12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12
A enfermeira sai e Vitor, em poucos minutos, adormece novamente. Dulce e Marisa retornam para o quarto e conversam com Paula sobre o ocorrido. Quando o dia amanhece, Vitor já consegue se mover com mais facilidade e Paula se movimenta mais ainda. Ela logo recebe alta, mas ele precisará ficar no hospital por mais alguns dias...
– Vou precisar ir... Por conta da nossa filha, mas eu volto. - sorri.
– Não precisa voltar... Vou ficar bem. Cuida da nossa princesa... - beija a mão dela.
– Vitor tem razão, Paula. Eu ficarei aqui com ele e você precisa cuidar da Vitória!
– Eu sei... Mas, eu volto, mesmo assim. - O beija. Eu te amo... Seja obediente e fique quietinho. - riem.
– Sim, Sra.- sorri. Nossos celulares?
– Estão aqui. Vou deixar o seu aqui e levarei o meu...
– Não me lembro de nada... Nem deles pegando o celular em mim.
– Devem ter ficado pensando o porquê você guardando um celular em certos lugares! - ri.
– Sim... - ri. Ai... Ainda dói. - coloca a mão na cabeça.
– Tá vendo!? Fique quietinho... Marisa, dê umas palmadas se desobedecer!
– Vou adorar fazer isso. - ri.
– Poxa, mãe... Duas eu não aguento.
– Duas até Vitória crescer...
– Sim!
– Vou indo, então... Fique bem, tá!? - o beija. Já volto! Qualquer coisa me ligue, Marisa. Por favor...
– Fique despreocupada, eu vou cuidar dele...
– Está bem... Dá uma dor deixar ele aqui! - se entristece e o olha.
– Mas, logo ele estará em casa! - passa a mão no cabelo de Paula. Paula... Você é muito importante pro Vitor, depois que você chegou eu ganhei mais uma filha.
– Marisa... - a abraça. Obrigado! - a olha. Por tudo.
– Eu que tenho que agradecer! Agora vá porque minha netinha está te aguardando...
– Sim! Estou morrendo de saudades da minha pitoquinha. - retorna ao Vitor. Agora eu vou... Te amo! - o beija.
– Eu também... Tchau. - segura a mão dela.
– Tchau... - beija a mão dele que segura a sua e sai.
– Vamos!? - Dulce pergunta assim que sai do quarto.
– Vamos... - chora.
– Paula... Minha filha, ele ainda precisa ficar aqui.
– Eu sei... Mas, é tão dolorido deixar ele aqui, nesse estado.
– Sim... Mas, é preciso. - pega no braço dela. Vem... Já falou com o médico!?
– Já mãe...
– Então vamos pra casa.
Paula sai do hospital com o coração apertado em ter que deixá-lo, mas certa de que aquilo é o melhor, pois precisa cuidar de Vitória que ainda está com Tatianna. Ao chegar na fazenda é recepcionada pelos cachorros da família e os filhos de Leo.
– Oi tia Paula... Cadê o tio?
– Oi meu amor... - se abaixa para beijá-lo. O tio Vitor teve que ficar mais um pouquinho, mas logo ele estará aqui.
– Nós ficamos cuidando da Vitória. - Antônio chega.
– É!? - ri. E cuidaram direitinho?
– SIM! A gente deu banho e tudo mais. - entusiasmados.
– Vou ver se ela está cheirosinha, viu?
– Ela está, ó... - faz careta. Um cheiro maravilhoso!
– Esses meninos não tem jeito! - riem.
– Não mesmo... Vão pegar fogo quando Vitória crescer.
– Vamos lá ver ela, tia. - puxa Paula.
– Vamos, segura aqui mãe. - entrega a bolsa e sai.
– Mamãe está fazendo ela dormir, pediu pra gente ficar bem quietinho!
– Então vamos bem devagarinho...
– Shiu...
– Meu Deus... - ri.
Matheus vai na frente e abre a porta do quarto pra entrarem. Antônio vai puxando Paula até chegarem na Tatianna.
– Antônio, tia Paula está dodói...
– Não está não.
– Oi Tata... - ri.
– Oi... - a abraça. Tudo bem!?
– Tudo sim, só um pouco angustiada por deixar Vitor lá.
– Lá onde, tia?
– Depois mamãe explica Matheus...
– E minha menina? - vai até o berço.
– É um anjinho... Não dá trabalho algum. Só fiquei preocupada por conta da amamentação, com medo dela não se sustentar só no complemento. Mas, agora que você já voltou ela volta a se amamentar normalmente.
– Sim... Fiquei preocupada por conta da medicação que tomei, mas conversei com a médica responsável e ela disse que não havia problema, que ela já sabia que eu amamentava então tinha feito tudo da melhor maneira.
– Que bom, Paulinha! Ela dormiu...
– Ela é dorminhoca... - sorri.
– Tia, ela riu pra gente...
– Meu Deus! - riem. Ela conheceu vocês...
– Sim... Dei um doce pra ela.
– Não acredito!
– Mas, ela não comeu ainda... Tá aqui, ó... - mostra.
– Então vamos guardar pra ela comer depois, tá? - pega.
– Tá, mas não come... É pra ela.
– Antônio! - riem.
– Depois vou dar pra tia, mãe. Tá guardado lá... E pro tio, também.
– Então vamos buscar e deixar a Vivi dormindo aqui... Vem! - dá a mão pra ele e saem.
– Lucy veio hoje?
– Veio sim, Paula. Ela retornou a noite, depois do ocorrido.
– Vou recompensá-la depois...
– Paulinha...
– Oi Diva! - a abraça.
– O que aconteceu? Fiquei tão aflita!
– Foi um assalto, Diva... Vamos sentar que contarei tudo pra vocês. - Sentam-se.
– E foi depois do jantar?
– Foi sim Sol... Não prestei muito atenção, mas quando estávamos indo um carro nos seguiu. Vitor quem observou e ficou aflito sem me dizer; mas, quando chegamos ao restaurante um grupo de homens se sentou e começou a observar nossa mesa de um jeito estranho. Como era Vitor quem estava virado pra eles, eu não os vi bem. Quando terminamos o jantar, o mesmo carro começou a nos seguir e daí em diante não lembro muito... Sei que Vitor me puxou pra ele e nosso carro sofreu um impacto, porque ele parou quando o carro que nos seguia atravessou nossa frente. Foi horrível... Eles nos puxaram e Vitor estava atordoado porque ele se curvou pra me proteger e acabou se machucando mais, assim, não ouviu o que eles pediram e por isso bateram nele. A partir daí... - Começa a chorar. Ele... Ficou desacordado e começaram a bater muito, machucá-lo muito... Foi terrível.
– Tá bem... Olha... O importante é que você está aqui.
– Mas, o Vitor não está... Tive muito medo de perder ele!
– Mas, ele já está bem! Só precisa ficar em observação...
– Eu sei... Mas, ainda é muito difícil!
– Vamos mudar de assunto? - propõe Dulce. Vamos pensar no que faremos pra recepcioná-lo! O que vocês querem fazer pra quando tio Vitor chegar? - se vira pra crianças.
– Vou tocar uma música pra ele...
– Eu também! - levanta os braços.
– Não, você não sabe tocar, vai me atrapalhar. Você não vai deixar mãe... Né!?
– Vá se acostumando, Paula! Principalmente se quiser ter outro...
– Segundo o Vitor, falta mais um... - riem.
– Essa família que não se contenta com apenas um filho!
– Será que quando ele voltar poderá comer de tudo?
– Não sei ainda Diva... Mas, com Vitor não funciona dieta... Então prepare o que quiser!
– Não mesmo! - riem.
– Por falar nisso... - se levanta. Vou ligar para o hospital, já volto...- sai para o quarto de Vitória.
Quando Paula pega o celular, vê inúmeras chamadas de Vitor e se desespera.
– Alô!? - retorna.
– Por que não atende o telefone?
– Aconteceu alguma coisa? Meu Deus... Quantas chamadas! Eu havia esquecido no quarto da Vitória.
– Não aconteceu nada... Só queria saber se chegou bem. Me deu um medo terrível...
– Cheguei Vitor, eu ia te ligar agora mesmo... Meu amor, não se preocupe! Aqueles homens devem estar bem longes.
– Ninguém sabe sobre isso! Ninguém sabe onde estão... Paula, você tinha alguma foto da Vitória dentro do carro?
– Não Vitor, você nunca me deixou colocar fotos dela em lugar nenhum. Agora entendo o porquê...
– Estava preocupado com isso.
– Não fique. Ela está aqui, dormindo... Os meninos fizeram a maior farra com ela!
– Eu imagino... - ri.
– Sua mãe está aí com você?
– Não... Pedi pra ela ir pra casa tomar um banho.
– Você está sozinho?
– Não, tem uma enfermeira linda aqui!
– Como é? Você está brincando com minha cara, né? Primeiro porque não era pra ficar sozinho! - se enfurece. Falei mil vezes quando estava aí pra não te deixarem sozinho!
– Mas, eu não estou... Mandaram uma enfermeira! Ela foi buscar um medicamento e já volta.
– Que enfermeira é essa? Vitor você não brinca comigo... Vou pra aí! Agora...
– Para com isso! Não tem enfermeira nenhuma aqui, é minha mãe... Estava brincando.
– Você já está bem então... Por que me deixa nervosa? Parece que gosta de fazer isso.
– Me perdoa... - ri. Eu te amo...
– O médico retornou?
– Está chegando agora... Vou desligar. Me mande fotos da Vitória, beijos... - desliga.
Respira fundo e resolve ligar pro Monteiro, precisava falar com ele.
– Paulinha!?
– Oi... Que bom ouvir sua voz!
– Fiquei sabendo do que houve agora pouco! Eu e Bia estamos muito preocupados, não ligamos por não saber se você estava em casa e sua mãe não atende.
– Não tem problemas... Mas, estou ligando pra vocês virem pra cá. Por favor...
– Precisamos ir mesmo... Conhecer pessoalmente a Vitória e agora visitar vocês.
– Monteiro, vem no próximo voo.
– Está bem... Vou me organizar aqui e iremos.
– Vou ao hospital ver o Vitor e passo no aeroporto pra pegar vocês. Combinado?
– Sim...
– Só confirma o horário que chega aqui e me envia por whats.
– Está bem Paula... Você está bem? Estou te sentindo triste...
– Eu estou... Mas, Vitor ainda está no hospital. Ele me ligou agora pouco, parece bem, mas estou com muito medo. Ele teve um traumatismo craniano leve... Tenho medo de acontecer algo, Monteiro... - Começa chorar.
– Não irá acontecer nada! Confia em mim... Foi leve, ele está em observação, não irá nada se agravar. Bia quer falar com você...
– Paulinha... Meu anjo, se acalma.
– Oi Bia... Estou tentando.
– Pela sua filha e por ele... Tente ficar calma.
– Vou ficar! Bia, você já vem pra passar aquela temporada aqui, né?
– Vou sim... Vamos nos divertir bastante, Vitor vai ficar novo em folha!
– Sim... - ri. Vitória está acordando... Vou vê-la, não esqueçam de me mandar o horário do voo.
– Não esqueceremos, beijos nas duas!
– Beijo! - desliga e vai até o berço. Oi meu amor... - coloca o celular dentro e a pega. Que saudade a mamãe estava...
Paula senta-se com a filha e a fica observando.
– Papai logo vem, meu anjo... - respira fundo. Você se parece tanto com ele, até quando dorme... - segura a mão dela. E eu amo muito vocês dois. Não sei como pude suportar tanto tempo adiando essas sensações! Como pude demorar tanto tempo pra ter você aqui. - se emociona.
– Paula... Minha filha, vamos parar com essa choradeira! - Dulce entra.
– Mãe... - limpa os olhos. Só estava contando a ela o que houve! - riem.
– Sei... Se lembra quando você desconfiou que estava grávida e se me contou anos depois? - senta-se com elas.
– Sim... - ri. Eu e Vitor tomamos um susto... Não tínhamos nada, ele se desesperou. Queria se casar, disse que daríamos um jeito!
– Se você tivesse me contado na época, eu ficaria enfurecida com Vitor!
– Tadinho... A culpa não seria só dele.
– Mas, eu confiava você sair com ele. Eu era mãe e pai... E meu lado pai quando se deu conta que vocês dois já poderiam se relacionar, levou um choque.
– Mãe, eu sei que pode não ser um bom momento, mas quero te perguntar uma coisa... Em algum momento você foi contra eu e Vitor?
– Ah... - se ajeita em outra poltrona espirando fundo. Fui! Não só contra, mas eu fiz algo do qual me arrependo muito.
– O quê? - insiste pra que ela conte.
– Paula, Vitor era anos mais velho que você... E eu tinha medo, principalmente depois que caiu a ficha que você já tinha virado uma mulher! Estava acontecendo tanta coisa e quando ele vinha eu não conseguia fazer vocês ficarem em casa... Comecei a implicar demais com ele, e ele sabe disso... Até um dia que pedi pra ele não voltar e...
– Eu já sei...
– Sabe? Me sinto muito envergonhada por isso.
– Sei... Eu e Vitor brigamos feio até ele me contar.
– Mas... Como assim?
– Nada, mãe... O importante é que estamos aqui e tudo isso já passou!
– Mas, ainda sim me sinto em falta com ele.
– Não se preocupe... Ele já tem tudo agora, a senhora não está impedindo mais nada.
– Sim... - ri. Vocês eram muito espertos... Acho que se Vitor não fosse um pouco cabeça, teriam me matado!
– Não diz isso... Eu era cabeça! - riem.
– Já que é momento das revelações... Aquela vez que vocês me disseram que iriam pra Abre Campo com a família dele... A família dele foi mesmo?
– Não...- ri. Foi a única vez que mentimos... Na verdade, eles iam, por isso Vitor chamou! Mas, aconteceu algo lá e no fim não iam mais... Daí eu e Vitor resolvemos ir sozinhos mesmo!
– E disseram pra mim que eles haviam ido! Achei estranho demais...
– Nós nunca mentimos! Apenas omitimos alguns fatos... Ficamos na casa do avô dele. Ele morava lá ainda... Foi um final de semana que sinto saudades até hoje!
– Menos mal... Achei que tivessem ficado sozinhos.
– E se tivéssemos ficado, não aconteceria nada de novo. Naquela época ninguém queria ficar sozinho pra isso... Era mais pra poder ficar juntinho mesmo, sem ninguém.
– Mas, se isso não acontecia você não teria levado um susto achando que estava grávida!
– Era uma consequência... - ri. Vitor me respeitava muito, mãe. Ele foi o homem que mais me respeitou...
– Eu sei... - Se levanta. E quando um homem respeita, a gente nunca esquece!
– Não mesmo... A senhora amou meu pai?
– Claro que amei. Vocês estão aí pra provar isso... Nós nos amávamos muito. Mesmo. - começa a mexer nas roupas de Vitória.
– E por que tudo aquilo pra mim nascer?
– Se você estivesse grávida, daquela vez, saberia o que passei. O problema é que não havia um Vitor pra querer a criança, havia seu pai...
– Ah... - se entristece. Queria que ele visse a Vitória!
– Pra que? - se vira pra ela. Ele não tem que ver ninguém... Você não percebe o que esse homem está te fazendo? Pra que mostrar sua filha? Aposto que depois ele vai colocar até ela no meio da lambança...
– Ele é meu pai...
– Ele te deu a vida. - interrompe. É diferente... Agora chega desse assunto!
– Mãe, se o trouxer aqui...
– Nem conte comigo mais! Vou ver se a Diva já preparou o leite, vamos fazer o doce do Vitor...
– O Monteiro e a Bia irão vir... Preparem o jantar deles.
– Certo... - sai.
O celular de Paula apita e ela se levanta, coloca Vitória no berço e o pega.
*Paulinha... Chegaremos aí ás 20h, se não puder nos buscar iremos de táxi. Beijos...*
*Buscarei vocês sim, beijos...*
– Vamos tirar uma fotinha sua pra mandar pro papai. - clica. Pronto...
*Oi... ❤ (foto)*
– Paula...
– Oi Cintia! Onde estava? - vai abraçá-la.
– Fui com as primas do Vitor no centro.
– Elas estão aí?
– Sim. Estão nos cavalos com a Tati e as crianças...
– Que bom...
– Você está melhor?
– Um pouco... Vitor ainda está no hospital.
– Mas, logo ele receberá alta! Fique despreocupada... Vitor é forte.
– Sim...
– Vitória está dormindo?
– Não... Acordou faz pouco tempo. - sorri. Estava tirando uma foto dela pra mostrar pro Vitor.
– Monteiro e Bia irão vir?
– Vão...- Pega Vitória. Vamos arrumar os quartos que eles ficarão...
– Vamos...
O tempo passa e, mesmo que se distraindo, Paula não deixa de pensar em Vitor naquele hospital. A tarde com a família dele ali foi produtiva. As crianças andarem de cavalo, brincaram na piscina, ajudaram Dulce, Sol e Diva a fazer o café da tarde e no fim do dia se despediram, garantindo que voltariam quando o tio retornasse.
– Lucy?
– Oi...
– Oi, vou ao hospital, posso te pedir pra ficar aqui com Vitória enquanto não retorno?
– Claro... Não se preocupe, vai lá.
– Obrigado! Ela está dormindo... Já amamentei ela, retorno até a próxima.
– Tudo bem. Melhoras para o Vitor...
– Obrigado. Vamos mãe?
– Sim, Cintia já está esperando no carro...
Paula sente um aperto muito grande em deixar Vitória ali, apenas com Lucy. Quando entram no carro se recorda de tudo que houve e não consegue dirigir.
– Está tudo bem, Paula?
– Mãe, chame o Elias pra dirigir pra nós. Por favor...
– Paula...
– Por favor... - sai do carro. Se você não for eu vou...
– Eu vou... Fique aí.
– Está tudo bem Paula?
– Não Cintia... - começa chorar. Não quero deixar Vitória aqui...
– Mas, não podemos levá-la. - segura a mão dela. Você está tremendo...
– Tá tudo bem... Estou assustada apenas.
– Dona Paula...?
– Oi Elias... - se vira. Você pode dirigir pra nós?
– Claro...
– Mãe, fique aqui com Vitória... Preciso ver o Vitor! Mas, não quero deixar ela aqui...
– Eu fico com ela, não se preocupe... Você vai com Paula, Cintia.
– Sim tia... Vamos?
– Vamos...
– Você está bem mesmo?
– Estou mãe, por favor... Vá ver Vitória. Ajude Lucy...
– Vou ajudar, Paula... Vão com Deus.
Entram no carro e vão rumo ao hospital em que Vitor está. Paula tenta se controlar, o terror da noite passada ainda a assusta, o medo de deixar Vitória e pensar em Vitor ainda naquele lugar. Cintia tenta acalmá-la e aos poucos ela se restaura, assim que chega na cidade se sente segura.
– Não conte nada a ninguém... De que ainda tenho medo. Vitor não vai se perdoar e vai ficar pior ainda...
– Não falarei...
– Elias, vou te pedir um favor. Você conhece aqueles meus amigos, os que vieram uma vez na fazenda? Beatriz e Monteiro...
– Claro que sim.
– Busque-os com Cintia no aeroporto! Depois venham pra cá.
– Tem certeza de que quer entrar sozinha?
– Sim, me sinto melhor. Agora vão... O voo chega daqui a pouco. - desce e vai rumo ao hospital.
Ao entrar, sente-se mais ansiosa a cada passo. Parece que não o vê a séculos, ao mesmo tempo que não quer vê-lo daquela maneira.
– Leo!
– Oi cunha... Que bom que veio.
– Estava o visitando?
– Sim... Estava é brigando! Vitor é teimoso...
– Nem me fale...
– Disse que já está bem e já quer voltar aos palcos.
– Até parece... O médico pediu quinze dias de recuperação.
– Sim.
– Você está resolvendo sobre os shows que terão que ser cancelados?
– Não se preocupe com isso, Paulinha... Nós vamos resolver tudo.
– Está bem... Qualquer coisa me passe. Vou ver ele agora... - sorri.
– Vai sim, ele está precisando de você...
– Está sozinho?
– Está, eu vim ficar com ele enquanto mamãe foi descansar um pouco. Sai pra fazer uma ligação...
– Tudo bem... Vou lá. - entra no quarto. Tem alguém doente aqui? - sorri.
– Doente não...
– Foi o que pensei... - se aproxima. Como está?
– Morrendo de saudades... - a segura e beija.
– Trouxe algumas roupas...
– Não precisava! Tenho novidades...
– O que foi?
– Terei alta amanhã de manhã.
– Não acredito! - o abraça.
– Ainda dói um pouquinho... - ri.
– Desculpa amor... Nem acredito! Amanhã você já estará em casa...
– Só não gostei de uma coisa disso tudo...
– O quê...?
– A dieta...- respira fundo. Estou com tanta fome! Só como sopa com gelatina nesse lugar...
– Diva está preparando um banquete pra te receber...- ri. Mas, terei que mudar os planos!
– Por favor, nada disso...- sorri.
– Vai ser tão difícil dormir sem você...
– Não pense nisso... Amanhã estaremos bem juntos.
– Foi uma farra em casa hoje...
– Quem estava lá?
– Tati, as crianças, a Let, a Camila...
– Quero todos amanhã lá.
– Eles irão...
– Senta aqui...- puxa ela. Você está bem...?
– Sim.
– Olha pra mim Paula.
– Oi...
– Por que estava chorando?
– Não estava chorando...- se levanta.
– Tá bem... Nos conhecemos ontem? Bem, para te refrescar a memória eu sou o Vitor...
– Para com isso...
– Então não minta pra mim!
– Não menti...- engoli seco.
– Está mentindo de novo... Por favor.
– Vitor, é dolorido pra mim te deixar aqui. Te ver aqui...
– Você me disse esses dias que não podia impedir que nada me acontecesse...
– E eu não posso...
– Então... Foi algo que aconteceu. Ninguém podia evitar... E estou bem!
– Você está certo... E amanhã estará em casa! - sorri.
– Não é só isso...
– Claro que é! - mente. Bia e Monteiro estão vindo.
– Que ótimo!
– Vão ficar uma temporada em casa, com a gente...
– Fico feliz. Vai ser legal...
– Com licença!?
– Pode entrar...
– Seu remédio, Vitor...
– Muito obrigado Bianca... Você é muito gentil. - pega.
– Esse remédio ele tem que tomar todos os dias? - Paula se coloca no meio deles.
– Sim, está na receita... - sorri pra Vitor.
– Meu nome é Paula... - estende a mão pra ela.
– Sei quem é... Todos aqui sabemos!
– Que bom! Sou esposa dele... Temos uma filha, por isso é importante ele sair daqui logo!
– Sabemos também. Agora vou indo...
– Tchau! Pode deixar que assim... - ironiza. O próximo eu mesma vou lá pegar! Não se incomode...
– Eu trago. - sai.
– Faltou passar o endereço da nossa casa, o dia do nosso casamento e nosso número de celular!
– "Você é muito gentil..." - imita. Você não pode parar um pouco?
– Que? Só a agradeci!
– A Vitor... Me poupe.
– Paula...- ri.
– PARA DE RIR! QUE...
– Hei... - tenta se levantar. Vamos parar com isso?
– Não gosto... Me dá um tique! Essa era a enfermeira que você falou, né?
– Eu estava brincando! Amor... Pare com isso.
– Ainda não consigo me controlar.
– Eu bem sei... Me ajuda aqui! - estende a mão pra ela.
– O que quer fazer...?- a puxa.
– Só te abraçar direito... - a acaricia. Ás vezes é tão fácil lidar com você que se torna difícil!
– Desculpa... Vitor! Eu fico nervosa em pensar certas coisas... - passa a mão nos machucados dele.
– Coisas que não tem nem pé e nem cabeça...
– É... O que me cega de raiva é essas mulheres se insinuaram tanto.
– Não é isso... Eu sou um cantor. Elas se sentem assim... É normal. Não é que estejam dando encima de mim!
– Você é muito educado... Doce demais!
– Eu gosto delas se sentindo bem...
– E eu me sentindo uma besta!
– Nada disso... Eu sou muito doce com você. Muito...
– Sei...
– Monteiro e Bia virão aqui?
– Sim, daqui a pouco devem estar chegando...
– Certo...
– Você já comeu?
– Já tomei um café... Porque né.
– Por que tem que ser assim...
Tempos depois Beatriz, Monteiro e as filhas chegam pra visitar Vitor. Ficam alguns minutos com ele e o médico chega aconselhando Vitor descansar, já que no próximo dia já teria alta. Se despedem e Paula sai, mais uma vez chorando.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!