12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 76
Capítulo 74




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Vão para a sala e sentam, conversando sobre as crianças, as flores da casa, a vida. Algumas horas depois Marisa se despede junto a Antônio e Matheus que ainda saem falando na tal semente. Dulce resolve ir para a cidade também e Nilmar, para não deixá-la sozinha, a acompanha para passar a noite com ela. Quando todos saem, Paula e Vitor ajudam Diva retirar toda a mesa e fechar a casa, enquanto Lucy deita Vitória que já dormiu.

– Pontinho! - sorri. Fechamos tudo! E... Mais uma vez, minha Diva...- segura nas mãos dela. Muito obrigado por ter ficado até mais tarde, tenha certeza que será recompensada!

– Não se preocupem com isso! Faço tudo com amor e sou eu quem devo e sempre deverei para vocês!

– Diva...- a abraça.

Vitor se aproxima e abraça as duas. Terminam de se cumprimentar e a acompanham até a saída da cozinha, fechando a porta e as cortinas.

– Sozinhos...

– Viu só!? Percebeu que estamos realmente, totalmente sozinhos? Sem ninguém para nos...

– Shiu...- a interrompe. Se Vitória acordar acabou nossa festa, antes mesmo de começar! - se aproxima dela, a envolvendo pela cintura.

– Sinto cheiro de segundas intenções...

– Eu me comportei muito bem! Mereço que você me dê o prometido há algumas horas...

– Nem tão bem assim! Por que aquela mão nas minhas pernas? Ainda mais naquele momento...

– Eu amo minha mãe, meus sobrinhos, sua família... Mas, eu amaria estar sozinho com você naquela mesa!

– Quer um uísque? - se afasta dele.

– Paula...- reclama.

– Tenha paciência, meu amor... As coisas não serão como você quer!

– Já entendi... Espero na sala, sem gelo! - sai a encarado.

Senta-se em uma poltrona, virado para a cozinha, a aguardando vir de lá. Não demora muito e ela surge na porta, com um copo em mãos, seguindo na direção dele.

– Obrigado! - pega sorrindo. Posso? - indica o charuto.

– Se quiser beijar minha boca e o resto do meu corpo, nem pensar!

– Danem-se os charutos!

– Assim que eu gosto...- senta-se de frente para ele, cruzando as pernas.

– Você está linda!

– Eu sei! Uma mulher sabe quando está linda... E quando está sendo desejada também.

– Então...- coloca o copo ao lado, levantando-se, mas ela logo indica para que se sente novamente.

– No meu tempo!

– Tudo bem...- respira fundo, sentando-se novamente.

– Primeiro nós vamos conversar sobre uma coisinha...- pega um papel guardado nos seios.

– O que é isso?

– Quem é Edivânia Scholles?

– Não acredito! - ri.

– Não ria, Vitor! Esse papel chegou hoje, nas correspondências. Nunca abro suas coisas, mas como...

– Mas, como a curiosidade matou o gato...- a interrompe.

– Não...

– Enfim...

– Não fuja do assunto! Quem é essa mulher? Você é dono de uma casa; uma outra casa aqui em Uberlândia que quem mora é essa Edivânia! Quero saber quem é essa mulher! Por acaso você tem...

– Pense bem no que vai falar! - a interrompe novamente.

– Sei que você não seria capaz! - se levanta. Mas, me machuca ver isso... Não saber do que você fez, faz... Pegar uma correspondência sua e levar surpresas!

– Sei...- bebe mais um pouco.

– Vitor! Olha para mim...

– Sim...- a encara, respirando fundo.

– Quem é?

– Diva! Edivânia... Diva.

– Meu Deus...- se senta novamente. Como não pensei antes?

– Ciúmes! - se levanta. Posse, medo.

– Não! Pode ter sido medo sim, mas por não saber suas coisas... Enfim, foi ciúmes e posse...- admite. Medo de te perder! Eu te amo, tanto...

– É... Eu também! - sai para o quarto.

– Vitor...- o segue.

– O que você quer? - se vira para ela. Uma boa noite saciando uma necessidade minha e sua, ou uma boa noite de amor?

– Você sabe o que quero!

– Então hoje não estou mais disponível...- vai para o banheiro.

– Vitor...- chama, mas ele não retorna.

Se entristece pelo fim que tomou a noite. Vai ao closet e retira a maquiagem, prende o cabelo e separa uma roupa para dormir. O aguardar sair do banho, entrando em seguida. Vitor se arruma, apaga todas as luzes do quarto e deita-se. Paula termina seu banho, arrumando-se para fazer o mesmo. Se depara com tudo apagado e já sabe que ele não está nada bem com ela! Perfuma-se e deita em seguida.

– Boa noite...- o provoca; e ele não responde nada. Vitor... Eu sei que você está acordado! Não sei como pensou que eu iria acreditar que estivesse dormindo, a essa hora. Ainda é muito cedo para você...- ele não corresponde. O que fez na sua mãe? - silêncio. Aqui eu fiz muitas coisas também! Falei com minha mãe... É claro que ela ainda está magoada, mas também entendeu minha necessidade. Meu irmão logo vai embora, veio passar só uns dias... Trouxe os papeis dos shows para mim assinar, volto logo! Sol também ligou e disse que a mãe dela melhorou, volta na próxima semana! Aqueles brinquedos que você comprou para Vitória, chegaram! São lindos.

– Quero dormir...

– Não quer, não! Você nem dorme a essa hora, Vitor.

– Gostaria de dormir a essa hora, se alguém parasse de falar! - liga o luminária de seu lado.

– Você pensa que me irrita de uma maneira muito cômica! - ri.

– Já você me irrita de uma maneira muito real!

– O que não te irrita? Acredito que a única coisa que não te irrita na vida, é nossa filha. O resto...- cobre-se mais um pouco, encarando o teto.

– É! - puxa o cobertor para ele.

– Vitor, não comece com infantilidade!

– Amanhã compre uma cama maior!

– Farei isso, para ficar longe desse seu azedume!

– Não seja por isso... Os incomodados que se retirem... Saia da cama!

– Você não quer que eu saia da cama! - deita sobre ele. Pelo contrário...- beija seu peitoral. Que cheiroso...

– Paula! - segura a cabeça dela.

– Hum...- sorri. Amo quando faz isso! Ficava nervoso comigo, achando que vai conseguir se manter distante...- beija-o. Mas, não vai! Eu te amo tanto e você se irrita tanto comigo! - o encara.

– Não é para menos, não é!?

– Sei que posso exagerar muitas vezes... Mas, você sabe que é amor! Sempre soube e sempre vai saber!

– Não gosto que fique desconfiando de mim!

– Não...- se aconchega. Me desculpa... Não foi desconfiança, foi loucura minha!

– Seja o que for, não aprovo!

– Tudo bem... Me desculpa. Vou tentar me redimir da melhor maneira...- desliza sua mão sobre ele.

– Não vou te desculpar! Faça como...- engole seco. Paula...- a observa, sorrindo para si.

Paula o ama vagarosamente, saciando toda a necessidade que emana. Vitor, permite a posse das mãos dela sobre si, delicioando-se a cada toque e retribuindo em cada beijo. Senta-se e a puxa para seu colo, retirando sua roupa de dormir, acariciando cada espaço nu, vestindo o coração de uma pulsação cada vez mais acelerada. As almas pareciam se confundirem quando os dois encaixaram-se. A troca de ar a cada movimento, a cada beijo, era como se a guerra por mais de tudo aquilo desse as mãos a paz que se causavam. O barulho das carícias divide espaço ao som que os corpos libertam a cada vez que se chocam. As palavras baixas, os murmúrios de amor que rasgavam-se a pele, quebraram-se quando, feito grandes ondas que quebram no pier, a voz sai voluntariamente, alta como a alta a pressão de ambos. Ainda assim, vão além, na necessidade e na saudade de matar qualquer desejo que pudesse surgir. Vão além mais rapidamente, mais ferozmente e se deixam cair face com pele quente, quando de si escorre todo o amor palpável. Longos vinte minutos se passaram entre desespero e busca incessante de saciar e amar o desejo.

– Você ainda quer... Que eu saia da cama? - busca o ar.

– Se me levar junto...- a abraça, colocando rosto com rosto, puxando do ar que sai dela, o ar que precisa.

– Vou pensar...- sorri, virando-se sobre ele.

– Sabe do que me lembrei? - levanta a cabeça e a beija, deitando-se de novo. De uma cama de solteiro...

– A cama do Fernandinho! - riem.

– Ele quase me matou quando descobriu!

– Fiquei morrendo de vergonha! - ri. Éramos malucos, Vitor...- se deita sobre ele. Ou melhor, somos malucos! - riem. Nos amamos na cama em uma cama que nem nossa era! Como ele descobriu?

– Fui muito burro! - ri, ao se lembrar. A cama dele estava com uma madeira quebrada, só que não prestamos atenção antes. Como era velha já, com aqueles rugidos que ela fazia, pensei que nós havíamos quebrado e fui dizer a ele que daria um jeito de arrumar e ele me perguntou o porquê...

– E você falou! - ri.

– Falei! Eu tive que falar... Estava preocupado que tínhamos quebrado a cama dele. Ele virou o bicho comigo, disse que não confiava mais em mim! - riem.

– Não é para menos... Ele havia dado o quartinho dele para você guardar as coisas antes de cantar no bar e nós fizemos isso! - riem.

– Uai... Era o que tínhamos para o momento!

– Você é muito besta! - sorri.

– Ouviu? - olha pro berço.

– Vitória fazendo caminhãozinho a essa hora...- se senta, observando.

– Quanto tempo será que ela está acordada? - se levanta.

– Espero que não esteja o suficiente para descobrir o significado da semente...

– Está maluca!? - veste-se e vai até o berço. Oi...- sorri. Meu amor...- cobre a filha. É hora de dormir, não de brincar...- ela ri. Não Vivi...- ri.

– O que foi?

– Ela está rindo... Não vai dormir tão cedo! - a pega.

– Traga aqui... É hora de bebê dormir!

– Vou buscar aquele livrinho que comprei...- a entrega para Paula.

– Filha...- a deita em seu colo. É hora de mimir...- acaricia os cabelos dela.

Enquanto Vitor sai para pegar um livro, Paula canta para Vitória que adormece novamente, vencida pelo cansaço.

– Ach...

– Shiu...- pede silêncio, levantando-se e indo até o berço. Ela dormiu...- sussurra.

– Pensei que ela iria demorar para dormir...- vai até elas.

– Não... Ela volta e meia acorda esse horário, é só ninar ela de novo que ela dorme! - a cobre. Dorme com os anjinhos...- beija a mão e coloca nela.

– Ninar...- olha para Paula.

– O que tem!? - vira-se para ele. Você não fala ninar?

– Não...- a puxa para si. Mas, posso começar a falar... Quer ninar?

– Vitor! - riem. Vamos... Sem fazer barulho! - olha a filha e vão para a cama.

– Queria te levar para todos os shows...- deitam-se. Amar você antes de subir no palco seria maravilhoso!

– Você quando não tem o que falar...

– Não estou mentindo...- riem. Ficaria muito mais feliz!

– Como você sabe que é maravilhoso? Já andou fazendo isso?

– Lá vem...- a envolve em seus braços.

– Só estou fazendo um levantamento!

– Ok, IBGE!

– Você está cheio de graça...

– Estou feliz! Sou feliz com você! - a beija.

– Te amo... Estou com saudades de você me dizer coisas lindas... Quando namorávamos vivia falando!

– Precisava te conquistar ainda! - sorriem.

– Saquei seu truque!

– Paula...- a encara. Eu te amo! Eu te amo com a força que tem o sol, com a delicadeza que tem a lua. Amo cada curva que se faz nessa testinha...- beija a testa dela - a cada vez que você fica nervosa. Amo as covinhas do seu sorriso... - ela sorri -- essas mesmas... São caminhos que me levam ao espaço, com pés na terra!

– Já falei que me sinto importante? - sorri. Já! Inúmeras vezes! Me sinto uma mulher extremamente importante ao seu lado. Uma mulher no mais verdadeiro sentido da palavra! Preciso de você, Vitor... Como se fosse um tipo de ar que já não vivo sem.

– Minha senhora Chaves...- a abraça.

– Com muito orgulho! - beija-o.

– Pulinha, e aquele ensaio da Patrícia?

– Eu desmarquei.

– Como assim? - estranha.

– Ela veio com um papo de que seria só masculino...

– E?

– Até aí tudo bem... Se não fosse pelo fato de no contrato ter algumas fotos que você deveria fazer sem camisa, para realçar as calças da coleção. Nem me dei ao trabalho de falar com você...

– Pois fez muito mal!

– O quê é hein, Vitor!? - se senta o encarando. Está querendo ficar sem camisa para ela?

– Se eu quisesse?

– Você não quer! Não quer e pronto, não tem o quê discutir! - levanta-se.

– Você fez muito mal!

– Pare com isso! - pega a camisola. Você não ia posar sem camisa para ela nem aqui, nem na China!

– Por que eu não quero ou porque você não deixaria?

– Os dois! - amarra o cabelo.

– Eu quero posar para essa coleção!

– E eu aceito posar para uma revista masculina!

– Palhaça! - riem.

– Você quem fica falando besteira!

– Mas, olha... Se você quiser posar para uma revista que seja só para mim, tudo bem! Posso levar essa revista nos shows... Quando estiver longe!

– Daí você emprestaria para os homens da banda? Darem uma olhada também...

– Entenda uma coisa, Paula...- o telefone toca. Eu já não falei para desligar essa merda!? Toda vez a mesma coisa! Já não aguento mais...- atende. Quem fala?

– Sou eu, Vitor!

– O que você tem na cabeça, Leo? Nada, não é?

– O que foi? Está sem sexo faz quanto tempo? Mau humor, viu!

– Estava indo fazer, quando você ligou! Agora diz de uma vez o que quer...

– Temos reunião! Ou se esqueceu, coisa linda da minha vida?

– Ah não...- se lembra. Não, Leo! Eu não vou... Não posso sair da fazenda, Paula e Vitória estão sozinhas.

– A gente vai para aí...

– Não! Façam sem mim.

– Vitor... Não pira!

– Não estou pirando! Apenas estou dizendo... Façam sem mim!

– É a segunda reunião, só esse mês, que você não aparece!

– Qual a parte do não posso ir que você não entendeu? Estou indo amar minha esposa, nos vemos amanhã! Tenha uma boa madrugada. - desliga.

– O que foi isso, Vitor? Esqueceu sua educação onde? Grosso! Por que tratou Leo assim? Nunca vou entender essa sua má criação!

– Não gosto que liguem para cá nesse horário! Já avisei a todos do escritório, já escrevi na testa do Leo!

– Você esqueceu uma reunião! Foi isso?

– Foi...- admite.

– E trata Leo assim por um erro seu? Você não muda nunca! - sai do quarto.

– Paula...- vai atrás dela. Não vamos brigar por...

– Vitor! - se vira para ele. Entenda uma coisa... Do que adianta toda sua inteligência, toda sua sensibilidade, seu amor por mim e pela sua filha, se é mal educado toda vez que algo sai o contrário do que você quer?

– Eu não...

– Não terminei! - o interrompe. Você precisa aprender a OUVIR! Ouvir coisas diversas do que você quer, ouvir as pessoas! Você tinha uma reunião? Tinha que ir! E não ficar tratando Leo dessa maneira porque ele ligou apenas para te lembrar! Ele também estava em um jantar, também deixou a esposa e os filhos em casa.

– Não sou o Leo, Paula!

– Saiba que ele é educado! - vai para a cozinha. Diferente de você que é um grosso!

– POR QUE NÃO SE CASOU COM ELE? SE ME ACHA TUDO ISSO, CASA-SE COM ELE!

– Vitor! - vai até ele. Abaixa seu tom de voz! - aponta o dedo, o reprimindo. Não sou qualquer mulherzinha que você pode gritar! Eu já te falei MIL VEZES!

– Você está...

– EU POSSO! VOCÊ NÃO!

– Você é...

– Sou o quê? Hein!?

– Uma idiota! - sai para o quarto.

– SOU MESMO! POR TER ME CASADO COM VOCÊ! GROSSO, IMBECIL!

Paula vai até o telefone e liga para Leo, pedindo que ele viesse junto ao produtor deles para fazer a reunião na fazenda.

– Venha sim, Leo! Foi Vitor quem me pediu para ligar! - mente.

– Bem... Se você está dizendo, estamos indo então!

– Ok! Até mais...- desliga.

– Cadê as chaves? - surge na sala.

– Precisa passar tanto perfume para ir para uma reunião?

– Quem disse que vou para a reunião? - procura pela chave do carro. Vou ver se pego alguma mulher por aí!

– Que triste ter estragado seus planos... Leo vem vindo! - sorri, ironicamente.

– Você não o adora? Faça sala para ele!

– Adoro sim! Muito...- se aproxima dele. Mas, infelizmente eu fui amar você!

– Digo o mesmo, Paula Fernandes de Souza.

– Paula Fernandes Chaves Zapalá Pimentel! É esse o meu nome. Vou para nosso quarto, se depois ainda quiser uma mulher para pegar... Eu vou estar lá.

– Não, muito obrigado. Diga pro Leo, quem sabe...- serve-se com uísque.

– Esse tipo de coisa, não posso fazer com ele.

– Que pena! - a encara, bebendo. Talvez ele fizesse melhor que eu!

– Não sei... Só experimentando para saber! E infelizmente isso eu não posso... Então vou me contentando com você!

Vitor a encara, em desaprovação a provocação dela. Senta-se na poltrona e começa mexer no celular.

– Esse celular é meu!

– E daí!? - continua mexendo.

– E daí que você tem que respeitar minha privacidade!

– Só estou jogando! - mostra para ela. O meu não baixa esse jogo...

– Amanhã mesmo eu vou comprar um para você! Igual o meu!

– Não precisa! Tenho o meu pro necessário e o seu para o desnecessário.

– Enfim, senhor falta de educação... Vou indo para o quarto! Qualquer coisa, me chame...- sai.

– Paula...- desliga o celular e coloca ao lado.

– O que foi? - retorna ao ouvir.

– Desculpa, mais uma vez, por ter me exaltado aquele momento.

– Já me acostumei...

– Também não precisa me responder assim...

– O que quer que eu fale? - vai até ele.

– Nada...- se afasta.

– Vitor... Não quero ficar sendo chata com você. Mas, há situações em que não aprovo sua maneira de lidar com o que te desagrada!

– Tudo bem.

– Não, não está tudo bem! - o segura. Você sabe o quanto eu te amo e é por isso que faço isso! Porque quero para você o melhor, sempre...

– Eu sei...- a puxa para si. Sou eu que sou tão amargo ainda!

– Não, Vitor! - o olha. Não é nada disso... Você não é nenhum pouco amargo. Só é muito crítico com seu irmão e isso pesa muito pros dois.

– Pode ser... Quando ele chegar eu me desculpo.

– Vou ver Vitória...- o beija. Estarei lá no quarto, me chame se precisar de algo.

– Queria dormir com você... Ao menos um dia poder dormir do seu lado como se fossemos duas pessoas normais que acordam amanhã de manhã para trabalhar. Mas, não! Chego na madrugada de um dia, o máximo que podemos fazer é almoçar juntos e vez ou outra jantar, e como se não bastasse trabalhar por horas na estrada, tenho que trabalhar nos dias de folga! Hoje mesmo eu já tenho show... Sabe Deus quando essa reunião termina... Vou ver minha filha acordar, mas já não verei ela dormir.

– Vitor...- se entristece.

– Você sabe que é assim!

– Eu sei que é difícil, mas pense no quanto você batalhou para isso!

– E será que tem valido a pena? Cada vez mais eu penso em como seria nossa vida se eu tivesse desistido da carreira e fosse embora com você naquela época.

– Chega de pensar isso! Já estamos aqui, com nossa filha... Sendo uma família como qualquer outra! Amando tanto quanto qualquer outra!

– Não estou falando disso...- a solta e vai até a janela. Vá dormir, Paula... E não precisa me esperar, porque provavelmente vou amanhecer o dia trabalhando!

Ela o observa na janela por alguns minutos, sem saber o que dizer a ele. Se retira cabisbaixa da sala, preocupada cada vez mais com a quantidade de trabalho que ele tem tido nos últimos tempos e por mais amor que tenha, o grande desânimo em continuar com a carreira. Alguns minutos depois, Leo chega junto do produtor e começam a reunião sobre a divulgação do trabalho que estavam produzindo. Só o quando o dia amanhece, eles vão embora e Vitor exausto, dorme no sofá. Paula se levanta com Vitória nos braços e o vê daquela maneira, respira fundo e vai para a cozinha.

– Bom dia, Diva! - coloca Vitória na cadeirinha.

– Bom dia...- sorri para elas. Café?

– Sim! - se senta, ainda triste.

– Aconteceu algo? Vitor...

– Não exatamente... Não com nós dois, mas com ele. Vitor está muito desanimado...

– Aqui está...- a serve.

– Obrigado...- pega. E eu estou começando a me preocupar.

– Mas, ele é tão feliz com vocês...- estranha.

– Conosco, Diva! Mas, está visivelmente cansado do trabalho; vive reclamando, brigando com Leo!

– Ah...- senta-se também. Isso é verdade... Acredito que ele esteja só triste por não poder acompanhar a filha a todo minuto, ficar do lado de vocês.

– Mas, eu também sou cantora e volto aos palcos daqui alguns dias. Não faço mais ideia do que vai virar nossa vida!

– O que sempre foi, ora essa!

– Será? Haverão dias que ele voltará para casa e eu não estarei! Estou com medo, preocupada...

– Mas, com o quê exatamente?

– Com a fragilidade dele! Vitor não reage bem quando tudo se acumula nele...

– E...?

– Estou com medo da depressão, novamente!

– Não! - se assusta. Isso não! Paula...- a observa. Fale com a terapeuta dele!

– Vou fazer isso...

– Bom dia...- boceja.

– Bom dia, meu amor! - sorri. Por que não foi para cama?

– Me deitei no sofá não tem duas horas! - beijam-se. Bom dia, minha princesa...- beija Vitória.

– Sente-se aqui...- Diva se levanta. Irei lhe servir...

– Muito obrigado, minha Diva...- senta-se. Pulinha, você se importaria em arrumar mais uma mala para mim?

– Irá precisar? Você quase nunca leva malas, sempre tem algo nas viagens.

– Dessa vez eu preciso...

– Como assim? Vai ficar muito tempo fora de casa?

– Serão duas semanas...

– Vitor...

– Uma turnê pelo Nordeste...

– Não! De jeito nenhum... Começo meus shows na semana que vem, Vitória não pode ficar sem um de nós dois aqui tanto tempo!

– Não posso fazer nada... Me desculpe!

– Combinamos desde o início que...

– Paula! - a interrompe. Não há nada que eu possa fazer! O nordeste é longe daqui, não posso ir e voltar todos os dias. A reunião não terminou tarde atoa... Eu tentei fazer algo, mas não tem como... Os shows são marcados e eu preciso cumprir.

– Claro! Me desculpa...- se levanta e vai até ele. Me desculpa mesmo...- beija-o. Vivi vai ficar bem... Lucy e Diva vão cuidar dela, né!?

– É claro que vamos...- olha para Paula.

– Ainda mais que Sol vai chegar...- massagea sua costas, olhando para Diva que entende o recado.

– Sim! Não fique triste, meu filho... Tudo estará sob controle! - o serve com café.

– Isso mesmo! - Paula o beija novamente. Vou dar conta... Não irei começar com muitos shows! Desculpa ter reagido assim, foi um susto de início. Ficar duas semanas sem você será muito ruim... Não ter com quem brigar e ao mesmo tempo fazer massagens, mas você estará trabalhando, levando seu som maravilhoso! - sorri. E quando voltar, eu estarei cheia de presentes para você... Aqueles que você gosta!

– Estou bem... Não precisam me tratarem assim.

– Vitor, não seja difícil...

Ele a olha, sem dizer nada. Paula senta-se e continua seu café, alimentando Vitória também.

– Sinto tanta saudade de ver você a amamentando.

– Eu também, Vi... Mas, ela não quis mais quando fez quatro meses!

– Parou muito cedo! - as observa.

– Sim, Diva! Mas... Quem sabe o próximo! - sorri.

– É...- se levanta. Vou tomar um banho...- sai.

– Sempre que falo em outro filho, ele fica...

– Não Paula! Impressão sua.

– Nao sei, Diva... Alguém me telefonou?

– Só seu irmão, dizendo que virão somente na parte da tarde.

– Ok...

– Bom dia! - Lucy chega cumprimentando.

– Bom dia, tia Lucy! - sorri.

– Minha menininha! - brinca com Vitória. Dormiu bem essa noite?

– Só acordou um pouquinho durante a madrugada, mas logo dormiu.

– Vou banhá-la e depois vamos passear pela fazenda... Aproveitar o sol!

– Está bem, Lucy...- se levanta. Enquanto isso eu vou ajudar Vitor...- beija a filha. Até mais! - vai para o quarto.

Ao chegar ele está fazendo a barba, envolto em um roupão preto. Paula vai até a bancada que ele apóia os produtos e senta-se, o observando.

– Algum problema? - pega um pouco creme.

– Nenhum! - sorri. Quando você vai?

– Saio às 14h!

– Ok... Daqui a pouco arrumo uma mala a mais.

– Tá...- volta-se para o espelho, barbeando-se.

– Vitor...- segura o rosto dele, virando para si.

– Oi Pulinha...- respira fundo.

– Me beija... Por cada minuto dessas duas semanas que virão!

– Hum...- se coloca entre as pernas dela. Vou sentir muita saudade...

Vitor passa seu rosto, ainda com creme de barbear, sobre o rosto dela que se delícia com o gesto de carinho. Paula suga o lábio inferior dele, que sorri entre as carícias dela. Gritando de desejo, já de saudade e de todo amor que podem oferecer um ao outro, se beijam como se o céu morasse logo ali.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela demora! Sobre a nota que postei há alguns dias, a apaguei porque havia conversado com os administradores da página em questão que se comprometeram a apagar o que haviam copiado e se redimiram pelas ofensas que me fizeram na página. Quando muitos acessaram o link que eu havia disponibilizado, eles já haviam mudado as partes que daqui retiraram e por esse motivo, alguns julgaram ser infantilidade, besteira o que eu estava fazendo. Por esse motivo, peço que se não gostarem desse Fanfic, não leiam! Não a faço para ser melhor que as outras, só a faço para não ser igual. Sempre deixei claro que eu me preocupava muito com cada palavra que eu coloco aqui, pois mesmo sendo uma história fictícia, trata-se do nome de pessoas. Busco sentir para escrever e fico chateada quando julgam tudo que venho postando aqui com outras fanfics que não têm se preocupado com o que dizem e muito menos em respeitar os outros! Espero que entendam e se as coisas se tornarem piores, eu deixo de postar.



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