12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 35
Capítulo 35




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Continuação...

– Pode deixar que eu abro. – entra no carro.

– Você deveria ser menos teimosa. – Coloca o cinto.

– E você deveria ter ouvido o médico, quando disse que preciso relaxar.

– É isso que iremos fazer...

– Mandei você me procurar só quando tivesse o divórcio.

– Não fica, desde já, ensinando Vitória mentir. Você não quer o divórcio e mesmo se quisesse, eu nunca vou te dar.

– O que você quer? Preciso descansar, me leva pra casa... da minha mãe.

– Não.

– O que é? Vai me segurar pelo braço, me machucar a fazer o que você quer? Não sou uma adolescente grávida? – Ele coloca a mão na coxa dela e aperta, para que pare de falar. Pare com isso, Vitor!

– Leo...

– Não coloque seu irmão no meio. Sabe... o problema não foi você jantar com a tal mulher, é você não ligar mais pra mim!

– Eu não ligo pra você?

– Não é isso... Não gostei de ter me deixado sozinha, estava com dores, fazia dias que não nos víamos e você sai pra jantar com uma outra pessoa? Nosso relacionamento virou a Vitória, só isso... Tenho medo que as coisas entre a gente nunca se alinhem, não tivemos tempo pra respirar o que estava acontecendo entre nós, eu logo engravidei. Não estou agindo feito uma adolescente, eu apenas preciso de tempo pra entender tudo isso... Pra falar a verdade, só agora estou começando crer na gravidez.

– Não sai pra jantar porque quis... Jamais te deixaria, jamais faria as coisas que você insinuou.

– Vitor, quando uma mulher está grávida e seu marido sai pra jantar com outra mulher que não está... Enfim!

– Mas não tem cabimento você me tratar como se tivesse dormido com ela.

– Você não entende! Estava te aguardando... Vitor, não quero mais falar disso, chega... – Começa chorar.

– Paula! Por favor... – para o carro. Volta pra casa, preciso de você...

– Vitor... Me leva pra casa da minha mãe, agora.

Vitor funciona novamente o carro e a leva para o apartamento, ajuda-a a subir.

– Paula...

– Preciso descansar...

Ela entra e ele vai para a Fazenda, deixando Diva esperançosa para que Paula esteja com ele.

– Arrume minhas malas, Diva.

– Malas?

– Sim, uma para mim passar uns dias e outro para os shows.

– Você vai pra onde?

– Pra cidade, vou ficar lá... Mas depois eu ligo pra explicar tudo.

Vitor recolhe tudo que Diva preparou e vai para a cidade. No caminho combina de se encontrar com Tatianna no Shopping Uberlândia.

– Demorou, hein?

– Tudo bem Tata? – Cumprimenta-a.

– Sim, cadê Paula? Como ela está?

– É uma longa história, vamos entrando?

Eles caminham rumo as lojas e Vitor conta tudo que houve e o porquê pediu sua companhia.

– Você nunca tentou resolver um problema assim.

– Não estou tentando resolver um problema, apenas viver como se ele não tivesse existido.

– Pense como quiser... Mas enfim, vamos escolher algo surpreendente! O que você prefere? Joias, sapatos, vestidos. Paula adora sapatos e joias... e vestidos também. Vai ser difícil!

– Bem... Então vamos levar tudo.

– Me dê seu cartão. – Estende a mão.

– Manda ver! – Começa rir.

Entram na primeira loja de joias e Tatianna mostra um colar para Vitor que reprova.

– Acho que ela não vai gostar... Quero algo que faça parte dela.

– Que tal esse?

– Não... Já sei! – Se vira pra atendente. Quero ver anéis.

– Um anel?

– Sim, algo que ela não vá tirar e que fique bem claro que ela é minha mulher.

– Você não acha que está muito possessivo?

– Não! E por favor, não comece...

– Como quiser!

A atendente chega e Vitor bate o olho no já escolhido. Pega-o na mão e analisa.

– Esse anel é algo bem casual, é da H. Stern em ouro amarelo de 18k da coleção MyCollection.

– O que você achou Tata?

– É singelo e lindo.

O anel eram cinco camadas com dois passarinhos ao topo.

– Pode embrulhar.

– Adoro homens que não perguntam o preço. – Riem.

A próxima loja é pra escolherem um vestido.

– Qual sua ideia?

– Paula tem que se sentir linda, é essa a ideia.

– Vamos lá...

Começam a olhar vários, mas Vitor não aprova nenhum o que deixa Tatianna enfurecida.

– Você tem que colaborar!

– Não vi nada ainda que imagine no corpo dela... Continue procurando.

Ela e a atendente trazem mais cinco vestidos e dentre eles Vitor reage a apenas um.

– É esse. Vai ficar lindo nela...

– Também gostei... Trançado atrás, longo e leve. Onde você está aprendendo tudo isso?

– Quando os homens amam, acabam descobrindo tudo. Mas, agora qual você prefere? Preto ou florido?

– Onde você quer vê-la assim?

– Em qualquer lugar...

– Então é o florido.

– Embrulha. – Entrega pra atendente.

– Por que não compra uma roupa íntima pra ela? Você conhece o corpo dela e posso dizer que um homem conquista mais ainda quando acerta nesse quesito.

– Não sei, não... Paula anda cheia de paranoias, é perigoso já pensar outras coisas.

– Vou buscar pra você ver.

– Com uma mulher vestida como modelo?

– Por isso ela pensa coisas...

– Só estou brincando, gracinha...

Minutos depois Tati volta e Vitor leva mais tempo pra escolher uma peça do que qualquer outra coisa que já tenha comprado na vida.

– Sempre fui muito prático. Como vocês tem paciência? – Pega uma na mão e coloca ao lado, negando.

– Porque relaxamos... Olhe essa. – Estica pra ele ver.

– Tati ela está grávida, não vai caber.

– E essa?

– Me deixe ver... Ual. – Olha pra ela e ri. É essa! Pode mandar embrulhar.

– Queria ver a cara da Paula recebendo tudo isso. – Saem da loja minutos depois.

– Nem queira. É perigoso ela tacar tudo pela janela... E tudo por culpa de quem? Leo. Não vou mais resolver problema de ninguém.

–Hei, estou aqui...

– É ótimo porque já passa o recado pra ele!

– Deixe ser bobo Vitor. Tome seu cartão e boa sorte lá... Mesmo que ela dê uns gritos, vai amar. – Riem.

Trinta minutos depois, na porta do antigo apartamento de Vitor que agora passou a ser de Dulce, Cíntia atende.

– Oi. – Entra.

– Foi as compras?

– Digamos que sim. Onde está Paula?

– Se deitou, novamente.

– Ela almoçou?

– Não quis comer nada.

– Prepare o prato dela e leve até o quarto.

Vitor a encontra deitada, olhando pro teto. Quando o vê, encara sem entender o porquê das malas e sacolas.

– O que é isso?

– Por que você não comeu?

– Não estou com fome.

– Você não tem opção. Bem... essas coisas são minhas. Já que você não vai pra casa, eu venho até você!

– Aqui. – Cíntia entra no quarto com uma mesa portátil carregando uma refeição.

– Você vai me obrigar a comer?

– Óbvio que não. Obrigado branquinha, pode ir. – Pega e leva até a cama. Será por livre e espontânea vontade.

– Por que você acha que tem tanto poder sobre mim assim?

– Porque eu tenho. Coma!

– Vitor isso é...

– Você está brigada comigo. Nossa filha não tem nada ver... Não mando em você, mas quero cuidar da minha filha e se você não comer peço pra te aplicarem um soro.

– Como se eu não tivesse vida própria? Você é maluco...

– Sou maluco por você... Realmente. Você está virando a minha vida de cabeça pra baixo!

– Você andou fazendo compras?

– Sim. – Se levanta e pega as sacolas.

– Você nunca vai fazer compras...

– Pra você ver o que faz comigo. – Retira o anel embrulhado. Quero ficar bem... Com você. Quando estamos brigados eu fico muito mal, quero que você se sinta bem e o tanto que amo você.

– Desculpa... – Olha pra ele. Confio em você, sei que não sairia com nenhuma mulher, mas... Estou me comportando com infantilidade, não é?

– Não te culpo... Mas fale comigo, não fique fugindo. Fico transtornado quando você faz isso...

– Eu sei...

– Quero te mostrar o quanto eu pertenço só a você, e o quanto você pertence só a mim! – Pega a mão direita e coloca o anel. Não retire esse anel por nada, é o nosso elo.

– É tão lindo... Somos nós dois aqui. – Ri. Você pensa em tudo, eu amei e não vai sair nunca daqui.

– Tem mais. – Pega as outras sacolas.

– É alguma data comemorativa?

– Não – Riem. Não posso querer te presentear?

– Claro, deve...

– Quero que você vista pra mim ver.

– Vamos ver o que é... – Pega as caixas na mão e abre a do vestido. Nossa... Você quem escolheu? É tão incrível!

– Gostou? Fui eu sim. – Ele a ajuda se levantar.

– Meu Deus! – Paula coloca o vestido na frente e se olha pelo espelho. É maravilhoso! Vou experimentar...

– Espera, pega a outra caixa. – entrega pra ela.

– O que é?

– Abra, só não vá brigar comigo...

Ela abre a caixa curiosa e não segura a risada quando vê o que é. Vitor fica sem graça, não entendendo a reação enquanto ela se aproxima e se aconchega em seu colo.

– O que foi? Não entendi a graça.

– Desculpa...

– Tati insistiu, olha... Não precisa ficar se não quiser.

– Calma Vitor... Eu amei e vou colocar pra você.

– E porque está rindo?

– Imaginando você comprando... Pensei que nunca faria isso. Estou muito feliz por ter feito, e espero que não pare principalmente depois que Vitória nascer.

– Ainda não entendi a graça...

– Vou colocar e já volto. O que quer ver primeiro?

– Não quero ver nada! – respira fundo.

– Vitor deixa de ser besta!

– Ele te comprava essas coisas?

– Ah, por favor!

– Não suporto nem pensar nessa ideia.

– Não pense, fique aí que já volto... – se levanta e vai ao banheiro.

Vitor fica impaciente, não gostou da reação da Paula criando a hipótese de que outro poderia ter feito o mesmo. Respira fundo, afastando a ideia que o deixava tão nervoso. Quando Paula aparece no quarto, ele sorri automaticamente, o vestido havia ficado exatamente como imaginou e vê-la daquela forma o emocionou.

– Você é tão linda... Não me canso de admirar! Ficou perfeito! – Se levanta até ela.

– Não é? Eu amei... Você acertou meu gosto, algo que me valorizasse. Estou me sentindo linda, bem... – Entrelaça as mãos sobre o pescoço dele. Obrigado...

– Não foi nada... – Sussurra baixinho. Eu te amo, não duvide nunca disso.

– Me ajuda. – Se afasta dele, virando-se de costas. Puxe e tire.

– Mas já?

– Pra você ver o outro presente!

– Havia até me esquecido.

– Mentira sua, você não se esqueceu coisa nenhuma! – ri.

– Assim você estraga meu lado romântico. – Puxa o vestido.

– Estou com saudades de seus lados mais pervertidos.

– Paula... Não me provoque. – A vira. Meu Deus... Você existe?

– Sim! E sou sua. – Mostra o anel pra ele.

– Só minha! Você está divina, uma pena não podermos aproveitar isso... Mas, tudo bem. Tenho aguardado pacientemente.

– Prometo te recompensar depois. – O abraço.

– Digo o mesmo. – Coloca as mãos entre seu rosto e a beija.

– Vitor... – O aperta, para que a beija mais profundamente.

Batem na porta, mas Vitor não se afasta de Paula. Quer explorar cada canto de seu interior, a trazendo mais pra ele, deixando seu gosto nela para que nunca se esqueça de que ela é dele.

– Pronto... – Se afasta procurando ar e repousa um beijo em sua testa. Quem é?

– Sou eu, tem telefone pra você.

– Já vou Dulce. Fique aqui, quando eu voltar não quero ver seu prato ainda assim.

– Sai daqui antes que me deixe maluca! – o empurra rindo. Vai...

Vitor passa pela porta enquanto Dulce entra e encontra Paula sentada na cama, arrumando o cabelo.

– Paula! Não vai dizer...

– Não mãe... – ri. Ele me deu essa lingerie, coloquei pra ele ver.

– Enfim...

– Me ajuda a arrumar aqui. – Se levanta.

– Sim. Você está melhor?

– Estou sim... Eu e Vitor conversamos. Por falar nisso, quem está ligando pra ele?

– Não sei.

As horas passam. Os dias. As semanas. Os meses. Paula prepara o quarto da filha e se prepara para o parto que pode acontecer a qualquer momento. Vitor ainda está de viagem, o que a deixa nervosa, pois não sabe se ele estará na hora do parto.

Continua!


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