12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 15
Belo Horizonte




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Muito tempo passou até que eu tivesse “tempo” de ir à BH, não nego, faltava coragem também. Receber pessoas das quais você pisou na bola na sua casa, é uma coisa. Ir a casa delas, é outra. Confesso que dessa vez estou mais animado do que o costume com esse relacionamento, Paula já não é tão controladora como antes.

Diva:- Arrumou tudo?

Me levanto do sofá quando a ouço:- Sim, meu voo sai daqui a pouco..

Diva:- E quando volta?

– Não sei.

Meu Celular toca e me levanto para atender:- Por falar nisso... Oi?

Paula:- Oi amor, já estou esperando.

Começo a rir:- Faz quanto tempo que você está esperando?

Paula ri:- Sem graça.

Olho no relógio: - Chego aí em algumas horas. Pra onde devo ir?

Paula:- Vem pro meu apartamento, tem um jantar hoje na casa do Monteiro, o combinado daquela vez...

Havia me esquecido:- Sim, eu lembro...

Ouço Paula rir:- Não sei quem você está querendo enganar...

Rio:- Te amo...

Paula:- Eu também, muito... E estou morrendo de saudades.

Diva gesticula para mim que está quase na hora de ir:- Já iremos matar. Olha, vou sair e quando chegar aí te aviso.

Paula:- Ta bem, me ligue pra ir te buscar. Te amo...

Vou saindo do apartamento:- Eu não...

Paula:- Vitor você é muito besta!

Começo a rir:- Mais uma semelhança entre nós...

Paula:- Você não me ama mesmo?

Aceno para o porteiro e saio:- Isso eu respondo quando chegar aí... Te ligo.

Pego um táxi rumo ao aeroporto, em poucas chego em Belo Horizonte.

Desligo o celular com saudades de ouvir ele de novo. Mamãe chega e me entrega o flokinho:- Meu bebê.

Dulce ri:- Flokinho Fernandes Chaves? É isso?

Brinco com ele:- Você pode ter um irmãozinho né?

Dulce:- Ou irmãzinha...

Começo rir:- Quem sabe...

Dulce:- Ele já está vindo?

Confirmo com a cabeça:-Vai me ligar pra ir buscá-lo.

Dulce:- E ele vai dormir aqui?

Olho para ela:- Não sei... Mas seria o certo, não?

Dulce:- Não sei... vocês dois que sabem.

Me levanto da poltrona em que estava sentada:- Pra mim o normal é ele dormir aqui. Vou ver o que ele diz.

As horas parecem correr cada vez mais devagar, não largo o celular a espera dele ligar. Cintia percebe a situação e ri da minha cara:- Normal...

Cintia:- Normal, sei... E quando vocês se casarem? Vai ficar toda hora querendo saber onde ele está, o que está comendo, se foi ao banheiro...

A repreendo com os olhos:- Que exagero...

Cintia ri:- Exagero nenhum.

Encaro ela:- Ele não liga. Não sei o que Vitor pensa...

Cintia:- Ué Paula, ás vezes ele não chegou ainda.

Não ligo para o que ela diz, até porque já era para ele ter chegado. Começo a me preocupar e telefono para ele:- Não atende...

Cintia:- Caiu na caixa?

Nego com a cabeça apreensiva:- Não, não! Já não basta me fazer sofrer de tanta saudade, ainda faz isso...

Cintia ri e eu não compreendo a graça:- Desculpa...

Saio para a cobertura e tento me distrair, claro, com o celular na mão... Alguém fala comigo, alguém que...

Vitor:- Aposto que estava tentando ver se o avião passava no céu...

Faço carranca enquanto corro para abraça-lo.

Ele ri:- Que saudade...

O beijo sem querer soltar mais:- Por que não me telefonou?

Ele tira meu cabelo do olho:- Passei no hotel antes...

O interrompo:- Hotel?

Vitor:- Sim, vou ficar em um hotel.

Respiro fundo:- Vitor...

Ele me interrompe antes que eu termine a frase:- Paula, por favor... Mal conheço sua casa, não tem condições eu dormir aqui.

Me afasto dele:- Não conhecia a sua. Mas, dormi e fiz mais coisas ainda...

Vitor ri:- É diferente...

O encaro:- Não é diferente Vitor, poxa...

Ele se aproxima:- Poxa digo eu! Acabei de chegar, nós nem iremos dormir agora!

Fico calada, na verdade não fico não:- É, NÃO IREMOS!

Ele levanta os olhos para mim:- Paula! Se for para começar assim eu vou embora...

Minha mãe chega no momento:- Vitor.

Ele se vira:- Dona Dulce, como vai?

Dulce:- Bem, seja bem vindo.

Ele vai cumprimentá-la:- Obrigado.

Dulce:- Não é aquela casa maravilhosa do seu irmão, mas...

Eles começam a rir:- Imagina, não é aquela casa, mas é uma bela cobertura.

Me intrometo:- Com muito quartos, muitos cômodos.

Minha mãe me fita e Vitor me repreende com o olhar.

Dulce:- Preparamos um café da tarde para você, estamos aguardando lá.

Ele aprova com a cabeça:- Maravilha, jajá irei. Não é Paula?

Olho para ele:- Claro.

Minha mãe percebeu a situação e se retira, fato que permite ao Vitor me repreender mais um pouco:- Não entendo...

Vitor:- Chega! Mais uma dessa e eu vou embora sem pensar duas vezes. Que tempestade em copo d’água.

Tento falar, mas com ele não há conversa:- Se quiser ir, sai pela porta que entrou.

Saio para a sala onde vão servir o café.

Não sei como vamos nos entender dessa forma, minha vontade era realmente sair. Mas, não posso ser mal educado, fazer essa desfeita... e estou com fome. Saio logo atrás dela, percebo que ela me olha mas sigo sem dizer nada.

Ela para até que eu chegue nela:- Desculpa...Vitor o que custa...

A fito:- Não irei me sentir bem. É difícil você compreender isso?

Paula:- Não. Eu fui infantil, é que eu esperava você aqui, eu preparei tudo tão...

Respiro fundo:- Estão nos esperando.

Ela se aproxima mais:- Vitor...

Não resisto a ela e começo rir:- Não sei o que vou fazer com você.

Ela ri:- Eu sei.

Olho de canto de olho:- É...

Paula:- Vamos, pedi pra Sol fazer o que você gosta. Alias, Sol é a cozinheira...

Vou logo atrás dela que me conduz pelo apartamento. Chegamos na sala, uma mesa incrivelmente posta. Cumprimento novamente Cintia, Dulce que se sentaram conosco.

Paula:- Sol, Vitor...

Me levanto e cumprimento:- Tudo bem?

Ela me responde tímida:- Tudo, bem vindo...

Sorrio:- Muito Obrigado. A mesa está linda...

Solange:- Espero que saborosa também.

Converso com ela sobre o cheiro que tudo está exalando. Simpática, simples e ótima no que faz.

Dulce:- Gostou?

Levanto a cabeça:- Sou suspeito para dizer.

Havia comido tanto que a pergunta nem precisou ser respondida corretamente. Terminando tudo, Paula me convida para conhecer o apartamento antes de começarmos a nos preparar pro jantar na casa do Monteiro.

Paula:- E aqui é meu quarto...

Entro:- Muito bonito.

Paula ri:- Parecemos dois namoradinhos de primeira viagem!

Rio:- Por que?

Paula:- Conhecer a casa do outro, o quarto, a família...

Me sento na cama:- Normal...

Paula some dentro de um outro cômodo, acredito que seja o closet:- Deve ser...

Me levanto para ver os retratos do quarto. Fotos dela em vários lugares do mundo, em outra parte uma cópia de todos os discos lançados. Na bancada uma foto nossa, sorrio:- Paula?

Ela aparece:- Oi...

Pego a foto na mão:- Quando você tirou essa? Não me lembro...

Ela se aproxima e pega a foto de mim:- No jantar no Leo.

Agora me recordo:- Ah! O que estava fazendo lá dentro?

Paula:- Separando umas coisas que quero te mostrar.

Sorrio. O clima fica estranho e eu não entendo o porquê. Talvez seja nós dois, sem ter o que falar, começo me sentir desconfortável:- É tudo novo pra mim, por mais que já tenhamos passado por isso, mas é estranho dessa vez. Não tenho mais 26 anos!

Ela sorri:- Nem eu.

Correspondo:- O que fazemos agora?

Paula se senta na cama:- Não faço ideia. Temos muito tempo ainda...

Me sento com ela:- O que você queria me mostrar? Acho um bom momento agora...

Ela se levanta e busca uma caixa:- Na verdade, eu queria te dar... É um presente!

Sorrio e pego a caixa:- Presente? Não é que é bom namorar?

Ela ri e me ajuda abrir:- De certa forma é ótimo!

Abro e não evito rir:- Caramba... Onde você conseguiu?

Paula:- Você nunca guardou nenhuma?

Pego uma foto de dentro da caixa:- Lembra? Esse dia foi quando sua mãe me convidou para ir na casa de vocês...

Paula:- Sim.

Começo a remexer nas fotos, falar dos momentos. Relembramos o passado com o riso mais prazeroso do presente:- Guardei algumas, não muitas...

Paula me olha e antes que diga algo a beijo. Tudo nela tem gosto de bom, de viver. Ela é isso, a parte mais viva em mim...

O amo tanto, que cada gesto dele faz doer. É uma dor gostosa, se é que existe dores assim, mas é um conforto, ás vezes também uma vontade enorme de chorar. Um misto de tudo que já vivi:- Tive uma ideia.

Vitor:- Diz...

Começo mexer no cabelo dele:- Vamos para a chácara. Lá você não precisa ficar desconfortável, vai ser só eu e você...

Ele fecha aqueles olhos que um dia eu quis tanto esquecer:- Ta bem... Iremos para lá.

Sorrio e o beijo:- Então depois passamos no hotel e vamos.

Vitor:- Que horas é o jantar?

Olho para ele:- Vai demorar...

Vitor:- Então dá tempo de te ensinar jogar... Tem cartas aí?

Pulo da cama:- Me esqueci... tenho outro presente para você! Vou buscar...

Pedi que personalizassem um kit de poker para ele. Quando retorno ele já tirou os sapatos, o que me faz rir:- Melhor assim...

Ele ri:- Também acho. Estão inchados!

Entrego para ele:- Espero que você goste...

Vitor:- Paula, você não precisava se incomodar com tanta coisa, eu...

Me sento ao lado dele:- Não tem problema você não ter trago nada para mim... Eu quis te presentear, não vejo mal nisso. Agora abra...

Ele desembrulha o pacote e pega a caixa customizada com a assinatura dele.

Ele olha pra mim:- Mas isso é...

Faço com a mão para ele terminar de abrir.

Vitor:- Paula...

Sorrio:- Gostou?

Ele fecha a caixa e coloca no chão, estranho a reação dele:- O que houve? Se você não gostou, dá para fazer de outra maneira...

Vitor:- Preciso te falar uma coisa...

Começo ficar apreensiva:- O que?

Vitor:- Liguei para a Cintia antes de vir para cá, falei com ela sobre seus compromissos. Eu tomei a liberdade para fazer uma coisa. Existe um lugar, acredito que você não conhece, fica fora do país e eu comprei duas passagens para irmos para lá.

Fico surpresa:- Viajar?

Vitor:-Sim.

Penso na ideia:- Mas... Para onde é?

Vitor:- México.

Olho para ele:- Nós dois vamos para o México?

Vitor:- Se você aceitar, sim. Você já conhece lá?

Sorrio tanto que vou começar ficar com vergonha:- Nunca fui. Sempre fui para os EUA, mas lá não...

Vitor:- E Caribe, você conhece?

Fico sem reação:- Não também...

Vitor:- E o Texas?

Começo rir:- Você só pode estar brincando.

Vitor:- Você acha que eu brincaria?

Me levanto:- Não... mas...

Ele me interrompe:- Podemos ir primeiro para Texas, depois vamos para o México, depois o Caribe, depois voltamos ao Brasil. No Texas consegui uma casa para ficarmos ao menos uns 5 dias, você decide. Mas se você preferir outro lugar, nós vamos. Enfim...

Fico pensando na ideia. É claro que vou amar conhecer todos estes lugares:- Quando começo arrumar as malas?

Começamos a rir:- Meu Deus...

Vitor:- As passagens estão marcadas para daqui dois dias. As minhas malas já estão prontas, nós partimos do aeroporto daqui mesmo.

Falto pular com a ideia:- Então tenho que me apressar?

Vitor ri:- Sim! Mas depois você faz isso. Não mereço nada pela ideia?

Ainda estou em choque. Viajar para estes lugares, com ele...:- Merece... todos os melhores beijos do mundo.

Vitor:- Então me apresente cada um...

Começo a beijá-lo sem querer cessar nem um segundo. É uma sensação indescritível tê-lo aqui, saber que o terei por mais tempo, saber que...:- Eu te amo tanto, muito. Você faz ideia disso?

Estamos deitados, abraçados, enrolados, misturados:- Acho que sim.

Rio:- E você, me ama?

Ouço ele rir enquanto me puxa pra mais perto:- Tenta ouvir... Não vou saber dizer o quanto eu aprendi te amar. O quanto sou grato por você existir, por fazer meu coração bater por algum sentido a mais.

Fecho os olhos só pra sentir ele respirar:- Quero que sempre seja assim...

Vitor:- Se alimentarmos, será. Nada sobrevive com fome! Podemos nos casar, isso não significa que temos que deixar de ser amigos, namorados, amantes. Essa paixão tem que seguir com o amor até nossos últimos dias...

É tão bom ouvir ele falar:- Vitor, o que a gente faz quando tem que tomar uma decisão, mas talvez vai acabar magoando alguém que a gente goste?

Ele respira fundo:- O está acontecendo?

Ele é tão bom conselheiro que não vou perder a oportunidade:- Problemas no escritório.

Ele começa acariciar meu cabelo:- Já te disse uma vez que se a gente planta mexericas, não tem como colher laranjas. Você já sabe o que fazer!

Ás vezes me incomoda o fato dele me conhecer tanto:- Me dê outra alternativa. Por favor!

Ele demora responder:- Não se preocupe com a imagem que vão sair fazendo de você. Se você gosta da pessoa, certamente ela gosta de você e vai compreender seus motivos. Claro, você têm motivos, não tem?

Penso:- Muitos.

Vitor:- Então faça o que tiver que ser feito.

Continuo:- Quase todos que deixaram de trabalhar comigo, saem com uma imagem que... Não quis ser rude, ou coisa parecida. É que, ah Vitor!...

Ele ri timidamente:- Para de confundir mais. De fazer mais teia de gato nesse coração! O tempo sempre te da uma chance. Se não pode mudar o que foi, olha o presente para mudar o que é!

Me aconchego mais nele:- Você acha que cobro demais?

Vitor:- Cada pessoa tem um melhor em si, uns descobrem, outros não. Uns optam por usar para o mal de si mesmo, porque ninguém vai tirar a paz de outro por muito tempo; outros optam pelo bem pessoal, bem solidário. Cada profissional precisa conhecer e confiar na sua equipe, você deve cobrar o melhor de cada um, extrair o melhor de forma que beneficie a pessoa também, não ao seu perfeccionismo.

Penso:- Você acha que eu deveria incentivar a Cintia a fazer outras coisas?

Vitor:- Ela quem tem que escolher. Deixe claro para ela que você está aberta a apoiar qualquer coisa. Ela tem que ser a própria sombra, não a sua.

Continuo:- O que você acha que devo mudar?

Vitor:- Você sabe o que precisa modificar, não preciso dizer. Se não soubesse nem me faria a pergunta. Mas já que você perguntou... Não queira controlar ninguém.

Sorrio sem que ele perceba:- O que eu posso te ajudar agora?

Vitor ri:- Escolher algumas fotos pra fazer uma montagem legal e anunciar nossa união de uma vez.

Me levanto:- Podemos?

Vitor:- Sou um homem compromissado apenas com você.

Começo rir enquanto me levanto para buscar as fotos.

Depois de escolhermos as fotos, fizemos uma junção delas pelo celular mesmo e postamos nas redes sociais, anunciando que estávamos juntos. Evitamos esperar a reação das pessoas, deixamos para ver isso depois, até porque nosso tempo estava começando a ficar curto, Paula ainda havia que preparar as malas:- Do Caribe, qual lugar você quer ir? Cozumel ou Cancún?

Paula:- Cancún.

Pego o notebook dela:- Posso?

Paula:- Sim.

Começo a pesquisar:- Eu havia visto um Hotel, vou fechar a reserva. Olha como ele é...

Começo mostrar para ela. Particularmente o lugar já era maravilhoso, o Hotel, nem se fala.

Paula:- Vitor, é lindo. Mas você não acha um pouco demais? É que vamos visitar a capital do México, a capital do Texas e depois esse lugar que...

Realmente teríamos muito pra visitar:- Paula, não é exagero... Nós nunca viajamos. E... vai ser um dinheiro bem aplicado. Olha só, no México eu pensei nesse hotel, chama Casa Gonzalez. Na verdade é uma casa que transformaram em Hotel. É bem bacana, é simples... No Texas nós ficaremos na casa de uns amigos, eles me emprestaram e, em Cancún...

Ela me interrompe:- Escolhe outro em Cancún. Não vou me sentir bem nesse aí...

Pra falar bem a verdade, nem eu ia:- Maravilha, nem eu ia... Pensei nesse aqui, olha... (mostro para ela as fotos do Hotel Mayambe Private Village.

Percebo que ela gostou:- Na praia, perto do centro de Cancún, do aeroporto, simples, maravilhoso... É esse!

Começamos a rir e fecho a reserva:- Tem certeza que não prefere um Resort?

Paula:- Certeza absoluta.

Terminamos de planejar as reservas já perto de ir pro jantar no Monteiro:- Vou pro Hotel, você passa lá?

Paula:- Sim. Me espera lá!

Me despeço dela e saio.

Não consigo nem acreditar, está tudo perfeitamente planejado, os lugares, os hotéis, as passagens:- Mãe!

Grito para que ela venha até o quarto. Conto das viagens, mostro as fotos dos hotéis e falo sobre a casa no Texas:- Incrível, né?

Dulce:- Inacreditável! Os lugares são lindos. Mas Vitor e Cancun combinam?

Começo rir:- Tenha certeza que ele vai voltar da mesma cor que foi... Preciso arrumar minhas malas.

O telefone toca e é Vitor:- Já!?

Ele ri do outro lado:- Não, só liguei para avisar que é preciso maneirar nas malas...

Fico pasma:- Vitor eu sei disso!

Vitor ri:- Está certo... Sabia que você ia começar mexer nas coisas assim que eu saísse, então...

Rio:- Vou desligar, vamos nos atrasar pro jantar.

Vitor:- Ta bem, estou chegando no Hotel, daqui a pouco te ligo. Beijos...

Começo organizar já algumas coisas, Cintia me ajuda e em menos de uma hora ela já preparou duas malas:- Caramba...

Começamos rir:- Vitor não vai aprovar isso.

Enquanto ela arrumava, aproveitei para tomar um banho:- Problema dele! Vai se arrumar...

Cintia:- Estou indo. Vou com vocês, tudo bem?

Começo secar o cabelo:- Até parece Cintia...

Cintia:- Enquanto você estava no banho, ele ligou. Já está pronto!

Olho pra ela e indico pra ela ir se aprontar. Em 50 minutos saímos de casa, mamãe também vai, Nilmar aproveitou as férias para viajar com a namorada. Quando chego na frente do Hotel, ligo para ele que já estamos esperando:- Já vai descer. Você trouxe a caixa que ele esqueceu lá?

Cintia:- Ta aqui.

Ele entra no banco de trás, com Cintia:- Oi.

Respondemos:- Olá...

Dulce:- Demoramos?

Vitor:- Para 3 mulheres foram rápidas...

Cintia:- Você sabe que Paula é quem demora mais, NE!?

Cintia e Vitor sempre se deram muito bem:- Sei...

Rimos:- Isso é história!

Vitor:- História verdadeira. Mas valeu a pena, está linda. Na verdade, as três estão!

Cintia:- Elogio devolvido.

Vitor:- Você, um poço de educação!

Dulce:- Mas você está lindo mesmo.

Vitor:- Meus pais...

O interrompo:- Não pode dar uma brechinha que ele já quer tudo... Vai começar!

Começamos a rir:- Ta bom, nem vou terminar... Mas eu ia dizer que meus pais...

Dulce:- Capricharam.

Vitor ri:- Né!? Brincadeira gente... Vai demorar pra chegar?

Dulce:- Não. Está com fome?

Rio:- Ê Vitor!

No caminho ele ainda ensina umas jogadas básicas de poker, para não pagarmos tanta vergonha.

Quando chegamos na casa de Monteiro, sou recepcionado muito bem. Não demora muito e começamos a jogar. Blefei tanto que faltei sair da mesa de olho roxo:- Presta atenção Paula...

Nessa jogada Paula estava jogando no meu lugar, o que não está dando muito certo:- Joga essa.

Paula:- Qual?

Olho para ela:- Como qual? To indicando aqui. ESSA!

Ela ri:- Entendi...

Mas uma rodada perdida, mas ela insiste em continuar:- Só mais essa. Aposte...

Ela faz a aposta, Bia está ganhando todas:- Deixa essa para mim...

Rimos dela:- Vai, joga...

Bia:- Isso porque Vitor está ajudando ela!

Paula:- Próximo encontro eu estarei craque!

Ela enfim começa fazer jogadas certas, mas em vão... perdeu de novo:- É, o dia não está para você!

Paula ri:- Vamos comer minha gente...

O jantar estava maravilhoso, logo depois me apresentam um jogo “Imagem e Ação”. Sou da equipe da Bia, ela começa, eu tenho que adivinhar: Cachorro!

Riem:- Errou!

Bia rindo:- Ah Vitor!

Nesse jogo sou eu o fracasso, Paula sempre no tempo acerta as palavras e expressões, mas ela não é da minha equipe, o que faz depois de duas divertidas horas, minha equipe perder:- Mas valeu... Ganhamos no poker!

Monteiro começa falar do dia da pescaria na fazenda, o que me faz lembrar de uma coisa: Mas peixe é até um animal engraçado. Diz que um cara foi em um restaurante, começou a olhar o cardápio tradicional da região e estranhou o nome de um prato. Chamou o garçom e perguntou “— HIPOGLÓS!? Que raio de prato é esse?”. O garçom na mesma hora responde, já sabendo “— É pacu assado...”.

Bia ri:- Eu não ouvi isso não...

Foi só alarmar que começaram as piadas noite a dentro...

Quando saímos da casa de Monteiro já era madrugada. O Hotel em que Vitor estava não ficava distante do meu prédio:- Te deixo por último.

Vitor:- Não, depois você vai retornar sozinha.

Fico abismada:- Vitor nós vamos pra chácara, lembra?

Ele ri:- Ah, sim... Pare aqui pego minhas coisas e vamos do seu prédio.

Dulce:- Vocês voltam quando?

Vitor:- Hoje mesmo. Depois de amanhã viajamos. Você já contou a ela?

Sorrio:- Sim e arrumei minhas malas. As suas estão no Hotel?

Vitor:- Não, deixei na tia Léia. No hotel só tem algumas roupas.

Ele desce no Hotel, pega as coisas e partimos:- Cintia quer vir pra chácara com a gente?

Cintia já sonolenta:- Não, vou ficar aqui mesmo.

Todos no carro estão cansados, percorremos o restante do caminho em silêncio. Assim que chegamos desço para pegar as chaves da casa e quando retorno Vitor está deitado no banco de trás:- Vem para frente.

Vitor:-Não... aqui está tão bom!

Rio:- Não vou ficar aqui na frente sozinha.

Ele passa para frente dentro do carro mesmo e saímos:- De manhã vou te mostrar um cavalo que tenho lá.

Vitor:- Quando morarmos juntos vamos levá-lo para a fazenda.

Começo rir:- Você quer morar comigo?

Vitor:- Você faz perguntas idiotas. Só estou esperando sua decisão para começar mexer na fazenda. Preciso aumentar a sede, deixar uma casa mesmo.

Penso:- Iremos morar em Uberlândia?

Vitor:- Quando conversamos você me disse que sim. Podemos levar sua mãe, a Cintia... Penso que o apartamento da cidade podemos deixar para elas.

Sorrio:- Nós nem nos casamos, desde o inicio pedi para você ir com calma...

Vitor:- Casar não é o problema. E considero muito útil fazermos essa experiência de vivermos juntos, nos adaptarmos um ao outro de uma forma mais intima.

Fico apreensiva:- Isso já é uma conversa séria sobre isso?

Vitor:- Sim, só adiantei...

Olho para ele:- É que para mim será uma mudança muito radical por um lado.

Vitor:- Você não precisa responder agora. Mas peço que já pense nisso. Até o fim do ano já estamos casados...

É muita coisa para um dia:- Vou pensar. Chegamos!

Quando descemos, acendo as luzes da casa, tudo aqui me faz bem:- Eu amo a energia desse lugar.

Ele sorri:- E é lindo pelo pouco que posso ver!

Me viro para ele:- Você quer tomar um banho antes de dormir?

Ele aprova e levo ele até o quarto:- Aqui. Vou arrumar a cama enquanto isso...

Vitor adentra o banheiro enquanto ajeito a cama. Quando ele sai, de tão cansado se deita:- Tadinho...

Ele ri:- Você não vai se deitar?

Sorrio:- Vou tomar um banho antes.

Termino meu banho na esperança que ele esteja acordado, mas logo confirmo minhas suspeitas, Vitor dormiu. Tento não fazer barulho e delicadamente o beijo, vou aproveitar a madrugada para pensar em tudo. Sei que ir viver com Vitor será um desafio e tanto! Tanto eu quanto ele somos pessoas difíceis de se conviver. Mas a ideia de morarmos juntos e depois nos casarmos não me espanta, pelo contrário, me agrada. Pois, acredito que estaremos mais preparados, mais maduros ainda para levar uma vida a dois. Terei que me organizar da melhor forma possível, já que terei que viver em outra cidade. Penso que Nilmar e mamãe devam ficar aqui, pelo escritório, a ideia é dolorida, entretanto passou da hora de desgrudar. Cintia pode vir comigo se quiser, Vitor disse que não haveria problemas dela viver conosco. Não posso aceitar que Vitor arque com tudo, vou pedir hoje mesmo para que os hotéis da viagem sejam quitados e, depois que chegarmos começo me organizar para mudar para Uberlândia. Vitor falou sobre nos casarmos... É tanta coisa, que pensando já torna tudo complicado.


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