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Capítulo 145
Capítulo 145: “Borboletinha”




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02 ANOS DEPOIS

 

Olá! 

De agora em diante vamos mudar algumas coisas na história. Abaixo segue uma lista atualizada sobre alguns personagens que já apareceram na história e continuarão aparecendo. 

Haverão episódios mais indicados para adultos - friso isso para não haver qualquer problemas e estarem todos avisados antes de ler. 

 

Atualizando: 

 

Filhos

Vitória - 05 anos.

Vítor e Antônia - 03 anos.

Maria - 11 anos. 

 

Personagens 

Marisa - Mãe do Vítor

Dulce - Mãe da Paula

Cíntia - Prima de Paula

Nilmar - Irmão de Paula

Paula - Irmã de Vitor 

Leo - Irmão de Vitor 

Diva - Cozinheira 

Lucy - Babá de Vitória 

Sol - Cozinheira 

Elias - Zelador/motorista da fazenda 

José - Porteiro da fazenda 

Tatianna - Ex/atual cunhada de Vitor 

Isabelle - cunhada de Paula

Mariléia - Madrinha de Vitor 

Neuza - Madrinha de Paula 

Beatriz - Terapeuta do casal

Ricardo - Médico da Família 

Carolina - Pediatra das crianças 



O dia amanhece ensolarado na fazenda. Enquanto os gêmeos ainda dormem, Paula arruma a filha Vitória para a escola, a coloca no carro com Elias e se despede. Retorna para dentro, dirige-se ao seu quarto enquanto vê o instagram e deita-se. 


— Amor, olha isso! - mostra para Vítor uma notícia no celular. Que coisa horrível!

— Hum? - tenta enxergar ainda sonolento. Ah…- vê. Já li sobre! - vira-se.

— Não vai levantar hoje?

— Ainda é cedo!

— Eu já levantei, já mandei Vivi para escola.

— E voltou deitar!

— Sim… Porque queria ficar aqui com você.

— Hum…- responde sonolento.

— Vitor!

— Dorme aí um pouco! Eu fiquei acordado essa noite com Vitor até tarde!

— Porque eu passei o dia com ele!

— Sei!

— Amor… Vou abrir aqui pra galera fazer pergunta, você aceita responder comigo?

— Não!

— Poxa Vitor! Por favor…

— Não, não inventa! Não quero aparecer nessas coisas.

— Você que sabe! - se levanta. Você nunca quer fazer nada comigo. Nunca ajuda! - sai do quarto brava. 



Algumas horas mais tarde Vitor se levanta e segue para a cozinha. Toma seu café da manhã conversando com as funcionárias, enquanto Paula ajuda Diva preparar o almoço. 

 



— Paula!

— Que foi? - seca as mãos sem olhar para ele.

— Respondo com você o que você quer, em troca você vai pescar comigo amanhã.

— Você não vai pescar amanhã.

— Sozinho não vou… Vou com você! - levanta-se, levando sua xícara até onde ela está. Desfaz essa cara, pelo amor de Deus! Não tem necessidade disso.

— Eu estou normal. - pega a xícara da mão dele.

— Sei! A noite respondemos.

— Não…

— Vai querer fazer isso mesmo?

— Não quero que faça nada obrigado.

— Não estou fazendo nada obrigado! Estou fazendo porque considera ser importante para você e tudo bem… Mas pescar também é importante para mim, vamos tentar equilibrar?

— Que seja! - começa a lavar um restante de louça.

— Deixa aí querida… Vou lavar!

— Não, está tudo bem Diva! Vítor, vá ver como estão as crianças.

— Eles foram andar de triciclo com a Lucy, lá nos coqueiros…

— Ah sim, obrigada Sol!

— Eu vou para o escritório… Preciso resolver algumas coisas, qualquer coisa estarei lá! - beija o rosto dela que permanece imóvel. Até mais meninas!

— Até mais! - respondem.

— O que ele fez, Paula?

— Chatice de sempre Diva.

— Sei!

— Vou organizar minha bancada de produtos, quando o almoço estiver pronto me avisa.

— Certo! 



Paula retorna para seu quarto e começa organizar seus perfumes e maquiagens. Faz alguns stories e deixa uma caixa de perguntas aberta. Algum tempo depois Vitória chega e a surpreende. 

 

 



 - Mãe, que isso? - mostra o pincel.

— Um pincel para passar maquiagem!

— Hum… Tem um monte aqui, né? - olha a bancada da Paula.

— Tem, amor! - ri.

— Cadê o papai?

— Está no escritório.

— Vou lá ver ele. Não fica triste, viu?

— Não vou ficar, pode ir!

— Tá bom! - sai. 

 

Passa correndo pela casa e chega na porta do escritório.

 

— TOQUE, TOQUE, QUEM É? - bate na porta. 

 

Vítor começa rir e vai até a porta. 

 

— QUEM É? - responde. POR FAVOR, RESPONDA!

— É eu pai! - abre a porta. Até parece né?

— Até parece né Vivica? - ri. Chegou agora princesinha? - a pega no colo.

— Sim, Elias me trouxe. Por que não me buscou, pai?

— Estava trabalhando filha! Na próxima te busco, tá bom?

— Tá! 

 

Ele senta a filha em uma cadeira próximo a mesa também e entrega um papel para que ela rabisque enquanto ele termina de organizar seus trabalhos. Os gêmeos o procuram também e batem na porta gritando para que ele abra. 

 

— Oi galerinha da pesada! - ri. Entrem!

— Quiseram vir, não consegui segurar!

— Tudo bem Lucy… Pode deixar eles aqui, daqui a pouco levo para almoçarem.

— Certo! - se retira.

— O que vocês querem? - fecha a porta. 

 

Antônia senta na cadeira do pai e o irmão segue para o notebook em cima do sofá. 

 

— Aqui não filhote…- pega.

— Olha a mamãe…- aponta para a foto.

— Sim! É a mamãe… Ela está linda, né?

— Sim. Lindona.

— Lindona!

— O que estão fazendo aqui? - abre a porta. Molecada, vamos almoçar!

— Mamain, você tá aqui na foto! - mostra para ela.

— Sim, filhote! - ri.

— Oh mãe, você chegou aqui agora, não vai dar beijo no papai, não? - coloca a mão na cintura.

— Beijo? - se espanta.

— Sim! Na bochechinha. Beijinho de oi.

— Beijinho de oi! - riem. Tá bom…- vai até Vítor e beija-o a bochecha. Oi!

— Oi! - riem.

— Tá bom, agora chega de conversa fiada, vamos almoçar! Andem… - vai descendo os filhos das cadeiras e colocando para fora do escritório. Tem que lavar a mão! Não vem? - observa Vítor abrir um livro.

— Sim! Daqui a pouco…- folheia as páginas.

— Não foi minha intenção ser chata… Ás vezes só queria que você fizesse determinadas coisas comigo. Mas entendo que não quer e não gosta.

— Paula…

— Não quero que faça nada. E está tudo bem! - sai. 



Vítor termina de organizar suas coisas e vai para a cozinha, onde presencia uma confusão.

 

— Para filho! - segura a colher da mão de Vitor.

— O que está havendo?

— Vitor fazendo bagunça como sempre!

— Rapazinho, pare com isso! - lava as mãos.

— Não quero isso, Didi! - aponta para o brócolis.

— Você não tem que querer Vitória! Coma.

— Não vou comer não, credo!

— Antônia, é para comer! Pare de beber suco. - pega o copinho da filha. Quem deu suco antes de comerem? - senta.

— Eu… Pensei que iam comer!

— Já terminei! - vai saindo.

— Pode voltar.

— Pai…

— Volta e come o brócolis.

— Não quero.

— Mas vai comer! Come pelo menos um. 

 

Com muito esforço conseguem almoçar. Lucy leva as crianças para a sala de TV enquanto Vítor e Paula terminam a sobremesa.

 

— Sua mãe não vem hoje?

— Vem! Deve estar chegando. - olha o celular. Onde vai pescar amanhã?

— Com seu irmão. Ele não te avisou?

— Comentou, mas não pensei que ele viria.

— Me confirmou agora pouco que vem!

— Será que vem com a namorada?

— Não perguntei.

— LUCY? - chama a funcionária.

— Oi! - vem correndo.

— Não deixe muito tempo na televisão! - se levanta. Vitória tem balé agora tarde e os gêmeos tem aula de música. Depois das aulas eles precisam dormir um pouco! 

— Certo! Conferi na agenda deles hoje.

— Certo! - sorri. Obrigada! 

— Já ligou para a escola, para fazer a inscrição das crianças?

— Sim! Já fiz a rematrícula de Vitória e matriculei os gêmeos. 

— Que ótimo! - limpa a boca.  Vou arrumar minhas coisas de pesca…- se levanta. Escuta… - olha para ela. Você não acha que eles estão fazendo aulas demais? Tem até uma agenda para controlar.

— A agenda é por questão de organização! O balé ajuda Vitória gastar energia. A música ajuda Antônia a se concentrar melhor e ao Vitor ter foco. São orientações da pediatra deles… Não acho que seja ruim. Eles ainda tem tempo para ver TV e brincar lá fora ou onde quiserem. 

— Eu sei! Só não quero que eles fiquem cansados demais e sem tempo para serem crianças! Enfim… Já vou! 

— Paula…- chega Sol.

— Oi Sol! 

— Tatianna está aí! 

— Que maravilha! - sorri, indo ao encontro dela. Oi! - a abraça. 

— Oi! - sorri. Vim ver minhas fofuras! - olha para as crianças no sofá.

—  E os meninos? 

— Estão na escola! 

— Que pena que não puderam vir!  Vamos sentar lá fora! - saem. 

— Como estão as coisas? - caminham até a varanda. 

— Estão bem por aqui… Só Vítor meio implicante as vezes… - ri. Agora deu para implicar até com as tarefas das crianças! 

— Sei como é! Leo era assim. Para eles criança tem que brincar e só. Como se ter disciplina não fosse importante. 

— Exatamente! É o que explico. 

— O que o médico falou sobre Antônia? 

— Que é normal, Tata! - sentam-se. Que entende minha preocupação, mas que o fato dela ser gêmea do irmão e ele desenvolver mais rápido faz com que eu compare os dois. Mas, não há nada de anormal no desenvolvimento dela.

— Que bom Paula, pelo menos tira isso da sua cabeça agora. 

— Sim… E você? Como anda? 

— Ainda lidando com a separação… Não é tão simples como imaginei. 

— Nunca é simples…

— Dói. 

—  Quando se ama, dói sim… 

— Oi! - Vitor chega. Tudo bem? - a cumprimenta. 

— Tudo! - sorri, abraçando-o. 

— Você chegou e eu vou saindo, mas fique a vontade! Já volto! - olha para Paula.

— Tá! - o vê sair. 

— Está tudo bem com vocês? 

— Sim! - ri. Ele está indo comprar coisas de pesca. Porque só pesca agora! O tempo todo. 

— Senti um incômodo! - riem. 

— Quando não está trabalhando, está pescando! Mal fica em casa. 

— Então converse com ele imediatamente sobre isso… Meu casamento acabou assim! 

— Deus me livre, Tati! Não aguento mais um término. Já fomos e voltamos demais para uma vida só! 

— Apenas conversem… Falo sério! 

— Vou tentar falar com ele sobre… 



Continuam conversando por um tempo até Paula se organizar para levar as crianças nas aulas na cidade. Tatianna a acompanha e enquanto Vitória e os gêmeos se ocupam com as tarefas, eles saem para tomar café. Algumas horas depois, já com as crianças no carro, passa na casa da sogra para vê-la e também em sua mãe, que segue com ela para a Fazenda. 



— Pai!

— Oi Vivi…- vê a filha entrar. Como foi sua aula?

— Legal. 

— Que bom! - sorri. 

— O que está fazendo? - se aproxima dele.

— Estou arrumando minhas varas de pescar! - volta mexer. 

— Posso ir pescar também?

— Outro dia papai te leva! 

— Tá. 

— Cadê seus irmãos? 

— Estão vindo com a mamãe e a vovó.

— Qual vovó está aí? - se levanta. 

— Du! - sai correndo. 

— O que tem eu? - entra com o neto no colo. 

— Nada! Perguntei qual avó estava vindo! - ri. 

— Entendi! - ri. Tudo bem? - o cumprimenta. 

— Tudo! E você?

— Estou ótima! 

— Vi, pega aqui…- Paula entra pedindo ajuda.

— Vem filha! - pega Antônia no colo.

— Vitória me pediu hoje para trazer uma amiguinha para cá amanhã… 

— Sim.

— Tudo bem? Acho que não tem problema. 

— Tudo sim! Não tem, não. É bom que ela esteja interagindo com outras crianças. Você pegou o número da família da menina

— Peguei! Vou telefonar agora noite para falar. 

— Certo! Crianças…- coloca Antônia no chão. Vem ver o que papai comprou! - vai até a sala com eles. 

— Uma bateria! - Paula ri quando vê.

— Sim! - riem. Uma bateria de criança! Para vocês arrasarem. 

— Uhul! Como faz pai? 

— Vou mostrar! - Vítor senta para tocar. Prontos!? 

— Sim! - Vitória responde rindo. 



Vítor começa tocar e as crianças caem na gargalhada, animadas com o som. Ele fica um tempo brincando com os filhos no novo instrumento, enquanto Paula organiza suas coisas para os próximos trabalhos. 

 

 - Tá ouvindo isso? - pergunta rindo.

— Sim! - riem. 

— Eles estão na maior diversão com aquela bateria! Meu Deus. 

— Pois é! E Vítor se empolga tocando mais que eles. - dobra uma roupa, colocando na mala. 

— Está tudo bem? 

— Sim! - sorri. 

— Diva já fez o jantar! 

— Vou terminar aqui e já vou lá dar para as crianças. 

— Certo! 

 

Ela termina de fazer as malas e vai em direção a sala principal, levando as crianças com muito custo para a cozinha. Ao final do jantar, Vítor se encarrega de arrumá-los para dormir. Paula retorna ao seu quarto, toma um banho e deita-se com o celular em mãos. 

 

“STORIES ON

Oi amores! - sorri. Estou aqui deitadinha, observando tudo por aqui! Vou começar a responder as perguntas que vocês mandaram comemorando o lançamento do novo álbum! Por falar nisso, amanhã viajo para SP para lançarmos oficialmente. Estarei na sede do Facebook. 

 

PERGUNTAS 

 

“Paula, como você se sente lançando esse trabalho?

Feliz! Sem mais. Não tem outra palavra para definir minha felicidade, minha emoção em lançar um trabalho tão minha cara em toda minha carreira. - sorri. 

 

“Tem música para seus filhos?”

Tem! - sorri. Eu e Vitor que escrevemos. Está linda! Vocês vão amar. 

 

“Vai ter DVD?”

Em breve! 

 

“Cadê o Vítor? Ele sumiu do insta!”

Vitor está  com a função pai ativada 24 horas por dia. - ri. Nesse momento mesmo está colocando nossos bichinhos para dormir…  Tenho trabalhado muito e ele fica com as crianças… Mesmo que tenha a Lucy e nossas mães ajudando, são três e um de nós precisa sempre estar perto. Ele aproveita para fazer as coisas dele no horário das atividades dos babys e aí o tempo fica curto! Mas vou avisar ele que vocês estão com saudades. - olha a porta abrindo. 

 

STORIES OFF. 

 

— Estava falando de você agora pouco! Perguntaram porque sumiu. 

— Hum… - retira o relógio. 

— Dormiram?

— Não! Só Antônia e Vitória… Aí sua mãe pegou o Vitor. 

— Certo! 

— Quer um chá? 

— Pode tomar banho e se deitar, eu preparo! - vai se levantando. 

— Não! Pode terminar de responder as perguntas. Vou lá fazer. 



Ela responde mais umas dez questões e finaliza assim que ele retorna com seu chá. 

 

— Obrigada! Que cheiro bom, santo Deus! 

— Erva doce com limão siciliano! 

— Amei! - bebe um pouco. Está maravilhoso, amor! 

— Obrigado! Vou tomar um banho.

— Tá bem! - observa ele entrar no banheiro e o segue. Quer ficar sozinho

— Não…- ri dela. Por que? - tira a roupa e entra na ducha. 

— Queria conversar! 

— Diz…

— Tenho estado meio aérea esses últimos dias. Muito focada em ficar tudo tão certinho, perfeito que fico chata. Sei que pode parecer exagero tantas coisas para as crianças fazerem e eu e minha loucura de organização acabo deixando pior. Não quero ser assim! 

— Pulinha…- respira fundo. 

— Vi, não quero que sejamos robôs.

— Mas…Não somos robôs! Apenas fiz um comentário… Mas se estão melhorando com as atividades, ótimo! Fico feliz por você estar organizando tudo da melhor forma. 

— Tá…- fica pensativa. 

— Você está cansada? 

— Estou! - olha para ele. Estou cansando dessa rotina… - enche os olhos. 

— Amor…- abre o box. 

— Vi… - observa ele sair todo molhado. Não…

— Shiu…- vai até ela. Relaxa! Você é muito preocupada com tudo! Precisa aprender descansar.

— Você está molhando tudo…- olha para baixo. Vi…

— Paula, estou falando sobre você relaxar! Me ouça, por favor…

— Não cons…

— Consegue! Não posso deixar você ir viajar nessa pilha. Precisa entender que tudo tem seu tempo abaixo desse céu gigante. Que por vezes sentimos estar no controle até a vida dar uma chacoalhada e perdemos tudo. Por isso precisamos aprender que viver significa exatamente isso… Não ter controle e saber se equilibrar. Equilíbrio é a palavra! Você está pesando a rotina, está pesando os afazeres, está pesando sua convivência nessa casa, sua interação com as crianças.

— Eu sei…- começa chorar. 

— Fique calma, pequena! - a abraça. A vida não precisa ser assim! A sua vida então… Jamais deveria ser assim, tão carregada de responsabilidades. Estou aqui. Estamos todos aqui por você! Olha…- levanta a cabeça dela. Cabeça erguida e bola para frente, mente aberta, coração quente! - ela sorri. 
— Promete que mesmo que eu fique mais chata, não vai me deixar? 

— Não vou te deixar! Jamais deixei e não será agora. 

 

Vitor beija-a, envolvendo-a em seu abraço molhado. 

 

— Você me ensopou! - ri, enxugando as lágrimas. 

— Vem me ajudar a tomar banho! - a puxa para debaixo da ducha. 

— Vitor! - ri. Minha camisola novinha! - olha para si toda molhada. 

— Está linda! - a observa. 

— Sei! - riem. 

— Vem aqui! - a abraça. Fecha os olhos…

 

Ela faz o que ele pede, aconchegando-se sobre o peito dele, emocionando-se quando começa ouvi-lo cantar. 

 

— Os nossos lábios todas as palavras nada dizem, mas nossos olhos tudo o que já vimos foi vertigem… É tudo tão real, mas nada normal! 

— Te lembro e já me sinto ao seu lado, no seu mundo… - canta, olhando para ele.

— Me identifico com você de um jeito tão profundo, é tudo tão real...Mas nada normal! - finaliza beijando-a. 

— Nunca será normal, branquinho! Nunca!!

— Ainda bem! - riem. Vamos sair daqui…- a pega no colo, surpreendendo-a.

— Onde você vai? - ri. Vítor, por favor! 

 

Ele a coloca na cama, relutante por estar molhando tudo. Retira sua camisola e aterrissa seu corpo quente sobre o dela, juntando seus lábios a sua pele fervente. Algum tempo depois…



— Você não devia ter feito isso! 

— Feito o que? - se preocupa. 

— Me deixar assim… Tão bem!

— Hum…- ri. 

— Vou ficar com mais saudades! - olha para ele. 

— É para ficar mesmo… E saber também que estarei aqui esperando você! 

— Melhor coisa! - deita sobre o peito dele.  A casa está silenciosa…

— Os anjos estão dormindo! - riem.

— Nossa…- deita ao lado dele. Como eles fazem barulho, né!? Nunca pensei que três criaturas fizessem tanta algazarra. 

— São cigarrinhas… Pequenas e cantarolantes! - fica sobre ela, observando-a. Quantos dias vai ficar fora? 

— Uns 04! 

— Muito tempo… - desce sua mão pelo corpo dela. 

— Eu também acho! - se delicia com o gesto. 

— Vamos aproveitar então! 



Aproveitam os poucos momentos em paz, sob o valor da intimidade que compartilham. Pela manhã Paula acorda e encontra Vitor a observando. 

 

— Perdi a hora? - olha no relógio. Vivi precisa ir para a escola! 

— Está tudo bem amor…- se aconchega nela. Sua mãe a arrumou.

— Sério?

— Sim! 

— Menos mal! - chega mais perto dele. Preciso escovar os dentes! - ri. 

— Está tudo bem! Já chegamos a um nível de casados que dá para suportar. - riem. 

— Dormimos na cama molhada! 

— Depois troco tudo… Antes das funcionárias verem! 

— Então tá bom! O que vai fazer hoje?

— Vou olhar as crianças… Se irmão desmarcou a pesca e eu desmarquei algumas reuniões… Uma amiguinha da Vivi vem, né?

— Vem sim! - sorri. 

 Que horas sai seu voo? 

— Às 11!

— Já? - se espanta. Caramba amor… Daqui a pouco! 

— Sim! 

— Então vamos…- se levanta. 

— Vitor! Coloque uma roupa. - ri.

 

— Vamos? - a chama. 

— Para onde? - senta-se. 

— Aproveitar os últimos minutos! - a puxa. Vamos! 

— Vitor! - se levanta com ele. 

— Você fala de mim, mas também nua! - caminham até o banheiro. 

— Mas é diferente!!

— Nada disso! 

— Não dá tempo para banheira…- olha para ele. 

— Não pensei na banheira! - entram no box. 

— Como você é danadinho! - riem. 



Terminam o banho da melhor forma. Saem, se arrumam e Vitor a ajuda colocar a mala no carro. 

 

— Oi filho…- se abaixo. 

— Naum vai mamãe…- a abraça. 

— Ôh meu amorzinho! - o aperta forte. A mamãe precisa trabalhar! 

— Naum…- mexe no cabelo dela. 

— Lucy…? - Vítor chama. 

— Oi! - se aproxima. 

— Pega os gêmeos e leva na brinquedoteca! 

— Certo! - vai até as crianças. 

— Filho… - vai até o filho que resisti ir com a babá. Vai com a tata, ela vai levar você para brincar com a Elsa! 

— Antônia! - pega a filha no colo. Deixa eu te apertar! - abraça a filha. A mamãe já vem minha borboletinha! - a beija. 

— Filha, vamos nos atrasar!

— Estou indo! - entrega para Lucy. Filho…- pega Vitor choramingando. Papai vai brincar de Elsa com você! Não fica assim, a mamãe fica triste. Eu já volto, meu amorzinho! - o beija. 

— Vem filho! - pega o filho no colo. Vai Pulinha…. A estrada não está legal, não quero que corram.

— Certo! - se aproxima dele. Tchau, amor! - beija-o. Te ligo quando chegar lá!

— Ligue! 

— Não deixe as crianças faltarem nas aulas! 

— Não vou deixar Paula! Agora vai…

— Tá bom! Tchau! - dá tchau para os filhos. 

 

Dulce vai com Paula que se despede com o coração apertado. Lucy repassa para vitor as atividades dos filhos que terá que organizar com a ajuda de sua mãe. 

 

— Elias já vai trazer Vitória né? 
— Sim! 

— Certo. 

— Papai… - Antônia chama-o. 

— Oi amor! 

— Vamu brincar! 

— Vamos! - segura na mão dela. Se minha mãe chegar já pede para ela ir colocando a comida deles! 

— Vamos fazer isso! 

— Tudo bem então! Já volto...

 

Ele vai brincar com os filhos enquanto organizam o almoço. Vitória chega e já pergunta da mãe e aí começa outro “baile” para explicar que ela foi trabalhar. Marisa chega na fazenda e auxilia o filho. Almoçam, arrumam as crianças e seguem para cidade para fazerem suas aulas. 

 

— Mãe, você fica com Vitória no balé. - estaciona. Eu vou levar os gêmeos na aula de música com a Lucy. 

— Ok…- descem.

 

Marisa segue com a neta e ele leva os filhos na aula de música. 

 

— Como é Lucy? Deixamos eles aqui sozinhos? 

— Não! - ri. Geralmente eu ou Paula ficamos aqui! 

— Ah sim! Então vamos fazer o seguinte… Você fica com eles e eu aproveito para ir no escritório assinar uns documentos.

— Tudo bem! 

— Vai com a Lucy, amor…- fala com Antônia. 

— Naum quero pai! - se agarra nele.—  

— Filha…- se abaixa. Olha lá o maninho! - aponta para Vítor brincando com os instrumentos. 

—  Hoje naum pai…- começa chorar. 

— Tudo bem, amor! - a pega no colo. Levo Antônia comigo Lucy!

— Certo…

 

Ele segue com a filha para o escritório. Assina seus documentos e enquanto aguarda a resposta de um contratante, leva Antônia para andar no jardim da empresa. 



— Uma florzinha! - mostra ao pai. 

— Sim! - sorri. Papai vai tirar uma foto sua! - pega o celular. Olha aqui, amor…

 

Tira várias fotos da filha e retorna ao escritório, fecha mais um negócio e resolve mais umas pendências, quando recebe a ligação da mãe pedindo para buscá-los. Algumas horas mais tarde já estão na fazenda. 



— Cadê sua mamãe, Vivi? 

— Ela tá trabalhando! Ela trabalha e o papai cuida de mim. 

— Que legal! 

— Vem, vamos brincar lá fora…- chama a amiguinha e saem. 

— Ouviu isso? - começa rir. 

— O que? - chega na sala com o filho no colo. 

— Vitória contanto para a amiguinha dela que a mãe dela trabalha e o pai cuida dela.

— Sério? - ri. Então para ela eu não trabalho porque não saio de casa. - riem.

— Exatamente! - sorri para o neto se aproximando.

— Paula já ligou? 

— Não.

— Então ligue para ela…

— Eu vou ligar… Olhe os gêmeos aí!
Quem está com Vitória e a amiga dela? 

— Lucy está lá! 

— Tá bom! Já volto…- sai em direção ao quarto. 



Disca o telefone de Paula e logo é atendido. 

 

—!Oi! Chegou bem? Não me telefonou.

— Você também não me telefonou.

— Estava ocupado! - deita na cama. 

— Sei!

 

— Cheguei bem sim… Já realizei alguns compromissos. 

— Que bom! Podia voltar amanhã logo

— É… Eu também queria, mas não dá.

— Eu sei. 

— As crianças foram para as aulas? 

— Sim! Só Antônia que não quis ficar e aí eu levei ela comigo para o escritório. 

— Você o que? Vítor… Antônia nunca quer ficar! Não estou acreditando que você deixou ela te driblar. 

— Eu não sabia! Ela falava que não queria ficar. 

— Ela sempre fala que não quer, ela chora, faz um escândalo!

— E mesmo sem ela querer você a deixa? 

— Claro que sim! Ela não vai querer ficar na escola também. 

— Não acho que obrigar ela a ficar em uma aula vai ajudar. 

— Tá… Tudo bem! Você se vira depois quando ela não quiser fazer nada. 

— Paula, você está exagerando! 

— Olha… Estão todos bem né? Preciso desligar. Tchau! - desliga. 

— Paula! - olha para o telefone incrédulo. 



Vítor toma seu banho e retorna para a sala principal, para ficar com as crianças. Ao chegar se depara com Vitória apresentando os irmãos para a amiga.

 

— Ela é Antônia. - aponta a irmã. Ele é Vítor, igual meu pai. - aponta o irmão. Eles são gêmeos, sabia? É… Nasceu no mesmo diazinho, tem bolo junto. E tem essa minha irmã…- pega o quadro e mostra. É a Mama. Ela não mora aqui. Mas vem brincar comigo. Queria que ela morasse, mas a mãe dela não deixa! - guarda o quadro. Ah… Vem aqui, Lari…- puxa a amiga. Olha meu cachorro! - pega no colo. Chama algodão! Oi Lilika! - solta o algodão. A lilika e o flokinho é da minha mãe…- se abaixa e segura os cachorros eufóricos. E a flor é dos meus irmãos, ela deve tá por aí. Meu papai não deixa ela entrar muito aqui porque ela mordeu a Antônia… E tem a Cohiba e a Chalana que é do meu pai, mas elas são grandes e aí minha mãe não deixa elas ficarem aqui porque fazem bagunça. Vem aqui agora… Olha meus peixes! - mostra o aquário. Tem dois! E eu tenho tartaruga também, sabia? E cavalo e vaca e porco e até galinha, um monte… Pai…- vai até ele.

— Oi Vívi! 

— Leva a gente lá no cavalo! Você quer ver, né? 

— Sim!

— Vamos…

 

Ele leva as crianças em todo bicho da fazenda. Fala o nome das galinhas, das vacas, dos cavalos e até dos porcos, divertindo a molecada. Em seguida vai ao parquinho e os observa enquanto brincam. Diva serve um lanche e algum tempo mais tarde a mãe da amiga de Vitória liga para que a levem.

Vítor faz questão de ir pessoalmente levá-la na cidade. 

 

— Tchau Larissa! 

— Tchau tio Vitor! Gostei muito da sua casa. Ôh mãe…- olha para mãe. Sabia que é ele que cuida da Vitória e ela tem um monte de irmão? A mamãe dela tava trabalhando igual você. 

— É? - riem. Muito obrigada! - agradece Vítor. 

— Imagina! - sorri. Foi uma tarde muito divertida! Espero que ela possa ir em breve, quando Paula estiver em casa para poder brincar com ela também. Ela vai amar. 

— Certo! E que Vitória possa vir até aqui também…

— Sim, claro! 

 

Se despede e retorna para a fazenda. Ao chegar na cozinha vê os filhos jantando. Auxilia a mãe a terminar de alimentá-los e também janta.

Os dias passam e Paula já está a caminho de casa.

 

— O que querem aqui hein? - vê os cachorros entrando no quarto. Paula não está! Já ela chega. - deita na cama. 

 

WHATS ON…

 

— Está chegando? Lilika e floko estão malucos aqui…

— Oi… Estou a caminho da Fazenda. Só eles? 

— Só! 

— Estou chegando sim… Hum. Eu quem deveria estar brava com você.

— Ah, tá! Certo. 

— Quando eu chegar conversamos… 

— Não sei se dará tempo! Você chegando eu vou precisar sair… Tenho trabalho no estúdio nos próximos dias. 

— Sério? Que chato… Ganhei uma coleção de lingerie para experimentar. Vou ter que chamar alguém para me ajudar, então. 

 

WHATS OFF…

 

Vitória entra no quarto junto de Antônia e vão direto para a cama. 

 

— O que foi mocinhas? - as ajuda a subir. 

— Pai, a Antônia pode comer um pedacinho de chocolate?

— Ela quer?

— Aham… Mas você tem que ir lá pegar para ela, pai. Mas só pega e eu dou. 

— Ah claro… Entendi! Eu pego e você dá o chocolate. 

— Eu não quero não! - deita com ele. 

— Ah, você não quer Antônia? E por que você está pedindo Vitória? 

— Aí pai, ela falou que queria. Criança muda de ideia, né? A mamãe disse. 

— Sei! - ri. Ninguém vai comer chocolate agora! 

 

Passa um tempo conversando com as filhas e resolvem assistir um filme e acabam dormindo. 

 

— Pai! - mexe em Vitor. Papai. Papai. - sobe nele. 

— Vi!? - o chama rindo. 

— Hum…? - responde sonolento. Chegou! - observa Paula. 

— Sim! - sorri, enquanto beija as filhas dormindo. 

— Pai. 

— Oi filho! Onde ele estava? - pergunta para Paula. 

— Com a Lucy…- beija-o. Faz tempo que dormiram? 

— Não! - senta-se.

— Entendi… Você já vai sair? - vê ele se levantando e faz o mesmo. 

— Já! Vou ao estúdio… Volto tarde! - vai para o banheiro. 

— Hum…- o segue. E a amiguinha de Vitória? Você não me contou quase nada. 

— Foi legal! Elas se divertiram muito. Ela achou engraçado eu cuidar das crianças e você estar trabalhando. 

— Sério? 

— Sim! Vitória apresentou os irmãos, falou de Maria, mostrou todos os cachorros, a tartaruga, peixe, cavalo, galinha, enfim… A menina é muito educada, simples e gosta da Vivi, brincaram muito! 

— Os pais vieram buscar? 

— Não, eu levei… 

— Não lembro de ver a mãe dela na reunião… 

— A mãe trabalha na limpeza da escola, por isso ela estuda lá. São pessoas simples.

— Por isso então… Será que ela tem vergonha de ir até a reunião? 

— Deve ser… 

— Que pena! 

— Sim, mas enfim… Vou tomar um banho! Oi filho…- vê Vítor na porta. 

— Vem aqui, meu amor! - pega-o no colo. Vamos deixar papai tomar banho! - vai saindo. Ah…- volta. Você conseguiu ensinar ele sobre fazer xixi? 

— Não! - olha para ela envergonhado.

— Tá… Mas pensa em um jeito! - sai. 

 

Ela vai para a cozinha com o filho enquanto as filhas dormem em sua cama. Vítor se arruma e já sai para a cidade, para trabalhar em algumas canções. Paula passa o restante do dia com as crianças, aproveitando cada um deles. Organiza alguns afazeres e já no fim da noite telefona para Vitor.

 

— Cadê você? 

— Estou no estúdio ainda? 

— Que risada é essa no fundo?

— Não estou sozinho aqui, né? - sussurra. 

— Por que está sussurrando? 

— Para ninguém ouvir que estou te respondendo essas perguntas bestas! - sai de perto das pessoas.

— Besta nada! Eu chego em casa depois de quatro dias fora e você some… Não chegou ainda!

— Estou trabalhando, como você! 

— Mas custa ficar aqui um pouco? 

— Daqui a pouco irei para a casa Paula! Não faça drama. 

— Drama? Vítor… Olha, esquece! Fique aí no seu trabalho quanto tempo quiser, se divirta! E durma aí também, vou mandar trancar os portões da fazenda! 

— Não faz isso! Pare de besteira… Estou trabalhando. Daqui a pouco vou para a casa.

— Durma na sua mãe ou com algum dos seus amigos! Você pensa que sou besta? Vi foto sua no Instagram com seus amigos.

— Paula…

— Por que está mentindo para mim!?

— Não estou mentindo! Eles estão aq...

— Chega! - o interrompe. Durma na sua mãe! - desliga. 

— Paula! - olha o telefone incrédulo. Atende! - liga para ela, mas ela não atende. 

 

Ele retorna a sala do estúdio, onde está fumando charutos com os amigos enquanto aguarda uma canção ficar pronta. Aos poucos vão indo embora e ele resolve dormir ali mesmo. 

Logo pela manhã Paula arruma Vitória e leva-a pessoalmente até a escola. Resolve passar em seguida no estúdio, pois sabia que ele não havia ido dormir na casa da sogra. 



— Muito bonito! - coloca a bolsa sobre a mesa, observando-o no sofá.

— O que é? - a encara, levantando-se. O que veio fazer isso? - coloca os sapatos. 

— Vim ver de perto a situação que está esse estúdio depois da farra de ontem. 

— Ah certo… Claro! Ali atrás do sofá tem três camisinhas. - aponta. Eu usei duas! E nem sei quem estava aqui que usou mais uma. Fiquei loucao! - sai em direção a cozinha do local. 

— Você é patético! 

— Não, você é patética! - vira-se para ela. Eu estava aqui… Quer saber? Não vou falar nada. Pense o que quiser, não te devo satisfações. 

— Sei que não havia mulher aqui. E mesmo que houvesse você jamais me trairia… 

— Certo! Você ligou para quem? Para se certificar que não tinha ninguém aqui…

— Vitor…

— Não, Paula! Eu te apoio, te incentivo à fazer suas coisas e quando eu venho trabalhar e aproveito para espairecer ao mesmo tempo, é esse converseiro! 

— Só queria…

— Sim! Você sempre quer algo. E os outros que se danem! 

— Chega! 

— Não, não chega, não! - bebe um pouco de água. Você precisa ouvir! Porque essa atitude é irritante. 

— Tá… - sai e ele a segue. 

— Pedi que viessem ontem porque não tenho tempo mais para sair, porque fico em casa com nossos filhos para você poder fazer suas coisas. E tudo bem! É minha obrigação, meu dever e eu não estou reclamando, sei o quanto você se doa também. Só queria que também entendesse meu lado! Que não implicasse tanto. 

— Que merda! - pega a bolsa e olha-o. Vim aqui para gente transar longe de casa e você estraga tudo! 

— Você o que? 

— É! Só fiquei chateada porque queria ficar com você. Desmarquei um compromisso ontem para chegar mais cedo em casa e você sai e não volta… Passo aqui para gente namorar e você me recebe com pedras na mão. 

— Paula…

— Não, você não me deve satisfações! - vai saindo. 

— Eu realmente não te devo! - segue-a.  E você também não me deve. Bastava dizer no telefone isso… E não ficar perguntando quem está aqui ou sei lá o que, me irrita!

— Dizer no telefone que eu te amo e que estou com saudades!? Preciso dizer isso? Passamos quatro dias longe… 

— Pulinha… Eu preciso trabalhar também. E estou me desdobrando para as coisas darem certo. Não te desmereço. - abre a porta para ir embora. Paula! - a segura. Não vai embora! Vamos resolver isso. 

— Já está resolvido. Está tudo bem! Não estou brava. 

— Eu quem deveria estar bravo! 

— Ah, tá! - debocha. Tá vendo como você é? Me deixa ir! - se solta dele. 

— Espera! - fecha a porta. Não vai ainda! Já que está aqui, vamos tomar café. 

— Você não vai voltar para casa hoje? - se preocupa. 

— Vou! Mas não tem ninguém aqui. Quero um pouco de silêncio… 

— Sei! Quer transar? 

— Já chegamos a esse ponto do relacionamento? Que combinamos a hora—

— Já! - coloca a bolsa sobre a mesa novamente. Já chegamos sim! E é bom, pelo menos já esclarecemos tudo. - vai abrindo a camiseta. 

— Não! - a manda parar. Não quero transar! Acabei de acordar e estou cansado. Depois fazemos isso!

— Vamos tomar café aqui ou não? 

— Uai, vamos então! Ainda bem que você não quis…- fecha a blusa. Estou exausta também!

— E porque veio aqui para isso?

— Eu queria quando entrei, mas aí a gente discutiu e eu cansei mais ainda! - senta-se. Vamos deixar para de noite! 

— Claro! Depois que Vítor dormir e entre a mamada da Antônia da madrugada, temos uns quarenta e cinco minutos… Dá para ser uma rapidinha! - pega as coisas para fazer café. 

— Idiota! - riem. 

— Café com açúcar? 

— Sim! 

— Sua mãe está bem? 

— Está! Ficou comigo o tempo todo… Mas disse que estava com saudades de ficar com os netos! - ri. 

— Você dá mais trabalho que as crianças! 

— Não dou, não! 

— Você que pensa. - coloca a xícara sobre a mesa. 

— E como foram os dias aqui?—

— Tranquilos! Foram as aulas. Só Antônia, como eu te disse…

— Ela nunca quer ficar! 

— Pois é! Eu não sabia. - coloca o café na xícara dela.



Tomam o café da manhã juntos e conversam sobre os acontecimentos. Retornam para a fazenda e lá enquanto ele descansa ela aproveita para passear um pouco com os gêmeos. Enquanto eles brincam no parquinho, ela senta-se no gramado observando as fotos que acabou de tirar. Ao olhar novamente para os filhos, não vê Antônia, olha ao redor e não vê sinal da criança. Levanta-se apreensiva e corre em direção aos brinquedos chamando pela filha, quando a encontra no chão caída.

 

CONTINUA 

 

 

 


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