12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 24
Manifestação de amor




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VITOR

Algumas horas depois chego ao local do show; já no Hotel ligo para avisar Paula.

Paula:- Oi...

Sorrio:- Oi... Quem é?

Ela ri:- Sua mãe!

Rio:- Como você está doce amor...

Paula:- Estou mesmo, docinha...

Continuo rindo:- Humm... Chega de conversa fiada, como está?

Paula:- Bem! Hoje vi umas roupinhas de quando eu era bebê, é exagero demais querer já ver o nosso?

Sorrio:- Nenhum, não paro de pensar também...

Paula:- Uma coisinha mais linda que a outra...

Rio:- Eu imagino. Quando será que saberemos o sexo?

Paula:- Vai demorar um pouquinho...

Ouço ela resmungar:- O que está havendo?

Paula:- Nada. Estava arrumando aqui para me deitar. Quando você sair do show não esquece de me avisar!

Respiro fundo:- Avisarei. Mas durma Paula, não fique esperando, os shows terminam tarde demais!

Paula:- Faça o que estou pedindo...

No fim acabo fazendo tudo:- Farei. Comeu?

Paula:- Comi. Flokinho fica latindo pra mim, está ouvindo?

Rio:- Estou. Deve ser ciúmes...

Paula:- Será que ele sente o bebê?

Leo entra no quarto:- Dizem que eles são capazes de ouvir o coração do bebê.

Paula:- Me falaram isso. Posso comprar uma roupinha já?

Sorrio:- Eu já comprei.

Paula:- Vitor! E eu preocupada em comprar e você ficar dizendo que é cedo demais. O que você comprou?

Leo fica rindo:- Quando nos vermos eu mostro.

Paula ri:- Leo está aí?

Passo pra ele:- Oi cunha...

Paula:- Oi!

Leo:- Vitor parece um besta, você precisa ver...

Paula:- Posso imaginar!

Leo:- Beijos e se cuida, vou passar pra ele...

Pego o celular fazendo careta:- Meu amor preciso ir, mais tarde eu ligo então...

Paula:- Vou ficar esperando. Bom show! Nós te amamos...

Agora existe um nós do outro lado que me faz tremer:- E eu amo muito vocês!

Desligo o telefone com o coração apertado, me confortando pelo simples fato de ter um coração e poder abrigar aquele nós, agora por todas as minhas vidas. Tudo corre bem, mas a saudade é tanta que os dias parecem se atrasarem em horas e horas; a energia dos shows, o ritmo que é compensado a cada canção. A semana fecha e chegou a hora de retornar para casa, na verdade de ir a casa de Paula; evito avisar o horário em que chegarei para que não fiquem me esperando. Subo para cobertura sem ser avisado “meu nome já está na portaria...”, não sei o porquê, mas ainda me sinto incomodado no apartamento dela, talvez pelo fato de não me sentir na idade de dormir na casa de namorada, ou pelo fato de outro homem ter feito isso aqui. Não penso neste fato quando estou com ela, até porque já se passaram meses que estamos juntos; mas ainda assim... no apartamento não me sinto bem:- Olá!

Dulce:- Meu Deus! Por que não avisou que viria?

Sou recepcionado pela mulher que criou a mulher mais especial pra mim e que foi a mulher que um dia me adotou perdido em São Paulo. A abraço:- Tudo bem?

Dulce:- Tudo ótimo. Melhor ainda com uma noticia que recebi... Estou muito feliz por você ser o pai do meu neto!

Me emociono e abraço novamente:- E você não imagina o quanto eu estou... Já tenho tanto amor que não cabe em mim. Obrigado pela oportunidade de estar vivenciando tudo isso hoje; sem você não seria possível! Obrigado por ter feito de tudo pra colocar a Paula no mundo...

Ela se emociona:- Chega...

Rio:- E cadê ela?

Dulce:- Também chegou a pouco, está dormindo.

Paula também cumpriu a agenda dela:- Posso ir lá?

Dulce:- Vocês faz cada pergunta Vitor...

Saio rindo até o quarto. Vejo ela deitada e é como se eu vesse a mim repousado... Ela sou eu e nada e nem ninguém é capaz de modificar isto. Retiro o calçado e me deito colocando sobre um dos meus braços, enquanto a abraço com outro, guardando-a em mim como se quisesse protegê-la de todo mal. Encosto a cabeça em seus cabelos para ficar mais perto de um cheiro viciante que me recordo todos os dias... Ela acorda, sinto que fiz barulho demais:- Te acordei?

Ela sorri rindo e sinto que estou em casa:- Meu coração acelerou, coloca a mão...

Rio enquanto faço o que ela diz:- Me desculpa!

Paula me beija:- É porque eu não esperava você agora. E, de repente aparece tão junto de mim...

Sorrio:- Não quis avisar. Mas da próxima eu aviso pra que não leve um susto.

Ela ri:- Não! É tão bom estes sustos...

Beijo ela:- Você é boba.

Ela me abraça mais:- Sou boba por você.

Sorrio:- E como foi sua semana?

Paula:- Tranquila. Nosso bichinho não deu trabalho...

Rio:- Nosso bichinho?

Ela ri:- Não sei porque, mas só sei chamá-lo assim...

Paula inventa cada coisa:- Nosso bichinho... Está bem, também chamarei de nosso bichinho, que completa hoje 8 semanas?

Ela sorri:- Você lembrou...

Coloco a mão na barriga:- De agora para frente vocês são responsabilidade minha... Vou lembrar de tudo!

Paula:- Nós te amamos tanto...

Me aproximo mais:- Você sente o que possa ser?

Paula:- Não. Mas falta pouquinho agora... Vou ao médico daqui duas semanas, dependendo da posição que nosso bichinho estiver, Ricardo disse que pode dar pra ver! Cadê as coisinhas que você comprou?

Havia me esquecido. Com ela esqueço o resto:- Depois eu pego...

Paula:- Quero te mostrar minhas coisinhas...

Ela sai pra pegar enquanto me sento. Retorna com uma caixa na mão:- Fique em pé... Me deixa ver se tem barriga já...

Ele ri e puxa a roupa:- Ainda não...

Começo rir e ela se senta:- Vai ficar mais linda!

Paula:- Vou me lembrar disso...

Pego uma roupinha da caixa:- Pequenina né!?

Paula ri:- Do nosso bichinho também vai ser assim.

Pego algumas fotos:- Ou bichinha...

Paula:- Ou bichinha...

Fico observando e nem percebo Paula falar comigo. Por mais que o tempo passe, até que eu veja meu bebê... não irei acreditar:- Hã?

Paula:- Me deixa ver o que você comprou...

Levanto e pego na mala entregando a ela:- Comprei branco, não sabemos ainda o que é...

Ela sorri e abre:- Vitor... É a primeira coisinha que temos!

Me aproximo dela:- Quase passei de pai babão pra vendedora...

Ela ri:- Por que?

Rio:- Chorando...

Ela me beija:- É tão pequeno. Tão frágil que...

Pego dela:- Que dá vontade de guardar dentro da gente e não deixar que maldade nenhuma se aproxime.

Paula:- Queria evitar qualquer coisa de ruim. Parece tão guardadinho aqui, protegido...

Olho pra ela:- E está!

Paula:- Olha isso...

Ela me entrega um sapatinho dela, só um do par, onde o outro provavelmente se perdeu:- Mal cabe no meu dedo...

Ela ri:- Vai se acostumando.

Pego outra foto, dela com a mãe:- Seu medo passou?

Paula:- Foi um susto.

Batem na porta:- Eu sei...

Paula:- Entra!

Cintia:- Oi!

Pisco pra ela:- Olá!

Ela ri e vem me cumprimentar:- Parabéns!!

Me levanto rindo e a abraço:- Muito obrigado tia...

Cintia:- Vou ser tia, né!? Pode-se considerar assim?

Paula ri:- Claro que vai. Você é a que mais convive com o bebê, tirando eu que carrego...

Cintia:- Esse bebê é o que mais viaja antes mesmo de nascer. Por falar nisso eu vim conversar com vocês sobre a agenda programada que os dois farão!

Me sento:- Ainda mais agora com a Paula grávida.

Depois de muito conversarmos, decidimos que Cintia quem cuidaria da nossa agenda. Ela pesquisou todas as formas junto ao meu escritório para a organização. Não iremos modificar nada, nem excluir, apenas reorganizar, o que vai facilitar pro Leo também em relação aos filhos. Ela nos mostra um modela da reorganização e aprovamos. Não iremos excluir shows e nem entrevistas, apenas organizar as datas o máximo possível:- Eu ia me esquecendo de falar. No final desse mês já podemos nos mudar, a construtora me ligou e conseguiram agilizar a obra.

Paula:- Você me diz isso agora?

Fito ela:- Me ligaram hoje, eu esqueci quando cheguei aqui.

Paula:- Mas e o quarto do bebê?

Olho pra Cintia rindo:- Calma, já está tudo certo. Você não vai falar com os decoradores?

Paula:- Sim. Mas é... Você fica rindo Cintia, mas já arrumou suas coisas?

Cintia ri:- Questão de segundos isso.

Paula:- Depois falamos disso. Olha aqui...

Ela entrega o que comprei para Cintia ver:- Own, eu fico tão... Quem deu?

Paula:- Papai.

Cintia:- Lindo!

Me deito:- Obrigado.

Elas riem:- Você está cansado, né?

Cintia:- Com fome?

Rio:- Por enquanto só cansado.

Cintia:- Vou indo descansar também...

Paula retira as coisas da cama, e se deita:- Vem mais perto...

Faço o que ela pede e a abraço enquanto o cansaço me consome de mansinho.

PAULA

Quando abro os olhos não faço ideia de quanto tempo dormi. Viro pro lado e ele está aqui, e não há nada que seja melhor do que isso. Sentir a segurança que conforta meu conforta meu coração a cada vez que ele está perto de mim. Beijo-o na mão que está sobre mim e me levanto.

Dulce:- Cadê o Vitor?

Me sento junto dela na cozinha:- Dormindo.

Dulce:- Ele está contente, né?

Sorrio:- Está!

Dulce:- Foi bom sentir isso...

Bebo um pouco do suco dela:- Nos mudamos no final do mês.

Dulce:- O que?

Rio:- Sim, adiantaram a obra.

Dulce:- Mas tudo tão rápido?

Sorrio:- SIM. Nem te mostrei ainda, ele comprou uma roupinha pro bebê. A primeira coisinha... Vou lá buscar.

Volto ao quarto novamente e ele já não está mais deitado:- Vitor?

Vitor:- No banheiro.

Quando entro está lindamente com o cabelo molhado:- Acordando...

Sorrio:- Vim pegar...

Sou interrompida pelo celular dele, pego-o:- Verônica...

Ela vem e pega o celular da minha mão:- Oi Verônica...

Só ouço as respostas, curtas... Observo até que ele desligue o celular:- Quem é ela?

Vitor:- Uma conhecida que está resolvendo uns problemas para mim...

Me viro e saio o quarto, se continuou falando comigo nem ouvi e se tivesse ouvido, teria fingido não ter.

Mamãe pega a roupinha:- Meu Deus... É lindo!

Sorrio ainda incomodada com a ligação de Vitor:- É sim.

Dulce:- Você mesmo quem escolheu?

Vitor chegou e se sentou de frente comigo:- Sim...

Dulce:- Está com fome? Daqui a pouco vamos servir...

Vitor ri:- Está tudo bem, obrigado.

Pego a roupinha da mesa e guardo na caixa em que veio:- Cadê o Nilmar?

Dulce:- Não sei... Provavelmente com a namorada em algum lugar!

Me levanto e saio. Percebo que mamãe tenta conversar com o Vitor sobre o que houve, mas não ouço mais. Poucos minutos depois ele aparece no quarto:- Tem mais uma chamada no seu celular.

Ele pega o celular da cama e verifica:- Minha mãe, depois retorno.

Fico em silêncio organizando algumas coisas, até ele se aproximar:- Nem venha Vitor...

Vitor:- Paula ela é uma divulgadora, trabalha com eventos de shows; você já a conheceu. Pedi pra atender porque estava esperando ela ligar!

Me viro para ele:- Eu perguntei algo?

Vitor:- E precisa!? Você acredita que o quê... Eu vá trair você?

Me sento um pouco tonta:- Me desculpa. É que eu... você sabe!

Vitor:- Você tem que se controlar. Vem aqui...

Ela me pega:- Está tudo bem... Eu vim tomar um banho pra relaxar!

Vitor:- Então vamos...

Começo rir:- Então vamos...

Quando ele inventa de tomar banho comigo nunca terminamos mal:- Meu cabelo?

Ele ri e começa massagear meus cabelos:- Isso é bom..

Sorrio:- É muito bom...

Ele se aproxima mais até que eu sinta seu corpo em mim e já não responda. Perco qualquer movimento quando ele me toma, sabe os pontos exatos para me fazer só dele; as mãos macias queimam minha pele de mansinho, consomem meu interior quase que por inteiro, deixa-me dependente, dependente desses momentos, dependente dele:- Nós te amamos...

Ele fala tão baixo com uma voz que me ganha a cada palavra:- Eu também amo vocês...

E antes o que era você, se transformou no vocês mais bonito da minha vida. Ele tem um poder sobre mim que nenhum um outro homem teve; não sei se a forma de falar, de me tocar, na verdade, sempre que estou com ele não existe forma no mundo que se justifique. Ele é o meu céu, o meu inferno, a minha calma que acalma minha alma, é o meu coração se manifestando que está em casa. Ninguém, nem o tempo foi capaz de quebrar essa sensação, parece que os dias tornaram mais forte minha necessidade dele; de vê-lo me ouvindo, me fazendo rir, cuidando-me como parte dele. Julguei amores em troca do amor que um dia sonhei, do amor que ele tem pra me oferecer, me fazendo crescer a cada segundo e ter um sentido a mais de existência... O amo. A ele e a parte dele que corre em meu sangue...


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