12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 73
Capítulo 71


Notas iniciais do capítulo

A outra canção que eles dançam, após o ocorrido da mesa (vocês lerão) também é do Ed Sheeran, chamada de Thinking Out Loud! Ela tem um clipe bem bacana que o próprio cantor dança com uma atriz. Espero que gostem e aguardo os comentários 😘



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– Hearing you whisper through the phone, wait for me to come home (Ouvindo você sussurrar pelo telefone, espere por minha volta para casa)...- canta.

– Você pulou uma parte da música...- para de dançar. Uma grande parte...- se solta e vai até o aparelho de som, desligando-o. Onde estava? Ou melhor... Onde esteve todo esse tempo?

– No estúdio...

– Estúdio? - se aproxima novamente dele. Bebendo e fumando charuto no estúdio?

– Não... Eu...- joga as chaves no móvel. Os meninos da banda quiseram sair para beber em um barzinho que abriu em Uberlândia. Eu só bebi uma dose, mas quis vir embora... Acho que adivinhei que você estaria assim. - sorri.

– Adivinhou? - ironiza. Você deve ter voltado porque acabou as roupas para os próximos shows...

– Paula...- se aproxima dela. Por favor...

– E esse perfume? - segura a blusa dele e cheira. Esse perfume é de mulher! - o encara. É perfume doce! - solta a camiseta dele fortemente. Você estava com alguma mulher, Vitor? Não minta para mim!

– A namorado do Beto! Ela foi conosco e quando me cumprimentou deve ter ficado o cheiro. Não comece com maluquices, eu estava com a banda, com Leo!

– Maluquices!? Você foi muito insensível comigo! Por que não me atendeu o dia todo?

– Meu celular está na bolsa! Nem tirei... Me perdoe! Aconteceu algo?

– Se aconteceu algo? - começa a afastar as flores do chão. Não... Só Vitória que passou mal e tive que aguardar sua mãe vir nos buscar para levá-la ao hospital.

– O que tem Vitória? - se preocupa. Meu Deus! E os carros daqui?

– Estavam todos ocupados!

– O que tem Vitória, Paula? - segura o braço dela.

– Inflamação na garganta e irritação alérgica.

– Onde ela está? - a solta.

– No quarto... Mas, minha mãe está com ela. Devem estar dormindo.

– No nosso quarto?

– É Vitor...

– Vou vê-la!

– Não a acorde! - adverte.

Enquanto ele vai ver a filha, Paula continua com seu trabalho. Liga novamente o som e tenta esquecer tudo, se concentrando nas flores... Vitor retorna e a observa, encostado na parede. Sorri por dentro e por fora por vê-la daquela maneira... Atreve-se a se aproximar calmamente, tocando os ombros dela enquanto ela está de costas.

– Eu estava com saudade...- beija a nuca dela, fazendo Paula se contorcer.

– Vá tomar um banho, Vitor...- se afasta.

– Eu irei... Não quer vir junto?

– Você é muito cara de pau...- encara. Some por dias e quando retorna já quer tudo assim?

– Me desculpe... Mas, eu não sumi. Estava no estúdio trabalhando...

– Estou vendo o trabalho que estava tendo! - pega mais uma flor.

– Vou tomar um banho... Você pode pegar alguma roupa para mim no quarto? Sua mãe está dormindo... Vou tomar banho no outro banheiro.

– Depois eu pego, pode ir...

– Tá...- sai.

Paula o observa saindo, retirando a roupa no caminho. Respira fundo para não ceder a qualquer vontade dele... Ainda não era momento para isso e pior naquelas circunstâncias. Vai até seu quarto e pega a roupa dele dormir, os produtos dele e os leva até o outro banheiro.

– Aqui está...- abre a porta.

– Obrigado...- olha para ela.

– Você pode dormir em um dos quartos de hóspedes?

– Sem problemas.

– Ótimo...- se dispersa olhando para ele, logo retornando em si. Eu, eu vou terminar... O que estava fazendo. - retorna para sala. Que maluquice! Parece que nunca vi nada daquilo! - controla a respiração. Meu Deus! - ri sozinha.

Pega mais flores, de outro espécie, e mistura as flores do vaso, harmonizando o arranjo. Vitor termina seu banho, arrumando-se e retornando para sala, mais uma vez em silêncio. Enquanto ela está concentrada no arranjo, vai até o aparelho de som, mexendo no celular dela e colocando uma outra canção.

"When your legs don't work like they used to before..." - Paula se vira ao ouvir que a música mudou.

– Você deveria parar de chegar dessa maneira...

– Que maneira? - se aproxima dela.

– Dessa...- vira-se novamente para o arranjo. Sem avisar! - vai tentando controlar a respiração enquanto ele se aproxima mais ainda.

– Ah...- coloca a mão sobre o braço dela, acariciando. Como você está?

– Pensei que não perguntaria...- sorri ironicamente. Antes precisa me convidar para uma transa no banho, depois pergunta como estou!

– Você é difícil! - se afasta. Não te convidei para coisa nenhuma... Apenas perguntei se... Quer saber? Não vou explicar nada. - pega o chá dela.

– Como se ninguém soubesse o que iria fazer comigo lá!

– Nossa... Quanta maledicência! E se fosse para isso mesmo? - bebe o chá. Qual o problema?

– O problema...- olha diretamente para ele com uma flor em mãos. É que você não ter vergonha na cara!

– Paula... Presta atenção nas coisas que está dizendo! - deixa o chá no móvel novamente.

– Te liguei inúmeras vezes!

– Já expliquei isso para você! Por que não ligou no estúdio? Eu avisei sua mãe que estaria lá! Deixei tudo avisado, absolutamente tudo!

– Ok... Não vou discutir sua falta como pai!

– Eu faltei como pai? Estou esse tempo todo tentando fazer algo e não consigo. Olhe... Vamos parar por aqui, porque briga a essa hora ninguém merece.

– Rum...

– Paula...- vai até ela. Posso ao menos te ajudar?

– Ajude! - observa o vaso pronto e sorri. Coloque esse ali...- aponta.

– Tá...- pega o arranjo e leva até o móvel. Aqui?

– Um pouquinho mais para a direita...- fica observando.

– Assim? - coloca.

– Vitor... Um pouquinho apenas! Agora coloca um pouquinho para trás...

– Pronto...?

– Meu Deus! - vai até ele e arruma o arranjo. Vá separar aquelas flores...

– Eu fiz desse jeito...- olha para ela. Mas, não ficou desse jeito! Qual é a mágica? - olha ao redor do arranjo.

– Ser mulher é a mágica!

– Não... Acho que a mágica é ser Paula Fernandes.

– É... Talvez. - vai até as outras flores.

– É...- a segue. Você jantou?

– Tem comida para você na cozinha.

– Não quis dizer isso, Paula! Poxa... Estou preocupado com você e se quero saber de algo você vem com pedras na mão!

– Preocupado comigo? - ri.

– Muito preocupado! Não pense que eu esqueci de você, da Vitória...

– Todos os homens são iguais! Achava essa frase tão ridícula, mas é verdade... Todo homem acha que os problemas estão resolvidos quando eles entram pela porta da casa - gesticula - e dizem estar com saudades, que estavam preocupados!

– Chega, ok!? - vai para a cozinha.

– Eu não terminei...- vai atrás dele.

– Sabe do que você está precisando? - se vira para ela. De um beijo! Você precisa de um beijo para ficar mais doce...- se aproxima dela.

– Vitor...- recua. Olha só...- para em um móvel. Espere aí! - o segura. Não venha com essas gracinhas! - sai para o outro lado da cozinha. Quero conversar com você sem coação sexual, por favor!

– Coação sexual? Essa é nova! - ri.

– Por favor, é sério...

– Tudo bem...- se apóia na bancada central da cozinha. Diga...

– Eu queria pedir desculpas por esses dias... Acabei sendo um pouco fraca e deixando muito coisa de lado.

– Era o seu momento...- resolve se sentar. Não diria que isso era fraqueza...

– Por que não voltou para casa então? - o olha chateada.

– Pulinha... Me doía tanto te ver daquela maneira. Eu pisava o pé aqui e me sentia um inútil... Vitória não saia de perto de você, eu não sabia o que dizer aos funcionários, não conseguia te ajudar... Tudo isso me deixando mais fraco do que eu fui todo esse tempo e resolvi que era melhor ficar trabalhando no estúdio. Mas, era óbvio que eu iria voltar... Eu não aguentei de saudades! Não tinha nem planos para retornar hoje, ainda mais a noite, depois de ter bebido um drink e pegar a estrada. Mas, eu precisava vir, meu coração estava inquieto.

– Vitor... Não leve a mal a pergunta que irei te fazer, mas é que...

– Diz...

– Eu estive em falta com você, desde a viagem a gente não...

– Não...?

– Você sabe. Você deixou de vir para casa por conta disso também?

– Não...- se levanta. Não vou mentir que me faz falta, mas principalmente seu carinho, seu calor, toda aquela sua maneira quente de... Enfim... Me fazia falta você, sendo você mesma. Mas, eu não te exigiria nada! Foi o momento difícil e eu não tinha direito. - fica de frente para ela.

– Não gosto de encarar nada disso como um tipo de obrigação de esposa...- engole seco. Mas, me cobram como se fosse e tenho medo de você encarar assim também.

– Não... Sempre nos relacionamos quando você quis, nunca foi um tipo de obrigação. Até porque... Se for levar esse papo de obrigação de casamento ao pé da letra, eu não cumpro com as minhas. Você não gosta...?

– Do que...?

– Do que a gente está falando!

– De obrigação de casamento? Não, eu...

– De sexo, Paula! - a interrompe.

– Ah...- ri. Você acha que eu não gosto?

– Pelo jeito que diz, fico confuso. Mas, pelo jeito que faz não fico tão confuso.

– Que conversa mais...- vai até a geladeira.

– Qual o problema de dizer se gosta ou não? Existem pessoas que não gostam, sabia?

– Não é problema nenhum! - pega um copo de água.

– Então... Preciso saber para não acabar invadindo seu espaço!

– Se eu disser que não gosto, a gente não faz mais?

– Espera... Não disse isso! Eu disse que...

– Está vendo? - ri da reação dele.

– Mas, também... Olha como você pergunta!

– Tá bem...- coloca o copo na mesa e o encara. Com você, eu amo... Agora... Você gosta?

– Razoavelmente.

– Estou vendo! - riem. Qual homem não deve gostar? - coloca a jarra na geladeira.

– Existem homens que não gostam! Talvez não seja gostar a palavra... Seja fazer regularmente.

– Hum... Entendi. - pega um pudim. Uma vez assisti uma entrevista no Jo Soares em que ele contava que conversou com a mulher de um músico...

– E...? - passa o dedo no pudim e come.

– E ela disse a ele que o marido saia com outras mulheres nas viagens, para satisfazer as necessidades dele e a única coisa que ela exigia é que ele não repetisse a mulher.

– Para não criar vínculo...- pega uma colher. Sim, eu sei.

– Você o que? - o encara.

– Nada...- pega um pouco de pudim.

– Vitor...

– Não começa colocar besteiras na cabeça! Não tenho essas mulheres, fique tranquila...

– Elas se oferecem? - pega um pouco também e come. Tipo... Elas se jogam querendo dizer "Só uma noite..." - imita.

– Como é? - ri. Faz de novo!

– "Só uma noite..."

– Até duas se você quiser!

– Nossa... Aff! - olha seriamente para ele.

– É brincadeira... Óbvio que não respondia isso!

– O que? Respondia...? Você respondia? Então você saia assim...

– Paula! Não dá para conversar com você...

– Não né... Me conta Vitor... Como era?

– Hã? - olha incrédulo.

– Era assim que funcionava mesmo?

– Você é uma mulher casada, não tem que saber dessas coisas!

– Ah...- se senta encima da mesa. Sei...- riem.

– Isso acontecia com você?

– Claro que não! Que pergunta... Até parece que vou sair por aí com qualquer um. Você saia frequentemente?

– Paula, não sou uma máquina do assunto! Por favor né... Isso eram causalidades e não eram quaisquer pessoas, eu as conhecia.

– Chega desse assunto! - enfia o garfo no pudim. Ou você quer continuar?

– Não... - olha ela segurando o garfo dentro do doce.

– Ótimo! - tira um pedaço e come. Se um dia descobrir que algo do tipo esteja ocorrendo, você já sabe...

– Isso nunca mais vai acontecer...- vai até ela, encaixando-se em meio a suas pernas. Não preciso disso...- coloca a colher no doce.

– Sei...- o observa. Vitor, preciso terminar os arranjos...

– Está percebendo o quanto você sempre foge?

– Não estou fugindo...- sente a respiração acelerar.

– Tudo bem...- coloca as mãos sobre a perna dela, acariciando. Sua pele é tão macia...- aproxima o rosto do rosto dela. E eu amo teu cheiro...- sussurra, acariciando sua barba na pele dela.

– Você ama tudo em mim! - sorri.

– Posso dizer que sim! - encara seus lábios sorrindo.

Paula segura em seus braços e o beija. Um beijo que carregava toda a saudade, todo o amor que tinham em si e toda paixão que ficou aprisionada pelos dias em que estiveram longe um do outro. O beijo tinha gosto de paz, afastando todos os problemas, todas as dores que pudessem ter sentido. Os olhos fechados os levavam para longe, para um querer estar mais profundamente dentro do outro. As mãos percorriam o corpo, tentavam se livrar de tudo que impedisse sentir o calor da pele. Ágeis e espontâneas, vagavam de um lado para o outro, para cima, baixo, dentro. Vitor puxa Paula para si cada vez mais, entrelaça as pernas dela sobre seu corpo, enquanto beija-a tirando qualquer tecido do caminho de suas carícias. Paula sorria internamente, gostava da ousadia e do prazer que ele sentia em simplesmente acariciá-la. Sentia-o latejar em todas as partes... Envoltos naquele momento com tamanha ferocidade, não percebem barulho algum em lugar algum, até serem interrompidos por um estilhaçar de cacos no chão que infelizmente não passou despercebido.

– Me desculpem...- coloca as mãos nos olhos.

– MÃE! - Paula se assusta, puxando a camisola para cobrir-se. Aconteceu alguma coisa? - passa a mão nos cabelos tentando arrumá-los.

– Deixa que eu...- tosse. Deixa que eu pego, Dulce...- vai até o chão segurando o riso.

– Nada... Eu...- fica sem graça. Eu vi que Vitor havia chegado e sai do quarto, para vocês se deitarem!

– Ah...- desce da mesa, levantando a alça da roupa íntima. Vitória está bem? - passa a mão na nuca, tentando disfarçar com um sorriso.

– Até o momento em que sai, sim! Vou me deitar no quarto de hóspedes...- vai se afastando. Eu não vi nada...- tapa os olhos com a mão, brincando. Boa noite... Olhem Vitória! - bate em um móvel.

– É melhor abrir os olhos...- Vitor a observa.

– É...- riem enquanto ela sai.

– Meu Deus! - ri. Se ela demorasse mais cinco minutos para aparecer, não veria algo muito legal! - se abaixa para ajudá-lo.

– Não muito legal para ela...- riem.

– Vamos terminar isso logo... - vai pegando os cacos. Vitória está sozinha!

Terminam de limpar o chão e vão para a sala. Vitor abraça Paula, virando-a para si.

– Não podemos continuar? Ali na mesa...

– Você tem mania com mesas...

– Não exatamente...- sorriem.

– Vitor...- o encara. Existem dois probleminhas que nos impedem... O primeiro é Vitória sozinha no quarto e o segundo é que não estou liberada ainda...

– Nós nunca seguimos isso...

– Mas, agora é preciso... Só mais alguns dias, por favor...

– Tudo bem... Não sabia que não estava liberada ainda.

– Mas...- acaricia o rosto dele. Não significa que não podemos fazer outro tipo de coisa...

– Paula...- a puxa, fortemente, mais para si. Eu estou explodindo... Então não me provoque tanto! Não me maltrate assim...

– Estou sentindo...- com o pé direito percorre a perna de Vitor. Mas, você precisa entender...- beija-o o pescoço.

– Não tenho conseguido entender nada...- fecha os olhos, subindo a mão nas costas de Paula.

– No que está pensando? - provoca.

– Em como conseguir relaxar meus músculos....

Paula ri e o beija, caminhando junto ao seu corpo até o som onde aumenta o volume e retorna para ele, visivelmente atordoado.

– Você não disse que...- ela o beija novamente.

– Já fizemos todas as outras vezes...- retira a camisola sobre os olhos atentos de Vitor. E eu preciso... Preciso que me olhe, que me ame, que me mostre o quanto me ama!

– Eu te amo muito além disso...- toca o corpo dela, percorrendo as mãos por ele, até abraçá-la.

Encosta seu corpo ao de Paula, buscando pela mão dela enquanto começa dançar.

– Adoro dançar com você...- solta os cabelos dela. É leve, sabe dançar, o que é muito importante... E ainda assim!

– Dois para cá, três para lá...- fazem. Repita isso...

– Dois para cá... Três para lá...

– Olhe para mim, Vitor! Não para os pés...- olha nos olhos dele. Está se vendo nos meus olhos...?

– Perfeitamente...- continua dançando.

– Eu amo Ed Sheeran! - refere-se a música.

– Estou vendo... É seu cantor predileto?

– Não... Antes tem John Mayer! - não tira os olhos dele.

– Ah... E mais nenhum?

– Antes do John Mayer, tem o Victor Chaves, da dupla Victor e Leo. Acho que você não conhece...

– Não muito... Mas... Você prefere só o Victor mesmo?

– Tenho um tipo de fetiche por ele, entende...?

– Você é daquele tipo de fã que só vê um dos cantores!

– Exatamente... Que o outro não saiba, mas...- se aproxima do ouvido dele. Eu sou louca só pelo mais velho...

– Chega...- vira a cabeça dela para si e a beija.

Vitor segura a cintura de Paula, a levantando em seu colo. Caminha em tropeços até o corredor que leva para o quarto de ambos, mas a encosta na parede fortemente, fazendo Paula gemer de dor.

– Vitor...- segura seu rosto. No quarto...

– Não! Tem que ser aqui...- a beija.

Com as pernas, Paula se movimenta tirando as roupas íntimas dele, que revira-se do avesso a cada movimento dela, protestando de amor. Posiciona-se da melhor maneira a abrangê-la por inteiro, a se sentir o mais profundamente possível em seu interior. Paula o habitava como nenhuma outra mulher conseguia. Sentia-se fervilhar dentro dela, a explodir a qualquer momento, correndo contra o tempo como se necessitasse daquilo para continuar vivo. O mais rápido que conseguia, preenchia-se e sentia-se só a deixando e habitando freneticamente. Paula segurava-se nele, implorando para que não parasse, dizendo a ele coisas que só ele necessitava ouvir. O corpo estremece de uma só vez e ele deixa Paula tocar os pés no chão, se apoiando com os braços na parede. Ela, envolve-se no pescoço dele o beijando todo o rosto...

– Vem aqui...- o empurra até o quarto, derrubando-o sobre a cama. Eu te amo tanto... Tanto...- deita-se sobre ele, beijando-o.

Vitor a segura, virando-se sobre ela sem tirar os lábios dela dos seus, até que Vitória resmunga no berço ao lado e eles se dão conta de que a filha está ali.

– Paula! - sai de cima dela, olhando para o berço.

– O que foi? - o encara.

– A Vitória...- olha para a filha que abre os olhos.

– Sim... O que...- olha para a filha. Acordou...- levanta-se com pressa, puxando o lençol consigo. Oi meu bebê...- sorri a olhando. Shiiiiu...- a vira para o outro lado, balançando-a para dormir novamente. Pronto...- a cobre, sussurrando.

– Fizemos barulho demais...

– Um pouco...- volta para ele sorrindo.

– Pulinha...- a traz para mais perto.

– Sim...? - senta em seu colo, retirando o lençol.

– Eu vou pedir... - Vitória acorda novamente. Ué...

– Ela está sentindo alguma coisa! - se levanta, cobre-se e vai até a filha. Meu amor...- a pega no colo. O que você tem? - a beija. Olha o papai...- a leva até ele, que cobre-se.

– Vem aqui minha princesa...- a pega. Paula...- encosta sua cabeça na da filha. Acho que ela está com febre!

– Febre? Vou buscar o termômetro, já volto.

Paula vai até o quarto de Vitória e pega o termômetro, levando novamente ao seu quarto.

– Deixa a mamãe colocar, filha...- ergue o bracinho dela e coloca. Pronto... Só um pouquinho meu amor... - ela chora.

– Não gosto de ver ela assim! - olha para Paula.

– Carolina disse que poderíamos ligar a qualquer momento... Ela está com dorzinha na garganta... Vou dar o remédio novamente, para aliviar um pouco. - sai para buscar.

Vitor tenta acalmar a filha enquanto Paula não volta.

– Vivi, não chore... Se você chorar dói mais ainda meu anjo! - passa a mão na testinha dela, arrumando os cabelos. Olha os dedos do papai...- mostra os dedos, brincando. Vou pegar a bebê...- brinca. Bum...- ri, mas Vitória não para. Vamos tirar...- tira o termômetro. 37...

– Aqui...- Paula chega com o medicamento. Por enquanto está baixa...

– Quantas mls são?

– 10...- coloca na tampa.

– Como vamos dar a ela?

– A deite, Vitor... E abra a boquinha dela rápido...

– A não... Ela vai ficar chateada comigo!

– Vitor, pelo amor de Deus não me estressa agora... Faça isso logo!

– Calma...- ele a deita. Filha, é para seu bem...- aperta as bochechas dela para a boca dela abrir. Vai Paula, coloca rápido...

– Pronto! - coloca. Levanta ela!

– Aí! - a levanta. Papai te ama... Calma...

– Vou me trocar...- vai ao closet e retorna com outra camisola, fazendo um coque no cabelo.

– Ela está acalmando...- deita com ela.

– Ela não pode pegar nenhum tipo de resfriado... Temos que nos cuidar. - se deita ao lado deles.

– Shiu...- pede silêncio, enquanto faz carinho na cabeça da filha que vai adormecendo. Ela está cansadinha...- fala baixo, quase não saindo a voz.

Paula cobre a filha e o observa Vitor acariciá-la até que ela pudesse dormir definitivamente. Resolvem deixar a bebê dormir com eles. Vitor se levanta, com cuidado e vai para o banho. Ao retornar encontra Paula dormindo, coloca almofadas ao lado de Vitória e deita-se abraçado a esposa, deixando meia luz do abajur para observar a filha. Ao amanhecer ele é o primeiro a acordar, até pelo fato de nem ter dormido direito... Olha Vitória e Paula que ainda dormem e se levanta. Vai ao banheiro e logo em seguida para a cozinha.

– Bom dia! - pega um xícara.

– Meu Deus! - ri. Bom dia... Por que tão cedo?

– Falta de sono...- ri. Só está você aqui?

– Só!

– Que bom...- senta. Pois não irei trocar de roupa por enquanto... Preciso de um café e depois cama de novo.

– Cadê Paula?

– Dormindo com Vitória...

– Isso deve ser dela...- entrega a camisola para ele. Estava jogada na sala... Vim para cá o som estava ligado, a luz acesa...

– Pois é...- ri.

– Que horas chegou?

– Pela noite...

– Você tome vergonha na cara! - o encara. O dia em que você deixar de vir para casa, deixando sua esposa e sua filha na mão, eu mesma irei te buscar de pau!

– Calma Diva... Não deixei...

– Deixou sim! - o interrompe. Paula precisou de você, e cadê o bonito? Sabe Deus!

– Estava no estúdio! Deixei tudo avisado...

– E era lá que você deveria estar, Vitor?

– Não...- admite.

– Ótimo...- prepara o café dele. Aqui está...- entrega.

– Obrigado...- toma. Caramba Diva! - faz cara feia. Está sem açúcar!

– É assim que você merece! Se quiser, tome... Se não quiser...- faz com os ombros.

– Você pegou muita ousadia! - se levanta.

– Está reclamando? Vou embora...

– Não... Só estou dizendo que você pegou muita ousadia...- se aproxima dela, provocando.

– Sai para lá...- pega o guardanapo.

– Que foi? - se aproxima mais. Deixa eu te dar um beijinho de café amargo! - corre atrás dela, que vai para o outro lado da mesa.

– Vá se vestir! - riem. Fica correndo pelado atrás dos outros... Vou falar para Paula!

– Nem precisa... Bom dia! - ri ao ver a cena. Vitor, por favor... Respeite Diva!

– Não estou pelado.

– Isso aí e estar pelado para mim é a mesma coisa...- sai de trás da mesa e vai servir Paula. As coisas estão soltas do mesmo jeito...

– As coisas! - riem. Diva, só você mesmo!

– Por que acordaram cedo?

– Perdi o sono...

– Estamos no pique ainda...- beija Paula.

– Tome vergonha Vitor...- bate no braço dele, quando aperta sua bunda. Respeite os outros! - ri, se soltando.

– Esse daí não respeita ninguém...- serve Paula. Aposto que o pudim que peguei nessa mesa hoje cheio de formigas, foi ele quem deixou! Tive que jogar fora... Dava dó!

– Quem deixou foi a Paula! - senta-se encima da mesa.

– Só eu comi, né!? - encara ele enquanto mexe seu chá.

– Só... Eu estava querendo outra coisa.

– Por favor Vitor...- o repreende.

– Desce dessa mesa! - bate na perna dele quando entra. Já me basta o que vi ontem... Bom dia, todo mundo!

– Mãe...- olha para ela. Bom dia!

– Cadê Vitória?

– Dormindo...- desce da mesa.

– Passou da hora de Vitória começar dormir no quarto dela! - pega uma caneca de chá. Essa menina acostuma no quarto de vocês e depois ninguém consegue mudar...

Paula e Vitor se entreolham, sabendo que Dulce tinha razão. Mas, doía muito nos dois tirar a filha do quarto.

– Ela ainda é muito novinha...- abraça Paula.

– Nada disso... Vitória fará um ano daqui alguns meses.

– Um bebê, mãe...

– Só estou avisando... Depois não queiram acostumá-la no quarto dela, obrigando.- toma o chá. Está uma delícia Diva...

– Obrigado...- sorri, debochando de Vitor que faz careta para ela.

– Nem contei...

– O que?

– Comprei uma lancha! - sorri.

– Uma lancha? O rio fica longe daqui, Vitor! Me diz para que uma lancha?

– Coloquei na fazenda do Leo... Para quando formos lá, eu for pescar...

– Sei...

– Bom dia!

– Bom dia Lucy...- sorriem.

– Cadê Vivi? Acordou já?

– Ainda não...

– Estava doentinha essa noite...

– O que aconteceu? - se preocupa.

– Febre, garganta inflamada...

– Que dózinha...

– Coloquei ali naquela nota todos os remédios e os horários...- mostra.

– Ok... Ela está no quarto de vocês?

– Está sim!

– Vou pegá-la lá...- sai.

– Tudo bem, Lucy...

– Vou dormir mais um pouco...

– Vai, mas vai lá do outro lado... Vão faxinar aqui.

– Tudo bem... Você vem?

– Depois...- o beija.

– Estou indo...- vai até Diva devagar, sem que ela perceba e a beija. Tchau, amor da minha vida!

– Sai daqui! - bate nele.

– Meu Deus...- ri. Vou ver Vitória com Lucy... Até daqui a pouco...

– Paula... Antes de ir, isso aqui é seu?

– Ah...- vê. É sim...- fica sem graça. É minha camisola...

– Adorei essa cor!

– Né? Eu também...

– Mas, essa que você está é linda também!

– Eu também gosto, são muito confortáveis...

– Até porque né...

– Diva! - riem. Vou indo... Até daqui a pouco. - sai envergonhada.

Paula ajuda Lucy com Vitória que é acordada para tomar o remédio. Passa as instruções da médica para que ela ajude cuidar.

– Vou levá-la para passear...

– Está bem...- sorri. Estou feliz que ela tenha acordado sem febre!

– E assim ficará!

– Amém! - beija a filha. Não demore muito lá, ok?

– Certo... Só vamos dar uma voltinha e já voltamos.

– Quando voltarem vão para o outro lado da casa... Estarão limpando aqui.

– Ok...

– Agora vão, para aproveitarem que está um tempo delicioso lá fora.

– Vamos... Olhe aqui...- pega um brinquedo. Upa! - brinca.

– Tchau Vivi...

– Tchau mamãe...- sorri ao vê-la dando tchau. Minha vida! - a beija. Chega dói amar tanto...- ri.

– Ela está crescendo rápido... Ainda ontem era uma pitoquinha...

– Nem me fale Lucy... Me dá um aperto no peito!

– Mas, ainda continua sendo nossa bonequinha!

– Isso sempre! - sorriem.

– Agora vamos mesmo...- riem. Tchau...- saem.

Paula coloca um robe sobre a camisola e vai até o quarto em que Vitor está. Ao chegar ele está acordado, mexendo no celular.

– Oi...- fecha a porta.

– Demorou...- desliga o celular, colocando ao lado.

– Pensei que estivesse dormindo...- tira o robe.

– Não dava...- sorri. Não aguentaria dormir...

– Hum...- senta-se no colo dele, o acariciando.

– Hum... Isso é maravilhoso para o início de um novo dia...- passa a mão sobre a alça da camisola dela.

– Vitor... Fiquei muito envergonhada quando Diva pegou minha camisola na cozinha.

– O que podemos fazer? - beija seu ombro. É nossa casa... Elas entendem...

– O pior foi minha mãe pegar a gente...- sorri com os carinhos dele.

– Como se estivéssemos fazendo algo errado...

Vitor pousa seus lábios sobre o rosto de Paula, arrastando-os de um lado ao outro como se provasse o gosto que só ela tinha. Ela escorrega suas mãos até a parte interna das coxas dele, acariciando a vontade que latejava de maneira intensa e vagarosa. Vitor revirava-se a cada movimento daquelas mãos que ele adorava em si; devolvia em beijos e ruídos que a faziam querer amá-lo ainda mais. A vira na cama, retirando o pouco de roupa que lhe resta. A invade rapidamente, retirando-a dela mesma e devolvendo com a mesma velocidade.. Paula arrasta as unhas pelo corpo dele, manifestando-se. Deixa marcas abertas que queimam devagarinho, que ardem... Só não ardem mais que os dois juntos, um dentro do outro. Palavras ditas entre si acendem mais a chama que não se apaga. Entre cavalgadas que recebem o sol e carícias ardentes, chegam ao nível extremo de si mesmos. Inundam-se de amor para fora do corpo... Gritam de dor e prazer o próprio amor.

– Bom dia...- diz ofegante, deitando do outro lado da cama.

– Bom dia para você também...- respira fundo, controlando a respiração.

– Paula...- a puxa para si.

– Sim? - o beija.

– Eu te amo...

– Eu sei! - sorri.

– Até porque...- acaricia o corpo dela. Não tem como não saber...

– Não mesmo! - riem.

– Agora me sinto esgotado... Relaxado!

– Eu quero mais! - olha para ele.

– Marque para depois do almoço! Dará tempo de repor as energias...

– Idiota! - riem.

– Sou idiota, sem vergonha, cara de pau... O que você quiser! Desde que eu seja seu, está tudo bem...

– Quanto a isso você não precisa ter medo! Você é meu!

– Sou? - vira-se sobre ela, beijando seu corpo.

– Pensei que já estivesse esgotado!

– Esgotado... Mas, satisfeito nunca estarei se tratando de você. Eu sempre quero mais... Toda hora! - a beija nos lábios.

– Ao menos em um ponto falamos a mesma língua! - sorri.

Amam-se novamente, implorando a cada movimento que o dia passe devagar para que cada beijo, cada carícia possa ser repetido cada vez mais.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Se estiver exagerado me deem um toque. Beijos na alma de vocês e uma ótima sexta ❤



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