12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 14
A despedida




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Chegamos na Fazenda e já ajeito minhas coisas para pescar. Cintia, Bia, Monteiro, Dulce e Paula vão pescar também. De início já é um desastre, acabamos rindo mais do que pegando peixe:- Paula nós vamos devolver o peixe depois.

Paula:- Mas tadinho... esse anzol? Ele machuca o peixe!

Monteiro ri de longe com um peixe:- Mas é fresca!

Paula:- Não é fresca –ri- é que dá dó...

Observo Cintia:- Não entendi a tática da Cintia ainda...

Ela começa a rir envergonhada:- Estou tentando atrair o peixe.

Largo a minha vara e vou ajudar Bia a puxar um peixe:- Deixa eu te ajudar...

Bia se acaba de rir:- Não consigo puxar. Êh Monteiro nem me ajuda!

Vejo Paula sentada do outro lado lutando com a vara:- Pulinha!?

Paula ri:- Vem aqui amor...

Pego a vara dela:- Vamos fazer uma aposta? Quem pegar um peixe maior escolhe o que quer.

Gritam do outro lado que apóiam, entrego a vara arrumada pra Paula:- Segura aqui – coloco a mão pra ela ver – lembra que te falei? Quando você sentir um impulsinho, você puxa...

Paula:- Ta...

Corri pro meu lugar e começamos. Cintia tirou o primeiro, mas logo em seguida Bia pega um maior. Monteiro pega um bem menor e todos brincam com ele. Dulce consegue um menor também. Na minha vez sou um fiasco:- Ah não... Bicho! – riem.

Paula grita:- Ahh, peguei!

Eu vou pesar o dela:- Não foi dessa vez pequena...

Bia vence a competição:- Faz o pedido...

Bia:- Uma noite de jogos lá em casa! Cartas, sinuca...

Dou risada:- Marcado!!

Nos ajeitamos e subimos para a sede:- Vamos deixar outro dia pra você cavalgar?

Paula está entrelaçada em meu braço:- Tudo bem... mas vai ser lá na minha chácara.

Beijo a cabeça dela:- Ta bem...

Apresentei a cozinheira da fazenda que nos serviu um café da tarde. Antes de voltarmos a cidade mostro a fazenda pros visitantes:- A Tati cultiva um orquidário ali... Chalana! – grito pra Chalana que vem correndo – Hei, garota! Essa a é a Chalana. João, solta a Tora e Cohiba...

As cachorras correm:- Hei meninas... Essas são Tora – aponto – Cohiba e Chalana.

Chalana se enfia no meio das minhas pernas:- Essa baba pra caramba...

Paula começa brincar com elas. Monteiro me faz perguntas sobre a raça e assim vamos seguindo pela fazenda. Explico a área dos cavalos, a parte da piscina, a academia. Volta e meia me fazem perguntas que vou respondendo na medida que sei. Horas depois já estamos na cidade. O pessoal vai embora hoje, os deixamos na casa do Leo e nos despedimos, Paula ainda passará a noite aqui:- Quer conhecer meu condomínio ainda?

Paula:- Sim, você me pediu pra escolher qual eu queria morar...

Rio dela:- Então vamos pro apartamento e de lá saímos a pé pelo lugar.

Chegando no apartamento de Vitor, trocamos de roupa, colocamos nossos óculos e saímos.

Vitor:- Tenho uma bicicleta.

Começo a rir:- Cadê?

Vitor pega a bicicleta em um local reservado do prédio e me entrega:- Vai andando nela.

No caminho peço pra ele tirar algumas fotos minhas. E particularmente, amo quando ele faz isso, é engraçado ver ele mexer no celular, me ensinar efeitos. Vitor havia criado um Instagram, até então eu não o seguia, nem ele a mim. Na verdade ele chegou a seguir, mas logo me exclui devido as coisas que eu postava lá:- Poste uma no meu IG.

Vitor:- Qual legenda?

Saio andando na frente dele:- Faz aí...

Ele vai falando enquanto escreve:- Dia de saúde! Beijos...

Começo a rir:- Só podia ser você mesmo, corre Vitor...

Ele apressa os passos pra me acompanhar. Uma moça nos reconhece e nos pede para tirar uma foto, olho para Vitor e ele me da sinal para não negar:- Tudo bem...

Moça:- Obrigado. Vocês são lindos1

Vitor sorri:- Obrigado...

Moça:- Vitor você é lindo, mais lindo pessoalmente.

Ele ri:- Obrigado mesmo. Agora temos que ir... Obrigado pelo carinho, tchau...

Ele empurra bicicleta para que eu vá:- E agora?

Vitor me encara:- Não negue nada quando te pedirem. Atenda normalmente, quando você disser que tem que ir, levarão numa boa. Mas se você se fizer carranca, sairá como mal educada. Você já devia ter aprendido isso.

Continuo caminhando sem responder, ele puxa a bicicleta para trás e faz cara feia:- Tudo bem...

Vitor corre na frente:- Ótimo.

Pedalo mais rápido do que ele corre:- Vamos...

Ele ri:- Tem uma sorveteria ali...

Paro a bicicleta:- Como é?

Vitor:- Fica aí que vou lá comprar. Você quer?

Desço da bike e vou caminhando junto com ele:- Não, já comi demais por hoje!

Vitor:- Ta bem.

Espero ele ir comprar o sorvete e voltar:- Está bom?

Vitor:- O melhor da região... quer?

Faço que sim com a cabeça e ele coloca na minha boca:- Obrigado...

Vitor:- Coma pouco, você não quis um para você, vai acabar com o meu?

Encaro ele:- Você é demais moço...

Continuamos caminhando, ele vai me contando do lugar e volta e meia pego o sorvete da mão dele:- Me dá mais um pouquinho?

Vitor me entrega:- Da próxima compro quatro.

Começo a rir:- Porque?

Vitor:- Um para você, dois para mim e um para o sol que está tomando mais que nós dois juntos...

Ele pega a bicicleta para carregar. Fica lindo de boné, mais despojado de shortes e regata. Não me espanta o acharem mais bonito dessa forma:- Vamos voltar?

Ele monta e peça que eu monte junto. Faço o que ele quer e retornamos:- Esse é lindo também... – a estrada é de pedrinhas e ele quase desliza – Ai Vitor... cuidado!

Vitor:- Agora eu tenho culpa?

Seguro nas mãos dele na direção da bicicleta:- O que vamos fazer mais hoje?

Vitor:- Eu tenho que repassar uns arranjos...

Me desaponto:- Isso quer dizer que estou fora...

Ele encosta a cabeça no meu rosto:- Não exatamente. Acho que Diva já organizou o apartamento.

Digo:- Fizemos uma bagunça.

Vitor:- Sim. Desce!

Desço e ele guarda a bicicleta:- Vamos... pela escada.

Vitor:- Estou cansado Paula.

Puxo ele:- Vamos!

Vitor:- São 15 andares, se quiser ir... vá sozinha!

Ele dá meia volta e quando percebe que eu não o acompanho ele se vira:- Vamos?

Ele fica aparentemente contrariado:- Você vai me pagar ainda!

Começo a subir e ele atrás reclamando:- Aff!

Vitor:- Eu não sou Henrique com aquela disposição! Vai com calma “momo”

Começo a rir:- Sobe, sobe...

Chegamos ao terceiro andar e ele se senta:- Que foi?

Vitor:- Não estou bem. Estou cansado, com muito calor, eu não agüento mais...

Vou lá e levanto ele:- Vai pelo elevador então...

Vitor:- Quinto andar e vamos os dois pelo elevador.

Aprovo e continuamos a subir até o quinto andar:- Pronto. Quero água...

Ele entra e vamos para o elevador:- Nossa... que ideia louca.

Vitor passa a ao no cabelo tirando o suor:- Você percebeu só agora?

Beijo ele:- Achei que ia ser mais fácil.

Quando chegamos ao apartamento Diva já havia organizado tudo, como imaginavamos:- Que cheirinho bom...

Vitor grita:- Diva...

Ela aparece rápido, como se já esperasse ele chamar:- Oi

Vitor sorri:- O que ta fazendo?

Diva:- Terminando de organizar suas roupas e jájá vou embora. Quer alguma coisa Paula.

Olho para ela:- Não, muito obrigado querida. Desculpa causar mais bagunça.

Ela ri:- Desculpo se me prometerem que quando casarem me levarão juntos.

Vitor sai pro quarto:- Já está prometido.

Ficamos na sala e ela vai me contando das coisas que faz. Do trabalho que Vitor arrumou pro filho dela, do tempo em que trabalha com Vitor. Pode considerar que ela é o braço direito dele e ao mesmo tempo perceber que Vitor resolve muitas coisas sozinho. Coisas que nem eu sabia como eram feitas mais:-E a mãe dele não ajuda?

Diva ri:- Quando ele deixa, sim... Vitor não aceita que ninguém faça nada, a não ser quando ele não pode mesmo.

Fico besta, ele não mudou nada:- Em São Paulo era assim também...

Diva me entrega um monte de papéis:- O que é isso?

Diva:- O que ele faz quando não tem trabalho. Tem uns que são de arrepiar!

Me sento com o bloco:- São poemas...

Elaz faz que sim com a cabeça e sai com uns livros dele para guardar. Começo a ler e me sinto um pouco culpada por ter tido tanta coisa dele e no fim... Vou para o quarto ele já tomou banho e já está mexendo nos arranjos com a guitarra.

Ele mê vê chegar:- Onde estava?

Deito na cama:- Lendo suas coisas.

Ele ergue a sobrancelha e volta a mexer na guitarra:- Você devia divulgar esse, é lindo.

Ele não me responde e continua tocar. Tento não incomodá-lo mais e vou para o banho. Quando saio ele não está mais no quarto então vou procurá-lo:- Amor...?

Ouço ele gritar do outro quarto:- Aqui!

Vou até lá e ele está mexendo em mais papéis:- Ah... Vitor!

Ele se mexe na cadeira de um lado para outro:- Quer ir jantar fora?

Saio do quarto:- Não!

Que ele tem que trabalhar é uma coisa, mas não custa ficar comigo mais um pouco, sendo que já vou essa noite. Vou para a sala e começo mexer no celular, já está anoitecendo e nem sono tenho. Ouço de longe o violão, a guitarra soando notas graves, agudas em uma passagem rápida.

Fiquei entretido no trabalho que quando percebo que Paula não voltou no quarto falto me bater. Resolvo deixar as coisas de lado e matar um pouco a saudade que ia começar de novo. Saio procurando-a e quando a vejo me abaixo no sofá:- Hei...

Ele se vira pra me encarar:- Terminou?

Respiro fundo e vou para a cozinha, ela vem logo atrás:- Você não quer jantar fora?

Paula:- Não. Só queria ficar um pouco com você...

Encaro ela:- Meu amor...

Paula me interrompe:- Vou embora ás 23:00h, vou me sentir melhor sabendo que não vou te atrapalhar. –Tento argurmentar algo, mas ela não deixa – Por favor, não quero que você se prende a fazer algo porque eu estou aqui...

Vou até ela:- Em nenhum momento fiz isso. Nós não tivemos tempo o suficiente para estarmos sozinhos, para aproveitarmos mais, e por conta disso eu não tive como organizar tudo. Paula... eu amo estar com você, quando só está nós dois.

Paula:- Mas não quero ser alguém que te... atrapalhe, sei quanta coisa você tem que fazer. Não sei como te ajudar.

Coloco as mãos no rosto dela:- Cancelando seu voo... nem que amanhã você á com o jato do Victor e Leo.

Ela sorri:- Não quero que você esteja fazendo isso só pra me agradar.

Contuinuo:- Não faça nada com a intenção de te conquistar, de fazer o que você quer. Só tento te mostrar o quanto você é amada por mim, o quanto te quero aqui...

Paula:- Então vá terminar suas coisas, depois nós ficamos aqui.

Volto ao outro lado da cozinha e pego um vinho:- Eu já terminei. Quer pizza de janta?

Paula ri:- Sério que não temos nenhum jantar magnifico hoje?

Rio:- Quer algo melhor que vinho e pizza?

Paula:- Sabe que tem muito tempo que não como assim... pizza em casa?

Sirvo ela:- De volta as raízes...

Depois do primeiro gole pergunto a ele se já terminou mesmo o que tinha que fazer, ou, estava apenas tentando me manter aliviada.

Vitor:- Terminei, quer ver?

Faço que sim com a cabeça e ele vai ao quarto buscar o violão:- Vai lá.

Minutos depois ele me chama pra ir até a sala e levar o vinho:- Você já pediu a pizza? Estou com fome e não quero ceiar...

Ele ri:- Já pedi. Escuta...

Ele começa u dedilhar no violão que já me prende a cada nota. A forma macia de tocar, a melodia absoluta. Foi se tivessemos há anos atrás, onde eu quem tocava Meu Eu Em Você para ele ouvir. Cada palavra da canção foi me ganhando de pouquinho, me prendendo, explodindo dentro de mim feito riso espontaneo de criança. Eu mal sabia como reagir, meus olhos já estavam cheios demais, meu coração a ponto de parar de mansinho... e, se parasse ali eu ia paz, feliz, pela última voz que eu tivesse ouvido fosse a dele. Pela última palavra que eu tivesse ouvido dele fosse:- É sua.

Vitor me observa e eu só sei sorrir e beber mais sem saber o que dizer, a não ser:- É...

Ele completa me entregando um papel:- Pra você. A cada vez que eu fizer uma, que eu fizer algo pra você, terá a cópia. Como é sua, como foi em você quem pensei quando fiz cada parte eu não me atrever mexer sem que você queira. Só não queime, rasgue ou me dê de volta.

Me levanto e caminho em direção a ele, também, como se fosse a última vez que eu pudesse ver aqueles olhos em mim. Durante todo esse tempo nos expressamos mal ao dizer que “eu o (a) beijo “ a verdade é que NOS beijamos. Não existe uma Paula ou um Vitor, somos os dois, um só. E talvez aí que mora o perigo, o medo de termos que nos separar. Se bem que, medo era algo que dele e com ele eu já não sentia. A forma que ele me envolve me faz pensar que todos do mundo são crianças indefesas, sem maldade. Ou melhor, que o mundo só tem nós dois, ou, um (eu e ele).

A pizza demora chegar, e confesso que gostei desse fato só pra gente ficar ali juntinho, sem nada, sem ninguém. O único barulho é da gente rindo... até a campainha chegar.

Ele se levanta e vai pegar, enquanto mais uma vez organizo as coisas para comermos:- Que cheiro bom.

Ele pega o primeiro pedaço e me dá enquano o sirvo de mais vinho:- Muito bom.

Vitor começa comer:- Você sabe o que uma pizza falou pra outra?

Começou...:- Não, o quê?

Vitor:- Nem eu... até porque pizza também nem fala.

Encaro ele:- É para rir?

Vitor ri:- Seria educado.

Começo a rir de verdade:- Só rio porque você fez algo sem graça, ser egraçado.

Ele me dá uma azeitona:- Mas gostei de você não ter rido. Não gosto disso... come aí.

Pego:- Se você não gosta, eu tenho que comer?

Ele nem dá moral e continua:- Quer ver um filme?

Limpo a boca:- Não, a gente não chega ao final do filme.

Ele ri:- Posso contar outra piada?

Faço que não com a cabeça rindo. Ele me responde com um olhar ironizado de quem não gostou da minha resposta.

Vitor:- Gosto de ouvir você rir. É uma das canções mais bonitas que guardo na memória...

A forma que ele me fala as coisas me encanta mais. Ele não separa um momento, não pensa para falar e sempre, mais sempre me deixa sem ter o que responder.

Vitor:- Eu acho que te amo.

Jogo a azeitona nele:- Que bom que ao menos acha. Já fico feliz.

Ele se estica na mesa e nos beijamos.

Vitor:- Para toda vez que você beber vinho, comer pizza se lembrar de mim...

Sorrio:- Me lembro tanto de você que seria tortura mais isso..

Ele sorri e continua comer:- Dessa vez nós vamos limpar a sujeira...

Ele faz que sim com a cabeça. Me levanto já retirando algumas coisas para a cozinha.Ele termina e vem logo atrás.

Coloco as taças na pia e Paula começa a lavar:- Deixa que eu lavo, você seca.

Paula:- Está com medo que eu quebre suas coisas?

Rio:- Não, imagina... Tanto confio que estou pedindo pra você secar e não colocar na máquina de secar.

Ela enxuga as mãos e sai rindo:- Sei... tem sorvete?

Começo a lavar:- Não sei, creio que não. Mas tem os chocolates, com vinho...

Paula:- Chega de vinho por hoje...

Rimos. Enquanto lavamos ela vai me contando os assuntos dela, falando sobre os shows, a equipe, o escritório. Fala sobre os cachorros, ela tem três machos, e eu, três femeas. Me pede para trazer o flokinho, que ela considera filho, na próxima vez que vier:- Espero que eu tenha sido o único pai dessa criança, corrijo, cachorro.

Ela ri e continua falando. Comentamos sobre a aposta de hoje a tarde; ela garante que vai organizar tudo com Beatriz para o dia dos jogos:- Pocker...

Paula:- Me ensina a jogar isso?

Termino de levar a última peça:- Ensino... –rio.

Indico para ela onde se guarda as coisas e ela também termina, assim, voltamos para a sala com os chocolates:- Quer aprender agora?

Paula:- Sim.

Pego as cartas e me sento com ela no sofá. Separo o baralho e explico o porquê dessa ação:- Nem todas cartas são utilizadas.

Vou falando cada poder que têm cada jogada. A importância de jogos prontos, a pontuação feita. Enquanto falo ela começa rir:- O que foi?

Paula:- Começa de novo da parte dessa carta – ela me mostra.

Ensinar pocker para Paula é quase impossível. Ela não gravas as jogadas:- Presta atenção...

Paula:- Vamos jogar, na prática é mais fácil.

Começo a rir:- É mais complicado!

Paula:- Anda, separa as cartas.

Começamos a partida e minutos depois desafio ela:- Corre?

Paula ri:- Para onde?

Jogo as cartas de lado rindo e pego as dela da mão:- Esquece pocker, esquece tudo. Vem aqui, vamos ficar quietinhos que ganhamos mais.

Paula:- Eu adorei isso!

Ela vem e sem aconchega de costas para mim, pego uns chocolates e começamos a conversar. Ela me conta da conversa com a Diva, sobre os poemas que me leu. Ás vezes me desconecto do assunto que ela fala, só pra aproveitar o som da voz dela tão perto. Como se cada gesto que ela fizesse com as mãos, que eu segurava, com a voz que eu bebia beijando estivesse dentro do meu coração. Fosse a emoção que me preenchia, o oxigênio que circulava com o sangue sobre meu corpo todo. Ter ela perto de mim, era ter a mim mesmo de saias, e claro, muito mais bonito, meigo, na verdade era bom ter ela, amar ela e viver dela:- O que mais têm para me contar?

Paula:- Que eu tenho uma coisa para você...

Ela se levanta e vai até o quarto me pedindo pra esperar. Quando retorna segura algo nas mãos.

Paula:- Sua pulseira.

Aquela pulseira tinha anos que eu não via:- Caramba... estava com você? – era uma das minhas prediletas.

Ela ri e volta se sentir no meu colo:- Estava, quase ia esquecendo de te entregar.

Coloco no braço, enquanto ela mostra o anel dela e ri de ter sido a pessoa que lutava por ele comigo:- Por isso você sabia o que eu arrematei.

Ela gira o anel no dedo:- Eu também estava prestando atenção em você...

Seguro a mão dela, beijando aqueles dedos tão delicados. Paula era tão pequena que, por vezes, eu tinha medo de tocar. Ela ri quando digo isso a ela...

A noite vai se estendendo, nossos olhos vão pesando e quando acordamos já é dia:- Paula?

Me levanto do sofá, dolorido, tentando não mexer muito nela que não acorda então levo-a para a cama e vou pro banho.

Passo a mão do lado e Vitor não está, quando ouço o barulho no banheiro. Me viro e espero ele sair, o que não demora muito.

Vitor:- Bom Dia.

Sorrio, ainda com muita preguiça:- Bom dia...

Ele vem me da um beijo:- Você está cheiroso, eu não...

Ele ri e se deita comigo:- Não me importo. Vem aqui...

Vou até ele:- Eu já esto triste por ter que ir embora.

Vitor me abraça mais:- Não vamos pensar nisso agora.

Nós brindamos o dia mais uma vez, já com o aperto no peito de ter que ir embora. Por mais que deixemos os minutos se escorrerem entre caricias, eles parecem querer correr mais e mais. A hora de ir vai se aproximando e, infelizmente, tenho que me levantar da cama e me aprontar. Vitor fica olhando enquanto pego minhas coisas:- Te espero em BH, no inicio da semana que vem.

Vitor se levanta:- Sim, irei.

Vou ter que ir de táxi, Vitor enrola tanto:- Rápido para me levar ao menos até lá embaixo.

Ele corre e pega um roupão:- Vamos...

Ele carrega minhas coisas:- Da próxima seja mais rápido...

Rimos:- Estou mutio atrasada Vih...

Vitor:- Desculpa não poder te levar, mesmo.

Vou pegas as coisas da mão dele, mas ele se nega dizendo que vai lá embaixo:- De roupão?

Ele se olha:- Droga. Te amo, me liga assim que chegar. Pegou tudo?

Ele me entrega a bolsa:- Sim, o que eu esquecer você me leva depois.

Nos beijamos:- Não fica sem me ligar, por favor. Nem tivemos tempo pra falar da sua terapia, mas te ligo pra falarmos. Preciso ir...

Vitor:- Queria te levar...

O beijo mais ma vez:- Não vai dar tempo. Próxima vez nos policiamos com os atrasos.

Ele ri:- Vai com Deus, vou te amando...

Entro no elevador e mando um beijo pra ele. Quando as portas fecham sinto uma dor tão grande, aqueles dias com ele foi mais do que esperei. Ao mesmo tempo fico feliz, lembrando das risadas, da escada, da bicicleta, dos atrasos... tudo, segredo só meu e dele.


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