12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 5
8 meses depois, ele!


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo Paula havia reatado com Henrique e Vitor com Claudia. Porém, após 8 meses problemas começam a surgir.



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VITOR

Os 8 meses mais pareciam 80 anos. Os retornos..., meu retorno com Cláudia, o casamento. O retorno de Paula com Henrique, as viagens para fora do país, a felicidade em fotos nem um pouco plausíveis.


Leo:- Vitor, você está bem?


Leo me tira do estado de pensamento:- Sim, estava pensando. Problemas...


Leo:- Tenho como ajudar?


Olho para ele:- Não.


O assunto foi cortado. Descemos em Goiás, próxima temporada aqui. Resolvo ligar para Cláudia e avisar que cheguei bem, é domingo ela trabalha:- Cláu? Cheguei bem, quando você atender me retorna a ligação, beijos.


Vamos rumo ao Hotel, em uma Van e a conversa trava em antigas formas de Rodeios, nas transformações dessa festa hoje em dia. Infelizmente me recordo do que menos queria. Acompanhava Paula nos Rodeios, aguardava ela terminar as apresentações. Como fui lembrar-me disso agora? Telefone toca.


Cláudia:- Oi amor, perdão estava me arrumando. Chegou bem?


Que bom que ela cortou meus pensamentos:- Cláu cheguei sim, obrigado. Vou demorar um tempo para voltar para casa dessa vez.


Cláudia:- Que pena, mas até foi bom. Tenho uma coisa para te contar.


O que foi dessa vez:- Sim, o que é?


Cláudia:- Vou fazer uma Campanha para uma rede de calçados, mas vou ter que viajar por 15 dias, tudo bem?


15 dias?:- Claro Cláudia, seu trabalho. Para onde é?


Cláudia:- Londres.


Longe:- Tão longe assim? Cláudia você sabe que não precisa...


Cláudia:- Sim, eu preciso aproveitar pra divulgação do meu nome.


Tenho que desligar:- Tudo bem. Tenho que desligar, quando você viaja?


Cláudia:- Hoje.


Meu deus:- Mas já Cláudia?. Então boa viagem e me avisa quando chegar lá.


Cláudia:- Vitor? Vitor? Caiu a linha aff.


Merda, caiu a rede. Porque ela demorou tanto para me dizer que ia viajar? 15 dias fora de casa, vai ser um berço para coisas que eu tanto quero evitar pensar.


Leo:- Vamos Vitor...


Os shows passaram, voltamos para casa.


..... 5 dias depois.


Cláudia está bem, fazendo a campanha como preferiu. Resolvi mexer em minhas fitas, meus papeis nesse tempo disperso.


Diva:- Vitor, chegou uns documentos para você.


Diva trabalha comigo há anos, quando me casei resolvi que ela continuaria comigo, arrumando minhas coisas:- Ôh Divinha, muito obrigado.


Quando olho de onde são os documentos levo um susto:- Leva Diva, depois mexo com isso aí.


Diva:- Jeito de Mato. Não é da Paula Fernandes? E Vitor cadê meu CD que você prometeu autografado? Aff você só promete.


Não acredito. Quanto mais eu fujo, mais volta:- Diva, por favor, leva.


Diva:- Mas aqui está dizendo que deve devolver assinado até amanhã.


Me levanto e pego os papéis da mão dela:- Ta.


Diva:- Nossa.


Olho pra ela:- O que foi Diva?


Diva:- Estou na cozinha.


Subo pro quarto e abro o documento. É sobre o DVD:- Era só o que me faltava, esse dvd.


“ [Jeito de Mato]
[Belo Horizonte, Prédio 259]
[Minas Gerais – Brasil]
[shows@jeitodemato.art.br – 0319766.5405]
Ofício n° 524/2013/SG-MG 2013
Vitor Chaves Zapalá Pimentel
Escritório Vida Boa
70160-900 – São Paulo – SP
Assunto: Direitos Autorais
Vitor/Victor Chaves Zapalá Pimentel,
Direitos Autorais, previsto ECAD. Victor, por meio deste ofício solicitamos sua assinatura para registro das seguintes canções:
Sem Você,
Não Precisa,
Além da Vida.
Lembrando que, as duas primeiras encontram-se em “Paula Fernandes Ao Vivo Multishow” e Além da Vida em “Paula Fernandes – Um Ser Amor”. Trabalhos enviados junto ao documento. Aguardamos desde já sua resposta, sendo que, esta assinatura garante perante lei nº 250/1, os devidos direitos autorais, ao senhor guardados.
Enviar assinatura até 22 de Agosto de 2013 ao escritório registrado acima.
Atenciosamente,
Gustavo Guerra. “


Guardo o documento. Havia me desligado desse DVD. Aquelas canções, poderiam colocar a maioria aqui, o causador da “dor” fui eu mesmo. Minha raiva retorna com mais força, dizer que não foi feliz depois de tudo que fiz:- Diva?


Grito novamente enquanto organizo os papéis:- Diva?


Diva:- O que é? Algum problema?


Tomei uma decisão. Querem a assinatura, Paula está brincando comigo:- Diva arruma uma mala pra mim, estou indo pra Belo Horizonte.


Diva:- Tudo bem.


Paula sabe, esses processos nós nunca tratamos assim, agora além de tudo que derrama em mim, quer me tratar por ofícios: - Diva, não avisa ninguém que estou indo. Se alguém ligar registra que quando eu chegar eu respondo. Se a Cláudia ligar aqui, você avisa que fiz uma viagem de negócios.


Diva:- O que você vai fazer lá?


Diva sabe de tudo.:- Resolver negócios. Vai Diva, arruma lá.


Vou tomar um banho. Sabia que voltar a mexer nisso só me irritaria, me faria lembrar que eu tinha que falar com ela. Termino de me organizar e vou.
Ao pousar em Belo Horizonte recebo as mensagens de Cláudia e respondo. Resolvo ficar com a tia Mariléia mesmo.


Mariléia vem me abraçar:- Oba, estava com saudade branquelo.


É sempre bom estar com ela:- Ah, é sempre bom estar com você.


Fomos entrando, ela organizou minhas coisas e nos sentamos para conversar. Entrego meu celular para ela:- Olha isso aqui tia.


Mariléia lê as letras de minhas notas:- Vitor... de quem são? Lindas né?


Olho para ela:- Paula.


Mariléia:- Ah meu filho...


Pego o celular:- Ainda demorei para vir atrás. Tia, é idiota isso mas é demais também. Quantos anos foram...


Mariléia:- Para de lorota. Você está vindo atrás não é só por isso não.


Não entendo o que ela diz:- O que?


Mariléia se levanta:- Vamos comer, tem doce de leite.


Vou atrás dela:- Tia, eu não vim porque...


Mariléia interrompe:- Tudo bem.


Doce de leite...:- Tia nem começa, já não estou entendendo nem porque estou aqui mais.


Mariléia:- Vai ainda hoje no escritório?


Não tinha pensando nisso:- Não sei. Vou ligar para ela primeiro, vou tentar falar com ela por telefone.


Mariléia: Hum...


Termino de comer, comer muito e vou fazer o que falei. Disquei o telefone dela, depois de meses e mais uma vez... Paula não atende. Resolvo tentar novamente, na verdade muitas vezes e não tem jeito. O dia amanhece, tento novamente e Paula não responde. O mais incrível é saber que ela sabe que estou ligando, acompanho ela naquele Twitter, ela está com aquele celular mas não responde.: Estou cansando.


Mariléia:- Bom Dia. O que foi?


Guardo o celular:- O que foi? Paula não atende. Vou aparecer naquele escritório sem avisar.


Mariléia:- E a Cláudia?


Cláudia tinha me ligado, nos falamos e ela vai voltar antes do combinado:- Está em Londres, fazendo uma Campanha.
Mariléia:- Como vocês estão?


Enquanto como me lembro que minhas relação com Cláudia já estava se tornando monótona, estávamos nos desentendendo muito:- Bem.


Mariléia: Feliz?


Resolvo terminar o café e ir logo cedo pro escritório pra Paula, evito responder:- Me empresta seu carro?


Mariléia:- Pega.


Me despeço e vou. Ao chegar no escritório se espantam com a minha presença:- Bom Dia.


Atendente:- Oi, Bom Dia. Como eu posso ajudar?


É engraçada a cara da moça, sorrio:- Me dizendo que horas a Paula Fernandes chega aqui. E eu sei que ela não tem show.


Atendente:- Então, ela sabe que o senhor ta esperando?


Como ela vai saber se não atende:- Não.


Atendente:- Vou avisar então... Ela chega ás 11:40h.


Peço que ela não avise:- Não precisa avisar, eu vou aguardar ela chegar. Tem como você me entregar algumas cópias dessas canções?


Entrego para ela o nome das canções. E ela me responde confirmando enquanto Monteiro chega e fica surpreso com a minhas presença:- Tudo bom?


Monteiro:- Mas que surpresa Vitor.


Surpresa:- Vim assinar os papéis dos direitos.


Monteiro:- Não te enviaram um ofício?


Vou ter que explicar:- Podemos conversar?


Monteiro:- Claro, vamos ali.


Pego as cópias com a recepcionista e agradeço. Fomos conversar em um sala reservada.


Monteira:- Senta aí.


Me sento agradecendo.
Monteiro:- E então Vitor, algum problema no documento?


Coloco o documento na mesa:- O documento está errado. E este processo de Direitos Autorais é resolvido pessoalmente, eu sempre preferi que fosse assim.


Monteiro se espanta:- Foi a Paula quem mandou ser em documento.


Não me espanto:- Eu sei. Mas como eu disse, prefiro pessoalmente. É uma questão que precisa de muita atenção, qualquer coisa errada gera um problema enorme.


Monteiro se sente incomodado:- O documento está errado?


Mostro para ele:- E está faltando os trabalhos que me disseram que ia junto.


Monteiro engole seco:- Perdão Vitor, o pessoal daqui não é muito experiente.


Eu interrompo:- Sem problemas. Monteiro quero te pedir um favor.


Monteiro:- Claro, o que é?


Guardo os papéis:- Preciso falar pessoalmente com a Paula. E eu sei que ela não está me atendendo.


Monteiro:- É, o que eu posso fazer?


Mostro as cópias das canções:- Isso ajuda.


Monteiro:- Não quero me envolver nisso.


Olho pra ele:- Não precisa. Só me diz um horário que eu posso encontrar a Paula sem ela fugir.


Monteiro:- Vitor você quem fugiu dela há meses.


Ele não está mentindo:- Tive motivos para isso.


Monteiro:- Ela também. Já disse, não quero me envolver isso não é coisa minha.


Guardo os papéis:- Tudo bem. Vou fazer do meu jeito, não diz nada a ela que estive aqui.


Me levanto e vou embora depois de assinar o que devia:- Bicho, o que eu vim fazer aqui?


Retorno para Uberlândia. Retomo minhas atividades, os meses passam, e o ano está para acabar. Acabar... como a minha paz também está acabando. Eu e Cláudia já não estamos nos entendendo.
Estou no banho quando ela chega em casa.


Cláudia vem direto para o quarto e vai com tudo na porta:- Vitor? Porque trancou a porta?


Respondo lá de dentro:- Não percebi.


Cláudia:- Abre.


Ainda estou no banho:- Cláudia espera, já saio.


Cláudia:- Por que trancou?


Saio do banheiro e ela está na porta:- Eu não percebi.


Cláudia:- Tem praticamente um ano que moramos juntos e você não trancava a porta.


Meu Deus:- Cláudia, eu não percebi.


Cláudia:- Você está sem perceber muita coisa.


Me penteio:- É.


Cláudia:- Não estou entendo estes teus últimos costumes.


Vou me trocar:- Me da licença para me trocar?


Cláudia:- Como?
Vou até o closet:- Cláudia me dê uma licença.
Cláudia:- Para se trocar? Porque isso agora?
Estou sem paciência:- É. Porque estou precisando.
Cláudia:- Que eu saia para se trocar?


Me viro para ela:- Cláudia, por favor, você vai fazer caso por isso?


Cláudia:- Fazer caso? Vitor você não tem esse costume, você não faz isso.


Me sento:- Só estou pedindo para me trocar, olha no que você está transformando.


Cláudia escora na porta:- Você é incrível. Não vou sair, tenho uma coisa para te falar.


Aponto que ela fale.


Cláudia:- Marquei um especialista para você, para ver se não termos filhos é devido a algum problema com você.


Me levanto:- Cláudia, será que é bom termos um filho agora?


Cláudia:- Você quem quis no começo que corrêssemos com isso.


Começo a me vestir:- Eu sei, mas repensei e achei melhor que talvez não fosse um bom momento.


Cláudia:- Você perguntou a mim se eu queria no começo?


Me viro para ela:- Sim, você aceitou.


Cláudia vem até mim:- Por que isso agora?


Termino de me vestir:- Só estou pensando na criança, não adianta pensar no que eu quero, no que você quer.


Cláudia:- Vitor você está de brincadeira.


Saio do quarto:- Estou de brincadeira porque? Porque estou pensando...?


Cláudia interrompe:- Pensei que isso já estava resolvido, que não se tinha que pensar mais. Você está com umas ideias de um tempo pra cá.


Desço pra cozinha:- Cláudia não são ideias, eu já disse, repensei sobre muita coisa, as coisas mudam e realmente no momento como vamos receber uma criança? Não é o dinheiro pra criar, é a estrutura psicológica pra receber esse filho. Você trabalha, eu trabalho...


Cláudia se irrita:- Nada disso era problema antes. Você repensa as coisas sem falar comigo, você diz sobre estrutura, somos um casal casados e é normal termos um filho.


Me canso:- Chega.

Cláudia:- Quem você é? Estou desconhecendo você. Antes...


Interrompo:- Antes não existe mais Cláudia. Me desconhecendo? Esse sou eu, será que você me conhece o suficiente?


Cláudia:- Você que foi colocando as mãos entre os pés, você que quis adiantar tudo, você também não me conhece, faz as coisas, pensa como se eu mais não existisse.


Me irrito:- Eu coloquei mas você aceitou. Se fosse importante nos conhecermos como você tanto vem dizendo, não teria aceitado, teria pedido pra esperar pra que isso acontecesse, pra que fossemos mais maduros para nos casar.


Cláudia:- Você está maluco, porque você não fez isso também? Você gosta de falar que a culpa é dos outros, você não olha pros seus erros só sabe apontar. Essa sua mania irrita.


Não posso acreditar:- Irrita? E você? Cláudia estou exausto de você montar as coisas da sua forma, planejar conforme seus ensinamentos, sua mania de fingir que tudo está sempre bem, de encrencar comigo até por uma porta fechada. Você pensa que as pessoas não podem mudar, que não posso repensar que devo ser isso, como isso da forma que você imagina, EU SOU ASSIM CLÁUDIA, e você não está aceitando esse fato. De que não sou perfeito, de que carrego mil problemas de que tem uma história em mim, você nem ao menos se importou com isso fingiu que nada existiu antes e pensou que EU IA SER OUTRO porque estava casando.


Cláudia:- Não vem me jogar tudo isso agora. Você também não quis saber quem sou eu, quem falou pra meio mundo tudo aquilo FOI VOCÊ. Eu abri mão de inúmeras coisas para me transformar na sua mulher, eu mudei a minha vida para isso.


Interrompo novamente:- PORQUE VOCÊ QUIS. VOCÊ ACEITOU CLÁUDIA, se modificou? Nossa, quem era você então? As coisas para você só melhoraram não tem que reclamar agora.


Cláudia:- Você fez uma palhaçada.


Vou explodir:- Que você aplaudiu. Pensa que eu não vi que você assinou tudo? Se eu fiz uma palhaçada você contribuiu, você deixou. Não suporto mais você dizer que eu fiz isso, que errei naquilo que você fez parte. Porque quando eu estava errando você não me chamou a atenção? Porque não convinha para você, não estava te incomodando, mas quando eu comecei a ser eu, quando eu fui o VITOR você começou a não aceitar, que tenho meus momentos, que preciso deles para ser eu, pra fazer meu trabalho que não vivo só para falarmos que somos um casal, preciso de liberdade para sentir isso.


Cláudia:- Quem não suporta mais sou eu, nada te falta eu cuido disso tudo aqui mais que...


Interrompo:- Não estou colocando seu esforço em questão, Cláudia não adianta ter tudo isso, cuidar de tudo isso se isso não servir apenas pra ser um detalhe na nossa relação, mas você transformou na única coisa.


Cláudia começa a chorar:- Você quer saber da verdade? Parei para pensar em como vivemos há muito tempo, se eu não me ocupasse com isso eu morreria sufocada. Você não tem equilíbrio de nada Vitor, é incrível, como você vivia assim? Você me jogou no meio da sua vida, você também me idealizou e eu também canso, eu também cansei. Pensei que um filho traria os primeiros meses que nós estivemos juntos de volta, é, eu reconheço, a falta de nos conhecermos é fatal pro nosso relacionamento, ISSO É UM CASAMENTO. Você tem ideia? Se nem eu tenho ideia da nossa relação, imagina você. Você sabe falar de tudo isso, mas viver isso você não sabe, EU NÃO SEI. Tentei levar até aqui, mas já deu né? Erro meu ter aceitado tudo de volta, a gente
deveria ter ficado separado desde aquela vez que você traiu a minha confiança. Você está me cobrando que eu seja o que? Que eu sustente mais o que?


Me sento e começo a chorar:- Só estava esperando de você o que você não pode ser, o que eu preciso e você não tem como ser. E eu sempre soube, mas tive esperança de ser diferente e não foi. PENSA QUE EU SUPORTO ISSO ? QUE TAMBÉM NÃO TIVE QUE ENGOLIR mil coisas pra chegar até agora? Coloquei muito em risco, eu quis comprar uma felicidade que não existe e fazer o resto acreditar nisso.


Cláudia:- AMOR VOCÊ NÃO COMPRA. Você tem problemas demais, eu não sei resolver eles definitivamente, eu não sei quem é você, eu também tive esperança que isso tudo fosse diferente, eu te imaginei diferente.


Não consigo responder. Passam minutos e nós dois ficamos calados.


Cláudia quebra o silêncio:- Não da Vitor...


Me levanto:- Depois, com calma a gente conversa.


Cláudia:- Desculpa ter dito certas coisas sobre você mas...


Não olho para ela:- Não tem problema, nenhuma mulher aguenta quando descobre quem eu sou.


Cláudia:- Não é isso, mas Vitor você tem que entender também que...


Vou beber uma água:- Cláudia, vou dormir na minha mãe... de novo.


Cláudia:- é... mais uma vez, mais uma briga dessa... Vitor não está certo, você não é um homem ruim, pelo contrário, mas acredito que nós dois não conseguimos sobreviver nisso.


Me viro pra ela:- Nossa relação se tornou... não somos um casal, e eu e você sabemos disso há tempos e continuamos insistindo...


Cláudia:- Nada é a mesma coisa. É um casamento, uma vida inteira e realmente nós dois nela não vamos sobreviver.


Me aproximo dela:- Nada mudou Cláudia, a gente apenas se conheceu, da pior forma quando podia ser diferente.


Cláudia:- Não queria isso, mas eu não vou suportar mais.


Olho para ela:- O que você quer dizer?


Cláudia:- Vamos se divorciar Vitor, é dolorido, não me casei pra isso e eu sei, você também se casou na esperança de ser diferente, mas não dá...


Fecho os olhos e respiro fundo:- A gente agora, vê o quanto ta errado, o quanto começou errado, nem eu sobrevivo mais nisso. Se a solução é a separação, nós faremos. Não é fácil para mim também, foram meses me acostumando a algo que eu insistia sabendo que não...


Cláudia:- A gente pode terminar isso amanhã? Pode dormir aqui, eu não...


Me viro:- Não. É melhor cada um pensar e amanhã nós falamos, resolvemos, sei lá...


Cláudia sobe pro quarto e eu saio de casa. Vou dormir fora mais um dia, isso está...


Horas depois chego na minha mãe, não recorria tanto a ela como nos últimos tempos.


Marisa:- Filho...


Entro em casa:- Posso dormir aqui?


Ela vem até mim e me abraça e nesse momento é difícil segurar qualquer tipo de emoção.


Marisa:- Eu sei o que você está passando, lembra que já passei? Vitor...


Não consigo responder nada:- Posso subir? Amanhã nós conversamos.


Ela me leva até o quarto e sai.


O que mais me incomoda nesses momentos é a dor. Dói pensar em tudo que aconteceu, o que eu provoquei, em como tudo isso poderia ser evitado. Sinto
falta de alguém que me acolhesse, pra cuidar de tudo que dói. E eu sei quem sabia fazer isso da forma que sempre precisei, mas ela não... só me martirizo mais.
O dia amanhece, me levanto mesmo cansado com alguém batendo na porta:- Quem é?


Paula Chaves:- Sou eu.


Abro a porta:- Oi, bom dia.


Ela entra se sentando na cama enquanto vou ao banheiro.


Paula Chaves:- O que foi agora?


Termino de me ajeitar e saio pro quarto:- Nada demais.


Paula Chaves:- Poxa Vitor, porque vocês não fazem uma terapia de casal?


Olho para ela:- Isso traz amor?


Paula Chaves:- Talvez.


Me sento do lado dela:- Não Paula. Isso não se resolve com terapia, eu e Cláudia não vamos nos resolver em uma terapia. Faz meses que as brigas aumentaram, que terminam assim sempre, é insuportável. Nós viemos trazendo até agora com esperança de que mudaria e tudo só piorou.


Paula Chaves:- É, quando chega assim... Mas vocês pensam em divórcio?


Deito na cama:- Sim. Vamos conversar hoje.


Paula Chaves:- Vitor, não é cedo para isso?


Penso:- Tudo aconteceu cedo demais. Mas vai ficar pior se tentarmos continuar com algo que não...


Paula Chaves:- Eu entendo, realmente tem que ser feito o que é melhor pra vocês. Vamos descer?


Me sento:- Já vou, vai descendo. Pede para mamãe vir aqui.


Paula Chaves:- Tudo bem, beijo.


Cumprimento ela e aguardo minha mãe chegar. Vou fazer um pedido para ela.


Marisa Chaves:- Oi.


Ela entra e indico pra ela se sentar do meu lado:- Quero conversar com você.


Marisa Chaves:- Que bom, eu também.


Me ajeito:- Mãe hoje vou conversar com a Cláudia, mas eu não tenho ideia do que resolver. Cláudia falou em divórcio e eu não estou querendo negar que é o que eu quero também, mas não é fácil.


Marisa:- Meu filho não é fácil pra nenhum lado, tendo o casamento gerado filhos ou não. Sido pouco ou muito tempo, a gente acostuma.


Chego perto dela:- Sim, foi isso. Eu e Cláudia nos acostumamos. Só que nem isso, hoje, permaneceu.


Marisa:- Quando terminei com o seu pai não foi fácil e eu pensei muito, principalmente por vocês. Mas vocês não tem filhos é complicado tentar uma reconciliação, algo que faça vocês dois tentarem. Afinal, você quer tentar?


Penso sobre a pergunta mas não tenho dúvida:- Não.


Marisa:- Vocês dois precisam conversar, mas posso te dar um conselho?
Aprovo com a cabeça. Marisa:- Saiam de casa, vivam como duas pessoas normais, depois, se verem que realmente é isso que querem, iniciem o processo de divórcio.


A olho:- Como assim?


Marisa:- Volta pro seu apartamento, continue sua vida como antes, resolva tudo que você passou por cima pra iniciar esse casamento da maneira que eu sei que você começou. Converse com a Cláudia sobre isso, para ela fazer o mesmo. Se com o tempo vocês dois verem que realmente é isso que querem, se separam.


Me afasto pensando no que ela disse, coloco o rosto entre as mãos...:- Dar um tempo?


Marisa:- É. Vocês tem brigado demais.


Me levanto:- Mãe, nós já demos um tempo mas continuamos vivendo na mesma casa. Nossa relação se resumia em respeito, em prestação de esclarecimentos porque SEGUNDO A UM PAPEL estamos casados. Cláudia me disse ontem que não suporta mais.


Marisa:- Filho é uma crise.


Viro para ela:- Que vai durar até quando?


Marisa:- Não posso dizer. Faz o que falei...


Interrompo:- Mãe como você disse eu não tenho filhos pra segurar um casamento e nem vou fazer um pra isso acontecer. Cláudia queria fazer isso...


Marisa:- Ter um filho para ficarem casados?


Aprovo com a cabeça:- Pros primeiros meses do nosso casamento retornar, como se esse filho fosse trazer O QUE EU E ELA sabemos que não existe entre nós.


Marisa:- É pior do que pensei...


Coloco uma jaqueta, pego meu celular, a carteira:- Vou me encontrar com ela e ver o que ela propõe. Preciso da tua ajuda para ninguém saber disso.


Marisa:- Sim.


Saímos do quarto. Enquanto tomo café vou pensando no rumo que a conversa hoje vai tomar, mas logo sou cortado pelo meu celular tocando. Quando vejo de quem é o número não consigo acreditar... resolvo não atender o celular e desligo-o.


Marisa:- Problema?


Olho para ela enquanto termino de tomar o café:- Nenhum. Vou indo mãe, talvez eu venha novamente dormir aqui. Vou mandar a Diva organizar meu apartamento.


Marisa:- Tudo bem filho, boa sorte.


Me levanto enquanto a cumprimento e saio. Cláudia e eu combinamos de nos encontrar ás 11 horas. Chego em casa e ela já está a minha espera:- Bom dia.


Os pais de Cláudia está aqui hoje, para complicar um pouco mais a situação.


Todos respondem:- Bom dia.


Décio (pai de Cláudia):- Adelaide (mãe de Cláudia) vamos sair.


Adelaide:- Tenham um bom dia.


Me sento na mesa:- Obrigado.


Cláudia:- Eles já sabem.


Concordo com a cabeça enquanto desligo o telefone.


Cláudia:- Vitor eu levei isso até agora como uma...


Entrelaço as mãos:- Crise. Você viu que tentamos, mas realmente não dá. Ontem foi demais para mim, para você também que eu sei.


Cláudia:- Nós dois...


Continuo:- Cláudia você percebeu que nós nos tornamos mais acostumados um com o outro, em tão pouco tempo, e toda a esperança de existir um sentimento forte foi indo embora.
Cláudia respira fundo enquanto falo. Continuo:- É difícil chegar aqui e dizer isso. Mas eu pensei, e é melhor para mim e para você tomar uma decisão definitiva. É menos de um ano sim, mas isso vai piorar não adianta tentar mais... acabou a lua de mel há muito tempo.


Cláudia:- Eu suportei tudo até agora...


Interrompo ela:- Mas não vai suportar mais. Eu não aguento me desdobrar pelo resto da vida, e se você mesmo declarou que não vai conseguir aprender a lidar comigo é melhor...


Cláudia:- O que você quer? Se separar?


Penso no que minha mãe falou:- Você, o que você quer? O que você pensou que vai ser melhor para você?


Cláudia:- Eu não...


Interrompo novamente e me ajeito na cadeira:- Vamos ser sinceros. Quando você aceitou se casar comigo, você não me amava, você se acostou comigo porque só faziam três meses que estávamos juntos e eu, para não dar tempo e nem gosto de me verem fracassar fui logo apressando as coisas com o intuito de criar algo forte que me prendesse em você. Estou errado Cláudia?


Cláudia pensa para falar e se levanta:- Certo. Se você já sabia disso tudo, porque continuou comigo?


Olho para ela:- Pelo mesmo motivo que você. Nos enganamos Cláudia, e tivemos infelizmente a ideia de que isso duraria mais tempo. Nós sabíamos que o resto da vida era demais para nós dois.


Cláudia:- Eu tentei...


Me levanto:- Eu também. Não desmereço o que você fez, o que houve entre nós, esse casamento não foi um erro, pelo contrário, eu estou aprendi muito porque estou saindo pisado pelos meus próprios erros. Mas não quero mais atrapalhar sua vida por isso.


Cláudia:- Eu aceitei, é, mesmo não te amando o suficiente eu aceitei. Ninguém fica parando para pensar no meio do que aconteceu pra esse casamento existir. Quer saber Vitor? Você deveria se tratar.


Me espanto com o que ela disse, mas isso não faz ela parar:- Você não pensa, como deveria, nas pessoas quando está cego de raiva. Quando alguém passa por cima dos seus planos, das suas idealizações. Mas agora não vou te culpar,
eu aceitei você fazer tudo isso e me jogar no meio, mas já deu... Você tem que aprender mesmo, porque se não vai morrer aí, sozinho.


Cláudia sai e eu sento, destruído por ouvir a verdade. Acabei comigo, acabei com ela e com a... única chance que eu teria de ser quem eu sou, de me controlar.


Cláudia retorna:- Desculpas eu estava nervosa, eu não quis dizer que você devia se tratar porque...


Interrompo ela:- Chega Cláudia, eu já entendi. Você não mentiu. Vou voltar pro meu apartamento hoje, se você não se importar a Diva vai comigo.


Cláudia:- Esse apartamento é seu, eu acho melhor eu sair.


Me levanto:- Não, pode ficar.


Cláudia:- Vou dar entrada nos papéis, já falei com um advogado.
Concordo olhando para ela:- Vou acionar o meu. Vou arrumar minhas coisas.


Saio para o quarto chamando a Diva para me ajudar arrumar as malas. Vou tirando pedaço por pedaço de um tempo que me ensinou muito da pior forma. Fico calado o tempo todo, decido levar o que eu conseguir logo agora, evitar estar voltando sempre aqui.


Cláudia aparece na porta:- Vitor, você não precisa sair...


Continuo guardando as coisas e respondo-a:- Está tudo bem. O que eu não conseguir tirar hoje, essa semana ainda peço que alguém tire tudo.
Cláudia:- Creio que meu advogado vai falar com o seu em breve.


Concordo com a cabeça:- Sim.


Carrego as malas até o carro. Umas roupas apenas e meus utensílios pessoais. O restante aos poucos peço que alguém leve pro meu apartamento. No carro Diva vem comigo.


Diva:- E agora?


Sorrio para ela:- Vamos retomar minha vida. É bola pra frente.


Diva:- Vitor, vou dar um jeito naquele seu apartamento e olha... você vai ser muito feliz ainda.


Quando Diva diz isso eu tenho uma vontade enorme de chorar. Acredito que a felicidade eu deixei ir embora por orgulho:- Vem, vamos pra casa.


Vamos direto pro meu apartamento, no caminho não falo nada e percebo que Diva só observa. Ao chegarmos levo as malas pro meu antigo quarto e vejo umas caixas que deixei nele. Muitos papéis, canções antigas e alguns registros que não levei para a outra casa.


Diva vem ao quarto:- Quero que você saia para mim arrumar tudo.
Rio dela:- Já está me expulsando?


Diva:- Mas uai que vou arrumar com você aqui muito...


Pego meu celular e vou saindo com algumas peças de roupa:- Diva vou para a fazenda, acho que de lá mesmo vou para os shows. Se precisar de algum dinheiro você tem como tirar na conta, qualquer problema é só me telefonar.


Diva:- Vai com Deus filho.


Os dias passam, Leo veio falar comigo, conversamos bastante e ele me ajudou muito. Na fazenda me sinto mais tranqüilo, sem cobranças, sem brigas, é tudo tão mais calmo. Meu telefone toca:- Mas de novo?
Aquele número de novo, êxito para atender, na verdade não atendo mais uma vez:- Está de brincadeira.
Quando desligo o telefone me angustio. Percebi que estava fazendo tudo de novo, que meu orgulho tava afastando de novo. Mesmo que seja falta de vergonha, eu vou ligar de volta. Disco o número com pressa para não me arrepender, e em menos de 1 minuto ela atende e eu perco a voz sem entender porque:- é... Paula?


Paula:- Vitor...


Está chovendo, eu vou até a porta de vidro olhar para fora enquanto a ouço:- Quanto tempo...


Paula:- É. Só liguei para pedir desculpas por um documento de alguns meses atrás, eu não sabia de nada do que ouve até então...


Interrompo ela:- É isso? Já assinei o papéis não tem problema.


Paula:- Você pensou que fosse o que?


Saio andando:- Nada.


Paula:- Vou te enviar o meu último trabalho que não foi enviado, as canções estão lá.


Me seguro pra não... já foi:- Eu já sei das tuas canções, eu fui falar com você, eu liguei e você fugiu. Se sua intenção era acabar comigo você conseguiu.


Paula:- Quem é você para dizer que fugi? Quem é você Vitor Chaves para querer me cobrar algo? Você é uma das pessoas mais covardes que infelizmente eu conheci.


Engulo seco, a última pessoa que eu esperava, era ela:- Paula? Paula? Desligou, droga.


Largo o celular no sofá e não consigo me controlar, dói ter perdido tudo assim. Tento ligar para ela de novo, preciso falar com ela. Não adianta...
Retomo a agenda de shows, o divórcio ainda não foi iniciado, a mídia não sabe e se depender de mim vai demorar saber.


Leo:- Bom Dia cara.


O alto astral do Leo chega me irritar:- Bom dia.


Leo:- Bem?


Nossa, o que ele acha?: Estou me divorciando de uma casamento fracassado, até aí... Fui chamado de covarde e me mandaram se tratar. Devo estar bem?


Leo me olha:- Vitor...


Balanço a cabeça para ele nem responder. Os shows passam, volto pro meu apartamento, Diva está lá e já chego com ela me fazendo rir:- O que é que você está mexendo aí?


Diva:- Que susto seu palhaço...


Dou risada dela:- Aiai que cansaço. Minha cama?


Diva:- Arrumada, vê se toma uma banho antes.


Vou para meu quarto e ela vem trás:- O que foi? Já sei que você tem coisa pra me contar.


Diva:- Paula Fernandes ligou aqui.


Olho para ela enquanto vou tirando meu relógio:- Falei com ela Diva.


Diva:- Você ainda pensa nela?


Faz careta pra Diva:- Vou tomar banho. Vai... ou vai querer me ver pelado também?


Diva:- Pensa... Me respeita.


Ela sai rindo, mas logo volta:- Olha aqui o que chegou para você, os discos dela. Já ia esquecendo de falar.


Vou até a Diva pegar:- Certo, vou ouvir mais tarde.


Diva:- É eu já ouvi. É bem... pra você.


Dou uma olhada pra ela: Claro que você já olhou, adora mexer nas minhas coisas. Vai Diva, vou tomar banho...


Ela sai e me fecho no quarto, resolvo ouvir agora as canções do DVD. Quando acaba eu não consigo me conter. Porque Paula pego tão pesado? Mas também não posso culpar ela por tudo. Preciso falar com a Paula, parar de fugir e começar a concertar os meus estragos.
Vou para o banho e quando saio vou pesquisar um pouco mais sobre esse novo trabalho dela. Paula é uma ótima compositora e instrumentista. Enquanto pesquiso algo umas coisas Diva entra no quarto:- O que foi?


Diva:- Você vai ficar em casa quantos dias?


Falo com ela enquanto olho para o computador:- Talvez nenhum. Hoje mesmo estou indo ara Belo Horizonte...


Diva se senta na cama e me interrompe:- Você vai atrás dela?


Paro e olho para ela:- Diva...


Diva:- Vitor você acabou de se divorciar.


Me levanto:- Não vou atrás dela nesse sentido, tem a segunda etapa da transferência da ECAD, é uma reunião com os advogados.


Diva: Hum... Mas também se fosse em outro, vou falar bem a verdade, eu apoiava.


Dou risada dela enquanto organizo minhas coisas:- Separa tudo para mim.


Quatro horas depois já estou em Belo Horizonte a caminho do escritório de Paula:- Ricardo essa é uma ultima reunião sobre isso?


Ricardo:- Sim Vitor, só pediram que eu e o advogado dela viéssemos para acompanhar o processo.


Aprovo com a cabeça. Logo chegamos ao local onde estão a nossa espera:- Boa Tarde.


Atendente:- Boa tarde, já estão no aguardo podem seguir em frente, é na próxima porta á direta.


Seguimos e assim que entramos dou de cara com Henrique. Ricardo o cumprimenta e eu sigo para minha cadeira.


Monteiro:- Tudo bem Vitor?


Não escuto Monteiro falar.


Monteiro:- Hei, Vitor?


Olho para ele:- Oi, perdão. Tudo bem?


Monteiro:- Sim, algum problema?


Nego com a cabeça e me sento. Paula não está na sala ainda, todos aguardam ela e o advogado.


Pietro entra:- Bom tarde, Paula já está vindo. Estava em outra sala.


Ela chega e evito olhar. Paula:- Boa tarde.


Todos se sentam e Paula dessa vez ficou longe da minha cadeira, Henrique quem a acompanha hoje.


Os trametes começam, assino o que coube a mim e 30 minutos depois terminamos. Vou saindo da sala quando monteiro me chama.


Monteiro:- Vitor, por favor.
Vou até ele:- Sim.


Monteiro:- Paula quer falar com você em particular, mas como Henrique veio ela preferiu não fazer isso aqui. Tem como você voltar mais tarde?
Pego uma caneta e um papel, anoto um endereço e entrego a ele:- Aqui, entregue a ela.


Monteiro aprova com a cabeça enquanto saio do escritório de volta para o Hotel, dessa vez resolvi não ir para a casa da tia Mariléia.


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