12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 142
Capítulo 142 - A FAZENDA




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“For you it's goodbye, for me it's to cry, for whom the bell tolls...” - fecha a porta da entrada da casa.

 

Segue para seu quarto cantarolando Bee Gees. Entra e se depara com Paula dormindo no sofá, com alguns papéis sobre o colo.

— Pulinha... - sussurra. Vá para cama! - recolhe os papéis sobre ela.

— Que horas são!? – se espreguiça.

— 5h45min... Cheguei um pouco tarde, perdão! Mas ficaram jogando e eu fui jogando também...

— Não perguntei! - se levanta.

— Tuuuudo bem... - senta-se no sofá e termina de fumar seu charuto.

— Aqui dentro!? Sério? – o encara.

— Desculpa! — vai para a varanda.

— Você bebeu e veio dirigindo? - vai atrás dele.

— O que está te chateando!? - olha-a. O que não está dando certo? O que alguém está se

negando a fazer da sua forma? Hein, amor!? – se escora na porta.

— Uai...

— Você está nervosa e quer implicar comigo para extravasar! Você sabe que bebi, que vim dirigindo e sabe que não sou maluco de colocar minha vida em risco. Você sabe onde eu estava, o que estava fazendo, com quem estava...

— Com quem estava não! – o interrompe. Como posso saber se não tinha amigas do JP lá?

— É isso? - ri.

— Não! - escora na porta nervosa.

— O que é? - apaga o charuto.

— Mandei algumas canções para a gravadora, não apoiaram! Disseram que não é o melhor pro momento. Mas que momento? É minha música, é minha marca, é o que eu faço caramba! Não vou escrever música de momento. Que raiva! Se continuar assim a gente não vai ter dinheiro pra sustentar essas crianças.

— Paula... Respira fundo, - coloca as mãos sobre os ombros dela - você não está se ouvindo! Se você não quer fazer a musica que querem, façam aceitar a musica que você tem! Você tem liberdade para mudar de gravadora, mas eles não tem outra Paula Fernandes! Além do mais... Temos dinheiro para sustentar nossos bisnetos, pare com isso! – retornando ao quarto.

— Para você é fácil... Você é homem! É só bater o pé e pronto...

— Não deixa te fazerem pensar isso! - retira a roupa. Vou tomar um banho! - vai para o banheiro. Paula o segue. Vai entrar?

— Não!

— Ok! - fecha o box.

— Você acha que devo falar com outra gravadora?

— Não! Acho que você deve negociar com a que você tem... Se eles forem irredutíveis, leva seu trabalho para outra. Não podem nos limitar! - se banha.

— Certo! Farei isso.

— Maria ligou?

— Sim! - sorri. Vai vir com sua irmã.

— Ótimo! É bom porque então ela não viaja sozinha.

— Sim!

— As crianças dormiram bem?

— Sim! Não deram trabalho. Na verdade só Antônia... Acho que são os dentinhos ainda.

— Que dó!

— Muita... Percebo a incomodação dela! Mas já liguei para o pediatra e ele falou que é normal.

— Sim! Lembra da Vivi? Deu o mesmo trabalho.

— Por falar nela... Vou levantar ela para fazer xixi... Estou tirando a fralda. - sai.

Faz o dito e retorna ao seu quarto, encontrando Vítor já deitado. Deita-se ao lado, pedindo seu abraço. Assim ele faz. Amanhecem emaranhados e assustados com Vitória sobre a cama.

— O que foi filha? – pergunta Vitor.

— Quem vai me levar para escolinha?

— Eu!

— Então vamos!

— Não está na hora ainda, meu amor... Deita aqui! - a chama.

Vitória se deita ao lado do pai e ficam conversando por um tempo entre um cochilo e outro de Vítor. Levantam-se, ele se arruma e a arruma em seguida. Vão para cozinha onde Diva os serve o café.

— Pegue sua mochila, Vitória! - pega a chave do carro. Vai dar um beijo na mamãe e diga que estamos indo!

Vitória faz o que a pai pede. Entra no quarto de Paula e vai até a cama.

— Mamãe...- sobe. Tchau! - beija ela.

— Já vai? - a abraça. Quem arrumou seu cabelo?

— O papai!

— Meu Deus! Vem aqui que vou arrumar... - senta-se.

Enquanto Paula arruma o cabelo da filha, Vítor a aguarda comendo algumas bolachas.

— Lucy, - a vê chegar – fique com os gêmeos até Paula acordar... Deixem-a dormir o quanto quiser! - pede a sogra que está tomando café também. Não passou bem na madrugada.

— O que houve?

— Se estressou com a gravadora!

— Ah sim... Percebi que ela estava estressada mesmo.

— Vou demorar um pouco na cidade, a avisem! Dulce, ligue para Bia e Monteiro e os convide para virem passar essa semana aqui conosco...Vai fazer bem à Paula.

— Mas ela vai sair esses dias para fazer divulgação...

— Vai?

— Vai!

— Não sabia!

— Papai!! - chega correndo.

— Vamos!

— Vamos sim! - a pega no colo.

Deixa a filha na escola e cumpre seus compromissos na cidade. Resolve almoçar com a mãe e não atende aos telefones de Paula.

— O que foi? - percebe ele negar a ligação.

— Nada! - sorri.

— Por que não está a atendendo?

— Mãe...

— Vocês brigaram novamente?

— Não... Ela só está nervosa com o trabalho.

— Uma razão para atendê-la e não ignorar!

— Vamos pedir um café? - chama o garçom. Dois cafés expressos, um sem açúcar! - sorri.

— Vitor! Não fuja do assunto.

— Só estou um pouco chateado. Não quero conversar com ela agora.

— E por que?

— Ela vai sair a semana toda e não me avisou. Não me contou que vai fazer rádios, não me contou sobre as novas coisas que fará... Ela não me conta mais nada.

— E você está chateado porque ela está trabalhando?

— Não! - pensa. Não é isso. Não posso ficar chateado por isso. Quero que ela trabalhe e não se estresse. Mas queria que ela me avisasse!

— Aí Vitor... - olha-o.

— Esquece isso mãe... Estou tentando ignorar esse sentimento e vai passar. Garanto!

— Que assim seja, meu filho.

— Agora ligue para ela! Chega disso porque você não é um adolescente e tem as crianças em casa, pode ter ocorrido algo.

— Certo! - pega o celular e liga para Paula. Oi! Algum

problema?

— Nenhum! - controla o nervosismo. Já resolvi! Agora vou desligar porque preciso cuidar das crianças sozinha. - desliga.

— O que foi? - pergunta Marisa vendo a cara dele.

— Vou precisar ir! - retira o dinheiro da carteira. Escutei Antônia chorando ao fundo, deve estar um caos em casa!

— Então vá... E não diga a ela sobre isso de estar chateado por essa razão! Ela tem que trabalhar.

— Tchau! - se despede.

Ao chegar na fazenda se depara com o carro de Ricardo, o médico da família. Se desespera e desce o mais rápido possível.

— O que aconteceu!? – chega assustado a sala, questionando Diva.

— Paula não está muito bem e Antônia está enjoada!

— Por que não me avisaram? - sai procurando elas.

— Tentamos! - vai atrás com uma bandeja de água em

mãos. Paula...- entra em seu quarto.

— Vitor!

— Ricardo! - cumprimenta-o. Como vai?

— Bem! - sorri.

— O que houve? - a vê dormindo.

— Infecção urinária! E Antônia está com uma virose... sugiro que a deixe afastada dos irmãos.

— Certo! Obrigado por vir.

— Imagina. - termina de guardar suas coisas em sua maleta. Me ligue se apresentarem

algo!

— Farei isso! Diva o leve até a porta.

Se despedem e o médico se retira. Vítor lê a receita de Paula e então vai atrás de Antônia que está com a avó.

— Enjoada?

— Um pouco! - olha para a neta.

— Você viu Paula?

— Sim! O que houve?

— Levantou com dor, tomou café e voltou a se deitar. Não demorou muito apareceu pedindo um remédio, falou que havia sangue na urina dela. Ligamos para o Ricardo, como ela fez o transplante do rim para você, ele achou melhor vir examinar ela. Nisso Antônia já estava aos berros, já havia vomitado duas vezes e ela estava com ela no colo quando sentiu uma dor muito forte, entregou para mim e correu se deitar. Ele examinou, colheu um exames, mas disse que tudo indica que seja infecção... Da Antônia é uma virose!

— Meu Deus! Sai hoje cedo parecia tudo tranqüilo.

— Só parecia!

— Me dê ela e vá descansar um pouco! Ricardo pediu para não deixar ela perto dos outros. E o melhor é não ficarmos também pegando um e outro sem nos banharmos e tal...

— Sim! - entrega a neta. Mamou agora pouco.

— Ok!

— Está bem dengosa.

— Sim... - olha a filha.

Dulce sai do quarto e Vitor fica sentado com a filha no colo que resmunga de dor na barriga. Tenta cantar para ela, conversar, contar história, até conseguir que ela durma um pouco. Coloca-a no berço e liga a babá eletrônica.

— Diva... - chega na cozinha.

— Sim!?

— Cadê Sol?

— Está com Vitor lá fora!

— Certo... Peça para Elias buscar Vitória e deixá-la na minha mãe.

— Tudo bem! Ela dormirá lá?

— Não! Ficará só até de noite.

— Ok! - se retira.

Senta-se para tomar um café e coloca a babá eletrônica sobre a mesa. Alguns minutos depois Paula aparece.

— Tudo bem? - a vê se escorando.

— Quero um pouco de água.

— Senta aqui! - a ajuda.

— Cadê Vitória?

— Ainda na escola. Pedi para

— Diva falar com Elias. Ele vai deixar ela na minha mãe até mais tarde...

— Entendi. E tudo bem sua mãe ficar com ela?

— Sim! Mandei mensagem.

— Antônia dormiu?

— Sim! - mostra a babá eletrônica.

— Tenho algumas rádios agora tarde. E amanhã também!

— Vamos cancelar.

— De jeito algum! Consigo ir.

— Paula...

— O que é? - encara ele.

— Você não está bem!

— Estou sim! Só é uma infecção.

— Você só tem um rim.

— E está tudo bem!

— Ok! - a observa se retirar para o quarto.

Liga para mãe e informa como todos estão. Recebe a ligação do amigo Armando informando que irá cortar seu cabelo e o do bebê e confirma a vinda dele.

— Você sabia que o Armando vinha hoje? - entra no quarto.

— Sim! - coloca uma jaqueta. Vitor precisa cortar também!

— Ele falou. Você tem certeza que irá?

— Vitor, por favor...- pega sua bolsa. Cíntia irá comigo, não posso desmarcar.

— Você quem sabe!

— Sim, eu quem sei! Cuide das crianças, não esqueça os remédios de Antônia. Venho o mais rápido possível.

— Cíntia chega ao quarto e a ajuda terminar de se organizar.

Escutam Antônia chorar no quarto dela e Vitor vai buscá-la. A filha acaba vomitando após chorar muito. Paula ouve e vai ver.

— Acho que acordou com dor...- limpa o rosto dela no banheiro do quarto. Antônia, olha para a mamãe...- a bebê olha choramingando. Está tudo bem, minha borboletinha! - sorri, acariciando-a. Dê o remedinho a ela.

— Qual?

— O de estômago!

— Esse! - Cíntia entrega.

— Isso! - coloca na seringa. Vira aqui Vi...

— Vamos deitar um pouquinho filha...- deita-a.

— Só um pouquinho! - ela faz birra.

— Pronto! - a acalenta. Está tudo bem! - a abraça.

— Quer que eu leve Vitor comigo nas rádios?

— Não! Deixe ele aqui... Armando está vindo só para cortar o cabelinho dele. Sua mãe ajuda.

— Certo! Tchau meu bebê...- beija Antônia. Mamãe já vem!

Paula sai e a filha chora. Vitor fica tentando a acalmar, vai até a sala, liga a televisão e sentam-se para ver um desenho até que ela se acalma. Dulce chega e troca de lugar com ele para que ele possa troca de camisa, já que a filha havia vomitado. Recebe Armando algumas horas mais tarde. Corta seu cabelo e o do filho.

— Isso mesmo filho! - ri.

— Fica quietinho! - riem.

— Vou tirar uma foto! - tira.

— Cadê Vitória?

— Está com minha mãe!

— Vou passar por lá! Acho que ela quer cortar o dela também!

— Bacana!

— Paula pediu para dar uma cortada nos de Vitória...

— Sim! Vou mandar essa foto para ela.

WHATS ON...

— Cabelo cortado, mamãe!

 

 

— MEU DEUS! QUE COISA MAIS LINDA! Kkkkk Ficou quietinho?

— Sim hahaha

— Cadê Antônia?

— Está com sua mãe!

— Vomitou novamente?

— Não! Só está enjoada mesmo.

— Armando vai cortar o de Vitória?

— Vai!

— Ok! Cortou o seu?

— Cortei.

— Uai, manda foto!

— Tá...

 

— CARACA! Cadê seu cabelo??????? Kkkkkk Ficou lindo Vi! Mais lindo né

no caso kkkkk

— Obrigada! Você está bem?

— Estou! Só me deu uma dor agora pouco, mas tomei um remédio...

— Certo! Vai demorar chegar?

— Não! Só mais uma rádio e vou embora.

— Tudo bem. Quer comer algo?

— Peça para Diva fazer uma sopa de legumes para Antônia e suco de laranja para repor vitaminas. Purê de abóbora para Vítor com carne de frango. Mamãe e Cíntia, eu e você nos viramos. Pede algo para nós... Vitória come na sua mãe?

— Vou falar com ela!

— Tudo bem! Preciso ir, te amo! Beijos!

 

WHATS OFF...

 

Na rádio Paula desce da van mostrando a Cíntia o corte de cabelo do filho.

— Olha o de Vitor! - mostra.

— Meu Deus, rapou!

— Sim! - riem. Mas gostei! Ficou melhor.

— Como Antônia está?

— Enjoada!

— Imagino, tadinha da borboletinha!

— Sim! - faz bico. Hoje à noite será longa!

— Fico lá para ajudar!

— Obrigada!

Entram na rádio e terminam os trabalhos do dia. Retornam para a fazenda duas horas depois. Marisa está com Vitor em seu colo na sala de TV enquanto Vitor alimenta Antônia na cozinha e Dulce banha Vitória.

— Paula!?

— Oi Lucy! - coloca a bolsa sobre o sofá.

— Coloco essas roupas para lavar? - mostra.

— Foram as que comprei ontem?

— Sim!

— Coloca!

— Ok! - leva.

— Oi! - vai até a sogra. Tudo bem?

— Eu que pergunto! - beija-a. Está maluca trabalhar com uma infecção?

— Está tudo bem! - ri, pegando o filho. E você? - sorri. Que lindo! Cabelinhos cortados, todo gato mamãe...

— Ficou uma graça né!?

— Sim! - riem. Vou tomar um banho...- entrega o filho para a sogra. E pegar Antônia...

— Sua mãe dormirá aqui?

— Sim, por que? Dorme conosco também... Já está tarde para você retornar sozinha.

— Sim!

— Já volto! - sai.

Vítor termina de alimentar a filha e vai para seu quarto ver se está tudo bem com Paula.

— Oi! - sorri, indo em direção à Antônia. Mamãe estava com saudades, minha borboletinha! - a pega, beijando-a. Ela comeu?

— Um pouco... Mas ao menos comeu!

— Ótimo! - sorri. Estou sentindo meus seios pesados, cheios! Estão doloridos. Eles não

mamaram essa noite. Estou com medo de dar mastite!

— Colocar para mamar essa madrugada!

— Sim...

— Já toma um remédio para dor e para febre para prevenir.

— Vou tomar! Você arruma mais um quarto de hóspedes para sua mãe?

— Arrumo! - pega a filha.

— Vou tomar um banho e já encontro vocês! O que pediu para gente comer?

— Sua mãe ficou de pedir, não sei o que ela escolheu!

— Ok! - entra no banheiro.

Ele deita-se com a filha na cama aguardando Paula sair do banho, o que não demora muito. Ela pega a  bebê e vai para a sala para que ele então possa fazer o mesmo.

— Mamãe! - abraça as pernas dela.

— Oi Vivi! - ri. Onde estava?

— No quarto!

— Hum! - olha-a.

— Mando coitou meus cabelos! - mostra.

— Sério? Não acredito que Armando cortou seus cabelos!! - riem. Ficou lindo!

— Sim! - sorri.

— Vá jantar com a vovó e depois cama! Já passou da hora de dormir...

— Você vai contar historinha?

— Vou! - sorri.

— Tá! - corre para a cozinha.

Dulce ajuda a neta comer e depois pega Vitor para Paula colocar ela para dormir.

— Quer cobertinha?

— Sim! - deita.

— Pronto! - a cobre.

— Mamãe...

— Oi!? - deita ao lado dela.

— Você vai trabalhar ontem?

— Amanhã?

— É!

— Sim, filha... Preciso trabalhar amanhã.

— Por que?

— Porque papai e mamãe precisam trabalhar para poder comprar comida, roupa, brinquedo, e um monte de coisa!

— Me leva junto?

— Você sabe que não pode ir...

— Mas só um dia mamãe...

— Vivi, amanhã você tem aula.Qual história quer ouvir?

— Do ratinho...

— Tá bom...- pega o livro.

Paula conta a história para a filha que volta e meia a interrompe para questionar sobre os personagens. Na sala Vitor pega os filhos e enquanto sua mãe e Dulce vão jantar. Vitória dorme e Paula ajuda ao marido olhar as crianças. Dão o remédio a Antônia e colocam o pijama no filho que vai dormir com a avó Marisa. Algum tempo depois e estão no quarto com Antônia tentando jantar enquanto todos os outros já foram dormir.

— Calma Antônia...- a segura.

— Pronto! - a sobe na cama. Fica aqui deitadinha! – a arruma no travesseiro.

— Quer!? - oferece suco.

— Um pouquinho só...

— Aqui! - entrega.

— Obrigada! - bebe. Conferiu o ar da Vitória?

— Sim!

— Ok...

— Você está bem!?

— Estou!

— Tomou seu remédio das 23?

— Tomei sim. Está tudo bem, Vitor... Relaxe um pouco. Termine de comer sua comida, vai esfriar.

— Não estou com fome. – vai para a varanda.

Paula termina sua refeição na cama enquanto consola a filha que volta e meia reclama de dor. Levanta-se e coloca o prato e o copo sobre a bancada, lava-se e retorna para a cama. Antônia pega no sono depois de muito custo, momento que ela aproveita para conferir suas redes sociais e atualizar sobre as rádios que visitou. Observa Vitor ainda na varanda com seu charuto. Decidindo deixá-lo em seu momento.

STORIES ON...

Oi amores! - sorri. Já está um pouquinho tarde, ainda não

dormi, o dia foi longuíssimo hoje. Mas muita coisa boa aconteceu!

Estive em três rádios aqui em Uberlândia como vocês viram e estaria em mais duas amanhã nas cidades vizinhas, só que tive um probleminha e não poderei ir! Mas avisarei o dia que for.

Sobre a infecção que mencionei na rádio, está tudo bem... Não estamos adiando por isso, mas sim porque minha bebezinha não está bem! Antônia está com uma virose e até então pensei que ela ia melhorar, só que não melhorou... Inclusive está deitadinha aqui.

As vovós estão ajudando, o papai cuidou hoje o dia todo, mas amanhã Vivi tem aula só por algumas horinhas e ela e Vitor não podem ficar tão próximos de Antônia por conta do risco de transmissão... Então precisamos cuidar muito.

Por isso, a gente se divide em mil aqui! - ri. Quanto a mim, estou bem! Me medicando, comendo certinho e repousando o quanto posso.

Aí gente... Hoje foi dia do Vitor cortar o cabelinho pela primeira vez! - sorri. Ficou a coisa mais linda! - ri. Vivi também cortou, só Antônia que não porque estava enjoadinha... Na verdade os dois Vitor de casa cortaram! - ri.

Ficaram ainda mais lindos! Inclusive, beijinhos Armando!!! E muito obrigada por cuidar tão bem de nós... Queria ter te visto, mas cheguei tarde, fica para uma próxima.

Agora vou tentar descansar, aproveitar para dormir um pouquinho enquanto os gêmeos estão dormindo... Porque daqui a pouco é hora de mamar! Beijinhos...

Coloca o celular do lado e resolve ir até Vitor.

— Tudo bem!?

— Sim! - a vê. Não dormiu ainda?

— Ainda não consegui! - senta- se.

— Melhor voltar lá para dentro e tentar... Logo os gêmeos acordam e você tem que dar mama hoje, lembra o que aconteceu ontem?

— Lembro... Os peitos são meus né!?

— Nossa Paula! - a olha.

— Desisto! - se levanta.

— Espera! - segura o braço dele. Senta aí... Desculpa! Não queria ter falado assim. Fico nervosa e desconto em você porque não posso fazer isso com mais ninguém. Você sabe que odeio ficar doente, não consigo fazer o que preciso.

— Não posso fazer nada a respeito! - se solta e entra.

— Você está bravo comigo? – o segue.

— Deveria?

— Estou perguntando se está!

— Estou perguntando se deveria!

Ele vai para o banheiro e ela deita-se em silêncio. Na madrugada Vítor a acorda para dar mama a Antônia e em seguida a deixa dormir, cuidando da filha. O dia amanhece agitado na fazenda. Marisa acorda com o neto e o arruma, levando-o para tomar café. Vitória é acordada por Lucy, que a leva a escola para participar de um projeto e logo retornam para a casa. Antônia acorda aos pais chorando.

— O que foi? - pega-a. Tá tudo bem, meu amor...

— O que houve? - senta-se sonolenta.

— Deve ter sido pesadelo!

— Me dê ela! - estende os braços. Vem, minha borboletinha... - pega-a. Calma...- a acalma. Está tudo bem agora, mamãe está aqui! - a beija. Quer mamazinho?

— Vai dar a fórmula?

— Não, - retira a alça da camisola - vou dar o peito mesmo. Ela mamou só em um ontem, o outro está duro e dolorido.

— Vou buscar umas compressas de água quente... - coloca a camiseta e sai.

Vai até a cozinha e ferve uma água enquanto Diva o atualiza sobre os outros filhos. Ao terminar retorna ao seu quarto e encontra Vitória conversando com a mãe.

— Oi filha!

— Ela está me contando que ficou 12 horas na escola hoje! - ri.

— Eita! - riem. O que você fez lá?

— Plantei arvrores, ué!

— Você é demais!

— Mamãe, você vai trabalhar para comprar papá?

— Hoje não... A mamãe não irá mais! - sorri.

— A gente vai comer junto?

— A gente vai comer junto sim! - ri.

— Queria comer guliças hoje...- mexe na gaveta do criado mudo.

— Comer o que filha?

— Guliças papai.

— O que é isso? - olha para Paula rindo.

— Não sei! - ri junto. O que é guliça Vivi?

— Que a Didi faz pro Elias...

— Não sei o que é guliça! - riem.

— Será que é linguiça? – olha para Paula. É linguiça Vitória? Aquele negócio cumpridinho e vermelho que a Didi frita?

— Aham!

— Meu Deus! - se acabam de rir.

— Vamos ter que pedir para a Didi fazer uma guliça hoje para você...- deita-se na cama.

— Vai tirar o uniforme filha para não sujar.

— Olha só! - pega uma cueca de Vitor e começa rir. Do papai, né!? - mostra pra ele ainda rindo.

— Sim, guarda isso! - riem.

— Pode entrar! - batem na porta.

— Oi...- abre. Vim trazer esse moço aqui para mamar um pouco... Não quis a mamadeira, Paula.

— Pode deixar! - ri. Vem aqui filho... Dormiu com a vovó....

— Como você está?

— Estou bem Marisa. - sorri.

— Antônia deu trabalho essa noite?

— Um pouquinho...- responde Vitor.

— Vovó, traz minha Toti? – deita com Vitor.

— Vitória, toma vergonha! Vai lá buscar.

— Vovó vai trazer!

— Sim...- ri. Vovó vai buscar sua toti e já vem!

— Vem filho! - o sobe na cama.

— Vai dar para ele mamar?

— Sim... Antônia já mamou um pouquinho. Vou tirar ela! - retira a filha do peito que começa a chorar. Antônia...- coloca de novo.

— Ela está dengosa...

— Muito!

— Vou tentar dar a mamadeira para ele!

— Não, está tudo bem... Vou virar ela aqui e você o coloca no outro peito.

— Ok!

Paula ajeita a filha e colocam Vitor para mamar também, ficando os dois agarrados nela.

— Dois bezerrinho!

— É lindo isso...- observa os filhos.

— Sim! Só dói um pouco...- respira fundo.

— Quer que eu tente tirar Antônia agora?

— Não... Pode deixar! - olha a filha. Ela quer ficar pertinho.

Marisa retorna com a mamadeira de Vitória. Vítor deita a filha na cama nos pés da mãe. Ficam conversando por um tempo enquanto os filhos se alimentam. Antônia acaba dormindo e o pai a coloca no berço. Vitória termina sua mamadeira e vai levar para Lucy. Vitor fica no colo do pai brincando por um tempo até querer descer e ir atrás da avó Marisa.

— Onde vai?

— Vou ver onde está Vitória! - coloca o chinelo.

— A água esfriou, esquenta para mim de novo e traz aqui...

— Tá! - pega a jarra e vai saindo.

— Vi...?

— Oi Paula!? - olha-a.

— Nada! - desiste.

Ele faz o que ela pediu enquanto conversa com Lucy que troca a roupa de Vitória.

— Vou levar lá.

— Ela está com dor ainda? - pergunta Sol.

— Um pouco!

— Faz as compressas então para não dar mastite!

— Estamos evitando exatamente isso! - vai até o quarto. Pronto... – coloca sobre o criado mudo ao lado dela. Estão aqui!

— Me ajuda a colocar.

— Se deite! - molha uma fralda na água quente. Qual vai fazer?

— Nos dois... Os dois estão doendo!

— Está bem!

Coloca as compressas sobre os seios dela e vai para o banheiro. Quando sai ela está o observando.

— O que foi?

— Você está estranho comigo!

— Você está desde ontem me tratando mal!

— Desculpa, já te expliquei. Não era minha intenção... Estou com a cabeça tão cheia, queria que você entendesse um pouco.

— Ok! - se perfuma.

— Vitor...

— Também passo por situações difíceis e nem por isso te trato mal. Mas tudo bem.

— Não fica assim comigo!

— Tá...- penteia os cabelos.

— Esta penteando o que?

— Uns fios que sobraram! - riem.

— Deita aqui comigo... Está doendo ainda!

— Tudo bem! - deita, se aconchegando a ela. Você quer que a gente tente dar só mamadeira?

— Não... Vitória parou de mamar tão cedo e os gêmeos continuam, ainda grandinhos e isso é ótimo! Agora que estão ficando doentinhos, meu leite fortalece eles.

— Sim!

— Vou passar a pomada que o Dr. indicou.

— Depois pego.

— Tá...

— Quer sair para jantar hoje? Mamãe fica com Antônia.

— Para quem não queria nossas mães cuidando das crianças... - riem.

— Não foi bem assim!

— Sei! - riem. Vamos deixar para outro dia... Não quero deixar ela doente.

— Tudo bem!

— O que vamos fazer hoje?

— Não faço ideia. Tenho o dia livre...

— Vamos ficar com as crianças!

— Inventar o que fazer com os três.

— Sim!

Se arrumam e levam as crianças para dar uma volta na fazenda. Banham os filhos, almoçam e os colocam para dormir depois. Quando acordam Paula se senta com eles para brincar.

— Monta aqui filha... - abre o quebra cabeça.

— Papai? - vai atrás de Vitor.

— Toca! - o encontra.

— Oi amor... O que você quer?

— Toca o violão!

— Qual você quer filha?

— Do planeta.

— Tá bem... - pega o violão.

— Vamos lá... - retornam a sala.

— Foi me chamar para tocar violão! - olha para Paula.

— Entendi! - ri.

— Vamos cantar a do planeta então... - senta-se. Eu vou fazer uma canção pro universo e pelos meus versos o infinito viajar... – começa cantar olhando para os filhos. Por entre as curvas das estrelas mais distantes, galáxias gigantes, giro interestelar.

Paula começa gravar Vitor cantando.

— Partir num rastro de cometa, voar de marte até plutão, aterrissar noutro planeta...

“Surfar numa constelação” - cantam juntos.

— Vou descobrir por que a Lua rodopia, quando acaba o dia ela vem nos visitar... Como é que o Sol deixa o planeta tão quentinho, fica gostosinho no verão pra passear...

Volta cantar tudo novamente e ri dos gêmeos que olham atentos Vitória tentar acompanhar o pai

na música. Ao terminar ela pede outra e mais outra das que ele compôs para as crianças e juntos cantam enquanto eles brincam no chão. Ela pública o vídeo dele cantando nos stories e depois volta brincar com os filhos.


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