12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 42
Capítulo 42




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TRÊS MESES DEPOIS...

– Demorou!

– Desculpa... Cadê Vitória?

– Está com a Lucy.

– E Cintia?

– Saiu com algumas primas de Vitor... Eu vou pro estúdio, fique a vontade.

– Paula...

– Oi.

– Está tudo bem com você?

– Sim, mãe.

– Vitor telefonou?

– Sim. Chega amanhã de manhã... - Olha pra Diva que chega no quarto. Oi?

– Paulinha, tem visita...

– Quem?

– Não sei... Uma moça alta, morena, muito bonita. Mas, não sei quem é!

– Ela não falou o nome? - olha pra mãe. Como ela conseguiu entrar na Fazenda?

– Não, ela me disse que é amiga do Vitor e queria falar com você. Não sei como ela entrou... O porteiro nem telefonou aqui pra sede pra perguntar se ela poderia entrar.

– Meu Deus! Era só o que faltava, qualquer um que aparecer na porta acabar entrando.

Paula se retira do quarto rumo a sala de entrada da casa. Ao chegar lá encontra uma moça alta, de cabelos compridos e castanhos de costas vendo uma foto de Vitor.

– Quem é você?

– Ele é lindo, não é?

– Erica... - reconhece pela voz. O que você quer aqui?

– Falar com o Vitor e com você, me desculpar porque...

– Por favor, Vitor não está e eu não tenho o que tratar com você. Se é sobre a viagem, depois ele vai até a agência...

– Agência? Ele me demitiu. Me mandou embora do emprego...

– O quê?

– Foi sobre isso que vim falar com você.

– Ainda não entendo... Quem é sócio da agência é o Vitor e não eu.

– Engano seu, está tudo em seu nome. A maioria dos bens de Vitor está em seu nome...

– Isso é impossível porque eu não assinei nada. Agora, por favor... Te acompanho até a porta.

– No dia de seu casamento, você assinou um termo, talvez não tenha lido. Mas, eu não vim falar disso... Seu marido me ameaçou o dia em que fomos resolver a questão das passagens e enfim... cumpriu. Posso me sentar!? - aponta para o sofá.

– Não... - Paula se aproxima dela. Pois você já está de saída!

– Ele disse que ia me tirar o emprego e não permitir que eu arrumasse outro em qualquer lugar. Você já deve saber que o que seu marido quer e fala, ele consegue! Ele tem muito poder sobre os sócios dele. Entenda... Só falei aquilo pra provocar ele, não pra te ofender. Preciso desse emprego.

– Não tenho nada ver com os negócios dele...

– Já te falei que você é dona de tudo! E mesmo que não fosse, o que você falar ele vai fazer. Paula... Peço desculpas por ter provocado aquele dia, eu só fui uma pessoa que Vitor contratou e sempre deixou bem claro que jamais teríamos algo sério. Ele nunca escondeu pra ninguém que ele amava uma pessoa.

– Não quero conversar sobre isso...

– Eu era uma acompanhante...

– Já sei o que você era... Ele já me falou toda história. Você não teve um pingo de consideração por ele, por tudo que ele te fez, ter salvado sua vida. Ficou provocando ele, fazendo discórdia entre nós.

– Eu sei... Por isso peço desculpas.

– Agora você sabe? Agora que perdeu o emprego...

– Não pensei que ele seria capaz, brinquei com fogo. Não imaginava que ele virava uma fera quando ao menos citava seu nome.

– Bem, não posso fazer nada...

– Entenda, por favor... Você tem uma casa, uma filha, um marido que faz de tudo por você... Uma profissão de sucesso. Não tenho nada, nem emprego... Você acha que alguém quer ter uma família com uma mulher que saia com homens? Ou que vão me dar emprego em lugares decentes? Não tenho mais dinheiro, não tenho mais nada... Acabaram minhas economias, vou ser despejada do meu prédio.

– Você teve tudo isso e não deu valor!

– Sim, mas me arrependi! Por favor, fale com ele... Tome posse da agência...

– Você está maluca... - ri. Tomar posse da agência?

– Paula, é tudo seu... Vitor me quer bem longe de você e da filha de vocês. Eu me atrevi e agora perdi tudo. Se eu ficar mais um mês sem emprego, não vou ter o que comer!

– Também não é assim...

– Seu marido cumpriu a ameaça que me fez. Não consigo arrumar emprego em lugar nenhum!

– O meu marido, o Vitor... Não é uma pessoa ruim, pelo contrário. Você deve ter recebido uma boa quantia em dinheiro assim que saiu, cadê esse dinheiro?

– Acabou! Já fazem três meses... Me ajude. Converse com ele... Preciso de um emprego, ele é sócio de outras empresas daqui também que agora você é proprietária. Por favor...

– Como você vê sabe sobre todos os bens dele?

– Tramitações que passaram pela agência, documentos atualizados dele que tiveram que ir pra lá...

– Erica...

– Paula, seu marido te ama e nunca olharia pra mim com os mesmos olhos que olha pra você. Desculpa se eu acabei que fazendo vocês brigarem naquela noite, eu desliguei por não saber mais o que dizer! Eu e Vitor fomos uma companhia um para o outro durante um curto tempo em que ele precisava de uma companhia e eu precisava trabalhar. Não houve nada além disso... Ele é uma pessoa boa sim, mas eu abusei da paciência dele e reconheço isso. Não foi com má intenção! Só estava brincando com ele... Nunca o vi enfurecido daquela maneira.

– Agora que já sabe como ele é, não apronte! Vou te ajudar... Vou tentar conversar com ele, sem te garantir nada... E agora, de mulher pra mulher... Se você se insinuar para meu marido, é comigo que você acertará suas contas!

– Não irei fazer isso...

– Creio que não há nada mais pra ser conversado.

– Certo... Muito obrigado por ao menos ter me ouvido. Sei que você entendeu...

– Te acompanho até a porta. - Paula segue ela até a porta. Como você passou pelo porteiro?

– Eu já o conhecia... Só insisti. Não o demita, ele é um bom profissional...

– Preciso ver minha filha, passe bem. - Se retira e a deixa partir rumo ao carro.

Paula retorna para o interior da sede e encontra Dulce aguardando respostas sobre o ocorrido, inventa uma desculpa e sai rumo ao estúdio. Começou a produção de um futuro disco e passava uma boa parte do tempo nesse estúdio que Vitor montou na casa para eles. Mais um dia e ele chegaria, mais uma vez, de viagem... Dessa vez com mais dias de folga.

– Paula?

– Oi Diva!

– O quê preparamos para o Vitor?

– O mesmo de sempre

– Tá bem... Que horas ele chega?

– Daqui a pouco... Mamãe está onde?

– Na piscina.

– Peça pra ela vir até aqui...

– Certo... - Diva se retira.

– Lucy, daqui a pouco é hora dela tomar um banho... Ok?

– Sim Paula, pode deixar. Hoje você vai sair?

– Não sei ainda... Mas, não se preocupe. Hoje é sua folga mais tarde, aproveite para relaxar.

– Me chamou!? - Dulce aparece na porta.

– Sim... Vamos até meu quarto. Qualquer coisa me avise Lucy! - Olha a filha e sai.

– Algum problema?

– Nenhum... Só queria que me ajudasse a escolher uma roupa.

– Onde vai?

– Ainda não sei... Mas, Vitor quer sair pra jantar hoje.

– Que ótimo! Fico feliz por vocês dois estarem assim...

– Eu sei mãe... Mesmo com tudo que enfrentamos. - Lembra do ocorrido.

– Sabe aquele seu vestido verde? Vai com ele...

– Vou ver... - Entra no closet e o procura, voltando a bancada com ele. - Esse?

– Esse mesmo... Fica lindo em você.

– Não sei... Estava pensando em outra coisa.

– Que coisa?

– Uma saia, talvez.

– Suas saias são extremamente curtas...

– Por isso mesmo... - ri. Vou buscar... - retorna ao closet.

– Quanta roupa.

– Sim, tem roupa de anos aqui que ainda uso... Ocupei metade do closet do Vitor.

– Essa saia aí é linda.

– Mas, vou com essa! - mostra. E um croped de couro... Isso se ele quiser sair mesmo.

– Ele vai...

– Vou onde!? - Grita do quarto.

– Vi... - sorri e o beija. Que saudade! Tudo bem!?

– Tudo sim meu amor... - a abraça novamente. Oi Dulce...

– Oi Vitor... - se abraçam. Fez uma boa viagem?

– Fiz sim, obrigado. Cadê minha princesa?

– Lucy está com ela no quarto... Não faça barulho, talvez ela esteja dormindo.

– Vou pegá-la. - Sai rumo ao quarto de Vitória.

– Vitor! - O acompanha.

– Lucy!?

– Oi... - ri com Vitória no colo.

– Meu bebê... - Pega-a.

– Estava sorrindo... Já deve nos reconhecer.

– Sim...

– Olha... - riem. Sorriu pra mim!

– Mais como é besta... Ela também sorri pra mim.

– Me deixa ser feliz Paula... - ri.

– Entrega ela pra Lucy e vem tomar um banho...

– Não... Me deixa ficar aqui mais um pouco.

– Vitor... Não seja teimoso, você precisa descansar e logo volta.

– Tudo bem... Mas, eu volto Lucy!

– Me dá até medo! - ri enquanto pega Vitória. Só não a acorde se estiver dormindo...

– Pode ter certeza que ele acorda...

– Vamos, já volto! - saem do quarto. Como foi sua semana?

– Te conto no quarto, vem... - o puxa.

– Pelo visto tem muito o que contar... - riem.

– Tenho sim, entra logo! - fecha a porta.

– O que houve?

– Nada demais... Só quero perguntar sobre a viagem da mamãe.

– Paula, eu não fui mais atrás disso. Depois tento ver outra maneira... - segue para o banheiro.

– Não Vitor... - o segura. Espera! Olha... Sei que fui um pouco inflexível quanto a isso no início, mas é a alternativa que temos.

– Paula... É melhor você ver essa viagem em outra agência.

– Por que?

– Porque é. - retira a camiseta. Agora vou tomar banho...

– O que você está me escondendo?

– Nada... Por favor.

– Ok... Te dei a oportunidade de falar, mas já que não falou, falo eu!

– O que é?

– Você acha mesmo que eu não iria descobrir que demitiu a Erica?

– Não, não acho... Só não penso que isso seja relevante.

– É muito relevante, tanto que ela apareceu aqui!

– O que ela veio fazer aqui?

– Me pedir ajuda...

– Ajuda!? - respira fundo. Paula, não quero falar disso e não vou falar disso... Não quero nem saber o que ela disse.

– Que maldito de termo é esse que assinei no nosso casamento? Um termo que os seus bens se tornassem meus... Por que não me falou nada?

– Iremos brigar? Porque não quero isso... Quero descansar e curtir minha filha. - retira o resto da roupa.

– Nós iremos conversar! Por favor Vitor...

– Vou tomar banho.

– Ok, espero aqui. - se senta.

Vitor toma seu banho enquanto Paula o observa, o acompanhando passo a passo até que ele parasse e pudessem conversar.

– Fala Paula, porque já está me estressando você atrás de mim!

– Quem tem que me falar é você!

– Um termo que pedi para que meu advogado colocasse no nosso contrato.

– Havíamos combinado que casasaríamos com separação total de bens.

– Você combinou isso e eu aceitei... Não quero nada seu. Continuamos com separação total de bens... Não tenho direito a nada seu, mas você tem os meus bens agora.

– Você é maluco!

– Paula... Só quero te proteger. Se algo acontece comigo, você e Vitória...

– Pare com isso! Desde quando o dinheiro ia suprir alguma coisa? Odeio você tomar decisões por mim! NUNCA MAIS FAÇA ISSO E NEM DIGA ISSO.

– Pulinha, tenta entender...

– Não tenho que entender nada! Você quem tem... Vitor, já tenho condições o suficiente de me manter minha família, você não precisava fazer isso. E se algo acontece comigo? O que você vai ter pra criar a Vitória?

– Não vai acontecer nada com você. - se vira e vai até o closet.

– A não? Você virou o que agora...? Um vidente?

– Não vai, não vou deixar...

– Você não pode impedir que um dia eu vá embora. Ninguém pode... É a mesma hipótese que você usa. Não vou poder te proteger sempre, impedir que você nunca se vá.

– Não diz isso... - respira fundo. Eu me sinto impotente... Inútil. Queria ter o poder de te fazer ficar aqui pra sempre.

– Vitor... - se aproxima dele. Ninguém tem esse poder. Também queria te guardar aqui pra eternidade, mas não posso. E você não pode pensar nisso de uma maneira tão distorcida, não pode passar todos os seus bens pra mim dessa maneira, como se isso fosse me proteger. Quem me protege é você... E eu pouco me importo pra dinheiro, todo o resto se tenho você. Porque sei que você cuida de mim, da nossa filha como ninguém... Que só você nos faz se sentir protegidas da maneira que nós precisamos.

– Paula...

– Um dia você me ensinou uma coisa... - o interrompe. Disse que cada pessoa merece ser amada e é amada. Mas que, para cada pessoa há um tipo de amor que ela precisa receber e doar de um jeito só dela. Ás vezes uns serão amados por outros de uma maneira admirável, serão pra eles tudo que os outros consideram perfeito, mas que talvez a pessoa que recebe esse amor não seja feliz com isso, porque não é o tipo de amor que ela precisa. Eu recebi amores assim... De pessoas que faziam tudo que eu quisesse, que eu pensasse, mas eu não confiava a elas meus piores medos e os meus sonhos. Porque muitas vezes elas não sabiam qual o amor que eu precisava e quem eu era pra me darem esse amor do qual eu necessito. Um tipo de amor que você me ensinou antes de todo mundo... Um amor que vou me sentir digna e mulher só se vier de você, da sua maneira de me enxergar, de me entender. Não há nada no mundo que vai me amparar da sua perca... Abandonaria todo seu dinheiro, todos os seus bens porque eu só preciso do seu amor pra me entender comigo mesma.

– Me desculpa... Ter feito isso. Não pensei em tudo isso... Tenho um medo absurdo de te deixar desprotegida.

– E trabalha feito um louco pensando que o que ganhar vai me dar segurança... Sendo que só preciso de você aqui. Ás vezes penso que você esquece que também sou cantora, que também tenho tudo que você tem...

– De certa forma esqueço... Porque só consigo pensar na Paula que conheci, mesmo morrendo de orgulho da Paula Fernandes.

– Durmo com meu ídolo e com meu fã. - sorri.

– O quê a Erica queria Paula?

– É... Ainda tem isso. - se afasta. Pedir que eu conservasse com você pra dar o emprego pra ela novamente.

– Nunca. - procura uma roupa.

– Vitor, não faz assim... Imagino que você deve ter pago a ela muito mais do que era o direito dela quando foi demitida. Mas, esse dinheiro acaba e ela precisa de um emprego pra se manter...

– Não estou te entendendo...

– Sei que fez isso por mim... Mas, é uma atitude ruim. A Erica me fez ver que tenho tudo... E ela pode ser até despejada do prédio. Não quero que alguém vá pra rua por minha culpa.

– Ela exagera Paula... O dinheiro que ela ganhou dá pra ela viver muito bem durante um bom tempo.

– Muito dinheiro na mão de quem não sabe mexer, se torna um nada. Dê a ela o emprego de volta... Por favor.

– Depois falo com o Lucas para contratá-la novamente.

– Ótimo! - Se aproxima dele. No seu próximo banho, tirarei essa sua barba...

– Pensei que gostasse...

– Não amo... - riem. Mas, machuca a Vitória.

– É verdade... - a segura. Eu te amo e me desculpe mais uma vez.

– Vou pensar nisso... Pois sei que você não vai desfazer o negócio, por ser cabeça dura.

– É da nossa filha... Você fica como tutora.

– Não quero falar disso... - abre o roupão dele.

– Tudo bem... O que está fazendo?

– Nada... Só te vendo, mas é melhor eu ir antes que fique tempo demais por aqui. - ri.

– É bom mesmo... - fecha o roupão rindo.

– Te espero lá fora...

– Poderia ser ali no seu quarto.

– Você parece um adolescente, se esquece que temos uma filha logo ali e milhares de pessoas circulando nessa casa.

– Qual o problema? Nossa filha está sendo bem cuidada e todas as outras pessoas não dirão nada, pois não estaremos fazendo nada de mais.

– Sei... Te espero lá. - ri.

– Pulinha... - a puxa novamente. Fica aqui. - a beija.

– Vitor não... Vão nos chamar daqui a pouco pra almoçar.

– Deixem chamar... - a encosta nas prateleiras do closet.

– Vitor, pare com isso! - ri. Vitor... - Tenta segurá-lo enquanto levanta sua blusa.

– Senhora Chaves... Quietinha. - segura as mãos dela e puxa.

– Vitor... - riem. Nós não podemos fazer assim... Já posso engravidar, esqueceu?

– Não estamos fazendo nada demais... Mas, se quiser podemos.

– Não podemos coisa nenhuma - ri.

– Paula... - segura a cabeça dela com as mãos. Fique quieta, ao menos por uns minutos.

– Não... - Tenta controlar a respiração. Isso é maluquice, me deixe ir.

– Não. - sorri e a beija, a deixando imóvel.

– Paula!? - chamam do quarto.

– Vi... - Tenta se soltar.

– Paula!? Você está no closet!?

– Psiu...- Vitor a adverte.

– Para com isso. - Ela sussurra. É a Cintia!

– Se você não responder, ela não vem aqui. - a segura mais forte.

– Vitor, não...

– Pulinha... - a beija.

– Não, tira a mão daí! - ri. Sai Vitor... A Cintia vai vir aqui!

– Paula!? - chamam novamente. Você está aí!?

– SIM!

– PAULA!

– Me solta... - ri. Ela vai pegar a gente assim... - o empurra e acaba batendo nos sapatos, derrubando-os.

– Está vendo? Se tivesse ficado quieta. - ri.

– Pare de rir e me devolva a blusa.

– Não sei onde está... - olha para o lado.

– Paula, o que está havendo aí!?

– Nada, Cintia... Eu já estou indo. Espere aí...

– Dá próxima vez...

– Não vai ter próxima vez, pois você foi muito mal comigo! - veste a blusa e sai. Oi...

– O quê estava fazendo!?

– Nada... - ajeita o cabelo. Arrumando meus sapatos.

– Eles caíram em você!? Está toda vermelha... Te machucou?

– Não... - ri.

– Por que está rindo...?

– Não, nada...

– Oi branquinha...

– Você estava aí? Uai...

– Estava ajudando a Paula arrumar as roupas dela.

– Não eram os sapatos?

– Sim, os sapatos e as roupas... Enfim, como vai? - ri.

– Bem... Vocês estão bem? - estranha.

– Sim, é que falei pro Vitor subir e pegar um sapato pra mim e caiu... em mim e agora ele fica rindo.

– Isso, derrubei o sapato dela, nela.

– Tá... Enfim, o almoço está pronto.

– Daqui a pouco nós vamos.

– Paula, é... Depois preciso falar com você.

– Sobre?

– Nada demais... É um probleminha que tivemos na Jeito de Mato, o Nilmar ligou a pouco.

– Tudo bem... Depois conversamos.Vamos comer branquelo?

– Vamos...

Paula e Vitor almoçam junto de Cintia, Dulce e Clara, filha de Sol. Logo após o almoço, Vitor sai com Vitória pela fazenda junto de Lucy e Paula vai para o escritório com Cintia e Dulce.

– E então... Por que dessas caras?

– Paula, vou ser direta... Estamos sem produtor musical.

– Como assim? E o Monteiro?

– Você sabe que somente o Monteiro não dá!

– Mas o problema nem é esse Cintia... Monteiro se aposenta esse ano e ele já pediu o afastamento de produção.

– Como assim? Isso nem chegou até mim...

– Então... Já faz um mês, é que estávamos tentando um acordo com ele, mas não deu.

– Não dá assim! Vocês me escondem tudo! Daqui a pouco até o Vitor sabia e eu não...- Ela as observa e percebe. Ele já sabia?

– Falei com ele ontem por telefone... Se ele conhecia alguém. Me falou que conversava comigo hoje depois de falarmos com você.

– É inadmissível que vocês me tratem assim... - sai do escritório. DIVA!?

– Paula... Só estamos tentando resolver.

– Não é assim que se resolve... Me escondendo tudo! Falam até pro Vitor que não tem nada ver com a empresa... O que é? Resolveram excluir a cantora de tudo? Por favor né...

– Paula, olha a maneira que você está falando comigo...

– Perdão mãe... Perdão. Mas, é impossível não se irritar com atitudes assim!

– É que Vitor te dá tanta segurança, que passamos tudo pra ele antes...

– Mas eu quem sou a Paula Fernandes...

– Me chamou? Desculpe a demora.

– Chame o Vitor, Diva.

– Tá bem...

– Não vai brigar com ele Paula...

Diva vai até a piscina, onde Vitor está com Vitória na área das árvores.

– Por que Diva vem correndo daquele jeito?

– Não sei... Será que houve algo!? O que foi mãe...?

– Que pressa é essa?

– Paula está te chamando!

– Meu Deus... Lá vem bomba! Segura a Vivi aqui... - entrega. Vou pra luta.

Vitor retorna pra sede já prevendo a tempestade.

– Paula...

– Vamos pro escritório.

– Tudo bem... - olha pra Dulce que sinaliza... O que?

– O quê o que Vitor?

– Nada... Vamos lá meu amorzinho...

– Nem vem... Entra! Não precisa vir mãe, por enquanto é só ele.

– O quê eu fiz dessa vez?

– Só quero conversar com você sobre uma coisa... - se senta.

– Sim...

– Senta aí...

– Isso é um júri na nossa própria casa? - senta-se.

– Não brinca!

– Perdão...

– Vitor, olha pra mim... Me diz, o que você enxerga de mim no momento?

– Uma mulher forte, linda, determinada...

– É mesmo!? Porque não parece... Vitor, está custando muito pra mim tentar convencer vocês de que sou responsável por minhas coisas... De que não preciso que vocês me digam o que fazer ou façam coisas por mim.

– Não estou entendendo...

– Por que não me contou sobre o afastamento do Monteiro? Se é a minha empresa, minha carreira...

– Íamos conversar hoje.

– Quem? Você, mamãe e Cintia? Uma reunião pra decidir as minhas coisas... Decisões que devem partir de mim.

– Desculpa...

– CHEGA DE ME PEDIR DESCULPAS! - se levanta. O que está havendo com vocês? Caramba...

– Não precisa chorar...

– Ter sua vida na mão das outras pessoas é terrível! Será que você não entende...

– Ninguém quer tomar sua vida... Meu amor, nós queremos é te ajudar. Ser mãe ocupa muito, não queremos que você se sobrecarregue.

– Vitor chega... Ser mãe não é estar doente. Sei cuidar da minha filha, da minha carreira...

– E de você? - se levanta. Porque é isso que estou tentando fazer....Se está dando errado a culpa não é minha.

– Não sai... Espera. Me ajude então... Mas de uma maneira que eu possa fazer parte disso. Percebe que você está pegando o controle de coisas que eu devo controlar? Quer me ajudar, me ajude a resolver e não resolva por mim.

– Está bem... Talvez eu tenha exagerado na maneira de ajudar...

– Você exagerou...

– Sim... Como posso te ajudar agora?

– Sendo o meu mais novo produtor musical.

– O quê? Já sou teu marido, pai da sua filha... Agora quer que eu trabalhe pra você? - ri.

– Quero... Você já mexe nas minhas canções, agora assine a produção pra mim.

– Pulinha... é complicado.

– Por favor... - se aproxima dele. Estou te pedindo...

– Mas, como vou ser seu produtor musical e produtor do Victor e Leo?

– Sendo... Pra mim você pode trabalhar em casa.

– Trabalhar em casa, Paula?

– Tudo bem... Vou chamar o Antônio.

– Que Antônio?

– Aquele meu professor de voz, lembra? De BH. Ele vem aqui trabalhar comigo...

– Não... Espera. - respira fundo. Onde assino o contrato?

– Vou mandar fazer... - corre pra abraçá-lo. Eu te amo...

– Você joga baixo comigo! Mas, tem um porém...

– O quê?

– Eu assino o contrato, tudo certinho pra sua empresa... Mas, não quero receber um salário.

– Vitor... Nem vamos falar sobre isso....

– Vamos sim, senão não aceito.

– E eu contrato o Antônio... Vou ligar pra ele.

– Não faça isso comigo... Aquele homem te seca.

– Mas, como vou fazer? Você não quer receber e assim não dá...

– Tudo bem... Eu recebo.

– Não sabia que você era tão ciumento assim...

– Não sou ciumento, só não gosto dessa confusão que os homens fazem. Você não entende porque é mulher... Tem gente na sua banda que eu pagaria o dobro pra saírem.

– Uai, Vitor... Não acho que...

– São pessoas que nutrem um certo sentimento por você que eu não aprovo. Mas, enfim... Tá beleza e tudo tranquilo.

– É bom que esteja. Agora vamos... Mamãe deve estar botando um ovo lá fora.

– Quando começo trabalhar?

– Preciso falar com Monteiro ainda... Mas, Vitor não quero que você se sobrecarregue pra ficar sem tempo pra nós.

– Vou ter tempo pra vocês, integralmente. Darei um jeito...

– Passaremos o tempo todo junto...

– Sim! Vamos jantar juntos hoje? - saem do escritório.

– Vamos... Na cidade?

– Sim.

– Vai chamar o Leo e a Tati?

– Não... Vamos só nós.

– Ótimo... Vai lá ficar com Vivi que vou resolver o resto dos problemas ainda...

– Tá bem... - a beija. Pega leve Paula, lembre-se do que eu te disse sobre cobrar dos outros o seu perfeccionismo.

– Certo... - respira fundo.

Paula retorna ao escritório com Dulce e Cintia, ligam para a Jeito de Mato e preparam o contrato de Vitor. A tarde passa rápido e quando chega a noite, eles começam a se preparar para o jantar...


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