12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 32
Capítulo 32




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Continuação...

Ela vem correndo:- O que houve? Paula!

Ela se abaixa e tenta acordar Paula:- Eu vou buscar o carro, vamos para o hospital. CINTIA? Dulce, manda ela pegar as coisas da Paula.

Ela olha pra mim:- Calma Vitor, deve ter sido uma queda de pressão... Ela está acordando.

A dor do medo está latejando meu corpo:- Não sei o que foi, um médico vai saber... – retorno para Paula. Meu bem, Paula, você está bem? Nós vamos para um hospital...

Me levanto e corro para buscar o carro, quando retorno elas estão na porta me aguardando, coloco Paula e partimos:- Dulce, me passa meu celular, está aí atrás.

Ela me entrega e disco o número de Ricardo, ele não atende, jogo o celular com força o que acaba caindo nos meus pés:- Droga!. – Começo chorar em desespero, Paula se esforça pra colocar a mão em mim. Olho para trás e vejo ela ainda tonta, sendo segurada por Dulce:- Paula fique quietinha...

Paula:- Por favor, foi só uma queda de pressão. Se acalme... Se você não se acalmar, me recusarei ir de carro com você.

Respiro fundo e tento parecer calmo, ao menos parecer:- Vamos, estou bem. O caminho inteiro Dulce tenta me convencer de que foi somente uma queda de pressão, Paula não fala, mas a vejo ofegante, procurando ar. Sei que estão tentando me manter calmo para que não haja nenhum acidente. Ao chegar no local, retiro o cinto com pressa e vou para o banco detrás:- Cintia, corre na recepção e diz que precisa do Dr. Ricardo, se disserem que ele não está de plantão, explique que sou eu quem o quer aqui! – Apoio Paula em mim e caminhamos até a entrada.

Ela está suando, cada vez mais ofegante:- Vitor, me pega no colo... – Me assusto com o pedido, mas assim faço. Percebo que ela não quer me dizer o que realmente está havendo e isso me desespera. Ter mostrado para ela meus medos faz com que ela esconda os dela de mim... Dulce me observa e pede para que eu tenha calma. Quando chegamos à recepção, uma enfermeira do Dr. Ricardo, pude perceber pelo crachá, se aproxima com uma cadeira de rodas e nos encaminha para uma sala afastada:- Ele está aqui?

Marta é o nome dela:- Sim, me pediu para avaliar ela enquanto não chega.

Observo que ela confere a pressão, os batimentos cardíacos de Paula:- Quantas semanas você está?

Paula olha para o aparelho em seu dedo:- 31 semanas... Está tudo bem, não é?

Marta sorri:- Claro, fique calma...

Paula olha pra mim e eu me aproximo dela:- Desculpa, eu fiquei nervoso. Vai ficar tudo bem, Pulinha... Eu prometo.

Ela força um sorriso, sabe que não tenho controle e que não sei se tudo ficará bem:- Eu confio em você... Me dê sua mão. – Puxo uma das cadeiras e me sento ao lado dela, dou uma de minhas mãos e a outra coloco na barriga:- Vitor, minhas pernas estão formigando... Não consigo respirar! – Começa a chorar. Olho para Marta em busca de alguma resposta, ela me fita e tenta me acalmar com os olhos:- Calma, meu bem... O médico já está a caminho.

Marta:- Ele teve uma emergência, daqui uns 30 minutos ele estará aqui.

Incrédulo, levanto-me da cadeira e coloco Dulce no meu lugar, puxo a enfermeira para fora:- Você precisa trazer algum médico, agora!

Marta:- O senhor precisa entender...

Interrompo:- Eu entendo que há uma emergência, mas há outros médicos especializados aqui. Traga algum!

Marta:- Não posso...

Solto do braço dela e vou para a recepção. A recepcionista já me observa de longe:- O que posso ajudar?

Coloco as mãos no balcão:- Preciso de um obstetra. Minha esposa está passando mal, ela está grávida de 7 meses... Preciso que vocês me arrumem qualquer médico, agora!

Marta chega atrás de mim:- Clara, a paciente teve uma queda de pressão, não tem diabetes nem problemas cardíacos. Os batimentos estão dentro do limite, mas ela tem sentido dificuldade para respirar, acione a Drª Carolina na sala 7.

Olho pra elas que me observam:- Acionem, agora!

Volto para a sala e Paula soa muito:- Paula...

Ela me dá as mãos:- Preciso levantar!

Dulce me ajuda a convencê-la de que é melhor que fique sentada:- Por favor!

A levantamos:- Já providenciaram um médico. Vai ficar tudo bem!

Ela chora:- Não está nada bem! Isso é agonizante, não consigo respirar...

A porta abre e uma médica, de meia idade se aproxima:- Sente-se aqui. Marta, o que houve?

Enquanto a enfermeira passa a avaliação, Drª Carolina confere novamente a pressão, os batimentos:- Prepara um soro para ela, coloque um calmante de 50mg. Paula, certo!?

Paula:- Sim.

Carolina:- Você tem estado muito agitada?

Paula:- Muito.

Carolina balança a cabeça:- Me ajudem a deitá-la na cama, por favor.

Coloco ela em uma das camas que há no quarto, Carolina retorna de um dos armários com prontuário e injeções:- Uma crise de ansiedade... Logo tudo estará bem. Vamos acalmá-la...

Paula:- Isso faz mal para o meu bebê?

Carolina pega uma das mãos de Paula e procura por uma veia:- Seu bebê está bem. É menino?

Paula sorri:- Menina.

As duas conversam e é visível que Carolina tenta distraí-la enquanto injeta o soro:- Você ficará aqui por algumas horinhas, precisamos ter certeza de que você estará calma pra retornar para a casa. Marta, ela é paciente de que médico?

Marta:- Dr. Ricardo.

Carolina:- Ele está em uma emergência, mas virá ver você.

Ela se despede e nos deseja sorte com o bebê, dizendo que estávamos em boas mãos com Ricardo e iria acompanhar o parto. Me aproximo de Paula:- Está passando?

Paula:- Sim...

Tiro alguns cabelos de seu rosto:- Não mente pra mim.

Ela sorri:- Não estou mentindo. Fiquei nervosa em pensar que Vitória poderia estar mal com isso...

Seguro a mão dela:- Você ouviu a Drª, ela não está.

Paula:- Sim, estou cansada se deita aqui do ladinho pra mim dormir.

Abafo um riso até perceber que ela estava falando sério. Tento me ajeitar naquela cama pequena, com o máximo de cuidado com as mãos delas que estão todas machucadas pelas agulhas:- Pronto. – Falamos bem baixinho enquanto passo a mão em seu cabelo e vejo-a dormir. Não consigo pregar os olhos, Dulce me chama e me levanto minuciosamente, escorando Paula em dos travesseiros.

Dulce:-Vá para o meu apartamento e tome um banho, falei com uma das enfermeiras e me disseram que não irão liberar Paula hoje. A crise de ansiedade pode afetar a pressão dela, então vão deixá-la aqui para terem certeza que está tudo sob controle.

Me sento com Dulce em um dos sofás:- Será que Paula terá algum problema nessa gravidez?

Dulce:- Não Vitor... Essas coisas acontecem. Paula é muito agitada trabalhando, mas tirando a licença agora ela vai descansar e se cuidar. Pega a chave aqui e vai com a Cintia, ela trouxe roupas pra Paula e lá no apartamento tem algumas suas.

Olho pra ela:- Não irei...

Dulce me interrompe:- Vitor, não estou pedindo para você ir. Estou mandando! Você precisa descansar e se acalmar, essa pilha não ajuda ninguém, muito menos a Paula. Eu vou ficar aqui...

Não discuto mais e saio com Cintia para o apartamento.


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