12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 6
8 meses depois, ela!


Notas iniciais do capítulo

PAULA = Paula narra



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PAULA


Monteiro se aproxima com um bilhete na mão:- Para você.


Abro o bilhete...
“ Condomínio Morada do Sol, Belo Horizonte. Terça, ás 12:00h.
*Não é uma carta, então não terá o incomodo de ter que queimar.”
Engulo seco:- Ele leu.


Monteiro:- O que foi?


Entrego o bilhete par ele:- Joga isso fora.


Monteiro:- Paula, o que foi?


Pego minhas coisas, Henrique já foi:- Vou para casa.


Monteiro:- Henrique já foi? Paula o que ele veio fazer aqui?


Vou até o Monteiro:- Monteiro, o Henrique está tentando de tudo para se aproximar mais, evitando de conversar comigo. Ele descobriu que Vitor vinha aqui.


Monteiro:- Está complicando mais ainda.


Afirmo com a cabeça e saio. No caminho vou pensando no ousadia de Vitor quando meu celular toca:- Oi mãe.


Dulce:- Paula você vai demorar?


Paro o carro para conversar:- Não, porque?


Dulce:- Você tem visita, não demora.


Penso, mas quem me visitaria?:- Quem é mãe?


Dulce:- Filha, só não demora.


Ela desliga e eu não entendo nada. Continuo meu caminho e após 20 minutos consigo chegar em casa:- Oi flokinho...


Dulce:- No seu escritório. Henrique veio junto?


Olho para ela com o flokinho no colo enquanto entrego minha bolsa e meu celular: Não. Ele foi embora, quem está aí?


Ela pega o flokinho do meu colo também e sai sem me responder. Quando chego no meu escritório, não consigo acreditar que ele está aqui:- Eduardo Araújo? Meu deus, quanto tempo...


Eduardo vem me abraçar:- Caramba, como você mudou Pulinha.


Correspondo o abraço:- E você? Olha só...


Rimos e peço para ele se sentar:- O que te trás aqui?


Eduardo:- Vim fazer um convite.


Fico curiosa:- Sim, faça.


Eduardo:- Estou pensando em reunir o pessoal da Companhia em um jantar beneficente em prol do Hospital de Barretos, pensei em você.


Me animo com o convite:- Mas é claro que eu vou, como não? Quando vai ser?


Eduardo:- Daqui um mês, ainda vou falar com Victor e Leo.


Sinto um desconforto quando ele fala do Vitor:- Sim, deixa certinho o dia e o local na Jeito de Mato.


Eduardo:- Farei isso.


Passamos minutos conversando até que Eduardo se vai:- Foi bom reencontrar ele.


Dulce:- Ele e o passado. Você vai na festa?


Me sento com o flokinho:- Vou sim.


Dulce:- O que você tem?


Como ela sabe? Ela sabe tudo:- Problemas.


Dulce:- Henrique não parou para conversar ainda?


Coloco Flokinho no chão:- Não. Está fugindo.


Dulce:- O outro te ligou de novo?


Me deito no sofá:- Pior.


Dulce:- O que foi Paula?


Suspiro:- Marcou de falar comigo em uma chácara.


Dulce:- Como é? Não posso acreditar que ele veio atrás de você...


Interrompo ela:- Não mãe, quem foi atrás fui eu. Peguei pesado com ele estes dias e queria me desculpar mas como Henrique estava no escritório não tive como falar com ele.


Dulce:- Paula é casado...


Me levanto:- Você acha que não sei?


Dulce:- O que você vai fazer?


Olho para ela e balanço a cabeça dizendo que não sei. Porque na verdade, não sei mesmo. Já não me bastasse Henrique fugindo de conversarmos me aparece Vitor com isso. Vou tomar um banho que mais serviu para martírio. Quando saio Cintia vem ao meu encontro com o telefone.


Cintia:- Ele ligou.
Pego o telefone na mão:- Ele quem?


Cintia:- Como quem? Henrique né. Disse que liga depois.
Enquanto Cíntia sai do quarto e vou me arrumar. Quando ligo para Henrique, ele logo atende.


Henrique:- Oi amor.


Não entendo como Henrique pode ser tão...:- Precisamos conversar, você sabe, por favor...


Ele me interrompe:- Conversar para que? Já disse que está tudo bem, eu não me importo , chega disso.


Como ele pode dizer isso? Não esta certo:- Henrique não, eu já disse. Pra de fugir, não é normal isso.


Henrique:- O que você quer? Terminar? Para que essa conversa, pra brigarmos por uma coisa que...


Interrompo ele:- Henrique chega. Te espero aqui em BH, ainda hoje e nos vamos conversar, por favor.


Henrique:- Paula, por favor peço eu. É comigo então pare, não precisa conversar, eu já aceitei.


Saio do quarto:- Henrique isso não é certo, eu não me sinto bem e nos precisamos sim conversar. Estou te esperando, por favor.
Henrique desliga o telefone sem responder.


Cíntia:- Ele ainda está fugindo?


Aprovo com a cabeça enquanto me sento para comer:- Não sei como ele consegue, eu não me sinto bem com isso.


Cíntia:- Ah Paula, é fácil né?


Olho para ela:- O que você quer dizer?


No momento que Cíntia ia falar meu celular toca e peço para ela esperar. Quando vejo o numero, desligo:- Não adianta.


Cíntia:- Quem?


Guardo o celular:- Ninguém. O que é que você ia dizer?


Cinthia:- Paula porque ele vai se preocupar? Não tem como você ficar com o outro mais, então para ele tanto faz, ele não se importa mesmo.


Mexo no cabelo pensando no que ela disse, enquanto espero Solange me servir meu doce predileto, o doce de leite:- Humm... caprichou hein Sol?
Rimos. Minha mãe entra na cozinha:- Você sair por estes dias?


Enquanto como respondo ela:- Não. Henrique vem para cá.


Dulce:- Certo. Vocês já estão bem?


Deixo de comer:- Não. E creio que nem ficaremos.


Dulce:- Paula, você vai se separar? Vai ficar sozinha?


Penso no que ela disse:- Meu medo de ficar sozinha passou, da pior forma.


Dulce:- Paula, o que está acontecendo?


Termino meu doce:- Vamos conversar ali mãe.


Saímos da cozinha e fomos pra a sala. Expliquei para ela tudo que estava acontecendo, meus últimos desentendimentos com Henrique, estava aos poucos o desconhecendo. Ele vinha agindo, tomando umas atitudes que não faziam sentido algum.


Dulce:- Paula, você está cansada? Essa é a verdade?


Olho para ela:- Não sei. Não me sinto mais como antes.


Dulce:- Paula pense bem no que vai fazer, o que também não quero é que você fique assim, angustiada.


Sorrio para ela ao mesmo tempo que vou abraça-la:- Tenho você, jamais vou ficar sozinha.


Ela ri e as horas vão passando entre conversas. Quando percebo já é tarde e Henrique me liga dizendo que já está chegando:- Mãe, quando Henrique chegar pede para ele ir lá pra fora, eu vou estar lá.


Dulce:- Tudo bem filha.


Enquanto ela vai brincar com os cachorros eu resolvo andar pelo Rancho, para pensar um pouco. Como sempre Vitor surge como um fantasma para embaralhar mais ainda o que já está complicado. Vou evitar me encontrar, falar com ele até ser inevitável esse acontecimento. Me acostumei com o Henrique, em estar com ele, mas não sei reagir quando Vitor surge. Alguém corta meus pensamentos, é ele.


Henrique chega perto de mim, me acaricia: Oi, sua mãe me falou para vir aqui.


Me viro para ele, sem demonstrar tantas emoções:- Nós precisamos conversar.


Henrique:- Para que? Paula não precisamos conversar.

Interrompo ele:- Henrique chega. Chega de fugir e fingir que esta tudo bem, não está. Henrique você está sendo...


Ele se levanta já nervoso:- O que você quer? Paula, confiei em você mesmo depois o que houve. Para que pensar nisso de novo?


Não posso acreditar que ele pense isso como algo normal:- Henrique, como pode achar normal eu estar com você sabendo que não é...


Henrique:- Você esta comigo e não tem como estar com outro, desista de querer encontrar...


Interrompo ele:- Isso é maluquice Henrique.


Henrique:- Maluquice é o que você está dizendo.


Olho para ele:- Está errado Henrique, eu não estou me sentindo bem com isso, nada já não é a mesma coisa. Você vem tendo atitudes que não condizem com o que você foi todo esse tempo.


Henrique:- Paula, isso não é...


Interrompo:- Para Henrique. Para de fugir, para de negar as coisas que você sabe que são verdade.


Henrique:- Sabe, quem é você para me dizer algo? Eu sou traído por você todos os dias. Quem deveria te cobrar algo sou eu. Tenho pena de você. E quem não vai mais ficar bancando de besta sou eu, você vai ter o que merece e se sofre é porque quer. Eu estava aqui, fechando os olhos para tentar te ajudar você vem com sua mania de ser toda certinha. Eu aturei tudo esse tempo todo.


Olho para ele perplexa com a ousadia:- Nunca te escondi nada, por isso não foi traição. Se você ficou, foi porque quis. Porque realmente era fácil para você, quem tem pena sou eu de mim mesma por ter me deixado levar, por ter sido cega surda e não ter dado ouvidos quando me avisaram que você me mostraria quem era. Henrique isso é... vai embora, é melhor você ir embora.


Henrique:- Calma, eu não quis dizer que...


Interrompo-o:- Vai Henrique, por favor.


Henrique:- Paula se acalme, quando você estiver com a cabeça fria nós conversaremos...


Não tenho mais duvidas do que decidir:- Melhor não. Você disse o que tinha pra ser dito, não adianta querer remendar agora. Nós não temos o que conversar mais.


Henrique tenta se redimir, falar algo que possa me fazer voltar atrás. Mas quando decido algo, decido mesmo. Ele desiste e se vai, mas sei que ainda vai tentar falar comigo. Peço que ele já leve suas coisas que estavam aqui, não quero nada para lembrar; infelizmente talvez, me acostumei com a presença dele e ver ele ir me faz um certo mal de qualquer forma. Aos poucos vou m recuperando e volto para dentro de casa. Minha mãe, que já havia percebido tudo, me acolhe e mais uma das minhas desilusões amorosas. O tempo passa, o dias se vão e retomo minha agenda. Ainda sinto falta do Henrique, confesso. Era bom ter ele comigo em cada cantinho do país, eu me sentia protegia muitas vezes, mas aprendi muito, principalmente a me sentir segura agora, sozinha. Me sinto mais forte, mas determinada que antes, consegui aos poucos ir preenchendo meu tempo com outras coisas. Olhei mais para minha carreira, para os meus fãs, tive mais tempo para desfrutar minha casa, meus cachorros, o tempo com a minha mãe. Por outro lado, ao mesmo tive tempo para pensar e nesses pensamentos vem coisas que mais quero esquecer.


Acabo de chegar de um show, estou extremamente cansada e tudo que quero é dormir. Amanhã tenho o encontro do Eduardo para ir, rever todos daquele tempo. O celular corta meu momento lembranças, é um sms:- Não acredito que...
“Paula, vamos conversar. Beijos.”


Henrique ainda está insistindo, já deixei claro, não quero me encontrar com ele, acabar voltando atrás, não aguento mais aquilo tudo de novo. Decido não responder e vou me deitar.


Logo pela manhã Cinthia me levanta para irmos para BH:- Paula, vamos.
Organizo minhas coisas, dou uma olhada no celular, em tudo que está acontecendo e vou rumo a Belo Horizonte, saudade da minha casinha. Aterrissamos uma hora e quarenta minutos depois, é um Domingo, o tempo está fechando:- Nossinhora gente, vai cair um pé d’água que só.


Monteiro olha pela janelinha:- Pior que vai mesmo Paulinha. Será que é uma boa irmos nesse encontro?


Chamo a atenção dele:- Claro que sim, uai, de jeito nenhum eu falto. E você vai m acompanhar, vai levar a Bia.


Monteiro ri:- Ok, nós vamos então.


Rio:- Não iremos a pé, no carro não chove.


Descemos do avião, logo chego em casa e começo a escolher minha roupa. Fabiola veio com uns look’s já prontos. Escolhi um vestido preto de couro:- O duro vai ser colocar.


Fabiola ri:- Isso a gente da um jeito. Na hora de tirar que acho que você vai ter dificuldade.


Vou no espelho me ver com o vestido, fico imaginando exatamente em como tirar rindo:- Nem fale.


Fabiola:- E o cabelo? Preso ou solto?


Estendo o vestido na cama:- Solto, claro.


Fabiola:- Mais natural?


Vou olhar os modelos de sapatos:- Fica legal né?


Fabiola vem até mim:- Fica sim, ele natural com esse sapato. (ela pega um par de sapatos na mão)


Eu gostei:- Adorei. Quero estar muito linda.


Fabiola ri:- Algo especial hoje?


Chegou a vez das joias, experimento um brinco de pedra verde:- É, pior que hoje é. Muito especial.


Estive pensando, e resolvi que hoje era sim especial. Querendo ou não eu ia voltar todas as lembranças daquele tempo e... provavelmente Vitor irá com a esposa, quero estar bem. Meu celular toca:- Monteiro ligando. Alô parceiro.


Monteiro:- Paulinha que horas você quer ir?


Me sente na penteadeira:- Monteiro o que você de ir lá pras 20:00h? É um leilão, então...


Monteiro:- Acho ótimo. O que você vai leiloar?


Mexo nas minhas maquiagens:- Vou leiloar um figurino meu e um violão. O que ocê acha?


Monteiro:- Muito bacana. Se eu tivesse como, eu comprava aquele violão.


Dou risada dele:- Até parece.


Monteiro:- Vou desligar, te espero as vinte horas então. Beijão


Me despeço dele e chamo a Fabiola:- Fá, o que acha dessa cor? O batom vou de vermelho mesmo.


Fabiola:- Lindo demais, deslumbrante que só.


Ficamos eu e Fá decidindo os últimos detalhes, Flokinho como sempre do meu lado. Algumas horas depois começo a me arrumar, quando termino Monteiro e Beatriz já estão me esperando.


Beatriz:- Que lindassaaa.


Monteiro:- Mas olha só nossa menina.


Sorrio para eles:- Exagero, oh my god. Vocês estão lindos também..
Monteiro ri:- Gatas, vamos?


Beatriz:- Simbora gatinho. Tchau para quem fica, beijo beijo.
Também me despeço de todos e partimos. No meio do caminho Bia vai me perguntando do pessoal daquela época, sobre o que fazíamos e vou me divertindo contando.


Beatriz:- Pessoas que quero conhecer, Victor e Leo. Acreditam?


Monteiro:- Bia.


Dou uma risada:- Monteiro relaxa. Lá você vai conhecer, eles e as esposas.


Monteiro ri. Beatriz:- Aquele Leo é um pedacinho de mau caminho.


Monteiro:- Que isso Bia?


Dou risada dos dois:- Chegamos...


Descemos do carro e já somos recepcionados por um pessoal muito bacana:- Obrigado queridos, nós vemos lá dentro. Vem Bia, vem Monteiro.


Monteiro:- Estou perdidinho aqui.


Paro para as fotos enquanto Monteiro e Beatriz entram no salão e se acomodam. Me reencontro no caminho com alguns amigos da antiga Companhia, ficamos conversando até Eduardo me levar para tirar mais fotos.


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