como pode existir mulheres assim?

– Tem mais...

– Mais? - se entristece.

– Calma... Vem aqui...- a puxa para perto de si novamente. Ela postou vídeos, fotos do show na rede social dela como se eu tivesse algo com ela, só me marcando, deixando comentários ridículos!

– Pensei que te respeitassem!

– Só aconteceu agora! Sempre me respeitam! Isso nunca mais vai se repetir...

– Que chato isso, Vi...

– É... Quis te contar antes que você lesse algum comentário maldoso.

– Confio em você!

– Ás vezes fico em dúvida disso...

– Só não confio nas mulheres que ficam passando a mão no que é meu!

– Entendi...- riem.

– Você não gostou não, né!?

– Paula! Pelo amor de Deus... É claro que eu... Não gostei! - riem. Prefiro quando é você!

– Sei...- o abraça rindo. Queria estar com você em todos os shows... Afastar essas mulheres...

– Tenho uma outra novidade...

– Diga...

– Vou fazer um show aqui em Uberlândia, no aniversário da Erlan.

– Que maravilha! - se entusiasma. Mas, que dia é?

– É na próxima semana, será em uma segunda! Você tem show?

– É bem provável que não! - sorri. Nem acredito que vou assistir a um show seu...

– Podemos levar Vitória dessa vez...

– Você está falando sério?

– Sim! Ela nunca me viu trabalhando...

– Vitor! - o abraça feliz. Ela vai amar tanto quanto eu! - ri.

– Vou ficar tão feliz dela estar lá! - ri.

– Eu sei! - sorri.

– Vou proibir Leo de ficar com graça pro lado dela...

– Que ciúmes bobo, Vitor! - ri.

– Bobo nada! - levanta Paula de seu colo, se levantando.

– Onde vai?

– Pegar uma coisa... Já volto! - sai.

Paula amarra seu cabelo enquanto Vitor vai até o quarto deles. Ele abre o cofre e retira uma caixa, retornando a sala.

– O que é isso?

– Vou te mostrar...- senta-se ao lado dela. Eu ia mostrar isso só quando Vitória fizesse um ano... Mas, acho que mostrando agora, você pode me ajudar...

– Nossa...- fica curiosa. O que é? - olha para ele.

– Calma...- abre a caixa. Olha...- retira um livro.

– Meu Deus...

– Cuidado...- entrega para ela.

Ela começa a folhear, com muito cuidado.

– Vitor...- olha-o sorrindo. São nossas fotos...

– É nossa vida! - folhea até determinada página. Em fotos e cartas.... Lembra dessa?

– Sem você...- ri. Você escreveu e me deu como uma poesia ainda...

– Sim, e você fez música! - sorri.

– E fiz ainsa música da música! - ri. Em Eu Sem Você...- folhea as fotos. Não só no nome, mas eu cito a história dessa música...

– "Uma poesia em forma de canção..."

– Sim! Tivemos tantos momentos, né!? Olha essa Vi...- pega. Meu Deus...- se emociona. Tem tanto tempo...

– Acho que uns 15 anos... Eu, você e Fernandinho.

– Lembra o que ele dizia nessa época? Que ia ser garçom no dia do nosso casamento! - riem. Vitor...- olha para ele. Você aprontava tanto com ele! - ri. Lembro que ele falava que um dia falar pros nossos filhos que você não prestava!

– Eu ria muito com ele! - riem. Não tinha tempo ruim com Fernandinho...

– Nossa! - pega uma foto. Essa foto! Foi na casa do seu avô...

– Um dia depois da nossa primeira vez!

– Foi! - ri. Que vergonha lembrar...

– Vergonha porque? - olha para ela. Já estamos na milésima quinta oitava nona décima quarto milésima novamente vez! - riem.

– Palhaço! - ri dele.

– Tem muito mais... Mas, quero que veja essas...- passa as páginas.

– O nosso casamento! - sorri.

– A sua gravidez...

– Meu Deus! - para a mão dele em uma foto. Você quem tirou essa...- sorri.

– Sim! - sorri.

– São tão lindas Vitor...

– E aqui...- passa mais umas páginas. Vitória...

– Nosso filhote! - sorri para ele. Ela é tão linda, né!? Dizem mãe sempre vai achar lindo! - ri, secando as lágrimas que escorrem. Mas, ela é linda! A coisa mais linda que saiu de mim!

– Não sei nem o que dizer... A cada vez que olho para Vitória, me desconheço. Parece que já não sou o homem de minutos atrás, nem serei o mesmo nos próximos minutos. Ela me transforma...- olha para foto. Eu, um homem tão sem...- respira fundo. Ter minha vida revirada por um ser tão pequeno e que eu amo tanto! - se emociona.

– É a canção mais bonita que a gente já fez junto, né!? - riem e choram ao mesmo tempo.

– Ela é a coisa mais linda que fizemos na vida! - acaricia Paula. Nos amamos com tamanho amor que ela precisou existir daquele momento...- sorri.

– Depois quero ver esse álbum melhor! - fecha. Ler cada coisinha, ver cada fotinha. Rir mais, chorar mais! - riem.

– Sim! Olha...- pega a chave da caixa. Fique com uma...- tira uma cópia do chaveiro. Guardo no nosso cofre! Porque para mim isso aqui é a maior riqueza que a gente tem nessa casa... Gosto de ficar olhando, remexendo...

– Vou guardar...- coloca na caixa, a trancando.

– Não quer ler alguns poemas?

– Agora não...- coloca encima do sofá.

– Tudo bem...- coloca sua chave encima da mesa.

– Quero aproveitar o tempo que temos...- sorri, indo até ele.

– Gostei disso...- ajeita-se com ela em seu colo.

– Vou ver tudo depois com mais calma...- mexe no cabelo dele. Já passamos por tanto, né?

– Muito... Se pararmos para pensar vivemos tudo até aprender a vivermos juntos! - riem.

– Verdade...- sorri.

– Eu te amo! - olha para ela.

– Quando ouço você dizer isso, penso em muitos que já me disseram o mesmo... Só que sinto uma paz ao ouvir que nunca senti com ninguém mais!

– Me sinto honrado...- ri.

– Eu te amo! - beijam-se.

Beijam-se a pele, a alma, as vontades. Deixam a mente desligar e a chama forte de suas paixões guiarem os próximos caminhos. Permitem-se se desejarem mais a cada roupa que já não lhes vestia. A cada dedo que circulava por íntimos quentes, suplicantes. Por cada beijo que pareciam arrancar um do outro... Por fazerem daqueles longos minutos todos os seus desejos em um só corpo. Extasiados, entrelaçam-se um ao outro, entre carícias despretensiosas e beijos.

– Amo o terminar o dia assim...- segura a mão dele sobre o corpo dela.

– No nosso caso, seria começar o dia assim...- riem baixinho. Eu esqueço de tanta coisa quando estou com você... Esqueci até do seu presente!

– Verdade...- sorri, levantando a cabeça para olhá-lo melhor. O que é meu presente?

– Não posso dizer...- faz graça.

– Já entendi! - ri. Poderia ter usado hoje...

– Mas, não quero que você use nada! - a abraça, beijando-a.

– Será que o bebê do Leo nasceu?

– Não sei...- coloca o cabelo dela para trás. Acho que não... Ele disse que ligaria.

– Amanhã, antes de irmos para fazenda dele, vamos passar no hospital...

– Sim!

– É uma pena não conseguirmos almoçar com eles, como queríamos...

– Faremos o convite depois!

– É o que nos resta, né!?...- deita-se sobre o peito dele.

Vitor mexe no cabelo dela enquanto relaxa com o corpo dela sobre o seu. Não demora muito e Paula adormece e ele, ao perceber, cuidadosamente a leva até o quarto.

– Vitor...- diz sonolenta.

– Shiu...- a beija, deitando-na cama. Cuidado...- a ajeita. Já venho! - a cobre e sai.

Vai até a sala e veste-se, levando todas as coisas para a cozinha. Retorna e pega a caixa, seguindo para o quarto. No caminho, entra no quarto de Vitória para vê-la e sai ao confirmar que está tudo bem. Guarda a caixa novamente no cofre e vai tomar um banho. Ao terminar, deita-se, ainda sem sono.

– E transforma tudo em...- pensa. Esqueci...- vira para Paula. Pulinha...- a cutuca. Pulinha...- mexe nela.

– Hum...- se afasta dele.

– Acorda...- se aconchega nela. Não consigo dormir...- mexe no nariz dela.

– Vitor...- tira a mão dele. Por favor, né!? - se vira para ele.

– Paula...- ri.

– Chega...- o encara. Isso vai ser sempre agora?

– Só estou dizendo que não consigo dormir...- se levanta.

– Onde vai?

– Atrás dos meus charutos! - sai do quarto e ela se vira novamente para dormir, cansada para ir atrás dele.

Vitor vai até a adega e pega seus charutos. Retorna para a sala e senta-se em uma poltrona, tragando-o enquanto pensa. Inquieto com os dedos sobre o móvel, repensa em uma melodia que tem em mente e pega seu celular para registrar. Ao visualizar a tela vê a fotografia da filha sorrindo e sorri junto, lembrando de todos os momentos com ela. Isso o faz pensar em todo amor que carrega dentro de si, capaz de estar onde quer que sua filha estivesse. As horas se passam e em uma nota em seu IPhone, ele já tem pronta uma música. Observa o relógio que aponta 6:30h da manhã. Termina seu charuto, postando uma foto no instagram.

"Fuja, para si mesmo enquanto é tempo!"

Começa a vasculhar a rede social e vê uma caricatura da Paula. Resolve postar também.

"

❤ 👏"

Desliga o celular e vai para o quarto. Lava-se novamente e deita-se com Paula que dorme tranquila.

– Boa noite...- a beija, a colocando sobre si.

Não demora e o sol surge na varanda do quarto, incomodando Vitor, que resmunga se virando novamente. Paula, já de pé, abre as cortinas mais ainda ainda e vai até ele.

– Vitor! - sobe na cama. Vitor! - o balança. Leo telefonou! - sorri. O bebê nasceu!

– Uhum...- ronca novamente.

– Que saco! - bate nele. VITOR! - o cutuca.

– O que é, bicho!? - se vira nervoso.

– Acorda! Já são 10:00h.

– E daí? - vira-se dormindo novamente.

– Que horas nós vamos ver o bebê do Leo?

– Bebê? - diz de olhos ainda fechados. Paula, já conversamos sobre isso...

– Eu mereço! - respira fundo, pega um travesseiro e joga nele. Vitor!

– O QUE É? - se senta, passando as mãos entres os cabelos.

– Não precisa gritar! - sai da cama. Olha só...- o encara. O bebê do Leo... O FILHO DO LEO...- grita, fazendo gesto. NASCEU! NASCEU... ENTENDEU? O José nasceu, o seu sobrinho nasceu!

– Precisa falar assim? - se levanta.

– "Pecisa falar assim" - o imita. Sua roupa já está pronta no closet, vá tomar um banho...- bate na bunda dele.

– Para! - tira a mão dela.

– Você só gosta que outras fiquem passando a mão, né!? - o acompanha até o banheiro.

– Só! - tira a roupa e entra na ducha. Elas ao menos não gritam, não incomodam! Só passam a mão! - joga água nela.

– Não faz isso! - pega a toalha e se protege. Pois você vá pedir para elas passarem a mão nas suas coisas de agora para frente!

– Tá...- ri, despejando o shampoo na mão. Será uma delícia! Uma a cada dia...- lava o cabelo.

– Delícia vai ser minha mão na sua cara, Vitor! - diz nervosa. Anda logo! - sai.

– Paula! - ri.

Termina seu banho e vai para a cozinha, onde Paula está com Vitória que fica olhando para Algodão no chão.

– Bom dia! - beija a sua filha. O Algodão, meu amor? - ri. Depois você brinca...- beija-a novamente e se senta.

– Diva! - a chama.

– Hum! - aparece.

– É assim que responde? Hum? - a olha.

– É...- o encara. Algum problema? Falo hum quantas vezes eu quiser!

– Hoje nessa casa está todo mundo de tpm! Menos você, Vivi...- sorri para filha.

– E eu lá tenho tpm, Vitor!? Já passei dessa fase há muito tempo!

– Diva! - Paula ri.

– Qual a explicação de tanto mau humor? Eu que dormir apenas três horas, estou aqui... Lindo e cheiroso.

– Está aqui se achando... O pau da placa! - encara ele. Diva...- olha para a funcionária. Agora tem gente nos camarins passando a mão nas coisas dele! E ainda diz que gosta...- bate nele.

– Tem gente passando a mão nas suas coisas?

– Minhas coisas não são assunto para o café da manhã... Deixa tudo aqui, quietinho. Me traz um café, Diva!

– Por?

– Agora! - ela revira os olhos e vai buscar o café dele. Essa Diva! - riem.

– Vitória acordou cedo!

– Cedo que horas? - pega um pedaço de pão.

– Cedo, cedo! Cedo, às 7:00h.

– Fui dormir nesse horário...

– Vitor... Você precisa começar a regular seu sono!

– Paula, não adianta... Você é muito esperta também...- come. Enquanto quer algo comigo, fica acordada...- Paula o olha incrédula. Depois...

– Seu café! - coloca na mesa. Forte como você gosta! Toca a campainha se quiser algo mais! - sai rindo.

– Depois eu vou dormir mesmo! Vou ficar fazendo o que!? Já usei das suas coisas.

– Minhas coisas novamente na conversa? - riem.

– Bom dia! - Dulce chega.

– Ué, mãe! - a cumprimenta. Veio com quem?

– Cintia...- se senta. Está estacionando o carro...

– Entendi...

– Quer café? - Vitor oferece.

– Quero!

– Tá...- pega os talheres e bate. DIVA? - bate novamente.

– Que isso? - riem.

– Levou a sério, hein? - aparece.

– A Dulce quer café!

– Oi Dulce...- a cumprimenta. Vou buscar! - sai.

– Diva agora está assim comigo...- olha para a sogra.

– Mãe, José nasceu! - sorri feliz.

– Nasceu? Como você não me disse antes? - se levanta correndo.

– Eu tentei dizer várias vezes e ele não me deu ouvidos!

Vitor telefona para o Leo que atende de mediato. Fala entusiasmado sobre o filho e pede a visita do irmão.

– Logo irei! Vou terminar aqui...- sorri. Onde pego os meninos?

– Na casa da mamãe! Eles já sabem sobre o irmão... Traga-os aqui no hospital.

– Ok!

– Você vai receber a lancha agora de tarde?

– Sim! Passo aí e desço para sua fazenda... Quero dar uma volta ainda hoje! - ri.

– Vou até descer com você... A Cinthia (mãe da Tatianna), vai vir... Daí vou descansar um pouco.

– Está bem...Vou me arrumar e já estou indo!

– Faça isso! Te aguardo...

– Tchau! - desligam.

Retorna para a cozinha e Paula o observa.

– Você não prestou atenção em nada do que eu disse?

– Nada ainda é muito! - se aproxima dela. Me desculpa! - a beija. Estava com sono...- tenta se desculpar.

– Que horas nós vamos? - muda de assunto.

– Agora! Precisamos passar na minha mãe, pegar as crianças para irem pro hospital.

– Então é melhor ir dois carros? - diz Cintia que já havia chegado na casa.

– Oi Cintia! - sorri. Sim, vamos em dois! Se você não quiser dirigir, peço pro Elias.

– De jeito nenhum, eu dirijo meu carrinho!

– Então vamos meu povo!

– Calma Vitor...- se levanta. Segura Vitória...- entrega a filha. Vou pegar as bolsas, vem me ajudar mãe.

– Tudo bem... Vou esperar no carro! - vai para fora.

Paula termina de organizar as bolsas e leva para o carro.

– A senhora vai com a Cintia?

– Sim, para ela não ir sozinha!

– Está bem...- a beija. Nos vemos no hospital...- entra.

Dulce vai para o carro de Cintia, que já estava a aguardando e assim saem juntos rumo a cidade.


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