12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 143
Capítulo 143 - UM “PEQUENO ACIDENTE”




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/465962/chapter/143

A família de ambos se reúne no aniversario dos gêmeos. Uma pequena comemoração apenas para a família e funcionárias da casa. Maria vem junto da tia, comemora com a família e vai embora para voltar às aulas. O aniversário de Vitor se aproxima e pelo fato da filha não poder estar com eles, resolvem não fazer festa.

— Podíamos ao menos sair pra jantar!

— Pode ser! Faz a reserva.

— Já estou fazendo o aniversário! Faz você a reserva.

— Uai, você não quis nem festa!

— Maria não estará aqui!

— Eu sei, mas um bolinho pelo menos...

— Pulinha, queria algo só entre nós dois!

Lm- Tudo bem, vou fazer as reservas!

— Vamos tomar um vinho? - se aproxima dela.

— O que você está querendo? - ri.

— Chamego! - riem. Temos que aproveitar enquanto estão dormindo...

— Sei! - beija-o. Quer comer algo?

— Não! - acaricia o rosto dela. Podemos ir para a adega?

— Não! - ri. Você sabe que não! - riem. Vitor ainda não dorme direito, vai acordar a qualquer momento e hoje estamos só eu e você aqui, ninguém vai ouvir!

— Eu sei... Mas quem sabe você não cedia...

— Você fala como se fosse eu que não quisesse! Já percebeu?

— Pulinha...

m- Estou falando sério! - se afasta. Sei lá... Você vem com umas coisas como se fosse eu que não estivesse a fim. Poxa... Eu estou e muito. Queria ir para a adega, relembrar tudo que fizemos em cima daquela mesa! Queria ir para o jardim também, lembrarmos tudo... Mas não é mais tão simples. São três crianças que dependem de nós dois.

— Tudo bem, não era para gerar tudo isso! - se levanta. Vou tomar banho.

— Vitor, também não precisa...

— Já disse que está tudo bem! Tomo banho primeiro e depois você vai. - sai.

 

Paula pega seu celular e começa conversar com Cíntia, pedindo que ela faça as reservas. Logo depois visualiza um pouco seu instagram.

 

 

... STORIES ON...

 

Boa noite amores! - sorri. Estou um pouco sumidinha daqui, mas é por uma boa causa! Vem vindo muitas surpresas por aí...Estava lendo todas as mensagens para meus pequenos... Muito obrigada! Vocês são os melhores fãs! Fizemos apenas um bolinho e foi muito divertido. Eles amaram! - ri. Preciso ir agora... Vou pular corda enquanto Vítor está no banho e as crianças dormem! Beijinhos!!

 

... STORIES OFF....

 

 

Pega sua corda e começa pular no quarto mesmo. Vinte minutos depois Vítor sai do banho e ela encerra o exercício.

 

— A ducha queimou! - seca o cabelo.

— De novo?

— Pois é! - tira a toalha da cintura e veste sua samba canção.

— Você não pode ficar se trocando no meio do quarto... Se Vitória aparecer!

— Ela não vai aparecer! - deita na cama.

— Enfim...- recolhe a toalha do chão. Leva de volta da próxima vez! - entra no banheiro.

— Você vai tomar banho aí? - vai atrás dela. Na água fria?

— Na banheira! - liga a torneira da banheira para encher. Sabe onde Diva colocou os sais? - começa procurar.

— Não sei... - escora na porta.

— Que!? - o encara observando ela.

— Nada! Não posso ficar aqui?

— Eu vou tomar banho!

— E!?

— É meu momento!

— Não vai ter mais nosso momento?

— Vitor...

— Paula, agora estou falando sério... Não conseguimos mais ficar juntos, tomar um vinho, conversar, estamos ficando distantes e toda vez que isso aconteceu acabou com nós dois separados. Estou cansado disso Paula! Não saio mais para jogar para poder aproveitar você em casa, mas só aproveito te vendo andando para lá e para cá, sem parar um minuto. Onde está nossa vida? Amo meus filhos, amo nosso contato com eles, mas estamos ficando para depois, depois até o instante que não vamos existir mais.

— Também não precisa pensar assim...- se entristece. Também sinto e penso tudo isso, é que...- pensa.

— É...- respira fundo e sai, fechando a porta.

 

Paula resolve não ir atrás dele e aproveita seu banho pensativa. Vitor telefona para a mãe para saber se está tudo bem e conta como se sente.

 

— E o que você tem feito sobre isso?

— Como assim mãe?

— Uai, meu filho... Já parou para pensar que você precisa agir? Paula tem uma vida corrida, é a estrada, é as crianças, são os negócios e você ainda quer que ela resolva sobre vocês dois? Vitor, se você fizer um jantar, ela terá tempo para conversarem. O que quero dizer é que se você agir em prol de vocês, ela também terá tempo para vocês. Agora tudo você espera que ela faça!

— Não é tão...

— É simples!

— Vitória acordou, preciso desligar! - mente. Que bom que está bem, beijos! - desliga contrariado.

 

Reflete sobre o que ouviu e mesmo não querendo sabe que a mãe tem razão. Passa no quarto de cada filho e confere como estão, se deparando com Vítor acordado.

 

— Oi! - sorri, escorando no berço. Você precisa dormir para que a mamãe descanse e para que você descanse também! - puxa a poltrona para o lado do berço. Vou cantar para você ouvir, posso? - senta-se e sorri ao ver o filho sorrindo. Vamos lá... Até  hoje ninguém me disse... Pra que serve um carrapato, só sei que ele vive escondidinho lá no mato esperando algum desavisado passar... Aí! Que coceirinha que dá, senhor carrapato não me leve a mal, mas não te quero, que fique bem longe... Eu espero. Já falei pro boi e pro cavalo também, tomarem cuidado onde carrapato tem” Eba! - ri do filho batendo palma. Sabia que o papai não fazia ideia do que seria ter um filho homem? - olha-o. Fiquei muito assustado quando descobri que você viria... Pensei: O que vou ensinar para ele? Não sei jogar bola, não assisto jogos, não vejo filme de super herói e por aí vai... E aí Vítor quando você surgiu, meu mundo parece que deu um estalo. - o acaricia. Posso não saber nada de coisa de meninos, meu filho... Mas vou te ensinar como ser honesto, gentil, trabalhador, sensível, bom caráter... Ao menos vou tentar porque não sou o maior exemplo de nada disso! Mas a mamãe é...  A mamãe é uma mulher muito forte, muito guerreira e é muito inocente também para maldade das pessoas e a gente precisa proteger ela de todo esse mal. Não porque ela é mulher, mas porque ela é nosso suporte... Aliás, não vivemos sem as mulheres, filho. Não vivemos sem sua mamãe e suas irmãs, claro! - ri. Por falar nisso, não puxa mais o cabelo da Vitória... Ok? - ri. Vem, - o pega no colo - vamos dormir!

 

O balança por um bom tempo até ter certeza que ele pegou no sono de vez. Coloca-o no berço e sai do quarto, dando de cara com a Paula na porta.

 

— Ele dormiu! Acho que hoje não acorda mais.

— Eu vi...  Estava entrando, mas vocês estavam conversando, não quis atrapalhar.

— Nem te vi! - ri.

— Vitória e Antônia estão dormindo bem, também não acordam mais! - segue para a cozinha. Quer um chá?

— Deixa que eu preparo... Vai se deitar, te levo na cama.

— Ah... Ok então... Estou um pouco cansada mesmo! Tudo bem ficar aqui sozinho?

— Tudo! - pega a chaleira.

— Tá... - sai, o observando entretido. 

 

Paula arruma a cama, liga o som em volume baixo e acende seu abajur. Lendo um livro nem percebe quando ele chega.

— Seu chá! - entrega.

— Que cheiro bom! - pega. Obrigada!

— Canela com maçã! - deita-se. Diva me ensinou hoje! - pega um livro na gaveta e acende seu abajur também. Estou aprendendo a fazer vários chás.

— Que bom! - ri. Uma delicia! - bebe.

— Né!? - sorri, deitando-se. Usei maçã fresca e canela em pau. Fica mais verdadeiro o sabor!

— Com certeza! Se quiser diminuir o ar, tudo bem... - coloca o controle perto dele.    - Está bom assim! - começa ler.

— Desligo o som?

— Não!

 

Ela volta ler também, volta e meia olhando para ele imerso em seu livro do outro lado da cama.

— Você sabe ser pai!

— O que? - olha para ela.

— Você saber ser pai de menino...

— Você ouviu?

— Ouvi! Também não conheço os super heróis, estou aprendendo... Ele começou a gostar agora deles. O preferido dele é o homem de ferro e ele não gosta do Hulck, tem medo... É até engraçado. Está tudo bem você não saber coisas de menino, porque o mais importante você sabe: ensinar ele a ser homem! Nosso filho te ama muito, não pense que não consegue ter com ele a mesma ligação que tem com as meninas.

— Ele gosta da Frozen também. E assim... Não é do Olaf, é da Frozen mesmo.

— Eu sei! - riem. Ele gosta da Elsa!

— Gosta! - sorri. Pegou da Vitória ontem e foi um trupé.

— Ele sempre pega tudo da Vitória...

— Sempre! Será que um dia passa?

— Acredito que sim!

— Fico observando eles brincarem e tenho a impressão que Antônia não nos dará trabalho algum... Mas Vítor e Vitória vão acabar com nossos cabelos!

— Acredita que percebo o mesmo? Não quis falar nada antes...

— Pois é!

— Sua mãe ligou, perguntou se você estava bem. Disse que você tinha telefonado e desligou do nada.

— Impressão dela! - volta folhear o livro. Nos falamos e eu me despedi.

— Senti que ela queria falar algo ou descobrir algo. Você mencionou alguma coisa para ela?

— Minha mãe tem uma preocupação excessiva comigo. Assim como temos nossos filhos...

— Sim! - volta folhear seu livro também. Já leu esse? - mostra.

— Ostra feliz não faz pérola! - lê a capa. Já! É maravilhoso. Você terminou?

— Terminei! Amei também. Tem algum outro para me indicar?

— Tenho! - abre sua gaveta e pega o livro. Esse! - entrega para ela.

— Tudo bem, vou ler e depois te falo se gostei.

— Certo! - volta ler o seu.

— Eu te amo. - folheia o novo livro.

 

Vitor a olha e alguns minutos depois em silêncio a responde...

— Eu te amo também Paula!

— Amor é suficiente?

— Não! Amor não é suficiente. É preciso paixão, admiração, respeito, tesão, parceria, etc.

— Eu também acho! - guarda o livro e apaga seu abajur. Boa noite Vitor! - se deita.

— Boa noite! Ah... Esqueci de falar. Consegui os ingressos para o musical amanhã. Vamos levar eles?

— Sim! - se cobre.

 

Vítor demora pegar no sono. Levanta, abre a varanda, fecha, bebe água, vai ao banheiro, mexe no seu closet, volta deitar. Se cobre, se descobre, apaga e acende abajur, olha o celular, deixa de lado. Paula acompanha a inquietude dele, mas não fala nada. No outro dia, logo pela manhã, ao acordar não o vê na cama. Estranha e levanta-se. Arruma-se e segue para a cozinha atrás dele.

 

— Bom dia Diva!

— Bom dia! Já levantou?

— Vítor teve dificuldade para dormir a noite e agora de manhã já não estava na cama...

—Também estranhei ele levantar cedo!

— Você já viu ele?

— Já! - seca as mãos. Quando cheguei aqui ele já havia preparado o café. Foi na horta, trouxe algumas hortelãs, fez o suco de Vitória, deixou a mamadeira dos gêmeos pronta e saiu de carro. Não me falou onde ia.

— Uai, Diva... Onde esse homem foi? - vai até o telefone da cozinha e disca o número dele, mas não atende. Diva, estou preocupada!

— Não fique... Ele estava bem!

— Bom dia!

— Bom dia mãe... Com quem veio logo cedo?  - a cumprimenta.

— Com Vítor!

— Cadê ele?

— Está tirando umas sacolas do carro. - senta-se.

 

Vai até porta da entrada e o vê vindo.

m- Onde você foi? Não me avisou, me assustei!

—Bom dia! - beija-a.

— Bom dia, desculpa...

— Não consegui dormir, me levantei e aproveitei para já ir na cidade comprar umas coisas que o mercado não entregou ontem.

— Não entregaram tudo que pedi ontem?

— Não! - responde ele e Diva. Liguei para sua mãe, tomamos um café e ela aproveitou e veio... - senta-se. Não vai tomar café?

— Vou voltar dormir um pouco enquanto as crianças não acordam.

— Vitória não vai hoje para a escola!

— Por que?

— Você não quer ficar um pouco com ela?

— Quero! - sorri.

— Já avisei a professora dela.

— Você fala com a professora dela pelo celular? - se aproxima.

— Você não?

— Falo...

— Então...

— Tá... - pensa. Enfim, vou para o quarto! - sai.

 

Deita-se novamente, mas não consegue dormir. Algum tempo depois se assusta com a porta se abrindo de uma vez.

 

— MAMÃE! - corre até ela.

— Oi! - ri feliz. Bom dia minha princesa! - a abraça.

— Bom dia! - beija o rosto de Paula.

— Aí que beijo mais gostoso! - riem. Onde você estava?

— No quarto, aí eu vim aqui porque eu sabia que você ia tá aqui!

— Você sabia é!? Você é muito esperta! Você viu se os maninhos estão dormindo?

— Não, não! - deita no travesseiro de Vítor.

— Você nem viu o papai ainda?

— Não mamãe, eu tava com saudade de você.

— Oint, meu Deus! - a beija.

— Aí, vou mimir aqui agora...- se cobre.

— Então vamos! - ri, se aconchegando nela.

— Você mimi assim?

— Assim como, amor?

— Gudadinha no papai.

— Ah! - ri. Sim!

— Ô mamãe acredita que o Vitu pegou minha Elsa?

— Sério filha? - finge surpresa. Mas é que ele gosta da Elsa também.

— Eu sei, mas a Elsa é minha.

— Meu amor, a mamãe compra os brinquedos para vocês três! Você precisa dividir, tudo bem? Ele brinca um pouquinho, você brinca outro...

— Vamu tomar banho? - muda de assunto.

— Tomar banho? - ri.

— Bem gudadinhas na sua piscina e do papai?

— Aí gente... - aperta ela. Eu ainda vou te esmagar de tanto amor! - ri. Vamos então...- levanta com ela. Mamãe vai ligar aqui, colocar uns sais pra gente aproveitar!

— Uhul! - ergue as mãos para o alto.

 

Paula coloca um biquíni e entra na banheira com Vitória. Se divertem com a espuma.

— Olha! - assopra e Vitória se acaba de rir.

— De novo!

— Tá! - faz de novo e a filha ri novamente.

— Aí mamãe, você é demais!

— Onde você aprendeu isso? - ri. Não aguento você não, criaturinha!

— Que isso? - pega a caixinha de sabonete de Vitor.

— É do papai!

— Vamus chamar o papai para vir aqui?

— Não podemos sair, estamos molhadas e a gente combinou que não pode sujar a casa porque a tia Cida não consegue limpar tudo!

— Liga para ele mamãe!

— Que farra é essa? - aparece na porta.

— Estava falando de você agora mesmo! - sorri. Quer que você entre aqui para brincar!

m- Vem papai!

m- Hoje ela acordou inspirada, veio me ver primeiro porque disse que estava com saudades de mim!

— E de mim filha? - tira a camiseta.

— Um pouquinho...

m- Vou ficar triste! - ri. Vou colocar um shorts e já venho.

m- Ok...

 

Vítor se troca e entra na banheira com elas. Vitória se diverte com os dois que aproveitam cada minuto, ouvindo atentamente as histórias dela.

— E o que você fez?

— Joguei né mamãe! - faz com as mãos.

— Aí você é muito grande mesmo, já está jogando bola! - sorri.

— Você joga comigo hoje? - pergunta pra mãe.

— Jogo! Vamos apostar quem vai ganhar?

— Eu! - comemora.

— Nada disso! - ri, fazendo cócegas nela. Vitor...- vê chegar notificação no celular dele que está no chão. Seu celular... Parece que é a professora de Vitória.

— Sim, ela ficou de mandar umas fotos.

— Fotos? - estranha.

— Da Vivi na horta da escolinha! - pega o celular.

— Ah... Você quem pediu?

— Não, ela que perguntou se eu queria.

— Por que ela não me perguntou também?

— Não sei, Pulinha! Pensei que você já tinha.

— Posso ver?

— Claro! - se aproxima dela. Olha isso...- ri vendo a filha com tomates na mão. O que é isso Vitória? - mostra pra ela.

— Tomatinhos! - sorri.

— Você plantou amor?

— Sim! E também peguei vários da hortinha e a gente fez suco e eu bebi tudo!

— Nossa, parabéns! - sorri. É isso mesmo! Beber tudinho.

m- Olha essas...- continua mostrando.

— Gostei de todas!

— Eu também. Deixa eu agradecer...

 

Enquanto ele digita agradecendo Paula vai lendo a conversa e ele percebe.

— Pode ler Paula...- entrega o celular para ela.

— Eu não quero! - se afasta com Vitória.

— Não tenho culpa se ela mandou pra mim, eu juro que pensei que você tinha.

— Vitor, está tudo bem! - volta brincar com a filha.

 

 

Mesmo com um clima estranho entre eles, brincam com Vitória até serem interrompidos por Dulce que chega com os gêmeos. Paula sai da banheira e se arruma para amamentar os filhos. Vítor vem em seguida com Vitória.

— Vou assistir tv aqui, papai.

— Tá bem... Deita aí!

 

Ela deita na cama ao lado de Paula que ainda amamenta. O dia vai passando e eles vão se ocupando com as tarefas dos negócios e os filhos. No fim de tarde com a ajuda de Dulce, Paula arruma os três para irem assistir a um musical infantil.

— Tô linda! - se olha no espelho.

— Está linda mesmo! - riem.

— Vou mostrar para o papai! - sai correndo.

— Tem certeza que não quer ir?

— Sim! Vai só vocês. Sem contar que não consegui o ingresso... Já tinha esgotado tudo.

— Sim... Mas daríamos um jeito!

— Vocês dão conta deles?

— Sim! A gente fez, tem que dar conta!

— É bem isso mesmo! - riem.

 

Terminam de arrumar todos e saem rumo ao musical. Chegando ao local, retiram-os das cadeirinhas e entram.

— Filha, dê a mão para o papai!

— Quero colo!

— Não dá agora amor... Lá dentro nós nos organizamos.

 

Sentam nas cadeiras e a confusão começa.

 

— Vitória, por favor...

— Mas eu quero colo!

— Você já é uma mocinha, meu amor!

— Mas eu quero! - começa chorar.

— Segura os dois e eu pego ela! - entrega o filho para Paula e pega Vitória.

— Agora fica quieta... Já vai começar!

 

O espetáculo começa e as crianças ficam entretidas. Paula se diverte com a alegria deles e Vítor filma o momento. No fim do show conseguem levar os filhos para ver os personagens.

 

— Olha lá filha... - mostra para Vitória.

— É o Bita! - ri. Oi!

— Sim! - riem. De um abraço nele!

— Vai filho...- Vitor leva o filho para abraçar também.

— Não quer Antônia? -  ela abraça a mãe com medo. Está com medo, tudo bem! - a acaricia.

 

Após algumas fotos, saem do evento rumo ao carro.

 

— Prende aqui, Vítor! - pede, enquanto arruma a cadeirinha de Vitória.

— Pronto! - faz o que ela pediu.

— Vamos! - entram no carro. Quer passar em algum lugar?

— Não.

— Vamos na minha mãe...?

— Tudo bem!

 

Chegam no apartamento de Marisa e ela ri da confusão que é todos juntos.

— Você não imagina o sufoco que passamos!

— Imagino! Passei por isso.

— Verdade sogra... Esqueço que você tem três! - riem.

— Já jantaram?

— Não!

— Vovó, tinha um bita bem grandão... E ele tava cantando um monte; acredita? Eu fiquei super animada.

— Aí meu Deus, eu acredito! E você conversou com ele?

 

— Sim vovó... Depois eu fui lá e falei para ele que eu adorei. A Antônia ficou com medo, não quis abraçar ele.

— É que ela é pequenininha, né? Você já é moça.

— Sim, eu sou moça. Olha meu vestido! - roda. A mamãe também é moça, você também é moça. O papai é velho, tem cabelo branco.

— Vitória! - riem.

— Meu amor, ter cabelo branco não quer dizer que a pessoa seja velha. - Paula tenta explicar rindo.

 

Marisa senta com eles na sala para ouvir a neta contar sobre o musical.

— Consegui uma  reserva no restaurante que gostamos, vamos?

— Não tem como irmos com os três... Eles já estão cansadinhos.

— Eu fico com as crianças! Não tem problema algum. Fico com eles, dou a janta e coloco para dormir enquanto vocês não chegam.

— E depois levamos eles dormindo? Vão acabar acordando...

— Minha querida, na energia que estão duvido até que durmam. Está super cedo ainda. Vão sim e deixem os três aqui com vovó...- beija Antônia que está entregando a fralda para ela. Estão entretidos aqui, vai dar tudo certo.

— Tá...- pensa. Tudo bem! Vou no banheiro e já vamos! - sai.

Paula se ajeita como pode, se despedem dos filhos e seguem para o restaurante. No caminho vai concentrada no celular, revendo as fotos de mais cedo. Ao chegarem são levados para uma mesa próxima a uma vidraça.

— Que lindo! - senta-se olhando à vista.

— Muito! - faz o mesmo.

— O que vai pedir? - abre o cardápio.

— Não sei... Quer escolher?

— Eu vou querer um Risoto de Shiitake...

— Escolhe o meu, vou ali no bar pedir um drink...

— Também quero...

— Ok!

 

Ela faz os pedidos e ele traz os drinks.

—  Martini! - entrega.

— Nossa, que chique! - ri.

— Sim! - sorri, sentando-se. Um brinde?

— Sim! - ergue a taça.

— Á nossa família!

— Á nós dois...- olha-o.

— O que você pediu para mim?

— Terrine de alho poró!

— Amo! - sorri.

— Imaginei! - ri.

— Paula, você ficou chateada por conta das mensagens da professora de Vitória?

— Não... Quero dizer... Fiquei um pouco! É estranho porque eu também sou mãe dela, por que ela não me passa as informações? Aí você porque é homem recebe tudo? Acho chato isso.

— Sim, é chato mesmo! Mas confesso que pensei que você sabia e tinha as fotos. Vou pedir que de agora em diante ela encaminhe para você.

— Não, deixe isso para lá...

— Não quero deixar para lá e termos que ficar assim...

— Estou bem,  não quero ficar me preocupando com isso.

— Você fala isso e depois...

— Vitor, você me trouxe para jantar para discutirmos?

— Não! Desculpa...

— Ótimo! Vai querer pedir um vinho também? - folheia a cartela de vinhos.

— Não, estou dirigindo! A não ser que você queira...

— Não... - fecha. Preciso estar bem para dar conta das crianças.

— Fico com eles essa noite!

— Não, você sempre fica com eles a noite. Pode deixar comigo.

— A verdade é que vacilamos na rotina de sono deles e por isso ficamos discutindo quem vai ficar acordado! - riem.

— Você se lembra de nós sem eles?

— Lembro... Vagamente, mas lembro!

— Eu também tenho lembrado. Mudou tanta coisa...

— Sim!

— Lembrei ontem de quando descobrimos que eu estava grávida de Vitória... Um susto! Não esperávamos... Pensei que não engravidaria tão fácil, deixei de me prevenir para regular meu metabolismo e no fim...

— Foi uma gestação linda!

— A única que passei em paz...

— Sim!

— Mas nossos gêmeos são tão lindos, né!? - sorri. Nasceram tão pitoquinhos, meu Deusu...- riem.

— São divinos, não podíamos imaginar o quanto seria incrível.

— Não mesmo!

— Você é feliz,  Vitor?

— Por que eu não seria?

— Não sei... Estou te perguntando apenas.

— Sou muito feliz. Você é?

— Sim!

— Acontecer situações meio estranhas entre nós e na nossa vida não pode ser encarnado como infelicidade. As coisas são assim... A vida é assim!

— Eu sei! Preciso te contar uma coisa... Vou para São Paulo gravar com a Tata Fersoza.

— Que ótimo!

— Sim! - sorri. Queria poder uma das crianças comigo... Hoje eu vi que passar um momento a sós com um deles é importante também. Pensei em levar Antônia, porque Vitória tem a escolinha e Vitor está ainda com um pouco de alergia.

— Por mim tudo bem.

— Certo! Vamos pedir outro drink?

— Eu busco! - se levanta.

 

Não demora muito e ele retorna à mesa com mais dois drinks. Conversam sobre alguns acontecimentos na casa, sobre as mães, sobre os negócios dele enquanto comem as refeições que já chegaram.

— Ainda não pensei como farei...

— Mas vai dar certo, faça o que te falei!

— Sim, vou pensar... - limpa a boca.

— Quer ver algum filme hoje?

— Podemos ver sim... Aliás, poderíamos ir ao cinema algum dia.

m- Vamos amanhã, pode ser?

— E as crianças?

— Ficam com nossas mães. Amanhã é o dia delas cuidarem!

— Vítor! - ri.

— Sei que fui contra no início, mas se elas querem ajudar, ótimo! - riem.

— Elas querem... Até demais! Vamos embora?

— Não vai querer sobremesa?

— Hoje vou dispensar a sobremesa.

— Podemos pedir para levar!

— Não, está tudo bem... Estou satisfeita.

— Certo! - limpa a boca. Vou pagar e já vamos!

— Ok!

 

 

O garçom traz a conta e Vitor efetua o pagamento, seguindo para o carro.

— Vitor...

— Sim? - coloca a cabeça sobre a dela que está deitada em seu ombro.

— Podemos ir até aquele lugar do condomínio do Leo? O do sol?

— Agora?

— É... Agora! Queria ver a cidade.

— Vamos...- ri.

 

Vítor leva-a até um local reservado do condomínio do irmão. Um pequeno mirante em que se podia observar as luzes da cidade acesa. 

— É tão lindo...- observa.

— sim! Sempre vinha aqui.

— Eu sei! - sorri. Vim pensando... Será que a gente se perdeu? Que não sentimos mais nada?

— Como assim? Eu sinto muito por você...

— Não estou falando disso.

— E está falando do que?

— De outra coisa...

— De tesão? Não deixei de me sentir atraído por você nenhum minuto... Você que parece que deixou!

— Vítor...

— O que? Estou falando numa boa...- senta-se.

— Gosto que as coisas sejam especiais, sem preocupações, sem atropelo... Não quero que tudo seja correndo! - senta-se ao lado dele.

— Você está certa! É que nem sempre dá para ser assim.

m- Quase nunca ultimamente! As crianças consomem nosso tempo, nossa paciência!

— Eu sei.

m- Tenho andado angustiada com isso, mas precisamos saber equilibrar as coisas. Tenta entender, ok?

— Ok! Vamos voltar para casa?

— É melhor...- deita no ombro dele.

— Pelo menos isso resolvemos!

— Estamos virando um casal de velhos, percebeu?

— Sim... - riem. É a intenção!

— É sim! - segura a mão dele.

 

 

Ficam mais um tempo observando a cidade até decidirem ir embora, deixando os filhos dormirem com a avó. No outro dia pela manhã  são acordados por Dulce batendo na porta.

 

— Sua mãe não vai voltar nunca mais para a casa dela?

m- Confesso que estou me perguntando o mesmo! - levanta, indo até a porta. Oi mãe!

— Cadê as crianças?

— Sério que nos acordou para isso?

— Ué, acordei e não encontrei nenhum dos meus netos! Cadê eles?

— Dormiram na Marisa!

— Você deixou os três na casa dela?

— Eles dormiram, não ia acordar para trazer.

— Quanta irresponsabilidade!

— Tá, bom dia! - fecha a porta. Que saco! - deita na cama novamente. Único dia que tenho para dormir até mais tarde...- se cobre.

— Aproveite para descansar mesmo... Daqui a pouco eles chegam! - encara o teto até ser interrompido por seu celular tocando. Oi Leo, o que foi? - escuta o irmão. Compreendo! - se levanta. Claro que posso, fique tranquilo... Daqui meia hora chego aí. - vai para o banheiro.

— Hei...- vai até ele. O que houve?

— Leo quer me ver daqui a pouco.

— Mas o que aconteceu?

— Eu não sei...

— Que estranho!

— Por que?

— Ele te ligar assim pedindo que você vá até ele! Onde ele está?

— Na casa dele.

— Será que houve algo com a Tati?

— Ele só quer que eu vá até lá, Paula. Não comece a criar coisas...

— Não estou criando nada, só fiz uma pergunta. Vou ligar para ela!

— Paula, não...

— Vitor!

m- Vou te explicar quando eu chegar!

— Então você sabe o que houve, né?

— Sei... Quero dizer, ainda não sei. Preciso ir lá para saber! Então fique e já volto. - a beija e sai.

 

Vítor sai e a mãe dele chega com as crianças. Paula tenta não preocupar a sogra, dizendo que ele foi tratar de negócios com o irmão. Dulce aproveita os netos enquanto Marisa vai cuidar do orquidário.

 - Ja pensou no que vai fazer no niver do Vitor?

— Ele quer sair para jantar.

— Mas não vamos fazer nenhum bolo? -

— Ele disse que Maria não estará...

— Mas nós estamos! Vamos fazer sim.

— Tudo bem Diva! - ri. Então... Vou ligar para encomendar um bolo e alguns docinhos. Cantamos parabéns aqui mesmo após o almoço no dia.

— Certo! - sorri.

 

 

Na tarde ele retorna e chama Paula para conversar no quarto.

 - O que foi, amor? - fecha a porta.

— Leo e Tati se separaram e precisamos que minha mãe fique aqui por hoje...

— Meu Deus! - senta-se. Mas o que houve?

— Eu não quis saber! - senta-se ao lado dela, segurando sua mão.

— É triste, mas... Eles devem saber o que estão fazendo.

— Sim, meu bem... Devem saber! - respira fundo.

— Não querem que sua mãe saiba ainda?

— Não! Para ela não querer interferir.

— Entendo! E o que vamos inventar para ela ficar aqui?

— Não vamos inventar... Vamos pedir que Vitória peça que ela fique aqui.

— Vitor...- o encara. Se ela pedir, ela fica!

— Tudo bem então...- ri. Vou chamar ela para falar...- se levanta.

— Não...- a segura.

m- Fica aqui um pouco! - a senta em seu colo.

m- O que foi? - estranha.

— É dolorido ver duas pessoas que passaram 14 anos juntas se separarem... E vindo para cá eu pensei: Conheço Paula desde os 17 anos dela, ou seja, há 18 anos e me dói pensar em ela ir embora. Deve doer também para eles. Mas estamos aqui. Eu e você. - acaricia o rosto dela. E não quero que saiamos daqui! - a beija.

— Não vou a lugar nenhum...- envolve suas mãos sobre a cabeça dele, o observando. Sei que as coisas andam estranhas, mas estamos bem! E nos amamos.

— Andar estranha quer dizer...- deita Paula na cama.  Não estarmos no clima para fazer sexo como antes? - retira a camiseta.

— É...- sorri. Mas parece que vamos resolver isso! - ri.

— Se você quiser...

— Você quer?

— Não se você não quiser! Deixa de mentir...

— Você quer muito e eu estou queimando de tanto querer! - o poxa sobre si, beijando-o.

— A porta não está trancada! - sussurra. Você não gosta que esteja assim... Posso fechar...- beija seu pescoço.

— Esquece a porta Vitor, tira minha maldita roupa e me ama! Farei isso!

 

Se levanta sobre ela e levemente vai levando as alças de seu vestido sobre o corpo quente dela. Desce o corpo dela até ver toda roupa no chão. Volta se concentrar sobre ela e entrelaça suas mãos em sua roupa íntima, retirando-a, levando até seu rosto, inalando o cheiro de quem ele tanto amava.

 

— Eu te amo, meu branquinho! - ri.

— Quer tudo muito fofo? - sorri. Porque eu também te amo minha pequena, amo sua pele delicada - vai subindo suas pernas - seu cheiro que me entorpece...- se afoga sobre sua parte íntima, pegando Paula de surpresa que se contrai sussurrando o prazer. Por mim...- beija a barriga dela - eu te amaria partezinha por partezinha - vai beijando o seu colo até os seios. O meu sonho é ver você se sentindo uma mulher atraente, que faz qualquer homem pegar fogo, que pudesse se ver e ter a certeza do quanto é querida - acaricia os seios dela beijando-a, acelerando a pressão da Paula - desejada... - vai sugando seu pescoço, até travar seu corpo sobre o dela, com sua mãos entre a nuca a observa sorrindo, ainda inebriada.

— A gente pode ir devagar...E depois selvagem...- ri.

— Você comanda! - sorriem.

— Desça suas mãozinhas para lá... Lá onde você sabe que é para descer e me ama... Me toca devagarinho como toda nossa música. - fecha os olhos. Vai!

 

Vítor faz o que ela pede. Desce uma de suas mãos a intimidade dela e enquanto a toca, a observa, beijando-a lentamente, sugando do prazer dela.

 

— Vi...- suspira. Mais devagar...- sorri com olhos entreabertos. Isso! Meu Deus! - aperta o braço dele. Chega! Fica aqui! - puxa a mão dele, beijando-a. Sente! - coloca sobre o coração dela. Você ainda vai me matar! - pega aos mãos de Vítor e conduz sobre seu quadril, acomodando-se sobre ele.

 

Descabela Vítor beijando-o para compensar todo o tempo em que estiveram estranhos, em que se olharam torto, em que se desentenderam. No ápice daquele momento frenético de paixão e desejo, joga-o na cama, retira sua roupa íntima e aconchega-se sobre ele, o fazendo se segurar para não gritar.

 

— PAULA! - fecha os olhos. Pulinha...- sussurra, puxando-a para beija-lá enquanto ela coordena-o. Isso, isso...- sussurra entre os beijos. Você é uma maluca que eu amo!

— Eu sei! - senta-se sobre ele no ritmo de suas respirações rápidas, ofegantes, como se pedissem por mais. Estou chegando... - joga a cabeça para trás. Vítor... Vai! - deita com ele enlaçado em si. Isso, amor...- ri. Olha para mim, olha para mim - sussurra. Isso é para nós dois, por nós dois! - sussurram ofegantes. Estamos chegando... Meu Deus!  Meu Deus, meu Deus....- busca o ar, acariciando Vitor deitado sobre ela. Vítor? - ri.

— O que acabou de acontecer? - sai de cima dela e deita ao lado. Meu Deus... Uma maluquice!Que eu amei!

— Eu quem amei!

— Meu Deus... Desculpa Deus falar de você nesse momento. Pulinha acho que nunca...

— Nunca transamos assim, eu também acho! - caem na risada.

— A gente não se cobrou e foi... Foi maravilhoso. Eu quero fazer de novo, agora! - olha para ela.

— Eu então...- sobe nele.

 

Repetem os momentos quentes, dessa vez sem se importarem com o barulho do prazer.

Do lado de fora do quarto, na sala Marisa conversa com os netos sobre o orquidário.

— Sabe onde o papai está?

— No quarto dele, vovó!

— Vou lá saber o que ele conversou com Leo, estou achando isso estranho. Paula está lá?

— Acho que não Marisa, ela estava organizando um bolo para ele... Certo! Quero pegar ele sozinho para não mentir para mim. - vai até o quarto do filho atordoada com o que já estava desconfiando que não escuta nada.

 

Vê a porta entreaberta e a abre com tudo, com a cabeça em outra coisa até se dar conta da cena.

 

— MEU DEUS! - grita assustada. Meu Deus, meu Deus... Perdão!

 

Paula sai rapidamente de cima do marido que grita de dor.

 

— O QUE FOI? - ela e Marisa se preocupam.

— Mãe! - olha para ela em cima da cama.

— Meu Deus! Desculpa, desculpa, desculpa... Não sei o que falar, estraguei tudo, desculpa! To saindo... Meu Jesus! - fecha a porta.

— Eu...- Paula fica perdida.

— Me ajuda Pulinha! - olha para ela se contorcendo de dor.

— O que aconteceu? - vai até ele.

— Não sei, só sei que está doendo!

— Deixa eu ver, Vi...

— Paula! - olha para ela envergonhado.

— Vítor, é seu pênis! Grandes coisa. Já vi isso demais hoje. Agora por favor... - tira a mão dele e vê. Aí meu Deus...O que? - fecha os olhos de dor. Não está mais erétil, mas está inchado e meio...Meio o que Paula? Amor, - pega a cueca dele. Vamos para o hospital! - coloca a cueca nele.

— Paula, não...

— Vítor, isso é sério... Acho que você quebrou seu penis.

— Não tem como se quebrar penis!

 

— Então fez alguma coisa caramba! Mas está muito inchado. Precisamos ir. - procura a roupa dela desesperada.

— Paula eu não quero mostrar meu penis!

— É para o Ricardo! Ele é nosso amigo. Anda! - se veste e o ajuda a se vestir.

 

Paula arruma seu cabelo e o de Vítor. Pega sua bolsa, as carteiras, as chaves e o ajuda a se levantar.

 

— Consigo andar, só não pode ser rápido! Aí que dor...- fecha os olhos. Vem! - o apoia em seu braço.

 

Ao passarem pela sala faltam morrer ao verem todos olhando a situação.

 

— Foi uma dorzinha na barriga... Vou levar ele ao médico.

m- Você quebrou o penis dele Paula?

m- O que é penis vó!?

m- MÃE! Por favor gente... Vitória, depois explico o que é penis, filha. O papai está com dorzinha na barriga e eu vou levar ele no médico. Fica bem papai! Vou ficar meu anjo!

 

Durante o caminho seguem em silêncio.

 

— Foi culpa minha!?

— Você se assustou e saiu de cima de mim rápido. Machucou. Mas não é nada de mais. Eu acho. Está tudo bem!

m- Por que ultimamente a gente não consegue ter uma vida sexual normal!? É sempre alguém flagrando, é penis quebrando.

Paula! - não aguenta e ri. Penis não quebra! Pare Pulinha, está tudo bem.

— Quebrei seu penis! - riem.

— Pare com isso! - riem mais ainda. Tá doendo! - riem.

 

Descem na clínica de Ricardo, já encaminhados para uma sala privada.

 

— O que aconteceu? Estou muito preocupado com vocês, Paula estava desesperada no telefone, que você se quebrou. - coloca as luvas. Onde foi? - olha para ele.

m- Então...- respira.

m- A gente meio que... A gente estava transando e minha mãe entrou no quarto sem ver. Paula se assustou e enfim...

— Parece filme pornô!

— Não brinca Ricardo!

— Desculpa! - ri. Em qual posição você estava?

— Que? - olha para ele perplexa.

— Preciso saber para ver em que envergadura o penis estava.

— Meu Deus! Eu mereço, viu?

— Paula...

— Ricardo, isso é...

— Eu preciso saber o que houve!

— Quebrou!

— Paula, penis não se...

— Quebra, eu sei! - fica nervosa.

— Paulinha... - vê ela incomodada.

— Deixa eu examinar Vítor... - percebe que Paula fica incomodada.

— Eu estava sentada sobre ele...

— Aí meu Deus...- observa. Está muito inchado!

— O que houve? - vai ver.

— Uma fratura peniana! - retira as luvas.

— O que quer dizer?

— Para ocorrer a fratura peniana, o pênis deve estar ereto. Qualquer curvatura súbita e vigorosa no pênis pode causar a sua fratura. A principal posição que causa sua fratura é quando a mulher está sobre o homem e o pênis escorre da vagina e se suporta em porção fixa do períneo causando sua curvatura. O homem nestas circunstâncias não tem como interromper a penetração pela dor causada pela curvatura, causando a fratura peniana. A ruptura da albugínea é sinalizada pela súbita dor.

— Eu não entendi quase nada, mas enfim... Como resolvermos isso?

— Com uma exploração cirúrgica da lesão e reparo da ruptura da albugínea. A reparação cirúrgica produz o melhor resultado cosmético, impedindo que ocorra uma tortuosidade definitiva na haste peniana.

— Por Deus Ricardo, resume!

— Vamos fazer uma pequena cirurgia e isso precisa acontecer agora! Vou chamar uma equipe e te preparar.

— Isso está virando um circo!

— Vitor, você não é o único que passa por isso, e se isso aconteceu é porque o negócio estava bom!

— Ricardo, respeita a Paula!

— Perdão! - se toca do que fez. Fui grosseiro e antiético.

— Tanto faz...- pega o celular. Vou avisar em casa que vamos demorar um pouco.

— A cirurgia é rápida, ainda hoje você volta para casa. Então anda logo com isso!

 

 

Paula explica o que aconteceu, envergonhada pela situação. Aguarda a cirurgia de Vítor num apartamento particular do hospital. Algumas horas mais tarde ele chega, trazido por enfermeiros.

 

— Obrigada! - Paula fecha a porta quando os enfermeiros se retiram. Você está bem?

— Sim, a anestesia foi local! Desfaça essa cara, relaxe um pouco. Foi um acidente constrangedor, mas já passou!Muito constrangedor!

— Sua mãe...- senta na cadeira ao lado. Nos viu fazendo sexo!

— Temos três filhos, ela sabe como fizemos eles.

— Vitor! - olha para ele.  

— Está tudo bem, Paula! Ela não vai mais tocar no assunto, porque ela ficou constrangida. Conheço minha mãe.

— Conheço a minha também! E ela vai tocar no assunto.  

— Ela vai rir, isso sim. Rir que eu fraturei meu penis.  

— O que vou explicar para Vitória?

— Que homens tem penis e mulheres têm vaginas. Ela vai querer saber o que é!

— Enquanto for só isso, está bom... O duro é ela querer saber como fazem os bebês.

— Vem aqui...

— O que foi? Está com dor?

— Não! - segura a mão dela.

— Só queria que você ficasse mais perto. - beija a mão dela.

— Quanto tempo vamos ficar sem...

— Sem transar? Não faço ideia! Mas acho que um bom tempo!

— Droga! - riem.

 

Ricardo chega no quarto com o prontuário.

 

— Olá! - assina alguns papéis. Daqui duas horas você já pode ir! Recomendações: Tome a medicação corretamente para não sentir dor. Vai haver um desconforto para urinar, mas é normal. Não se esforce pegando coisas pesadas, não fique sentado tempo demais. Tente caminhar um pouco. Certo!

— E relações...?

— Esqueça isso pelas próximas 3 semanas!

— Que droga! - riem.

— Aqui está a prescrição dos medicamentos!

— Ok! - Paula pega.

 

Ficam conversando por mais algum tempo até Paula ser chamada no financeiro do hospital. Sai do quarto e retorna depois furiosa.

 

— O que foi Paula?

— Nosso plano não cobre cirurgias de fratura peniana!

— Como é?

— Sim! E avisam agora! Estou sem nada aqui. Tive que ligar pro Leo que é mais perto e ele está vindo trazer o dinheiro.

— Você contou ao Leo?

— Não! Só disse que precisava de dinheiro aqui no hospital.

 

Leo chega algum tempo depois. Acerta no financeiro e vai até o irmão.

 - Oi. -  entra. O que aconteceu?

— Não quero estar aqui enquanto ele conta! - pega sua bolsa e sai constrangida.

— O que foi? - vê a cunhada sair.

— Nada! - disfarça. Só tive um probleminha!

 Vítor tenta não contar ao irmão, enquanto lá fora Paula se encontra com Tatianna.

 - Uai, você veio também! - a abraça.

— Sim, Leo passou em casa para pegar uns documentos e contou. Vim ver o que houve!

— Entendo... Mas que bom que veio! Vamos tomar um café na lanchonete?

— Vamos sim!

 

Sentam-se e Tatianna entra no assunto do divórcio.

 

— Eu soube! - segura a mão dela. Você sabe que já passei por isso.

— Mas não tem volta. Não por mim. Se for para viver sozinha estando casada, prefiro me divorciar e viver com quem me queira!

— Você não está errada! E quero que você seja feliz Tati.

— Eu sei! - sorri.

— Mas, me diz... O que Vitor teve, foi algo do rim?

— Não! - bebe o café. Um problema nas partes baixas.

— Embaixo...? - pensa. No joelho? Eu aviso ele sobre esse joelho faz tempo.

— Não!

— Uai, cunha... Não entendi.

— Vem aqui...- Tati chega mais perto. Ele teve um probleminha no penis! - sussurra.

— Como assim? - estranha.

— Uma fratura peniana! - Tatiana arregala os olhos. Sim... Você não imagina a minha cara quando eu vi!

— Imagino que deva doer muito.

— Doeu... Fiquei com dó!

— E como aconteceu? Foi hoje?

— É...- sussurra novamente. Estávamos... - olha ao redor. Estávamos, enfim...

— Ahhhh... Eu já entendi! Entendi perfeitamente. Super entendi.

— O pior não foi isso!

— E teve pior?

— Ah, teve! - coloca sua cadeira mais próxima da cunhada. Estávamos já há algum tempo sem sexo, não tinha clima com tanto trabalho, crianças, gritaria, enfim... Acabamos mortos no fim do dia e íamos dormir. E isso estava estranho. Hoje ele chegou do Leo e começamos a conversar e ele disse ter percebido que dói nele pensar em estarmos longe de novo. E aí... Foi acontecendo um clima gostoso, harmonioso e enfim... transamos. Como nunca! - se recorda.

— Foi muito bom?

— Tata... Foi enlouquecedor de bom! - ri baixo.

— E daí... Fomos fazer de novo, mas deixamos a porta sem trancar. Sua mãe entrou, me viu sentada sobre o Vítor, nos assustou eu pulei do colo dele com tudo e o machuquei!

— Você está inventando essa parte, né?

— Eu queria estar!

— Paula... Me desculpa, mas vou rir! - ela ri. Meu Deus... Eu! - ri de novo.

— É, pode rir... Nunca ninguém flagrou vocês?

— Nunca!

— Como assim? - se espanta.

— Nunca fomos flagrados transando.

— Por ninguém Tati?

— Por ninguém! As crianças uma vez bateu na porta, mas estava trancada e foi normal. Mas alguém ver a hora H mesmo, nunca! Você está falando também como se varias pessoas já tivessem visto vocês! Foi só a Marisa...- percebe a cara da Paula. Senhor, não foi só a Marisa!

— Não, não foi...

— Quem mais já pegou vocês?

— Tem que falar todos?

— Todos!Minha mãe já nos flagrou no quarto de visitas. O Elias já nos pegou no estábulo, mas jura de pé junto que não viu, mas a gente viu que ele viu e saiu desesperado. A Diva já viu no jardim e na cozinha... Ela também saiu disfarçando. Mas vimos que ela viu.

— Espera aí... Minha vida sexual era muito chata comparada à de vocês. Não imaginava isso. Conta mais!

— Tati! - riem. Eu achava que era normal acabarem flagrando. A Cíntia já ouviu a gente no closet... Não sei se ela viu, mas com certeza ouviu. O Paulo Servan também já ouviu a gente no banheiro do camarim na época dos shows. E Lucy meio que flagrou a gente no carro na garagem enquanto ela estendia roupa na área de serviço.

— Vocês não gostam do normal? Fazer sexo na cama, de portinha fechada.

— Com três crianças pequenas entrando e saindo e exigindo atenção da gente o tempo todo! Deixou de ser normal. A gente passou a fazer em todo lugar que dava. Até perceber que não dava mais para ser assim...

— Ainda bem que perceberam! - ri.

— Por isso ficarmos estranhos! Mas...

— Mas...- segura a mão dela. Vocês não estão errados! Façam sim onde querem e como quiserem e não se preocupem. Isso demonstra que vocês têm um desejo, uma conexão um pelo outro inexplicável. Não se privem e deixem o amor morrer.

— Licença...- olha para elas. Está vazio? - aponta para a cadeira perto delas.

— Ah... Sim! Pode pegar.

— Na verdade...- ri. Eu quis dizer se eu poderia sentar!

— Sentar com a gente?

— Sim, duas lindas mulheres não merecem tomar um café sozinhas. Prazer, - estende a mão - Rogério Fidez, novo cirurgião da clínica. Sei que não é o local certo para nos conhecermos, mas...

— É...- olha para Tati que ri da situação.

— O que foi? São casadas?

— Eu sou...- olha para ele. E meu marido está internado aqui, mas pode sentar!

— Eu não sou, por mim, pode se sentar! Ou melhor, sou divorciada do irmão do marido dela.

— Entendo! - ri, sentando-se. Sou muito novo aqui em Uberlândia. Estou vindo do Sul.

— Lá tudo é diferente, né!?

— Muito! - ri. Até para pedir um pão eu me perco. Aqui vocês falam pão francês... Eu nunca ia saber pedir pão - riem.

— Como vocês chamam lá?

— Cacete!

— O que? Como assim?

— Sim, cacete! Um palavrão aqui ne! - riem. Vou pedir algo ali, querem mais um café?- se retira.

— Não! - respondem. Acho que essa conversa vai ser engraçada! Ele parece ser muito gente boa!

— É sim! Você quer ficar?

— Você acha falta de respeito eu já conversar com alguém...

— Não Tati! - sorri. E você só conheceu alguém bacana. E sua separação não vem de hoje. Hoje foi somente o dia escolhido para anunciar.

— Exatamente!

— E ninguém aqui está falando que você vai casar com ele! - ri, se levantando. Mas se quiser dar uns beijinhos também...

— Paula! - coloca a mão no rosto rindo.

— Já vai!? - retorna para a mesa.

— Atrapalhei vocês, né? Posso me retirar tranquilamente.

— Não! É que preciso ver meu marido, ele já recebeu alta.

— Ah sim, certo! Tudo bem eu sentar com você?

— Claro! Sem problemas. Pode sentar e me contar as aventuras que é estar chegando a minas! - ri.

— São muitas! - senta.

— Então tchau! Foi um prazer Rogério!

— Todo meu, Paula! - sorri. Pensou que eu não soubesse seu nome? - riem.

— A talentosa Paula Fernandes! Só não sabia que você era casada, não ligo muito para esse tipo de notícia.

— Sou sim! - ri. É que nem foi notícia! - sorri.

— Aqui geralmente mora um pessoal da música, né? - riem. Acho que Bruno e Marrone, vão me corrigindo se eu estiver errado, Alexandre Pires, Vítor e Leo!

— Pois é! - Tati bebe um gole de café.

— Você já os viu por aqui? Nem perguntei seu nome, perdão!

— Tatianna Sbrana!

— Porque a Paula eu sei que com certeza já viu, já deve ter cantado! - sorri.

— É sério que você não lê nada mesmo desse meio social?

— Não! Ser cirurgião não nos permite. Não tenho Instagram, nem Facebook e minha leitura se baseia em G1! - ri.

— Entendi! - ri.

— Paula é casada com meu ex cunhado...

— Tati...

— Vítor Chaves! Que faz dupla com o meu ex marido, Leo Chaves.

— Ah... Eu... Não sei o que responder! Caramba, tornei a situação constrangedora

— Não, não tornou!

— Tati continuará contando sobre Uberlândia, porque ela vive aqui há mais tempo que eu e eu vou levar meu esposo para casa. Espero que possamos nos ver logo, Rogério!

— Claro! - sorri, constrangido.

 

Durante o caminho até o quarto do marido, manda mensagem no whats para Tatianna.

 

Whats on...

 

Tata, não precisava falar. Você quer fazer com que as pessoas se afastem de você e aí você não tenha que conhecer gente nova! Pare com isso... Aproveite Tatianna! Você é linda, jovem, merece alguém legal. E Rogério parece ser ideial para começar uma nova amizade. Kkk

 

Whats off...

 

Entra no quarto e Leo está rindo.

 

— Estão rindo de quê? - coloca a bolsa sobre o criado.

— Nada, amor! - olha para o irmão. Você demorou?

— Fui tomar um café com Tati, ela veio te ver.

— E cadê ela?

— Ficou tomando um café porque a enfermeira mandou mensagem que você já estava liberado.

— Vou lá terminar o café com ela.

— Leo, acho que na verdade ela já até foi embora! - mente.

— Ah que pena... Mas enfim... Querem ajuda?

— Não!

— Vou recolher suas coisas! - vai até o banheiro.

— Não conte que eu te falei e pare de graça! Ela está envergonhada, a respeite.

— Certo!

— Pronto! - coloca na bolsa. Vamos! Pode ir pegando o carro no estacionamento para mim? - entrega a chave pro Leo.

— Claro, encontro vocês na porta. - sai.

 

 

Paula leva-o até o carro que já os aguardava com Leo dentro. Ajuda-o a se sentar.

 

— Aqui está Paula! - entrega a chave para a cunhada.

— Você disse que Tatianna poderia já até ter ido... Mas a vi na lanchonete quando desci pro estacionamento, conversando com um homem.

— Um cirurgião, Rogério Fidez. Chegou a pouco na cidade e estava explicando algumas coisas para nos.

— Ah pouco quanto?

— Eu não sei Leo! E acho que isso não te interessa.

— Acabamos de nos divorciar! Ela pediu o divórcio.

— Ela ACABOU de conhecer ele. Eu estava junto, sentada com eles. Por favor Leo... Acha mesmo que a culpa é dela? Está precisando olhar no espelho e começar ouvir suas próprias palestras. Vou levar seu irmão para descansar...

— Existem outras posições sexuais que não dá nisso! Não tente fazer uma que não saiba dominar. - fala para ofendê-la.

— Qual seu problema Leo? - Vítor desce do carro.

— Vítor, volte pro carro! Não vou responder a isso.

 

Ajuda o marido novamente e entra no carro, saindo dali. Enquanto dirige, pelo sistema telefona para Tati que logo atende.

 

“ - Cunha, tenta sair daí. Leo foi grosseiro comigo, pode querer fazer uma situação chata com você aí.

— Obrigada por avisar! - ela responde.

— Sinto muito!

— Não precisa! Obrigada. Vou desligar.”

 

Paula respira fundo de raiva e desliga o telefone. Vê Vítor discando o número do Leo.

 

— O que vai fazer? - olha-o.

— O que você fez foi inescrupuloso! Não estou te reconhecendo agindo assim. Você foi de uma total falta de educação e respeito com Paula que me ofendeu profundamente. Leonardo, vai embora desse hospital e deixe a Tatianna em paz porque se eu souber que você falou qualquer coisa para ela, eu vou deixar mamãe saber da separação e antes que você chegue em casa, ela já estará! - desliga.

— Vítor, não precisava!

— Ele foi um monstro! Nojento.

— Está tudo bem!

— O cirurgião, realmente é uma boa pessoa?

— Eles só estão conversando sobre Uberlândia. Não há nada de mais, mas se vier a ter, ele parece ser ideal.

— Me tranquiliza!

— Eu sei! - sorri.

 

No trajeto vão ouvindo Bee Gees e se preparando para encararem as pessoas, principalmente a pergunta da filha. Paula o desce do carro, leva-o diretamente para o banheiro, onde ele se banha sozinho.

Na sala onde estão todos reunidos brincando com as crianças, ela chama Vitória.

 

— Amor, mamãe vai te explicar uma coisa. Ainda é muito cedo para você entender determinadas coisas. Por isso não importa, agora, o que significa penis. Tudo bem?

— Tá bom mãe! - sorri.

— O papai está bem?

— Ele está bem! - sorri, beijando-a.

— Você fez o certo! - sorri para Paula. Desculpa ter dito aquilo e ela ouvir.

— Mãe, está tudo bem! Não é mesmo Marisa?

— Claro, minha querida... Não há nada que não esteja bem aqui e fico feliz por isso!

— Obrigada! - sorri. Aliás, queremos muito que você durma conosco hoje. Quero comer um bolo de canela maravilhoso que só você faz e Vitória quer uma noite com as duas avós, né Vivi?

— SIMMM! E aí a gente pode fazer cabaninha?

— Podemos! - riem.

 

— Papai.

— Oi? - olha para os gêmeos no chão. Vocês falaram algo, meus amores. - Se abaixa. 

— Ú papai.

— Isso, meu filho! - se emociona. Ele falou papai! - olha para a mãe e a sogra emocionadas também. Vítor vai enlouquecer quando ouvir. - ri. Você já está falando, meu bebe!

— Quem está falando? - ele chega na sala se apoiando para sentar.

— Ouça! Fala filho...

— Papai! - olha para o pai.

— Sério!? - olha para Paula. Meu Deus! - se emociona. Vítor, meu menininho...- pega ele com cuidado. É o papai! - riem.

— Antônia...- vai até a filha. Fala papai! - ela olha para a mãe e sorri, voltando a brincar.

— Paula, eles são gêmeos e não papagaios! Não repetem o que o outro fala!

— Eu sei, mas é que... Vitor andou primeiro, agora falou primeiro. Vítor tem movimentos mais coordenados. Eu...- percebe que falou.

— O que foi Paula? - Dulce se preocupa.

— Vocês não percebem que Antônia tem uma certa lentidão para fazer tudo? - coloca a mão sobre o cabelo da filha, sorrindo para ela não perceber o assunto.

— É... Tem... Mas é cada um no seu tempo!  

— Eu não sei! Meu coração está inquieto com isso há tempos.

— Você acha que há algo de errado, amor?

— Não de errado! Mas eu não sei...- pensa. Podemos levar ela a um neuro?

— Paula...

— Marisa...- vai até a sogra. Já que estamos só em família... Antônia não nos dá trabalho algum e até então pensei que isso era comum. Mas me preocupo agora... Vítor está desenvolvendo e ela não.

— Se for para acalmar seu coração, podemos procurar qualquer médico. Fique tranquila!

— Isso!

— Certo!

 

Voltam a brincar com as crianças enquanto Marisa vai para a cozinha preparar o bolo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "12 anos em 12" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.