12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 75
Capítulo 73


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui está mais um capítulo! Espero que gostem 💜
A música que Vitor canta para Vitória é a Grizzly Bear, do Angus e Julia Stone.



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Ela desliga e coloca o celular contra o peito, respirando fundo e desejando que toda maré de azar fosse para longe da vida deles. Vitor chega a casa de Marisa, tira a filha do carro ainda dormindo e entra...

– Oi...- a cumprimenta baixinho. Onde a coloco?

– Venha...- seguem para um quarto. Dormiu no caminho?

– Sim! - sorri a olhando.

– Entre...- abre a porta e vai arrumar um lugar para colocar Vitória. Coloquei aqui...

Vitor deita a filha e a cobre, saindo em seguida.

– Como andam as coisas por aqui?

– Tudo ótimo... E você?

– Navegando...- vão até a cozinha. Nesse mar de altos e baixos que é minha vida!

– O que houve, hein Vitor? - sentam-se.

– Nada, mãe...- sorri, tentando despreocupá-la. Senti saudades do seu bolo, vim comer...

– Então adivinhou! - levanta. Esta quentinho...- pega. Por que Paula não veio?

– O irmão dela chegou a pouco... E está organizando um jantar para mais tarde, pediu que inclusive eu a levasse.

– Entendi... E está tudo bem entre vocês?

– Entre tapas e beijos, como sempre! Uma hora a gente se bate, outra hora a gente se ama.

– Mas, você está feliz assim?

– Como nunca! - riem.

– Eu imaginei...- o serve. Você não me parece muito bem... O que aconteceu? - senta-se.

– Nada demais...- começa comer.

– Vitor...

– Um passado...- limpa a boca - que por mais que eu queira esquecer, ninguém esquece.

– Do que está falando?

– De todas as vezes que pisei na bola comigo, com a Paula. Coisas que não são esquecidas e ainda atrapalham...

– Vitor... Você e Paula estão casados! Muito bem casados e felizes, com uma filha. Se esse passado fosse importante assim, nada disso vocês construiriam.

– Pode ser...- volta comer.

– É muito injusto da parte de Paula retornar com esse tipo de coisa.

– Não mãe! Não foi ela.

– Uai! Pois se não foi ela, ninguém mais tem direito.

– Não é bem assim...- a encara. A Dulce também viveu isso.

– Mas, o que ela tem que ficar falando?

Ele conta tudo que houve, sobre a visita do pai de Paula, sobre as conversas e a mágoa de Dulce.

– Mas, filho... Você não tinha como saber que ele ia aparecer!

– Mas, eu o convidei! Enfim... Não quero mais falar disso.

– Olá família! - Leo chega. E aê!? - cumprimenta Vitor.

– Tudo bem, Leo!?

– Tudo ótimo! Oi mãe...- a beija.

– Oi filho... Cadê as crianças?

– Estão com Tati, foram comemorar uma novidade!

– Novidade, é?

– Vitor, você ainda fala de boca cheia? Meu Deus...

– Nunca vai deixar de levar bronca! - senta-se.

– Fala logo a novidade! - limpa-se.

– Já sabemos o sexo do bebê! - sorri.

– Que maravilha, Leo! - se animam. É uma menininha como vocês querem?

– Não... É mais um menino!

– Menino? Parabéns! - o cumprimenta.

– Obrigado! Pelo jeito a Vivi será a única princesa da família...

– Por falar nisso, vou dar uma olhada nela...- levanta. Já volto...

Vitor vai até o seu antigo quarto, onde a filha está deitada. Ao chegar Vitória já está na porta, acordada.

– Minha filha...- a pega. Meu Deus, se papai demora mais um pouco...- a beija. Vamos lá para o tio Leo contar que você vai ter mais um priminho! - vão até eles.

–- Estava acordada?

– Já estava na porta! - se senta.

– Que perigo! Tem que começar fechar a porta, filho...

– Sim...- observa a filha rindo para Leo.

– O que você e Paula tem timidez, Vitória tem o contrário! - riem.

– Pior que é verdade...

– Vem com o titio! - a pega.

– Leo, hoje vai ter um jantar lá em casa... Quero que vá com Tati e as crianças.

– Vitor nunca dava jantares... Agora...

– Agora sou um homem muito bem casado! Com uma esposa que adora festas... Nunca vi igual!

– Olhe... Agradeço pelo convite, mas só os meninos irão com mamãe.

– Como assim?

– Eu e Tati vamos sair para jantar, vai ser bom pros meninos irem jantar com a família do tio querido!

– Leo...- ri. Não sou babá! Nem eu e nem mamãe...

– Assim você magoa seus sobrinhos!

– Sei... Enfim, mamãe os leva e a gente cuida. Fazer o que, né!? Quer filha...? - coloca bolo na boca dela.

– Paula está bem...?

– Está... Ela resolveu fazer um canteiro de flores brancas pro nosso filho.

– Vitor...- segura a mão dele.

– Mãe... Tenho medo do que ela pode sofrer e não me dizer. Por mais que eu saiba quando ela sofre, não sei como agir...

– Vai dar tudo certo!

– Eu estava pensando em algo... E a senhora pode me ajudar, por isso vim aqui também.

– Diga...

– Quero que ajude Paula a montar uma associação de ajuda a mulheres que sofrem com isso. Mulheres que não conseguem encarar a vida depois dessa perca! Não só pelo aborto, mas por qualquer mal que as tire os filhos.

– Que incrível isso...- sorri. É claro que eu vou ajudar! Vou conversar com ela, vou planejar tudo... Se for preciso, irei até para São Paulo conversar com alguns conhecidos.

– Ótimo! Faça o que for preciso e não se preocupe que eu irei financiar tudo.

– Tudo bem!

– Olha aqui Vivi...- coloca o dedo no nariz. O nariz do tio Leo!

– Pelo amor de Deus... Poupe a minha filha! - ri.

– Idiota! - ri.

Passam o resto da tarde juntos, conversando com a mãe sobre tudo. Vitor resolve ir embora, passa na fábrica da Erlan e compra as balas que Paula pediu e retorna para a fazenda. No carro, coloca uma música e cantarola para Vitória...

– Can I take you home? Can I take you home? We can go anywhere you want to go... Can I take you high to the mountain sky? We can go as far as you want to go... Pá, pá,pá,pá, pá, pá...- bate no volante.

Sorri ao observar a filha o olhando.

– Sitting here now beneath them stars...- brinca com ela que ri. Dança filha...- mexe a cabeça e ela faz o mesmo, fazendo o rir. Chegamos, bebê! - estaciona o carro e o desliga. "Î..." - vira-se para ela fazendo careta. Acabou a música! - ri. Vamos...- desce do carro, pegando na porta traseira junto às bolsas e sacolas.

Ao entrar em casa, Paula o aguarda na sala. De vestido longo, cabelos soltos e levemente maquiada, causa em Vitor um conforto imenso por olhá-la ali... Esperando por ele.

– Demoraram! - o ajuda com as bolsas.

– É... Um pouco! Tudo bem por aqui?

– Tudo! - o beija.

– Que bom...- surpreso pela atitude. Eu vou tomar um banho...- entrega Vitória.

– Está bem! Daqui a pouco eu colocarei sua roupa lá... Vou só levar Vitória para Lucy.

– Paula, convidei Leo...

– Já havia ligado para Tati! Ela disse que não poderão vir...

– Sim, mas Leo mandará as crianças com mamãe.

– Ótimo! - sorri. Já irei ao nosso quarto...- sai, levando Vitória para Lucy.

Paula deixa Vitória com Lucy e vai para seu quarto. Vitor já está no banho, então organiza a roupa dele e o aguarda sair, o que não demora muito.

– É essa? - pega na cama.

– Sim...

– Tá...- vai para o closet.

– Vi...- o segue. Estou bonita?

– O que quer falar? - a encara.

– Poxa Vitor...

– O que foi? Me diga de uma vez... Fica enrolando.

– Me dói você pensar aquelas coisas!

– Está tudo bem! - se perfuma. Não estou pensando em nada, quem está é sua mãe.

– Não! Ela disse da boca para fora...

– Aham...

– Por favor, meu amor...- vai até ele. Perdoe ela...

– É ela quem não me perdoa!

– Vitor, não diga isso! Ela gosta muito de você... E eu te amo mais ainda!

– Paula... Não é uma questão de gostar! Se ela não esquece aquilo é porque me enxerga como aquilo.

– Vitor, isso não...

– Olhe, Paula...- a interrompe. Não vamos falar mais disso!

– Mas...

– Por favor!

– Tá...- enche os olhos de lágrimas.

– Paula...- a abraça. Nada muda meu amor por você!

– Eu sei...- envolve seus braços nele, chorando.

– Não chore...- a segura. Você está linda...- sorri. Vou me entender com sua mãe, não se preocupe com isso!

– Promete?

– Prometo...- respira fundo.

– Eu te amo! - beija-o profundamente.

Se entregam aquele carinho como uma necessidade. Paula escorrega uma das mãos para dentro do roupão, segurando a tensão de Vitor.

– Não faça isso...- sussurra. Você não sabe o perigo que corre!

– O que vai fazer comigo? - provoca.

– Infelizmente tenho um compromisso agora, mas depois eu não garanto boas coisas!

– Isso me agrada! - aperta, fazendo gemer.

– Vou começar te castigar por toda má criação! Começando hoje...

– Logo após o jantar?

– Não... Durante o jantar! Retire a roupa íntima e deixe aqui.

– Você está maluco! - ri.

– Faça o que estou mandando!

– É um jantar de família! Não seja louco!

– Ninguém vai ver nada...- sorri. Apenas saberei... Isso para mim basta.

– Como quiser, então...- se afasta dele e ergue o vestido, fazendo o que ele pede.

– Ótimo! - a observa. Nunca vou merecer tanto...

– Se comportando, terá muito mais! - puxa a mão dele e entrega parte da lingerie.

– Eu aguardo! - aperta em suas mãos, levando ao rosto. Seu perfume...

– O que tem? - agarra-se nele, beijando-o.

– Eu amo...- sorri. Agora me deixe me trocar em paz...

– Paz é o que você não terá hoje!

– Tudo bem... Podemos falar disso mais tarde. Ou você me daria o presente de cancelar esse jantar e ficar aqui?

– De jeito nenhum! - ri, se afastando dele. Te aguardo na sala! - sai.

Paula se retira do quarto rindo e vai para a sala de jantar, se demorando já com Marisa e as crianças.

– Olá! - sorri.

– Tia Paula...- a abraça.

– Oi, meu amor! Tudo bem?

– Tudo! Cadê o tio Vitor?

– TIAAAA...- Antônio se aproxima.

– Precisa escândalo, Antônio? - Matheus briga com ele.

– Não tem problema, né!? - ri, o abraçando. Como você está xeroquinho da sua mãe?

– Bem com fome!

– Ótimo! Por que hoje vai ter uma comida deliciosa!

– Oba!!!

– Matheus, tio Vitor está no quarto!

– E a Vitória?

– Aqui! - Lucy se aproxima com ela.

– Oi Lucy!

– Oi amores! - se abaixa com Vitória que já se anima com a presença dos primos.

– Marisa...- vai até ela. Como vai? - a abraça.

– Bem, minha querida! - segura as mãos dela. E você?

– Também! Muito forte...

– Eu sei! Você é guerreira.

– Por quem eu amo sim! Por falar nisso, está chegando mais um amor meu! - observam Vitor se aproximar.

– E aí molecada!?

– Tio Vitor! - correm e o abraçam.

– Como vão, pequenos?

– Muito bem!

– Eu estou com fome!

– Eu também, Antônio! - riem.

Vitória chora no colo de Lucy e eles se viram para ela.

– O que foi, Vivi? - Paula a pega.

– Ciúmes...- Marisa se aproxima.

– Ciúmes? - Vitor se levanta e vai até ela que se joga nele. Mas, minha filha... Tem lugar para todo mundo! - ela se deita no ombro dele.

– Meu Deus! - riem. Vitor, vá brincar com eles... Eu vou arrumar a mesa com Marisa e chamar minha mãe.

– Ok...- passa a mão na cabeça de Matheus. Vamos, todo mundo para a sala! Lucy, traga os brinquedos de Vitória.

– Claro...- sorri e sai.

– Marisa, vou chamar mamãe... Já retorno...

– Não precisa! Aqui estou...- se aproxima de Marisa e a cumprimenta.

– Olá...- Nilmar se aproxima.

– Marisa, esse é meu irmão... Você já o conhece, é claro...- ri.

– Sim, mas ele vem tão pouco para cá! - o cumprimenta. Como vai?

– Muito bem, obrigado! - sorri. Muito trabalho em BH!

– Eu imagino! Essa vida de mexer com artistas, não é fácil...

– Não mesmo! - riem.

– Cadê Vitor, Paula?

– Está com as crianças na sala, mãe. Nilmar, tem bebida ali... Fique à vontade. Já retorno...- vai para a cozinha.

Ao passar na sala observa todos gargalhando com Vitória e ri junto.

– Quanta risada!

– Hoje o dia está garantido! Ainda mais, mais tarde...

– Vitor! - o repreende. Por favor... Tome vergonha!

– Por que tio Vitor tem que tomar vergonha?

– Nada...- fica sem graça. É coisa boba!

– Ah...- volta brincar.

– Vou ver se o jantar está pronto...- sai, encarando Vitor.

– Lucy? - Vitor a chama.

– Sim...- se aproxima.

– Fique com as crianças...- se levanta.

– Está bem...

– Papai já volta... Brinquem com ela, meninos! - sai rumo a Nilmar. Oi...

– Oi Vitor...- vira-se para cumprimentar. Quer uma dose? - serve-se.

– Quero sim! Sem gelo...

– Ok...- prepara. Aqui está...- entrega.

– Muito obrigado! - sorri.

– Imagina! - bebem. "Ú"...- faz careta. Esse é do bom!

– Também gosto desse, mais do que os outros! Mas, tem que ir devagar...- ri.

– Poderia ter avisado antes! - riem.

– Me desculpe!

– Não tem problema não! - se senta.

– Fico contente que tenha resolvido aparecer por aqui!

– Se me sobrasse mais tempo, sempre viria! Adoro o aconchego dessa casa, adoro ouvir Vitória, ver Paula feliz! Me faz muito bem...

– Que bom! Eu também amo minha casa...- observa a parede com pequenos retratos. Como nunca amei antes!

– Você e Paula merecem essa felicidade! Isso é muito do que ela sonhou...

– Tento todos os dias realizar os sonhos dela!

– Está conseguindo, o que me tranquiliza!

– Meus amores...- se aproxima de Vitor, sentando em seu colo. O jantar já vai ser servido! - pega o copo da mão dele e coloca ao lado. Não sei como conseguem beber uísque! Escolhi um bom vinho para nós...

– Ótimo...- segura a mão dela. Estava dizendo a Nilmar que fiquei contente com a visita dele.

– Sim! - sorri. Eu também amei...- olha para o irmão. Quero que sempre venha! Inclusive Vi... Volto aos palcos em poucos dias! - se anima. Nem consigo acreditar...

– Que maravilha! - sorri. Fico tão feliz..

– Ficar sem Paula Fernandes nos palcos é uma tristeza!

– Não será! Estou voltando! - se levanta. Agora vamos! Vamos comer...

– Vamos...- se levantam e a acompanham.

Todos vão para a sala de jantar, Dulce e Marisa já estão sentadas conversando. Cintia não ficou para jantar com eles, retornou à cidade mais cedo. Vitor coloca os meninos na mesa e Lucy leva Vitória para comer na cozinha.

– Sento ao seu lado, Paula...

– Ok...

São servidos minutos depois. Os filhos de Leo não param de conversar, o que acaba entretendo a todos na mesa.

– Tia... Como um bebê cabe na barriga?

– Ele entra na barriga da mulher bem pequenino... Depois ele vai crescendo e a barriga vai crescendo junto.

– E como ele entra na barriga da mulher?

– Como...? - olha para Vitor que começa rir. Isso, o tio Vitor explica...- sorri.

– Eu!? Eu não sei...

– Você sabe sim, tio! Você sabe tudo!

– Não sei tudo!

– Mas, sabe como entra! Como a Vitória entrou na barriga da tia Paula?

– Eu sei que é o homem que coloca o neném lá dentro!

– Matheus! - se espanta. Onde você está aprendendo isso?

– A professora falou na escola!

– Você não tem idade ainda... O que mais ela falou?

– Nada... Só isso!

– Tio...- Antônio chama atenção. Como você colocou a Vivi lá dentro da tia Paula?

– É...- bebe um pouco de vinho. A Vivi entrou na barriga da tia, como uma sementinha entra na terra.

– A gente era semente?

– É como se fosse... Uma sementinha menor que o grão de arroz. O homem guarda essa sementinha a vida toda e quando chega a hora, ele planta a semente na mulher!

– Ele abre a mulher e coloca a semente? Igual faz na terra?

– Cadê minha semente? Eu não tenho... Se é a vida toda, não me deram! Não vou ter filhos?

– Está dentro de você a semente, Matheus. Antônio, ele não precisa abrir a mulher...

– E como faz?

– Dentro de mim? Onde? - passa a mão na barriga.

– Meu Deus! - passa a mão nos cabelos. Vamos com calma... Antônio, quando um homem e uma mulher se gostam, eles plantam uma sementinha. O homem, que guarda a semente, coloca ela na mulher quando a ama, a semente cresce dentro da mulher e depois nasce o bebê!

– Mas, eu quero saber como ele coloca!

– Eu gosto de uma menina na minha escola... Vai nascer uma árvore? Posso colocar a semente nela?

– NÃO! Meninos...- olha para todos que estão rindo da reação dele. Por favor, me ajudem!

– Meus amores... Tudo tem sua hora. Essa sementinha ainda está sendo preparada e quando chegar a hora certa vocês saberão como colocar ela na mulher!

– Eu queria ver minha semente...

– Eu queria ver como coloca a sementinha! Quando você colocar na tia Paula, você deixa eu ver?

Vitor se engasga e todos riem da situação.

– Antônio...- Marisa segura na mão dele. Vai chegar sua hora para tudo... Tenha calma!

– Não vó! Quero saber como um bebê vai parar lá dentro! Por favor...

– E eu quero minha semente, vó!

– Antônio e Matheus! - Vitor chama atenção. Vocês precisam ficar grandes para entender isso.

– Tio... Mas, entra pelo umbigo? Me responde...

– Não! Entra por outro lugar, que você vai descobrir quando ficar grande.

– Por que não agora? Tia... Onde é o lugar que o bebê entra? Me mostra...- vai até a Paula.

– "Ôh..." meu pequeno...- olha para Vitor.

– Antônio... Vamos fazer o seguinte! Quando você chegar na sua casa, você pergunta para seu pai como ele colocou o José na barriga da sua mãezinha...

– Ele fala para gente que é pelo umbigo! Mas, é mentira... Minha professora falou que não é!

– Meninos... Antônio, sente em seu lugar! - o observa se sentar. Nós não vamos conseguir responder para vocês... Quando crescerem entenderão melhor! Vamos combinar que... Quando os dois souberem, vocês venham e contem para mim! Ok?

– Tá bom, tio. Mas... Dói para colocar o bebê lá dentro?

– É legal colocar a sementinha?

– É maravilhoso! - come, mas logo para quando percebe o que disse. Quero dizer...- limpa a boca sem graça. Ter filho é maravilhoso! - sorri sem graça para Paula que o encara.

– Enfim... Vamos comer, né!? Mais tarde a gente tenta responder tudo! - sorri para eles.

– Está bem...- pega os talheres e começa comer.

– Mas, olha...- olha para Paula e Vitor. Eu quero saber onde está minha semente! Quero colocar na minha amiguinha...

– Matheus "tá" namorando, Matheus "tá" namorando! - Antônio canta, rindo.

– Cala boca, Antônio! Eu não estou namorando coisa nenhuma...

– EPA! Vamos parar com isso! Não é assim que se fala, Matheus.

– Mas, ele fica...

– Não importa! Ele é seu irmão mais novo, você precisa entender que nem tudo ele sabe como você. Jamais o mande calar a boca ou qualquer coisa do tipo...

– Tá...

– Peça desculpas...

– Desculpa Antônio...

– Não!

– Antônio, pelo amor de Deus! - o repreende. Você provocou seu irmão, e mesmo que ele tenha te respondido de maneira ríspida, você também errou. O desculpe e peça desculpas! Agora!

– Desculpa... E eu te desculpo.

– O que se faz quando isso acontece?

Eles se levantam e se abraçam, sentando novamente.

– O que vocês são?

– Irmãos! - dizem ao mesmo tempo.

– Ótimo! - volta comer.

Paula o observa repreender os sobrinhos, nunca havia visto Vitor agir daquela maneira. A educação que tinha e a importância de mostrar que eles eram irmãos, a encantava mais ainda.

– Está maravilhoso! - Marisa diz. Quem se responsabilizou pelo jantar?

– A Diva! Sol está de férias... Volta na semana que vem! - sorri.

– Entendi!

– Preciso concordar, eu adorei a comida!

– Tem sobremesa, tia?

– Tem! - sorri.

– Oba!

Continuam o jantar, agora sem tantas perguntas impossíveis de responder, ou talvez perguntas fáceis de inventar uma resposta. Enquanto todos estavam entretidos sobre o tempero que Diva usou, Vitor descansa sua mão nas pernas de Paula, o que a faz se remexer na cadeira, pois sabia exatamente o que ele pretendia.

– Sim! É tudo muito bom...- sorri.

– Eu também acho! Acho que dá para perceber...- refere-se aos quilos a mais.

Começam elogiar o vinho e ele puxa lentamente o vestido de Paula, colocando sua mão por debaixo dele. Aperta as pernas dela, a fazendo respirar fundo em busca com controle.

– Meu suco também é gostoso, vó! - mostra o copo para ela.

– Eu imagino!

– É de que, tia?

– É de...- segura a mão do Vitor. De acerola com morango... Frescos. Fica uma delícia!

– Sim!

– Vou buscar a sobremesa...- tira a mão dele e se levanta.

Paula retorna com a torta e serve as crianças primeiro, deixando que os outros se sirvam após.

– Está gostoso? - senta-se.

– Eu adorei!

– Eu também! Quero vir comer mais vezes aqui...

– Sempre que quiserem vir, é só ligar que nós buscamos!

– Tá bom, vou ligar mesmo!

– Pode ligar, mas sem perguntas sobre sementes! - riem.

– Tio, mas eu ainda quero saber!

– "Ixe..." esqueça! Vamos comer...

– Poxa... Eu vou ter que procurar sozinho onde está minha semente!

– Quando achar, me mostra Tato.

– Para que você quer?

– Também tenho uma amiguinha... Vou ver se ela quer minha semente!

Vitor olha para Paula e riem.

– Tia, quando vão colocar uma semente na Vitória?

– Nunca! - Vitor o encara. Ninguém vai colocar nada na minha filha tão cedo!

– Vitor...- Paula o repreende. Eles não entendem... Não precisa falar assim.

– Tio... Mas, então ela não vai ser mamãe?

– Mãe...- vira-se para Marisa rindo. O Leo nos paga da próxima vez...

– Vitor...- riem. Antônio e Matheus... Vão brincar com Vitória que daqui a pouco nós já vamos!

– Está bom! Mas, demore bastante para gente ir embora...- saem em busca da prima.

– Não vejo a hora de Vitória estar assim!

– Dulce... Quando eles crescem, sentimos saudades deles pequenos!

– Eu imagino! - riem. É muito amor...

– Muito! - sorri.

Vão para a sala e sentam, conversando sobre as crianças, as flores da casa, a vida. Algumas horas depois Marisa se despede junto a Antônio e Matheus que ainda saem falando na tal semente. Dulce resolve ir para a cidade também e Nilmar, para não deixá-la sozinha, a acompanha para passar a noite com ela. Quando todos saem, Paula e Vitor ajudam Diva retirar toda a mesa e fechar a casa, enquanto Lucy deita Vitória que já dormiu.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Até o próximo... ❤



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