12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 38
Capítulo 38




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Carolina permanece na sala ainda por longos cinquenta minutos, instruindo os mais novos papais em como cuidar de sua filha desde o banho a amamentação. Preenchem a carteirinha e ela explica a importância e o porquê de cada vacina nos tempos determinados. A nova mamãe se emociona ao amamenta pela primeira vez a filha...

– Vitor! – ri.

– Temos que registrar para colocar no livro dela. – Confere a foto que tirou da máquina.

– Quero ir pra nossa casa! Levá-la para conhecer o quartinho...

– Quartinho que nem eu conheço! Um absurdo...

– Havia me esquecido! Logo você vai conhecer, os dois...

– Posso entrar?

– Branquinha!!

– Parabéns papai...

– Obrigado!

– Paulinha... – a abraça. Ela é tão linda, meu Deus!

– Parece comigo, né?

– Deixa de ser convencido, Vitor! – diz emocionada. Mas... – Olha pra Paula. Desculpa prima, parece ele mesmo!

– Não me importo, não... Fazer o que? – ri.

– Obrigado pela consideração...

– Meu amor, pede pra mamãe vir aqui.

– Vou chamar... – Beija a Vitória.

– Não Vitor! – bate nele. Não pode...

– Ai Paula! Sua chata...

– Vai logo! – ri.

– Que susto você deu na gente... Você está bem?

– Pra você não tenho que mentir... Estou muito cansada, ainda fraca.

– Vitor está segurando as pontas, tente descansar...

– Estou aguentando firme, por ela... – olha pra filha. Nem acredito que ela está aqui!

– Mas está... Ela é muito linda, vamos todos ficar babando.

– Pulinha. – Vitor entra com Dulce. Vou conversar com o médico, qualquer coisa me chamem...

– Mãe...

– Paula! – Se aproxima a abraça.

Tudo que havia de dor, medo, angústia se descarregou naquele abraço. Vitor que ficou para observar, se emocionou junto de Cintia logo se retirando da sala.

– Você já a viu?

– Já meu amor... Ela é coisa mais linda que existe! – sorri, enxugando as lágrimas.

– Nem dá pra acreditar que estava dentro de mim... – ri.

– Para ser linda assim, dá pra acreditar que saiu sim! Ela me lembra muito você, dá até saudade...

– Mãe, me ajuda aqui...

– Vai se deitar?

– Sim... Sabe no que eu estava pensando?

– Diga... – a deita. Pronto.

– Se eu demorar muito aqui, poderíamos trazer vovó pra me visitar.

– Você não vai demorar... E é melhor que ela que não a veja assim. Quando estiver em casa, vou pedir pra buscarem ela; não se preocupe.

– Se você acha...

– Vamos colocar ela aqui Paula, pra descansar um pouco.

– Está bem... Ela é tão linda, né?

– Muito. – ri. De agora pra frente você vai se encantar com tudo!

– Eu também vou! – Entra.

– Vitor, é melhor você ir tomar um banho...

– De jeito nenhum, não vou sair daqui Dulce. Mesmo assim obrigado! – Vai até Paula. Tenho uma notícia, dependendo de como passar a noite... pode ser que em dois dias iremos pra casa.

– Dois dias? Mas, eu estou bem... Não Vitor! Volta lá e fale com Ricardo, quero sair desse lugar logo.

– Pulinha... Você precisa ficar em observação e não adianta dizer NÃO, porque eu digo SIM que precisa e você vai ficar!

– Isso mesmo. Ele está certo Paula, você precisa ficar.

– Mas, quero que vejam a Vitória... Quero levar ela pra casa, quero...

– Todos nós queremos, meu bem... Mas, pra que isso seja saudável você precisa ficar aqui.

– E não discuta com Vitor Chaves Zapalá Pimentel!

– Isso mesmo branquinha! – riem.

– Fazer o que, não é?

– Cintia, vamos pra irmã do Vitor poder entrar... Quando te transferirem de quarto poderemos ficar todos, mas agora não! – Se aproxima de Paula. Fique bem e daqui a pouco volto...

– Tá bem... Beijo.

Cintia e Dulce saem do quarto, deixando Paula e Vitor sozinhos no aguardo das próximas visitas.

– Posso pedir pra minha irmã vir outra hora se você estiver cansada.

– Imagina... Nem sei o que é cansaço mais, fico olhando pra ela e mesmo assim sou capaz de dançar encima dessa cama. Peça pra ela entrar...

– Não... Ainda não. Preciso te dizer uma coisa...

– O que houve?

– Pulinha... É como se agora eu não estivesse vivendo esse momento. Você sempre soube desse meu sonho, do quanto eu amava planejar isso com você. A vida deu um choque tão duro na gente, nos afastando ao ponto de negarmos um ao outro que fui guardando esse meu desejo em um lugar profundo que só eu pudesse chegar, até que você voltasse. Falo da vida e você tem me feito viver... Ver a Vitória aqui é como ter meu coração do lado de fora, é ter a certeza de que você é a única mulher que descobriu o caminho pra pegar meu coração na mão e colocar aqui. Sempre vou amar você, Paula... Até mais do que a mim mesmo. Obrigado por...

– Vitor... Chega. – se emociona. Vem aqui... Segura na minha mão... Deixa meu silêncio encontrar o teu, deixa eu te amar aqui nesse curto espaço, nesse meu amor tão gigante por você que agora tem um coraçãozinho próprio. Você é o melhor pai, o melhor amigo, o melhor namorado, amante, esposo... Não há vazio em mim que você não se encaixe, não houve nenhum dia da minha vida depois que te conheci que foi o mesmo. Meu pedaço do céu aqui... Branquelo! – riem.

– Olho pra ela e tudo tem sentido... Assim como olho pra você e me sinto vivo. Meu eterno vicio...

– Não me olha assim que eu ainda me perco. – ri. Deita aqui, do meu ladinho...

– Doida.

– Por você eu sou sim. Cuidado... – Vitor se ajeita ao lado dela e a beija.

– Posso entrar? Desculpem... Estou interrompendo!

– Imagina... Entra! Preciso te agradecer... Talvez nem tivéssemos aqui se não fosse por você, o Fernando. Cadê ele?

– Teve que ir, mas ele vem visitar vocês... Paula, não precisa me agradecer. Fizemos isso por você, pela Vitória... Pela família que tanto sonhou com esse momento. Parabéns meu irmão...

– Obrigado neguinha... Quer pegá-la?

– Posso? Eu nem sei como reagir... Ela é tão linda. Titia... – pega Vitória nos braços. Quero viver isso pro resto da vida...

– E nós vamos viver...

Os dias passaram e as visitas não deram descanso nenhum minuto. Todos impressionados com a beleza, a delicadeza da bebê. Paula e Vitor não se separaram por nada, estando juntos cada segundo, um ajudando o outro, aprendendo a cuidar da nova moradora da vida deles.

– Nem acredito que iremos pra casa!

– Pois pode acreditar, daqui a pouco estaremos na nossa caminha com nossa bichinha bem pertinho da gente.

– Nossa bichinha... Lembra? Eu chamava ela assim quando ainda não sabíamos o sexo.

– Lembro de todos os dias, de tudo que você falou, de que passo que deu...

– Esqueci que tenho um homem possessivo... – Se aproxima de Vitor, abraçando-o.

– Não é possessivo, é amante! – ri e a beija. Estou feliz que você já esteja andando de um lado para o outro.

– Estou muito bem, meu amor. Pronta pra chegar em casa e cuidar de vocês, pra poder falar com meus fãs... Com os nossos fãs.

– Vou passar uma dessas fotos que tirei, em que não mostra o rostinho dela pra podermos comunicar para todo mundo.

– Você quer apresentar ela com que idade?

– Você sabe o quanto tenho receio disso. Sou muito grato a todas as pessoas que torceram pelo parto, que acompanharam... É um amor indescritível, que me deixa sem palavras. Mas, há muita gente ruim também e não quero que a Vitória seja, desde já, motivo pra essa gente alimentar os filhos deles com fofoca. Não vou esconder, quando ela tiver alguns meses posso até pensar com as nossas assessorias de escolhermos alguma revista confiável pra fazermos uma matéria. Mas, por enquanto o máximo que irão ver é o pezinho... Vamos agradecer, porque devemos muito a todos esses fãs e sei que eles irão entender.

– Tudo bem... Penso da mesma forma. Faremos isso assim que chegar em casa... Minha assessoria já tratou de avisar que estou bem? Que o parto foi ótimo, que a bebê está bem? Eles merecem e precisam saber.

– Sim. Minha assessoria fez uma nota também, e eu falei no twitter...

– Que milagre! Você no twitter, amor...

– Não começa com suas gracinhas!

– Ainda bem que você não teve show por esses dias.

– Sim, mas depois de amanhã já terei...

– Então temos que aproveitar você em casa!

– Usa e abusa...

– Toma jeito... Não é nada disso que você está pensando. – ri. Até porque não estou liberada pra nada disso ainda.

– Não falei nada, o que prova que quem está pensando nessas coisas é você. Falei usar e abusar no bom sentido.

– Tá bem, sei... Ricardo está demorando, quero ir logo.

–Você sabia que ele é casado com a Carolina?

– Não! Como você descobriu?

– Me disseram ontem, eles têm uma filha... Ela esteve grávida de gêmeos, um casal, mas o menino não resistiu. Nossa...

– Ai Vitor... Nem fale isso. Meu Deus...

– Não saberia conviver com isso mais. Todos os dias trazer a vida de alguém e ter perdido um filho...

– Vitor... Nesses momentos ganhamos uma força inimaginável. Talvez pra ele isso não seja um motivo de dor, como você enxerga, mas sim de alegria... Eles têm a menina, que claro que não vai substituir o irmãozinho, mas eles precisam ser fortes por ela.

– Você aguentaria?

– Não...

– Pois é.

– Mas isso é...

– Agora que sou pai não posso imaginar essa hipótese. É como se a gente morresse...

– Chega desse assunto! Por favor... – batem na porta. Pode entrar.

– Olá...Demorei?

– Uma eternidade para quem quer sair daqui!

– Se acalme... Vim trazer sua alta. – ri. E essa moça linda, vem com o titio... Carolina já passou aqui?

– Ainda não...

– Só ela pode dar a alta da Vitória. Mas, logo ela vem... – coloca a bebê no berço. Corãozinho, ok... Os pulmões também. Firme e forte! – analisa pegando-a novamente e entregando ao Vitor. Segura papai! – ri. Agora sua vez Paula.

– Ok.

– Relaxa... Respira... Solta... Mais uma vez. Ótimo... – Pega um dos braços de Paula. A pressão está controlável...

– O que isso significa? – Se preocupa.

– Que precisam continuar com a medicação, ao menos até você retornar pra próxima consulta.

– E quando devo trazê-las?

– Daqui um mês. A Paula posso liberar das consultas já no próximo mês, mas Vitória continua até os 6 meses e depois disso a cada dois meses...

– Isso mesmo! Já vou entrando... Olá.

– Oi Carolina...

– E essa minha paciente princesa?

– Está ótima, faça só o teste do olhinho novamente, o restante já fiz e anotei ali. – aponta pra carteira de acompanhamento.

– Levei ela mais cedo e já fiz... Está tudo certo, então!

– Ufa... – ri.

– Não esqueça das vacinas, como Ricardo explicou, das consultas. E qualquer coisa me liguem a qualquer momento! Não importa qual hora... É preciso observar muito todos os dias. Controla o horário de amamentação, insiste no peito... Ela não tem contra indicação a qualquer tipo de lactose, escrevi aqui. – Pega a caderneta. Então se caso ela não quiser mais o peito, tentem os leites que estão nesta lista, na ordem que coloquei. Observem se ela tem alergia a qualquer tecido, olhem muito bem a pele, as mudanças nas feses... E evitem visitas resfriadas, exposição ao sol demasiadamente. Vocês já sabem os horários que devem levar, que devem ficar com ela ao ar livre, muita calma... pra ela dormir bem! Paula, você precisa ter paciência, precisa se alimentar bem porque tudo reflete nela, não esqueça... Ela está bebendo do seu leite.

– Faça repouso por alguns dias, tome a medicação nos horários corretos.

– Essa medicação não afeta o leite?

– Não... Fique tranquila. Se você sentir que há algo diferente, venha até o hospital... Estaremos aqui.

– Sua vida está voltando ao normal, mas aos poucos. Não se esqueça...

– Relações sexuais somente daqui duas semanas, assim como banho de piscina, exposição demais ao sol. Enfim...

– Tudo bem!

– Então é isso! – ri. Façam um bom retorno, arrumem bem essa mocinha no bebê conforto, observem, observem... Já sabem! Foi um prazer acompanhar essa gravidez, essa luta, foi muito importante pra mim... Espero que eu possa acompanhar a próxima também. – ri.

– Irá, se Deus quiser!

– Estou com muito orgulho de você, minha paciente forte! Ainda mais que, mesmo depois de tudo, já pensa em ter outro filho! – a abraça. Te espero daqui um mês.

– Parabéns pela família... Vai com Deus Vivi.

– Nós agradecemos todo o carinho e cuidado que vocês tiveram conosco. Obrigado...

Se despedem dos médicos e enfermeiros que acompanharam o parto, emocionados por estarem saído com a felicidade que jamais imaginaram.

– Cuidado Pulinha...- A ajuda entrar. Eu te ajudo com o cinto...

– Vitor, está tudo bem. - ri. Consigo fazer isso...

– Ah... Desculpa!

– Não precisa falar assim também... Só quero te mostrar que estou bem. - o beija. Vamos... Arruma a bebê ali...

– Ao menos pra ela sou útil...

– Vitor, pare com isso! - ri.

– Não, está tudo bem... - Ajeita a bebê e fecha a porta. Dulce vai aqui conosco?

– Sim. - Desliga o telefone e se aproxima do carro.

– Falando com o amor?

– Quer parar de deboche, Vitor?

– Coloque o cinto. - ri. Desde quando isso é deboche? Foi contar que é vovó.

– Paula, diga para seu marido parar!

– Se resolvam aí...-ri. Cadê a Cintia?

– Foi de táxi. Ela saiu antes... Por falar nisso, Cintia precisa de um carro.

– Eu já disse isso a ela...

– Vamos resolver isso...

– Mãe, as minhas coisas que ficaram no seu apartamento?

– Já levamos pra Fazenda... Vocês têm certeza que querem ficar lá?

– Sim mãe... Tem tudo lá, não há necessidade de virmos pra cidade.

– Como quiserem...

– Dulce... Leve seu parceiro...

– Vitor, tome vergonha... - interrompe.

– Querem falar baixo? Xiu...

– Sua mãe não aceita...

– Vitor chega!

– Tudo bem... Não direi mais nada durante todo caminho.

– Meu Deus... Por que você é tão chantagista?

– Não sou nada disso Paula...

– Fala mais baixo...

Passam o caminho todo discutindo o tom de voz que terão que falar de agora pra frente, com Vitor argumentando que as coisas não funcionam assim. Chegam até a fazenda e são pagos de surpresa...


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