12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 64
Capítulo 62




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Paula se vira, sorrindo. Pisca para ele e sai...

1 MÊS DEPOIS...

– Paula...

– Oi...- busca a respiração.

– Você está brincando com fogo!

– Você não vai dizer nada pro Vitor!

– Eu vou sim! É errado isso...

– Não Cintia...

– Tia Dulce? - chama.

– Oi... Estava arrumando minha...- vê a Paula. Meu Deus! - vai até ela. O que houve?

– Estava vomitando feito uma...

– Pelo amor de Deus! - tenta se levantar.

– Fique aí...- a segura. Você está fraca!

– Vou chamar a Diva...

– Não! Não, a Diva conta tudo para Vitor! Gente eu preciso levantar... Nós viajamos amanhã, preciso terminar de arrumar as coisas do Vitor...- tenta se levantar novamente.

– Paula, olha para mim...

– O que?

– Há quanto tempo você tem passado por isso?

– Foi só hoje...- mente.

– Você não tem vergonha de mentir? Você tem passado mal há dias... Nas viagens tem sido assim.

– Você não foi ao médico ainda?

– Fiz alguns exames...

– Isso é muito estranho...

– Tive muitas cólicas...- consegue levantar. Mas, também não tenho me alimentado direito agora com a produção do novo disco.

– Você acha bom irmos viajar?

– Não posso desmarcar esses shows...

– Tudo bem...- a ajuda. Mas, ficarei de olho na sua alimentação!

– Não contem nada pro Vitor... - se vira para elas. Por favor...

– Não posso te prometer isso.

– Só por agora...

– Paula...- pensa.

– Mãe, Cintia... Pelo amor de Deus! - implora.

– Tudo bem! Nem eu e nem Cintia contamos, mas você vai se cuidar!

– Vou...- vai para a cama. Vou tentar dormir um pouco!

– Faça isso... Eu separo as coisas do Vitor e mais tarde te ajudo.

– Posso separar as da Vitória...

– Por favor Cintia... Ajude a Lucy. Mais tarde eu vou ver tudo...

– Tudo bem. Mas, descanse agora... Ok!?

– Ok...- sorri.

– Vamos Cintia... Paula, se precisar de algo nos chame. Nos grite. Berre! Sei lá... - riem.

– Farei isso! - sorri.

– Tchau...- saem.

Paula se deita, buscando descansar e se recuperar antes da chegada de Vitor. Horas depois ele chega à fazenda, animado com a viagem.

– Olá! - sorri, deixando a mala e indo cumprimentar Diva.

– Oi! Como foi de viagem?

– Muito bem! - sorri. Oi Cintia...- vai até ela.

– Oi Vitor...- sorri.

– Cadê minhas meninas?

– Vitória está dormindo no quartinho dela... E Paula também está dormindo.

– Vou vê-las... Licença.- sai.

Vitor passa pelo quarto de Vitória, termina de cobrí-la e vai para seu quarto. Seus olhos denunciam o cansaço, retira a camiseta e os sapatos e resolve deitar-se ao lado dela. A envolve, com cuidado, para que não acorde, observando cada detalhe que ela tinha, acariciando cada linha que cortava seu ser.

– Shiu...- ela acorda. Pode dormir...- sorri.

– Você chegou...- o beija.

– Sim! Mas, por favor... Volta dormir... Você deve estar cansada.

– Um pouco...

– Paula, você tem se alimentado bem? Estou te achando um pouco pálida, fraca...

– Tenho sim...- mente. É que ainda estou sonolenta...- sorri para disfarçar.

– Ah...- finge acreditar, resolvendo não estender o assunto por agora.

– Vitória está dormindo?

– Está...- sorri. Parece um anjinho!

– Ela é...- o acaricia.

– Tudo pronto para a viagem? Já liguei para minha mãe, ela já organizou tudo. Está muito animada por ir...

– Tudo quase pronto! Ainda preciso ver suas coisas e da Vitória...

– Eu te ajudo, não se preocupe...

– Já comeu?

– Não... Ainda irei comer.

– Está cansado, Vitor... Com essa barba! - o observa.

– Vou tirar... É que não tive tempo.

– Eu tiro...- o beija.

– Eu vou adorar...- a acaricia. Estou animado com a viagem... Viajo tão pouco para fora do país!

– Agora viajará mais! Iremos sempre...

– Nós curtimos tão pouco, né!? Não que a Vitória tenha nos atrapalhado! Mas, tivemos pouquíssimo tempo de namoro mesmo...

– Sim... Acho que por isso também levei um susto quando engravidei. Mas, ela nunca nos impediu de nada! Depois que Vitória nasceu, me senti mais segura de mim...

– Eu sei... Nunca nos impediu mesmo. - sorri.

– Vitor... E se tivéssemos outro filho?

– O que tem?

– Nada... É que... Será que daríamos conta mesmo?

– Claro que sim! Quando Vitória nasceu, não sabíamos nada! Pensamos também que não daríamos conta e demos...

– Sim...

– Por que está perguntando isso?

– Nada...- respira fundo.

– A Patrícia ligou para mim e a sessão de fotos ficou marcada para assim que chegarmos de viagem.

– Que ótimo! Acho que ela tentou falar comigo, mas meu celular descarregou...

– Sim..

– Vi...- se levanta. Preciso organizar tudo logo... Quero terminar o dia com tudo pronto porque viajamos logo pela manhã.

– Tá bem... Quer ajuda?

– Eu sei que você está cansado... Mas, eu quero sim. Vamos arrumar suas coisas primeiro... As da Vitória preciso de um batalhão para ajudar! - riem.

– Vamos...- levanta-se e saem para o closet.

Separaram as malas de Vitor e começam separar as roupas. As discussões iniciam quando ele acha que já tem roupa demais e ela insiste que ainda tem pouco. Mas, no fim, tudo se acerta e horas depois as malas já estão devidamente prontas para desembarcar em Nova Iorque. Ao terminarem vão para o banho...

– Fique quieto Vitor...- passa o creme para barbear.

– Estou quieto...- se segura nela.

– Você é muito alto! Sente aí...

– Tá...- senta-se e ela se encaixa em suas pernas.

– Bem melhor...- começa a tirar. Você se machuca muito...

– É porque aprendi a tirar com pressa... Nunca tinha tempo.

– Os seus cabelos crescem muito rápidos!

– Sim. Não dou conta de tirar tudo...

– Precisa cortar sempre!

– Sim! - puxa as mãos dela e beija. Estava com saudades...

– Eu ainda estou...- o enlaça.

– Vai me deixar assim, cheio de creme!?

– Ficou gatinho! - riem.

– Vamos ser gatinhos juntos...- se levanta, pegando um pouco de seu rosto e colocando nela.

– Vitor! - ri tentando se limpar, mas ele segura suas mãos.

– Seu riso devia ser espelhado por aí...- a observa. Sou tão feliz por você...

– Eu te amo...- sorri. Tanto Vitor...

– Nos amamos! Parece tão bobo repetir isso toda vez... Mas, eu sinto a necessidade de falar que te amo toda hora!

– Então me ama...- sussurra para ele. Me ama mais... Sempre mais!

– Seu pedido...- a encosta na parede. É uma ordem para mim...- levanta as mãos dela sobre a cabeça.

– Amo quando faz isso...- o encara, com os lábios suplicantes.

– Gosto desse teu...- brinca de beijá-la. Lado!

– É agonizante você fazendo isso...- se contorce de olhos fechados.

– Você acha!? - beija seu colo.

– Muito! - a respiração começa a acelerar.

– Olha para mim, Paula...

– Vitor...- abre os olhos.

– Isso é...

– Para mim! - o interrompe, já ofegante. Eu sei... Só não me maltrata tanto.

– Não estou te maltratando...- sorri. Estou te amando! - solta as mãos dela, a pegando no colo.

Vitor deita Paula, a retirando de todo tecido e superfície que atrapalhe seu amor de enxergá-la além. Ela senta-se na cama, repetindo o processo com ele enquanto não desgruda seus olhos dos dele. Os olhos pequenos, mas sensivelmente sedentos por cada parte dela, por cada centímetro que há em suas curvas, nas linhas da sua alma. As mãos, tão quentes, dominam o corpo dela com maestria, como se fosse seu instrumento que de olhos fechados sente-se perder o chão. E vão perdendo... O chão, o sentido. Vitor vira-se, revira-se sobre ela como se necessitasse encontrar algo do qual nem ele sabia o que era. Quando as posições se invertem, o mundo se inverte para ele que parece ver tudo girar para o outro lado, enquanto ela viaja por si. Os meios tornam-se inteiros; o coração acelera como se fosse rasgar a pele e sair dançando jazz... Tudo se preenche, com pulsações cada vez mais latentes. Tudo se monta, se desmonta com dentes cerrados que parecem fazer de qualquer frio, um inferno. O corpo escorre o calor, o resultado de uma proximidade e exercício mais benéfico para ambos; os corpos jorram de si o amor em substância mais pura. Quando já não conseguem mais enxergarem praticamente nada, guiando-se apenas do coração, dos seus batimentos desenfreados que aceleram mais ainda, caem... Caem em si, em dois, em um só, buscando ar, como se o do mundo fosse pouco.

– Vitor...- suspira, alisando seu rosto sobre o dele.

– Estou por aí... - fala manso devido ao cansaço. Em algum lugar por aí...

– Volta aqui para sua Pulinha...- vira o rosto dele para ela.

– A gente se encaixa tão bem...- a envolve, ainda de olhos fechados. É inacreditável todas as vezes! - a beija.

– É amor...- fecha os olhos enquanto inspira o cheiro dele. Meu homem!

– Falando assim até parece que sou alguma coisa!

– Você é uma grande coisa! Meu menino, meu homem...

– Sei...- ri.

– Por isso tanta mulher se apaixona por você...

– A não... Paula! - a olha. Para por aí...

– Calma...- ri. Só estou falando! Isso deveria ser encarado como um elogio... Por você ser ótimo em tudo que faz e toda mulher se apaixonar por você.

– Assunto desinteressante para o momento! Não vou encarar nada disso como elogio...

– Tudo bem! - o beija. Desculpa...

– Vou tomar um banho, ainda nem vi a Vitória... Passei pelo quarto dela, estava dormindo.

– Sim...- sorri. Ela está tão espoleta! - riem.

– Tem para quem puxar...- se levanta. Não vem pro banho?

– Vitor, não tenho condições de levantar dessa cama agora! - se esparra pela cama de olhos fechados.

– Deixe de coisa... Vamos!

– Não... Estou falando sério! - o olha. Se eu levantar daqui, eu caio...

– Você não tem se alimentado direito... Mas, infelizmente não tenho como ficar toda hora encima de você, te fazendo comer! Poxa Paula... Você já é bem grandinha para saber o que tem que fazer.

– Isso aqui não é culpa de falta de alimentação, é culpa sua que destrói minhas poucas energias. Vai tomar seu banho... Depois eu vou! Deixa eu descansar um pouquinho...- vira para o outro lado.

– Paula...- a observa, mas ela não responde.

Vitor vai para o banho ainda estranhando a reação dela. Ao sair, encontra Paula dormindo; a cobre e vai para fora.

– Vitor?

– Oi...- fecha a geladeira.

– Nem sabia que tinha chegado! - o cumprimenta.

– Cheguei faz algumas horas já...- sorri. Tudo bem!?

– Tudo sim...- senta-se. Com fome?

– Um pouco...- ri.

– Diva e Sol devem ter ido ao supermercado, logo voltam. Mas, vou fazer algo para você comer...

– Imagina...- bebe o suco. Não se preocupe Dulce, eu espero...

– Não...- levanta-se. É rapidinho... Aproveita e chama a Paula!

– Ela está dormindo.

– De novo!? - estranha.

– Sim... Também achei estranho.- a observa. Será que tem algo a ver com as dores dela?

– Não sei...- mente. Pode ser que não... Só cansaço mesmo.

– Ainda assim é estranho! Mas, enfim... Vamos ver na viagem agora.

– Sim! - sorri.

– Dulce...- se aproxima. Não posso estar sempre de olho na Paula, então faça isso por mim! Não deixe ela se descuidar tanto... Por mais que eu fale e fale pelo telefone, ela é teimosa!

– É... Ela é muita teimosa!

– Quero que você vá aos shows agora, Dulce...

– Mas...

– Por favor!

– Tudo bem...- se convence. Mas, não sei se ela vai aceitar isso!

– Ela não tem que aceitar! Você simplesmente vai e pronto.

– Vou fazer o possível.

– O impossível, Dulce! Você é mãe e conhece muito bem a Paula... Insista, brigue, faça o que for...

– Farei... Fique tranquilo.

– Obrigado...- sorri. Eu vou ver Vitória e tentar arrumar algumas coisas dela, mesmo não sabendo nada! - riem.

– Ok... Logo te chamo para comer.

– Está bem...- coloca o copo na bancada. Oi Cintia...

– Oi Vitor...- ela chega e ele sai.

– Onde estava Cintia!?

– Com o Elias...

– Vitor está preocupado... E me sinto mal em mentir para ele.

– Eu não concordei com essa ideia, você quem disse que faria isso!

– É... Mas, estou começando a me arrepender.

– O que será que Paula pode ter?

– Paula!? - encara. Paula está grávida Cintia...

– O que? - se assusta. Ela não me falou nada!

– Ela não falou para ninguém! Nem sequer para mim... Mas, não sou idiota!

– Nossa... Você falando eu realmente vi sentido. Caramba... Vitória ainda é um bebê! Paula é maluca? Como ela vai dar conta de tudo?

– Isso é o de menos...- respira fundo.

– Ah...- sorri. Mas, vai ser lindo mais um bebê, né!? - riem.

– Vai! - sorri. Mais um netinho...

– Ou netinha!

– Sim...

– Será que Paula não se tocou ainda?

– Claro que já! Isso é mais do que certo... Mas, como da primeira vez, Paula parece ter medo. Do que eu não sei...

– Então é melhor fingirmos não saber nada.

– Sim! Devemos fazer isso...

– Fazerem o que!? - retorna com Vitória.

– Um outro bolo...- disfarça.

– Será? - senta-se com ela. Amanhã já viajaremos.

– É verdade, tia...- olha para Dulce. Acho melhor deixar o bolo para a próxima vez!

– Tá bem... E você meu amor? - olha para Vitória.

– Comecei mexer nas coisinhas dela, ela acordou! - ri.

– Eu e Lucy já arrumamos bastante coisa... Mas, Paula precisa ver.

– Ela verá assim que acordar...

– Sim... Por falar nisso, vou vê-la!

– A acorde e peça para vir comer que estou aguardando!

– Tá bem...- sai.

Cintia vai para o quarto de Paula e Vitor. Ao entrar encontra Paula ainda deitada...

– Paula! - mexe nela. Paula... Acorda!

– Oi...- abre os olhos, assustada. Aconteceu alguma com Vitória?

– Não... Vitor está te chamando para se sentar com ele no café da tarde.

– Preciso tomar um banho ainda...

– Então faça isso logo e vamos!

– Pega o roupão para mim...- se estica na cama.

– Aqui...- a entrega. Por que dormiu assim?

– Porque eu não estava dormindo...- se levanta colocando o roupão.

– Verdade... Vitor está em casa! - ironiza rindo.

– Sério!? - ri. Sabe que nem prestei atenção nesse detalhe...

– Nesse não... Mas, em outros sim.

– Besta! - sai para o banheiro e Cintia a segue.

– Paula...

– Oi...- se vira.

– Você confia em mim, não é?

– Claro que sim! Por que está perguntando isso? Você é meu braço direito, minha família, minha amiga...- sorri. Confio muito em você!

– Então porque não me conta o que está havendo com você? - a encara.

– Comigo? - já desconfia.

– Sim, Paula! O que está havendo com você? Por que não confia em mim? Tudo que fiz durante todos esses anos foi querer seu bem...

– Cintia...

– Tem algo, não tem?

– Isso é muito sério... Mais do que imagina.

– O que é sério?

– Eu...- respira fundo. Tá... Preciso conversar com alguém mesmo...- a puxa para o sofá do quarto. Eu vou ser bem direta...

– Por favor...

– Estou grávida!

– E isso não é maravilhoso? - sorri.

– Se não fosse perigoso! - se entristece.

– O que você quer dizer? - se preocupe.

– Aconteceu uma que não contei para ninguém desde que a Vitória nasceu...- engole seco.

– Você está me assustando! O que aconteceu, Paula?

CONTINUA!


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Notas finais do capítulo

Eu sei que vão querer me "matar"! E sim, eu fiz de propósito... Me escrevam o que acham que Paula tem. Adoro ler tudo que me escrevem ❤ (O próximo estará incrível)



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