12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 37
Capítulo 37




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Ele volta pra sala e quando aquela porta fecha, sente seu mundo se despedaçar. O que houve com ela? Queria estar lá, do lado dela, junto dela, da filha. Isso, nada disso deveria estar acontecendo. Lembrou-se da família e correu pra falar com eles quando um enfermeiro o pegou pelo caminho e empurrou até outra sala, ele tenta entender o porquê pegaram daquele jeito. O que está acontecendo?

– Senhor, não posso deixar que saia nesse estado.

– O QUE HOUVE COM ELA?

– Ela está muito fraca, vão cuidar dela e logo estará no quarto. Não se preocupe...

– Não me preocupar? Você não sabe o que está dizendo!

– Senhor, eu compreendo. Mas, o senhor precisa ser forte e passar segurança pra sua família... Sugiro que se acalme e depois vá falar com eles.

– QUERO VER A PAULA! Onde está minha filha?

– O senhor verá sua esposa, mas não agora. Sua filha está se preparando pra ir pro quarto.

– Por que Paula? – Coloca o rosto entre as mãos.

– Ela é muito forte. Já vi mulheres não suportarem no caso dela...

– Caso dela? Como assim?

– Ela perdeu muito sangue, o resultado dos exames não apontavam um bom parto... O sangramento foi grave, mas conseguimos controlar. Foi um risco ter continuado com o parto normal! Mas ela escolheu... Ricardo tentou convencê-la, mas entre ela e a filha, preferiu continuar e lutar pela filha, quando ela estivesse pronta e não tirá-la a qualquer momento.

– Ela...

– Ela pensou que não suportaria. A equipe foi dobrada no parto dela, Carolina não foi até a sala somente pra acompanhar. Um médico só, seria risco... Ele precisava de auxilio.

– Por que ninguém me falou nada disso antes? Eu não teria deixado...

– Tome... – Entrega um comprimido em um copo, juntamente com uma água. Isso vai ajudar o senhor se acalmar.

– Não vou tomar isso!

– Ao menos a água então...

– Por que ninguém me contou?

– Tudo ocorreu antes do senhor chegar. E... ela pediu que não contassem até a criança nascer.

– Ela vai ficar bem? Me diz que ela vai... – Coloca a cabeça entre as mãos.

– Ricardo já havia preparado a equipe para isso.

– Quer dizer que sabiam que tudo isso poderia acontecer e não fizeram nada pra impedir?

– Fizemos tudo que foi possível, senhor. Se não fosse assim esse momento poderia estar sendo muito mais doloroso pra sua família...

– Me desculpe... Estou nervoso.

– Eu entendo. Preciso voltar pra sala, vá para o quarto, sua filha logo estará lá. Com licença...

O enfermeiro sai da sala e Vitor sente um vazio incontrolável. O que estavam fazendo com Paula? As dúvidas fizeram um buraco enorme em si, não tinha forças de sair dali depois de tudo que soube, a simples ideia de que Paula iria para sempre o atormentava, machucava como nunca. Precisava dizer a ela que estava ali, que a amava, que tudo ficaria bem. Passa alguns minutos ali sentado no frio daquele lugar, com barulho de ambulâncias e pessoas pelos corredores a todo momento. Resolveu levantar-se e buscar informações.

– Boa Noite... – Se apoia na bancada da recepção. Gostaria de informações sobre uma paciente... Paula Fernandes de Souza Chaves.

– Não tenho informações sobre ela.

– Meu Deus... Qual apartamento está minha filha? Não m dão informação alguma, que tipo de hospital, maternidade é essa?

– Desculpe senhor...

– VITOR!

– Leo, a Paula...

– Ricardo veio falar conosco, onde você estava? Estamos feito loucos atrás de você.

– Cadê a Paula?

– Vamos pro quarto, Vitória já está lá.

– Leo... Ela é linda!

– Ela é muito linda, não tem como negar ser sua filha...

– Mas e a Paula, Leo? Cadê minha Pulinha?

– Ricardo vai falar com você, vem...

Ao chegar na sala, Dulce está com Vitória nos braços.

– Vitor!

– Dulce... Meu bebê... – se aproxima da filha emocionado.

– Minha mãe, onde está?

– Só podemos entrar em poucos... Logo ela vem.

– Dulce, a Paula...

– Meu filho, eu sei...

– Por que ninguém me falou nada?

– Eu soube a pouco.

– Onde ela está? O que Ricardo falou?

– Me chamou, aqui estou! – Entra na sala. Como vai a pequena?

– Ricardo...

– Calma, meu amigo. Paula me surpreendeu!

– Onde ela está? Quero vê-la...

– Ela está no término da transfusão. Logo estará aqui...

– Então ela precisou mesmo?

– Sim, Vitor... Mas, ela está bem. Sei que foi uma confusão, um desespero e eu não pude te explicar tudo. Pedi que um enfermeiro confiável da minha equipe fizesse isso... Perdão.

– Muito obrigado. Sei que vocês fizeram o melhor e que ela estava em boas mãos.

– Está! Meus parabéns, sua filha é linda... – o abraça.

– Muito obrigado... – sorri.

– E sua esposa é uma guerreira! Logo vocês poderão vê-la, e ela precisa alimentar essa pequena... – Se aproxima de Vitória e a toma nos braços.

Ricardo avalia Vitória, falando do quão saudável ela nasceu pela luta da mãe e que o nome caiu como uma luva. Frágil, delicada com a pele clara e lábios tão pequeninos e vermelhos como o do pai.

– Qual será a cor dos olhos dela? – pega em uma das mãozinhas da filha.

– Logo saberemos, está um pouco inchado por isso ela não abriu... Mas, provavelmente da cor dos pais! Ou tem alguém com olhos claros nas duas famílias?

– O meu pai... Ele tem os olhos azuis, mas nem eu e nem meus irmãos herdamos. – riem.

– Ela se parece muito com você!

– E um anjo dormindo como a mãe... Os traços dos olhos, da boca.

– Já vi que será um pai “babão”.

– Já sou!

– Vitor...

– Mãe! Vem ver minha menina...

– Ô meu deus! – Se emociona. Como ela me lembra você...

– Vou me retirar. – Arruma o estetoscópio no pescoço. Paula logo virá ao quarto e Carolina virá auxiliar na primeira amamentação. Ela está ótima, provavelmente vai reclamar daqui a pouco...

– Doutor? Licença.

– Oi...

– A paciente já está habilitada a vir.

– Que maravilha, vou vê-la e já a trazemos... – Se vira pra Vitor. Depois da transfusão ela fica algum tempo se recuperando, vou avaliar ela e já a trago porque essa mocinha precisa comer!

– Muito obrigado... – Ri.

– Toma vovó... Segura sua netinha!

– Sim! Ai gente...

– Cuidado mãe...

– Vitor! Até parece... – começam rir.

– É que ela é tão pequena, tão delicada...

– É sim, Paula a viu antes de...

– Sim, mãe. Me pediu para cuidar dela... Não quero lembrar disso, mãe!

– Meu filho já foi... O importante é estarmos com essa princesa agora.

– Sim, minha princesa... – sorri.

– Com licença... – abrem a porta dando espaço a outros enfermeiros.

Os enfermeiros entram empurrando a maca em que Paula está, acordada sorri para Vitor que se emociona ao vê-la. Colocam ela na cama e arrumam sua posição, ainda está muito fraca, mas como sempre não deixa transparecer, forçando-se ao máximo para aparentar estar bem.

– Doutora Carolina logo chegará.

– Sim...

– Tente não se esforçar, voltaremos mais tarde junto do doutor Ricardo. Com licença... – se despedem deixando a sala em silêncio.

– Pulinha... Você... – se aproxima.

– Estou bem, meu amor... Eles exageram um pouco.

– Paula... Eu estou tão...

– Vitor! – riem.

– Me assustei muito!

– Não vamos falar disso... Me deixem pegar minha menina?

– Claro! – Marisa a ajuda segurar.

– Meu Deus... O que eu era antes dela? – se emociona. Olha como ela... Vitor!

– Meu bem! Ainda não estou acreditando.

– Não parou de chorar ainda, Paulinha!

– Mas acredito que eu também irei chorar toda vez que olhar pra ela. – Segura uma das mãos da filha, beijando delicadamente. Ela se parece tanto com você, Vitor...

– Todos dizem o mesmo!

– Convencido!

– Olá, posso entrar?

– Deve doutora...

– Que lindas juntas! Parabéns pela família...

– Obrigado.

– Ricardo já me passou o quão saudável está essa mocinha... Mas vamos fazer o teste do olhinho.

– Todos os outros testes e exames já foram feitos com ela?

– Sim, nos primeiros momentos de vida!

– Tem algum problema eu amamentá-la agora?

– Se você estivesse já amamentando, nem poderia receber o sangue. Mas você recebeu, teve o momento de recuperação e agora vamos tentar...

– Já se passou algumas horas desde o nascimento, ela não está com fome?

– Não. – ri. Na verdade, todo bebê nasce com uma “reseva” o que não o deixa passar fome por algum período. Mas, obviamente que vamos estimular ela a se amamentar agora! Tudo é novo para essa pequena. – A pega avaliando os olhinhos.

Carolina permanece na sala ainda por longos cinquenta minutos, instruindo os mais novos papais em como cuidar de sua filha desde o banho a amamentação. Preenchem a carteirinha e ela explica a importância e o porquê de cada vacina nos tempos determinados. A nova mamãe se emociona ao amamenta pela primeira vez a filha...

CONTINUAAA!


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