12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 59
Capítulo 57




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Tomam banho juntos, deitando-se logo depois respeitando o cansaço do corpo e da mente, mesmo que a alma tivesse leve... Ao despertar, Vitor já não está no quarto. Paula se arruma e segue para a cozinha.

– Já ia te chamar...

– Bom dia!

– Boa tarde! Já são 13h e precisamos ir...

– Nossa...- senta-se. Cadê Vitor? Vitória?

– Vitor já foi!

– Mas, nem se despediu de mim...- se entristece.

– Ele não quis te acordar, filha...

– E minha filha?

– Lucy saiu pela fazenda para fazê-la dormir.

– Posso ao menos me despedir da minha pequena? - se levanta.

– Você nunca se atrasou! O que houve? - arruma as bolsas.

– Cintia... Por favor! - sai em busca de Vitória.

Paula vai até os cavalos, onde Lucy está com Vitória. Se despede da filha já chorando, garantindo que logo retornará para casa. Ao sair, liga para Vitor, brigando por ele ter não ter se despedido.

– Me perdoa... Acordei atrasado também! Foi uma correria... Minha mala nem estava pronta. - ri.

– E o que você pegou para ir?

– Só cuecas. O resto me viro aqui...

– Vitor...- ri. Sai na correria também... Nem me despedi direito da Vivi! Minha mala já estava pronta.. A sorte.

– Preciso de uma assistente como Cintia!

– Nem pensar... Não quero nenhuma mulher mexendo em suas coisas!

– Mas, também não quero você perdendo tempo arrumando. O melhor que temos a fazer é nos organizar da próxima vez...- riem.

Passam um bom tempo se falando, desligando na hora de decolar. Os dias passam e os shows repõem a energia de ambos, que anseiam retornar para casa e se verem novamente. Paula, ainda terá a gravação do programa do Jo. No camarim, se arrumando, vê um vídeo de Vitória rindo com Dulce.

– Que saudade! - ri.

– Muito linda...- sorri Cintia.

– Paula, tudo ok?

– Tudo, Denise...

– Vamos entrar no estúdio...- saem.

Entram no estúdio de gravação, Paula avista alguns fãs que estão na plateia, os cumprimentando e sentando-se logo em seguida no sofá. Jo entra e começam a gravação. Paula conta sobre os discos anteriores, sobre o show e seus anseios, objetivos ainda na carreira.

– Esse disco... "Encontros Pelo Caminho..." - pega na mão. Tem participação de vários artistas...

– Sim! - sorri. Tanto nacionais quanto internacionais...

– Não é um trabalho totalmente inédito?

– Não...- olha. São regravações de parcerias do passado e algumas novas gravações como com o Tim MCGraw, Chayanne, Mickael Carreira, Eric Silver, a Shania Twain que foi um grande sonho realizado! - sorri. E também tem inédita com Chitãozinho e Xororó e Victor e Leo... Inclusive Depois, é de autoria minha com Victor Chaves!

– É mais fácil compor com o marido?

– Bem mais fácil! - ri.

– Dá para compor em qualquer momento, né? Onde o marido estiver, compõe... Na cozinha, no banheiro... - todos riem.

– Sim! É exatamente por isso...- riem. Em qualquer momento e qualquer lugar!

– Quanto tempo estão juntos?

– Faremos um ano de casados no próximo mês...- sorri. Passa muito rápido... Parece que foi ontem!

– A filha de vocês não tem um ano ainda, né?

– Não... A Vivi vai completar sete meses. Minha fofura! Tão munitinha... - riem.

– Munitinha, munitinha! - Jo a encara. Ela tem a pele de boneca igual você?

– Obrigado...- ri. A dela é até mais, porque o pai também tem a pele linda... Foi genética.

– A pele dele eu não concordo...- ironiza.

– Jo...- ri. Ele te mandou um abraço!

– Requeijão ninguém manda! Eu sonho com aquele requeijão que ele me trouxe uma vez...

– Requeijão de Minas é o melhor...

– Se eu morasse em Minas precisaria de duas cadeiras aqui! - todos riem. Enfim... Mande outro abraço a ele... E estamos aguardando ele aqui!

– Pode deixar...- sorri.

Terminam a entrevista em super alto astral. Paula retorna para casa no mesmo dia, chegando horas depois na Fazenda.

– AAAA MAMÃE! - corre para abraçar Vitória. Quanta saudade meu amor! - distribui beijos nela. Oi, oi... Vocês são também os amores da mamãe...- olha Flokinho e Paçoca nos pés dela.

– Quanto amor! - riem.

– Muito! - se aproxima dela. Oi...- a cumprimenta. Como você está mamãe?

– Muito bem...- sorri. Cadê Cintia?

– Foi levar algo pro Elias!

– Pro Elias?

– Sim... Não sei o que é.

– Hum...- pensa. Está com fome?

– Um pouco! E Vitor? Ainda não veio para casa? - se preocupa.

– Não... Nem telefonou...

– Ah... Meu Deus! Onde está esse homem? - vai para a cozinha. OI Diva, oi Sol! - as cumprimenta.

– Oi Paulinha...

– Oi Paula!

– Vocês estão bem? - se senta.

– Sim...- respondem.

– Ótimo!

– Com fome?

– MUITAAA! Nem paramos para comer, eu quis vir direto! Estava com tanta saudade da minha vidinha...- a olha.

– Essa Vitória está mais sapeca a cada dia que passa! - Lucy chega.

– Oi Lucy...- ri.

– Oi Paulinha! - riem. Mas, a titia Lucy ama! - brinca com ela.

– Não está na hora do curso?

– Estou indo! Só vim me despedir da Vivi...- a beija. Tchau gente! Até mais tarde...- beija a Diva e sai.

– Paula...

– Sim?

– Nem sei explicar o que sinto quando vejo que você pergunta sobre Lucy e o curso! Quando você e Vitor permitem que minha filha possa fazer algo, fora do trabalho dela... Pensei que isso nunca seria possível! Mas é... É porque vocês são pessoas extremamente humanas e merecem, a cada dia que passa, cada vez mais serem felizes! Nunca vou conseguir agradecer... Estarei sempre em falta com vocês.

– Ô Diva...- se levanta e vai até ela. Você não precisa agradecer...- a beija. Nós queremos que as pessoas tenham oportunidades... E Lucy ama tanto Vitória... É tão cuidadosa, dedicada! Jamais poderíamos fazer o contrário... - sorri. E você, Sol... Cadê a Clara?

– Clara passa o tempo todo com aquela sanfona... Não sai mais de casa! - ri.

– Meu Deus...- riem. Vivi já comeu, gente?

– Já... Só estou terminando aqui o suco dela.

– Certo... Hoje é segunda e o suco é de...? - brinca com a filha. De MAÇÃ! - sorri. Êee!

– E o do Vitor é de couve...

– Morri! - riem.

– Diva, a nutricionista de Vitor Chaves!

– Né Sol? - ri. Me divirto com vocês... Vou trocar essa roupa e já volto! - vai para o quarto.

Paula coloca Vitória no chão do closet, enquanto muda de roupa. A filha não para, subindo nas gavetas, engatinhando de um lado para outro para alcançar as coisas. Retornam para a cozinha e Diva já a aguarda com a mesa posta. Coloca Vitória em um cercado ao lado de si, cheio de brinquedos para que ela se distraia enquanto come.

– Você nem nos contou como foi seu jantar!

– Verdade...- diz Dulce que senta junto.

– Vou contar! Sentem todas aqui...- riem.

– Chegou na hora certa Cintia... Paula vai contar pra gente sobre o jantar.

– Oba! - senta-se.

– Então...- bebe seu suco. Foi muito importante... Foi uma das melhores madrugadas da minha vida. Vitor me ensinou muita coisa, principalmente a entender porque sinto que só pertenço a ele!

– Que bacana!

– Coloquei o presente que comprei para ele! - riem. Mas, não vamos entrar em detalhes... Só posso terminar dizendo que quando nos demos conta o dia já estava nascendo!

– Que lindo! - sorriem.

– Sol...- ri.

– Acho que terei mais um netinho em breve.

– Mãe! Que isso!? Não falei nada disso...- ri. Parem, que vocês estão me deixando envergonhada.

– Ninguém escuta chamar nessa casa? - aparece na porta.

– Olha aí...- riem.

– AAAA MEU AMOR! - vai até Vitória. Que saudade! - a aperta. Tira o óculos do papai...- Vitória puxa. O que tanto riem? - vai até Paula. Oi...- beijando-a. Estou chamando lá da sala e ninguém vem...

– Desculpa...- ri. Estávamos conversando.

– Milagres acontecem! Nunca vi Vitor beijando Paula assim na minha frente...

– Poxa Dulce...- a cumprimenta rindo. Vou começar ficar vermelho!

– Quanto vergonha...- riem.

Vitor cumprimenta todas, sentando-se ao lado de Paula e comendo junto dela. Ficam todos reunidos, rindo e contando sobre os dias fora de casa, a gravação do Jo, os shows. Paula aproveita e anuncia a todos que começou a preparar a festa de um ano da filha, contando sobre o tema, as flores, tudo que quer utilizar. Comentam sobre os últimos acontecimentos no mundo; no meio deles, entre os colegas de profissional, sobre seus novos trabalhos, as gravações e o que farão pelos próximos dias de folga.

– Você viu aquilo sobre o marido da Sandy!?

– O que, Sol?

– Parece que uma fã tirou uma foto do filho deles e ele não gostou.

– Ah... Eu vi! Ele detestou, Sol! E não tiro a razão dele... Agiria da mesma maneira.

– Vitor...- Paula o encara.

– Paula, a gente não quer que nossos filhos sejam toda hora expostos. Eles são só bebês comuns...

– Isso eu concordo e você sabe muito bem! Jamais fui a favor de expormos a Vitória... Principalmente quando ela nasceu! Mas, acredito que é muito radical a ideia de pensar que eles nunca poderão aparecer! Infelizmente o mal da nossa situação é essa... Nós também somos pessoas normais, mas temos que entender que há esse lado das coisas.

– Enfim... Só não quero foto da minha filha rodando a Internet e fornecendo lucro pros outros.

– Eu sei... Também não quero. Só estou dizendo que não sou tão radical ao ponto de pensar que ela nunca vai aparecer...

– Isso nem eu sou!

– Tá...- ironiza.

– É sério!

– Não vamos brigar...

– Me arrependi de ter começado o assunto!

– Não Sol...- ri. Está tudo bem! Eu e Paula somos assim mesmo...

– Sim... Não se preocupe.

– Bom! - se levanta. Vou tomar um banho.... Me deitar um pouco e descansar! Estendemos a noite e só dormi no avião...

– Estenderam a noite fazendo o que? Posso saber? - Paula o acompanha.

– Estendemos a noite quer dizer que não paramos em hotel, viemos direto...

– Sei...- coloca os pratos na pia. Isso se chama virando e não estendendo. Porque isso para mim é ter saído para algum lugar!

– Pronto...- ri. Sai para onde? - saem pro quarto. Só sai pro show do Victor e Leo... Você conhece?

– Besta! - riem.

Enquanto Vitor toma seu banho, Paula faz Vitória dormir. Ao terminarem, se deitam na cama abraçados.

– Ainda estou com o que você disse ontem, na minha cabeça...- acaricia ele.

– O que?

– Sobre tudo... Mas, não vamos falar disso. - o beija. Temos tão pouco tempo para nós dois!

– Tudo bem...- mexe no cabelo dela. Temos... Infelizmente.- se lamenta.

– Sobre a viagem, o que você conseguiu decidir?

– Ah...- se ajeita para olhá-la melhor. Adiamos a gravação... Daí terei como ir. - sorri.

– Vai ser incrível nós três em Nova York! - ri. Acho que estará friozinho...

– Melhor ainda! Daí nos esquentamos...- a aperta.

– Sim! - sorriem.

– Como foi seus dias?

– Correu tudo bem... Mas, ainda não me acostumei a ficar sem Vitória.

– Paulinha... São poucos dias.

– Você poderia me deixar levá-la...- o olha.

– Não... Aqui tem a Lucy, a Diva, a Sol. Não é saudável para Vitória ficar de lugar em lugar, de hotel em hotel. É ruim para nós, que estamos acostumados e muitas vezes ficamos mal por vivermos em lugares com temperaturas diferentes, imagina para ela que é só um bebê!

– Tudo bem...

– Não estou dizendo que vez ou outra não pode levá-la... Mas, em um show que ela ainda retorne no mesmo dia.

– Eu sei...

– Paula... Não estou querendo ser chato, mas não quero Vitória no meio disso tudo. Quero ela tenha a vida de uma criança normal.

– Mas, isso tudo somos nós! E é inevitável querer que ela nunca se envolva...

– Estou dizendo que..

– Vamos parar por aqui... Antes que briguemos.

– Tudo bem... É melhor.

– Descanse bem...- o beija, se levantando.

– Onde vai? Pensei que ficaria aqui comigo...

– Não... Vou malhar um pouco. Se ela acordar, chame pela minha mãe...

– Você ficou triste comigo...

– Não Vitor...- mente. Até mais...

Se arruma e vai para a academia. Não seria bem triste a palavra, talvez chateada. Vitor era repleto de limites quando se tratava de Vitória, o que fazia com que se sentisse um pouco sem autonomia quanto a filha. Não via com maus olhos todo o cuidado que ele tinha, pelo contrário, sabia que era uma maneira dele proteger a filha daquilo que ele mais detestava: exposição. Mas, não podia negar que muito das suas imposições, ela detestava. Era radical em muitas coisas, mas não aceitava isso. Tenta distrair e esquecer todo o assunto. O tempo passa e ela continua na academia, até que é surpreendida por ele, retirando seus fontes.

– Já acordou? - se vira, assustada.

– Já... Você se perde do tempo aqui dentro.- senta-se de frente para ela, em um dos aparelhos.

– Um pouco... Vai malhar?

– Não... Não necessariamente esse tipo de malhação. - se aproxima dela.

– Sei...- ri. Vitória não acordou?

– Acordou! - a acaricia. Cintia deu um banho nela e saíram nos cavalos...

– Ah...- o encara.

– Sei que ficou chateada pelas coisas que eu disse...

– Não quero falar disso! Vamos acabar brigando e eu não quero, de verdade...

– Paula, não quero ser chato.

– Ser chato faz parte de você...- ri.

– Poxa Paula...- ri.

– Mas, eu te amo assim... Não gostaria se fosse diferente.

– Leo nos convidou para jantar hoje...

– Na casa dele? - bebe água.

– Não... Em um restaurante. Um jantar de casais, segundo ele... Minha irmã está aí e também irá.

– Legal... Iremos?

– Você quem sabe...

– Iremos! - sorri.

– Está bem...

– Mas, você vai me prometer uma coisa...

– Diga...

– Vai mudar essa camiseta! Coloque uma branca que seja...

– Paula...- riem. Não reclama da minha roupa!

– Estou reclamando da sua camiseta e não dá sua roupa...

– Sei...

– Ah Vitor! - coloca a mão na cabeça. Eu esqueci... A Patrícia me telefonou!

– Sério!?

– Para fazermos o ensaio... Será na próxima semana!

– Que bom... Vou começar ficar nervoso desde agora! - riem. Como vai ser esse ensaio?

– Vai ser algo relacionado a paixão... A nova coleção.

– Sei... Não vou ter que posar nu, né?

– Vai! - ri. Todas as fotos você fará nu... Seu palhaço! - se levanta.

– Você também? - riem.

– Eu também!

– Nunca né...

– Nunca porque? E se eu um dia aceitar posar nua?

– Você não faria isso... Nem preciso me preocupar. - vai até ela.

– Não tem graça brincar com você! - ri.

– Se o assunto é sobre você, não tem mesmo não! - riem.

– Mas, se eu fizesse... Você deixaria?

– Para quê você iria fazer? Por fama, dinheiro não tem necessidade...

– Por gosto, talvez.

– Não...- ri. É até cômico você falar isso...

– E se não fosse nua, mas seminua? Como muitas cantoras fazem...

– Não...- a encara. Você não é "Muitas cantoras..."... Por que está me sondando com isso?

– Não comece a pensar que estou pensando em fazer isso! - ri. Só estou te perguntando despretensiosamente...

– Sei...

– Você já teve essas revistas?

– Lá vem...- senta-se em um aparelho.

– Nossa Vitor! Não posso te perguntar nada...

– Você só me faz perguntas bestas!

– Besta!? Só te perguntei se já teve ou não... E se teve de quem era?

– Não vou responder isso!

– Qual o problema? - ri.

– O problema é que você já sabe a resposta e fica querendo me ver irritado com isso.

– Tá...- ri. De quem era?

– Pelo amor de Deus! - ri. Isso foi na minha adolescência, eu lá lembro quem era! - riem.

– Na adolescência, né...

– Paula, o que se tem em uma revista? - ri. Para que eu ia ter essas coisas agora?

– Tudo bem...- ri.

– Você já recebeu convite alguma vez?

– Já... Duas vezes de uma uma e algumas outras vezes de outra.

– Já pensou se você tivesse aceitado?

– Nem quero pensar...

– É melhor! Porque deve ser o fim do mundo estar em um mesmo lugar e saber que outra pessoa já viu sua esposa de um jeito que só você vê! - riem.

– Você tem cada coisa!

– Não é cada coisa... Imagine se fosse eu!

– Socorro! - riem.

– O quê é!? Acha que eu não poderia?- ri.

– Vitor... Chega. - riem. Vamos para a cozinha... Estou com fome!!

– Vamos...- a envolve e saem rindo das palhaçadas que pensam.

Ao chegarem na cozinha não há ninguém. Montam a mesa do café e se sentam para comerem juntos.

– Essa xícara é tão linda...- olha.

– Sim! Meu avô adorava ela...- sorri. Uma porcelana rara hoje em dia...

– A casa em Abre Campo permanece intacta?

– Sim... A casa e tudo dentro dela. Do jeitinho que deixaram... Peguei essa xícara escondido! - riem. Ele bebia café nela, enquanto me sentava com ele para contar as histórias.

– Você foi muito apegado a ele, né...?

– Muito Pulinha! Ele era um pai... Um avó, um amigo. As melhores coisas da minha vida, aprendi dos ensinamentos dele! Quando eu o perdi, foi uma parte de mim que se perdeu também...- a olha.

– Sinto muito...- pega na mão dele. Sei que de onde ele estiver, estará olhando por você!

– Sim! - beija a mão dela.

– Quando fomos a casa dele aquela vez... - ri. Lembra? Vitor você me enganou...

– Não enganei coisa nenhuma! - ri. Eu não sabia que minha avó não estaria lá...

– Sei... Até hoje está mal contada essa história... - riem.

– Claro que não... Eu realmente não sabia!

– Não importa... O importante é que foi um dia muito especial para gente...

"1 MÊS DEPOIS EM BELO HORIZONTE

– Paula!? - Dulce entra.

– Oi...

– Filha... Você precisa comer! Levantar dessa cama...

– Está tudo bem e não estou com fome...

– Não é possível que alguém não sinta fome! Você está me deixando preocupada... Vou ter que te levar em um médico.

– Não estou doente... Só não estou com fome no momento.

– Tudo bem... Vim te dar um recado...

– Ele telefonou? - a olha.

– Não...

– Já faz um mês que estou aqui e ele só me telefonou uma vez... Sem contar que não atende quando telefono! Sabia que seria assim e quis dizer para ele... Mas, ele insistiu e para quê? Para me fazer sofrer?

– Paula, não fale o que não sabe... Não sabemos o que pode ter ocorrido.

– Eu já nem quero saber...- chora.

– Minha filha...

– Me deixa sozinha...

– Mas, Paula eu vim dizer que...

– Por favor!

– Tudo bem...- sai.

Dulce sai do quarto preocupada com a situação em que Paula tem ficado desde que chegaram de São Paulo. Não consegue dar o recado e prefere não insistir, já que ela não está bem no momento. Alguns dias passa e o final de semana chega...

– Tudo pronto, Leo!?

– Tudo... Vamos, Pedro disse que nos levaria até a rodoviária.

– Ótimo! - descem com suas coisas.

Pedro, um funcionário do edifício em que moravam Vitor e Leo, tem um carro que os ajuda a carregar os aparelhos do show e os CDS, os vendendo junto aos meninos. Hoje, os levaria até a rodoviária para viajarem para Minas, visitarem a família. Ao chegarem, se despedem e já entram no ônibus.

– Quase perdemos...- sentam-se.

– Nem diga isso... Preciso saber como Paula está!

– Você avisou que estava indo?

– Eu tentei... Não sei se Dulce entendeu, porque a ligação logo caiu por falta de crédito. Paula deve estar pensando que eu não quis ligar para ela...

– É... Mas, se não vendessemos o telefone, como conseguiríamos vir? O dinheiro não daria pros dois...

– Eu sei Leo...

Depois de horas de viagem, chegam a Belo Horizonte e são recepcionados pela mãe e a irmã que os levam para casa.

– Já vai sair? Vou servir o café para você...

– Preciso ir mãe... Logo volto.

– Vitor, iremos para Abre Campo! Vou visitar sua avó...

– Tá... Vou buscar Paula para ir junto!

– Tudo bem... Só não demore! E por favor, não anda com isso no bolso... Canivete aqui é arma...

– Mãe, tchau...- a beija.

– Vitor! Deixa de ser teimoso...

– Te amo...- sai.

Vitor vai até o endereço que Dulce lhe deu; era a casa de uma das tias da Paula em que estavam hospedadas. Ao chegar, não tem certeza sobre a casa, mas tenta chamar alguém.

– Boa tarde! - aparece alguém.

– Boa tarde!

– A Paula mora aqui?

– Você deve ser o Vitor! - sorri.

– Sou eu mesmo!

– Entre...

– Licença...- entra.

– Paula mora aqui no fundo...

– Ah sim...- a acompanha.

– Vocês se conheceram em São Paulo, né?

– Foi sim!

– Eu sou tia dela...

– Prazer...

– Paula não tem andado bem nos últimos dias...

– O quê aconteceu? - se preocupa.

– Não sabemos... Mas, ela não sai da cama para nada e para piorar, o pai dela sumiu e até agora não deu notícias!

– Como assim?

– Eles chegaram e ele disse que ia ver a mãe, em Sete Lagoas... Mas, até agora não voltou e nem manda notícias!

– Meu Deus...

– Mas, a Paula pensa que ele mandou... Não queremos contar nada a ela. Não sabemos o que ela tem. Dulce? - chama por ela.

– Sim...- aparece na porta. Vitor! - sorri.

– Oi Dulce... - a abraça. Você conseguiu entender meu recado?

– Consegui!

– Você avisou Paula?

– Então... Isso é o problema. Não consegui falar para ela, porque ninguém consegue conversar com Paula...

– Mas, está grave assim? - as olham.

– Está...- se entristece.

– Ela precisa ir ao médico!

– Nós já tentamos...

– Posso vê-la.

– Claro! Entra... Vamos lá. - vão até o quarto. Paula? - Dulce abre a porta. Tem visita para você...

– Mãe, peça para voltar depois... Estou cansada.

– Cansada de que Paula? Passa o dia deitada...

– Por favor...

– Pulinha! - Vitor entra.

– Vitor!? - se vira.

– O quê está havendo com você!? - se aproxima dela, a abraçando. Olha sua situação, Paula...

– O quê está fazendo aqui? Eu pensei que não queria falar comigo...- começa chorar.

– Jamais faria isso... É que fiquei sem telefone e tinha poucas oportunidades de me comunicar.

– Eu...

– Paula! - senta-se do lado dela. Por que está assim? Você emagreceu tanto...- se assusta. Nós precisamos ir ao médico!

– Não... Não tem necessidade! Eu só estava triste... Só isso.

– Você vai comer, Paula!

– Eu vou...

– Estava com tanta saudades! - a olha. Não via a hora de poder vir para Belo Horizonte...- a beija. De poder te beijar de novo!

– Sinto muito sua falta...- o abraça.

– Nós vamos conseguir vencer tudo isso. Confie em mim... Dulce! - olha para ela. Minha mãe vai para Abre Campo, vamos visitar minha avó... Gostaria que Paula fosse comigo.

– Tudo bem... Vai fazer bem você sair um pouco.

– Não... Não quero ir.

– Você vai sim! - se levanta. Eu te espero lá fora... Se arrume.

Vitor sai, deixando Paula com Dulce se arrumando. Ao saírem, ele a questiona sobre tudo o que está havendo, também se explicando por não ter ligado para ela e nem atendidos aos telefonemas. Aos poucos, vai conseguindo arrancar risos e sorrisos de Paula, junto da promessa de que ela irá se cuidar. Chegam na casa dele, Marisa e os irmãos já foram, deixando um dinheiro para que ele e Paula possam ir.

– Poxa... Tem certeza que podemos ir?

– Claro que sim! Você vai adorar lá... Quero que conheça minha avó. Vamos... Ainda dá tempo de pegar uma circular! - saem.

Algum tempo depois chegam em Abre Campo. Vitor vai mostrando para Paula as ruas que brincava até chegarem ao portão da casa dos avós.

– Vem...

– Você deve estar cansado, Vitor...- entra. Não parou um minuto desde que chegou...

– Eu queria você pudesse ver tudo ainda hoje...- ri. Vamos... Você vai adorar minha avó.

– Vitor! - uma senhora aparece no portão.

– Oi Inês! Tudo bem?

– Tudo ótimo... Como você cresceu!

– Sim! - ri.

– Sua avó não está...

– Como assim?

– Ela e sua mãe foram em uma quermesse em Ponte Nova...

– Meu Deus... Elas vão demorar?

– Acredito que não Vitor... Olhe...- entrega para ele. Aqui está a chave... Vi que você chegou e vim trazer, sua avó sempre deixa em casa.

– Muito obrigado Inês...- pega.

– Deixa eu voltar que as panelas ficaram no fogo... Até mais!

– Até...- se vira para Paula. Minha mãe disse que viria para cá! Não entendo porque ela fez isso...

– Está tudo bem...

– Vem...- abre a porta. Entre...

– Licença...- entra. Que aconchegante...- olha ao redor.

– É muito bonitinha mesmo...- ri

Vitor mostra toda a casa para Paula, o quintal que brincava e uma vez quebrou o braço ao pular de uma bananeira.

– É melhor voltarmos, Vitor... Vai chover! - olha para o céu.

– Sim...

Entram na casa e Vitor pede que ela se sente.

– Minha mãe não deve demorar...

– Tudo bem... Nós vamos dormir aqui?

– Vamos... Você não se importa, né?

– Não... É que pensei que ainda voltaríamos para BH.

– Voltaríamos, mas minha mãe foi para Ponte Nova... Vamos ter que esperar ela aqui.

– Entendi...

– Toma...- a serve. Preciso tomar um banho... Tudo bem? Já voltarei...

– Tá... Sem problemas.

Enquanto Vitor vai para o banho, Paula corre fechar as janelas da sala por conta da chuva que começou cair. O aguarda impaciente, nunca havia ficado sozinha com Vitor e por mais segurança que ele passasse, não sabia agir.

– Pronto! - aparece enxugando o cabelo com as mãos. Começou chover! Do que será que minha mãe foi, hein!?

– Você não disse que tinha um tio que tinha carro? Talvez ele tenha ido também...

– Verdade... Pode ser. - senta-se no sofá ao lado dela. A noite chegou tão rápido...

– Muito... É... - se levanta. Estou com fome.

– Ah! - sorri. Que bom...- ri. Vamos comer algo... Só não sei o que...- se levanta.

– E a gente pode mexer assim? - vão para a cozinha.

– Pode...- ri.

Paula e Vitor fazem algo para comer e retornam para sala, sentando no chão. Ele conta o que aconteceu em São Paulo depois que ela foi embora, dos shows que eles tem feito em barzinhos e de algumas músicas que ele compôs para ela.

– E quero ver você tocando...

– Nem peguei no violão desde que cheguei...

– Paula...- se entristece. Você não pode desistir assim...- afasta os pratos e se aproxima dela, pegando sua mão. Sei o quanto está difícil a situação em sua casa... Mas, a música é o que te faz feliz! E tudo vai dar certo... Nós vamos vencer todas essas dificuldades e quando nos casarmos, nossa música já será conhecida por todo mundo! Vai estar nos rádios, na TV...- sorri. Você precisa confiar em mim...

– Preciso de um tempo...

– Eu sei... E você tem esse tempo. Só não quero que o prolongue por toda vida! Se eu pudesse te tirar toda essa dor, eu tirava... Porque você tem um dom tão bonito e o mundo precisa conhecer! Conhecer sua voz, o seu jeitinho... - sorri. Você vai vencer... E toda essa sua história, dificuldade, vai contar muito daqui alguns anos...

– Confio em você. - sorri.

– Ainda vou participar do seu DVD! - riem. E você do meu...

– Você não vai me deixar Vitor?

– Claro que não... Estaremos sempre juntos! - a beija.

– Sim...- sorri. Sua mãe está demorando, né!?

– Está... Estou começando a ficar preocupado. Mas, acrediro que ela tenha ido de manhã para a feira e agora pela noite tem a quermesse... Então ela chegará tarde.

– Ah...

– Vem aqui...- a puxa.

– Não parou de chover ainda...

– Não...- a abraça. Logo para...

– Ou não...- ri.

– É... - ri.

– Você não acha melhor a gente limpar essas coisas antes de chegarem?

– Tá tudo bem... Depois a gente tira. - se vira de frente para ela. Me conte... Você está bem?

– Estou... Mesmo com todos os problemas lá de casa, eu estou bem agora.

– Fiquei sabendo...

– Não queria que você se preocupasse com isso.

– Vou me preocupar com tudo que relacionar você!

– Eles pensam que eu não sei que meu pai não deu notícias... Que não ouço minha mãe chorando. Ou que...- pensa. Ou que não sabem que eu sei que ele foi embora por minha culpa. Por ter apostado tudo em mim e termos perdido tudo!

– Jamais repita isso! Assim como você, talvez seu pai só precise de um momento... Mas, ele te ama muito!

– É... Talvez. - se entristece.

– Olha para mim...

– Oi...- o olha.

– Eu te amo muito...- sorri. Não esqueça nunca disso! Onde eu estiver, em qualquer tempo vou ter muito de você em mim...

– Você é um ponto de felicidade em meio às minhas tantas tristezas...

– Não... Você vai vencer todas essas tristezas! Você vai realizar seu sonho e eu vou estar olhando por você onde quer que esteja!

– Vitor...- o abraça. Obrigado por não desistir de mim, mesmo quando eu faço isso!

– Nunca vou desistir! - a beija. Nunca...

A toma de mansinho, que permite todos os seus problemas esquecer estando nos braços dele. Fora de tudo, de toda tristeza, sentindo a chance de ter um futuro que mesmo dolorido, seria feliz tendo ele ao seu lado. Não se dá conta do tempo, do lugar, da situação. Viaja pelos carinhos dele, até vê-lo recuar...

– Desculpa...- se afasta. Estou indo rápido demais, né... Me desculpa, eu...

– Está tudo bem.

– Você...- fica sem graça.

– Sim... Nunca estive com outro homem.

– Por isso... Isso tem que acontecer quando você quiser. - sorri. Tem que ser especial para você...

– Sim...- sente-se envergonhada. Mas, é que...

– O quê?

– Eu quero que isso aconteça... E eu quero que seja você.

– Paula... - pega na mão dela. Sei que nós nunca tivemos tanta intimidade... E isso é um passo muito grande. Não quero que sinta pressionada... Porque vou esperar todos os seus tempos, como eu esperei desde o início. Eu te amo...- beija a mão dela. Não se preocupe com isso...- sorri.

– Eu não sei como isso acontece... Mas, eu quero dar esse passo com você. Quero que você me ensine...

– Isso vai ser impossível...- se levanta, estendendo a mão para ela. Porque com você eu vou aprender tudo de novo!

Paula o observa, entregando sua mão e levantando.

– Vitor...- o olha.

– Não precisa se preocupar... Você só precisa fechar os olhos. - passa os dedos sobre os olhos dela. E confiar em mim... - pega na mão dela. Você confia em mim, Paula?

– Confio...- diz nervosa.

– Então vem...- vai guiando-a.

Vitor a leva para um dos quartos de hóspedes da casa. Fecha a porta e abre a janela, conduzindo Paula até o meio do quarto.

– Vou te pedir uma coisa...

– Sim...

– Tenta ouvir a chuva e finja que não estou aqui.

– É bem difícil fingir que você não está aqui, Vitor...- controla a respiração.

– Não é... - se aproxima dela, pelas costas. Não abra os olhos até que eu diga que pode abrir...

– Tá...

– Lembra quando nos conhecemos, na viagem? - diz bem próximo dela.

– Lembro...- sorri.

– Lembra quando fomos a companhia em que o Zé estava e ele já dizia para todos que éramos namorados?

– Lembro...- ri.

– Lembra quando levamos um banho de chuva esperando seu ônibus chegar?

– Sim...- riem. Você ficou resfriado...

– Fiquei...- sorri. Mas, foi naquele dia que eu aprendi gostar da chuva... Por conta dela, eu vi você rir... E seu riso é a canção mais bonita que eu pude provocar! - afasta o cabelo dela. Aprendi a entender a chuva... A prestar atenção no barulho que ela faz...- passa as mãos sobre os braços de Paula. Você consegue ouvir a chuva, Paula?

– Eu...- respira fundo.

– Você tem que ouvir...

– Estou ouvindo... Estou ouvindo a chuva cair no telhado. Estou imaginando a chuva...

"Escorregar no chão..." - dizem juntos.

– Eu também... - sussurra no ouvido dela. "Eu sou o brilho dos teus olhos ao me olhar... Sou te sorriso ao ganhar um beijo meu..."

Enquanto canta, vai puxando as alças da blusa de Paula que se arrepia ao toque. Ele vai deixando tudo menos tenso, mais emocionante a cada vez que a toca mais intimimamente. Era pele com pele. Era o mais longe que tinham ido desde então. Eram as mãos no corpo e logo seria o corpo com corpo, formando um só corpo.

– Você é linda...- a vira para si. Eu te amo muito...- a beija, conduzindo até a cama.

Paula ainda não abriu os olhos. Ainda se concentra no barulho da chuva, para sentir melhor os toques de Vitor. Sem pressão, sem medo.

– Pulinha...- ajoelha-se sobre ela. Olha para mim...

– Vitor...- o olha diretamente.

– Você quer isso mesmo?

– Eu preciso...

Vitor retira sua camiseta, sob os olhos atentos dela. Estende suas mãos até o corpo, levantando, levemente, a roupa que ainda a cobria, deitando em seguida. A beija, para dar confiança, para fazer com que sinta segura, ali, junto dele... Para que seja natural, tudo o que estava sendo novo para ela. Desabotoa sua calça e a desce, repetindo o movimento com todo o resto, até que nada mais a cubra. Paula não tira os olhos dele, que se retira do resto de roupa que o prendia de adentrar, pela primeira vez, em um mar que ele já tanto amava. Paula fecha os olhos e abafa sua voz pelo amor com os beijos que ele a concede. Com a parte que ele devolve para si, do que ele se movimenta como se tivesse arrancando. Nunca sentiu-se assim, queimando devagar. Nunca sentiu chamas e mais chamas percorrendo-lhe todo corpo, a consumindo, a diminuindo em pó. A chuva ainda cai lá fora, mas por mais que tente ouví-la, prefere se concentrar no choque que seu corpo emana junto ao de Vitor. Quão perfeita era união deles... Quão bem se encaixava somente a ele. Arranca-lhe a carne quando sente de si ser arrancado uma parte que agora pertencia ao corpo dele.

– Vitor...- diz ofegante.

– Shiu...- se vira, a trazendo para seu peito. Esta tudo bem...- controla a respiração.

– Eu...- chora.

– Meu amor...- a beija. Está tudo bem! - a beija. Tudo bem...- seca suas lágrimas. Estou aqui...

– Eu sei...- o olha. Você é...

– Eu sou a pessoa que mais estou feliz! - segura o rosto dela.

– Eu te amo! - o beija. Eu te amo muito...

– Você está bem!?

– Sim... Só...

– Eu sei... É normal! Logo passa...- sorri. Você gostou? Era assim que você imaginava?

– Eu amei...- ri, envergonhada. Amei o calor da sua pele... Amei você tomando conta de mim. Foi muito mais que imaginei... Ou melhor, nunca imaginei que seria tão bom assim!

– Foi maravilhoso! Você é tão quente.. Tão acolhedora. Me senti completo estando junto de você...- sorri.

– Estou...

– Deixe-me te cobrir...- puxa a colcha sobre eles.

– Na verdade acho melhor nos trocarmos... Se sua mãe chega? Não quero que ela veja isso.. Não quero que ela pense que...

– Está tudo bem, Pulinha... Mas, se você se sentirá melhor fazendo isso, por mim tudo certo.

– Eu prefiro...

– Tudo bem...- se levanta, trocando-se.

– Vitor, a cama está toda...- se assusta.

– Paula...- a olha. Eu vou arrumar, vou limpar... Não se preocupe! - entrega a roupa dela. Vai para o banheiro... Eu arrumo aqui e levo sua roupa limpa lá.

– Tá...- se levanta, enrolada em um dos lençóis e vai para o banheiro.

Vitor retira os forros da cama, cubrindo-a com a colcha e levando o resto para a varanda. Vai até a sala e arruma o que comeram, levando até a cozinha. Pega a bolsa de Paula e bate na porta do banheiro.

– Pulinha!? Está aqui...

Paula sai do chuveiro e vai até a porta com a toalha.

– Obrigado...- pega pelo espaço aberto, trocando-se e saindo.

Não sabia ao certo o que estava sentindo. Era vergonha, medo, amor e felicidade ao mesmo tempo. Envergonhada por tudo ainda ser novo para ela, pela cama. Medo por não saber ao certo como encararia e contaria isso. Amor e felicidade por estar se sentindo tão completa e agora... Tão mulher."

– Foi linda a nossa primeira vez...- sorri.

– Foi...- o encara, sorrindo. Eu era tão ingênua...- ri. Fiquei com medo depois de uns dias...

– Por que?

– De estar grávida, acredita? - riem.

– Normal...- riem.

– Mudando de assunto...- ri. Esse bolo da Sol é uma delícia!

– Sou suspeito para falar... Adoro bolo de laranja! - come.

– Comecei a comer de laranja depois que nos casamos... Em casa eu não comia.

– Você já experimentou com uma calda de limão por cima?

– Não...

– A Diva faz... É maravilhoso! De outro mundo... Vou pedir que ela faça para você na próxima semana.

– Sim... Porque essa já temos bolo atrás de bolo para comer! - o telefone toca. Atende lá Vi...

– A não Paula... Odeio atender telefone! - continua comendo.

– Você é chato, hein Vitor! - se levanta. Alô!?

– Paula Fernandes!?

– Quem fala?

– Sou o Jorge, um dos diretores da ECAD.

– Sim... É ela mesma.

– Gostaria de fazer um convite para você e seu marido!

– Sim...?

– A ECAD fará pela primeira vez uma premiação, homenageando os arrecadadores de Direitos Autorais do país e gostaríamos que vocês representassem Minas Gerais, já que são os primeiros nomes da lista!

– Somos!? - sorri.

– Sim... Perdão! É que não soltamos a lista ainda... Mas, sairá amanhã pela manhã. E sim...Você e Victor Chaves lideram a lista do país.

– Que ótimo! Nós aceitamos o convite...- olha para Vitor. Envie para nossos escritórios as informações.

– Faremos isso! Desde já, é uma honra...

– A honra será toda nossa! - se entusiasma.

– Tenham uma boa tarde...- desligam.

– VITOR! - sorri.

– Oi amor...- olha para ela, sem entender a reação.

– Advinha? - se aproxima dele, sentando-se em seu colo.

– Assim fica difícil...

– Besta! - bate nele. Recebi uma ligação do Jorge... Um dos direitos da ECAD. Querem que sejamos os representantes de Minas Gerais em uma premiação que farão em homenagem aos maiores arrecadadores! E advinha quem foram?

– A lista só sai amanhã!

– Mas, eu já sei...- sorri.

– É!? Quem são!?

– NÓS DOIS VI! - o abraça.

– Nós dois, eu e você!? - não acredita.

– SIM VITOR!

– Meu Deus! - ri, a beijando. Parabéns, minha Pulinha! - se levanta, levando ela junto no colo.

– Para você também! - ri.

– Precisamos comemorar...- a beija.

– Eu concordo! - prende suas pernas na cintura dele.

– E agora...- sai a carregando para fora.

– Onde você vai Vitor? - ri.

– Vamos navegar um pouquinho! - corre.

– NÃOO...- ri. NÃO FAZ ISSO!

– SEGURAAA! - pula na piscina.

– VITOR! - ri.

– Para refrescar a cabeça...- joga água nela.

– Te amo...- nada até ele, se segurando em seu pescoço.

– Eu sei! E como sei...- a beija.

Ficam na piscina por um bom tempo, comemorando uma conquista individual de cada um, mas que se transformou na felicidade e na conquista dos dois. Na tão sonhada conquista dos dois...


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