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Capítulo 134
Capítulo 134




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Uma equipe está na fazenda, Eduardo auxilia Paula nos figurinos enquanto Dulce balança os gêmeos no carrinho.


— Como será a próxima foto?
— Eles vão nos mostrar...
— Ok...- olha-se no espelho.
— Já fizeram a entrevista filha?
— Já sim! - sorri. Foi ótima!
— Que bom...
— Estão dormindo tranquilos? - observa os bebês.
— Sim! Como será que esta Vitória?
— Está com o pai dela no estúdio... O correto seria perguntar como está Vitor, porque ela deve estar se divertindo e deixando ele doido! - riem.

Nos estúdios da cidade Vitória brinca na bateria enquanto o pai conversa com os sócios.

— Sem baba hoje? - riem de Vitória falando com os músicos.
— Sim! Estão ajudando cuidar dos gêmeos enquanto Paula trabalha. - olha a filha.
— Será que vai ser cantora?
— Vitória? - pergunta para o amigo - não faço ideia! Mas gostaria que não fosse...
— E porque isso? É a profissão do pai e da mãe.
— Exatamente! Eu e Paula sabemos o quanto nos dói não poder ficar em casa e perder tantos momentos... Os gêmeos nasceram em uma piscar de olhos, nem aproveitei a gravidez dela, sem contar o quanto foi conturbada!
— Vocês querem mais filhos?
— Querer até queríamos... Mas Paula sofre muito! Seria arriscar a vida dela e a vida das crianças.
— Complicado isso!
— Iremos gravar essa? - mostra.

Vitor termina seu trabalho no estúdio e retorna para casa, passando em uma loja de chocolates pelo caminho para comprar alguns para a filha. Ao chegarem Vitória desce com a sacola e começa oferecer para a equipe que está na sala.

— Boa tarde! - entra. Olá! - sorri. Fiquem à vontade! - segue para a cozinha.
— Chegou! - o vê entrar.
— Sim! Paula está onde?
— Acredito que no quarto... Está fotografando lá!
— Entendi! E os gêmeos? - coloca algumas sacolas na mesa.
— Estão com Dulce e Lucy! Vitória ficou bem?
— Muito bem! - sorri. Vou ver Paula! - se retira.

Enquanto Vitória conversa com um fotógrafo que preparava a câmera, Vitor vai ao quarto.

— Pulinha? - entra.
— Oi! - vem até ele sorrindo. Chegou! - beija-o. Cadê Vitória?
— Está na sala com um fotógrafo...
— Eita! Falou em Vitória, falou em curiosidade... Nunca vi igual! - ri.
— Cadê os bebês?
— Na varanda com a mamãe... Já estou terminando aqui.
— Sem problemas... Está gostando?
— Muito amor! - sorri. Concedi uma entrevista incrível... E as fotos estão ficando lindas, quer ver?
— Sim!

Paula pega a câmera com um fotógrafo e mostra ao Vitor que se surpreende.

— Linda! - sorri. Amei essa! - mostra com o dedo.
— Sério? - olha para ele. Meus seios estão quase aparecendo...
— E daí? Não é uma entrevista para se despir de corpo e alma? Vá fundo...
— É...
— Pois então!
— Coloco essa na entrevista?
— Com certeza, amor...
— Certo! Colocarei então.
— Vamos jantar mais tarde? Só nós dois na cidade.
— Pode ser! - sorri. Fica aqui e acompanha o restante das fotos...
— Ok! - senta-se em uma poltrona.


Paula termina a sessão de fotos sob os olhos de Vitor que aprova as imagens feliz por ela. Se despedem de toda a equipe que vão embora encantados com Vitória.

— Vem aqui filhote...- pega a filha. O que você fez no estúdio hoje?
— Toquei bateria...- faz com as mãos.
— Meu Deus! - riem. Você vai ficar com a vovó, tá bom? Enquanto a mamãe e o papai vai sair um pouquinho...
— Onde mamãe vai? - mexe no cabelo dela.
— Vou só sair um pouquinho com o papai... A gente volta logo!
— Quero um chocolate!
— Vou trazer! - sorri. Amanhã vamos montar a árvore de Natal!! - diz feliz. Você quer escrever sua cartinha para o papai noel? Você fala e o papai escreve...
— Sim!
— O que quer ganhar filha? - Vitor pergunta.
— Deixa eu pensar...- coloca a mão na cabeça. Quero chocolate!
— Vitória! - riem. Chocolates? Meu Deus!
— Você come tanto chocolate já!

Vitor pega a filha para Paula se trocar. Aproveitando a maquiagem ela só coloca uma roupa e senta-se para retirar o leite para deixar para os filhos.

— Será que tiro mais uma?
— Tira por precaução...
— Ok!
— Roupa nova?
— Viu só? - ri. Adorei essa roupa!
— Está linda mesmo... Onde vão?
— Vamos jantar em um restaurante...
— Ah sim...
— Ajuda mamãe e Lucy?
— Vou ajudar...
— Está ficando cada vez mais complicado sairmos... Agora deixamos três e vocês não têm obrigação de ficarem com eles!
— Mas é uma vez em cada mil anos... Não tem problema! Só acho que talvez você tenha que contratar mais alguém.
— Não queria... Treinar uma pessoa para ficar com os bebês...
— Você não vai leva-los em todo lugar!
— Mesmo assim... Marisa disse que vai cuidar deles.
— E Vitor aceitou?
— Não falei com ele ainda certinho...
— Ele não quer ninguém criando os filhos dele!
— Mas não vou deixar minha carreira...
— Não estou dizendo que ele quer isso também.
— Então fica difícil!
— Paula, só converse com ele... Vou lá ver se estão precisando de algo! - sai e Vitor entra.
— Uau! - a vê. Está linda, Pulinha!
— Obrigada! - sorri.
— Vou tomar um banho e já vamos...
— Vi, vem aqui antes...- chama. Preciso te falar uma coisa...
— O que foi?
— Sua mãe conversou comigo sobre ficar com as crianças.
— Os gêmeos?
— Sim! Enfim, nossos filhos...
— Ficar como?
— Para eu não ter que colocar pessoa estranha aqui dentro, ela se disponibilizou a cuidar dos bebês enquanto trabalhamos com a ajuda da minha mãe.
— Nossas mães? Cuidando dos nossos filhos? Porque sinto que isso...
— Vitor...- olha para ele.
— Não podemos perder a autonomia! São nossos.
— Eu sei! Elas não vão se intrometer na educação, me prometeram.
— Hum...- pensa. Vamos deixando as coisas acontecerem!
— Ok!

Vitor toma seu banho e arruma-se para saírem.

— Sério...? - olha para ele.
— Que?
— Você vai com essa camiseta?
— O que tem? - se olha.
— Eu me arrumo tão bonitinha para você ir jantar comigo como se fosse na feira!
— Hei! - ri. Na feira? Você pagou caríssimo nessa camiseta.
— Paguei mesmo, para você ficar em casa porque paguei muito mais caro nas outras pra você sair.
— Vamos? Deixa de falar lorota...
— Fazer o que, né!? - pega a bolsa. Te espero lá na sala...- sai do quarto.

Ele troca de camiseta, termina de arrumar o cabelo, pega sua carteira e vai para a sala.

— Coloca na sua bolsa! - entrega.
— Uau! Onde você vai? - Dulce brinca.
— Na feira! - pisca.
— Hoje tenho que admitir que minha filha se casou com um homem lindo!
— O que você quer Dulce? - olha para a sogra.
— Não se pode fazer um elogio...
— Não! - riem.
— Quero que você traga um prato especial para mim...
— A Paula comprou vários esses dias! - pega a chave. Vamos?
— Vamos...- beija os filhos. Qualquer coisa nos liguem...
— Cadê Vitória?
— Está no quarto dela com Cíntia...
— Logo voltamos! - beija a mãe. Tchau!
— Tchau! Vão com Deus.
— Amém!

Saem da casa rumo ao carro. No caminho para o restaurante Paula liga o som tocando John Mayer.

— Não precisava ter trocado a camiseta!
— Você pediu.
— Não pedi!
— Não importa. Não me importo com a roupa visto.
— Eu sei, nem eu me importo com a roupa que você veste. Foi uma besteira minha.
— Sei.
— O que?
— Que? - olha para ela.
— O que te falei...
— Disse que eu sei.
— Ironicamente?
— Paula...- encara-a.
— Amo você! - sorri.
— Me conte sobre a entrevista...
— Ok! - se arruma no banco. Contei sobre o aborto... Depois contei sobre a depressão e tudo que afetou nós dois. Falei sobre o que as crianças vieram representar para mim...

Eles conversam o caminho todo sobre a entrevista. Ao chegarem são recepcionadas e encaminhados a uma mesa particular.

— Boa noite! Gostariam de beber algo antes de fazerem os pedidos?
— Claro, a cartela de vinhos...- pede.
— Aqui está! - entrega.
— Quer escolher?
— Não! Pode escolher você....

Folheia a cartela de vinhos e escolhe.

— Fiquem à vontade! - se retira.
— Obrigado!
— Vitor mamou muito hoje... Preciso falar disso na próxima consulta. Antônia acaba sugando bem menos. - vê Vitor olhando para ela. O que?
— Não vamos falar dos nossos filhos, tudo bem? - segura a mão dela. Quando chegarmos em casa falamos disso.
— Tudo bem...- entende. E então, o que quer falar? - sorri.
— Sobre não termos mais assunto além dos filhos!
— Verdade! - riem.
— Na verdade temos sim, muitos! - coloca sua cadeira ao lado da dela. Você já sabe quando volta trabalhar?
— Daqui quinze dias, não é?
— Sim! E já preparou tudo da turnê?
— Já pensei em tudo... Semana que vem começam os ensaios e já fiz meus figurinos! - sorri.
— Entendi! - acaricia o rosto dela.
— Edu fez sua camiseta, me mandou foto!
— Que bom... Quero ela mesmo!
— Ele fez...- o observa por alguns minutos. Você é muito importante para mim! - coloca a mão na perna dele. Não pelos nossos filhos, pela nossa história... Mas por ser quem você é!
— Você também é Pulinha... Meu norte! - se aproxima dela, beijando-a.

Beijam-se sem compromisso, como nos velhos tempos em que nada além dos dois existia, nem percebendo que o vinho chegou a mesa.

— Trouxeram! - ri. Não posso beber muito...- vê ele colocando vinho na taça.
— Só um pouquinho! - entrega. Um brinde?
— A nós!?
— A nós, a nossa paixão que não se apaga, a nosso amor luz e eterno...- brindam, bebendo em seguida. Amo você! - beija-a.
— Vamos direto para casa depois? - coloca a taça sobre a mesa.
— Então! - riem. Não sei... Ainda temos um flat! - pega as chaves no bolso.
— Espertinho...- ri. Vamos fazer os pedidos?
— Sim! - chama o maître.


Fazem os pedidos que não demora chegar.

— Quer experimentar o meu? - coloca na boca dele.
— Hum...- limpa a boca. Maravilhoso! Amei... Preciso te falar uma coisa...
— O que? - olha-o.
— Convidei meu amigo para jantar conosco em casa.
— Que dia?
— Daqui dois dias!
— E você me fala agora?
— Tem dois dias ainda!
— Mesmo assim... É aquele seu sócio dos negócios de charuto?
— Ele mesmo!
— Nossa Vi... Eles são tão chiques...
— Paula eles são simples!
— Nunca preparei um jantar para amigos seu...
— Calma Paula! Se fosse para ser assim nem tinha te falado... Depois pensamos nisso!
— Ele vem sozinho?
— Não, vem com a família... A esposa e duas filhas que você vai adorar conhecer!
— São crianças?
— Não! - ri. São adultas! Uma é blogueira...
— Está vendo? E você diz que não chiques...
— Paula...
— Tudo bem! Mas vou fazer algo bem feito... E como vamos fazer com as crianças?
— O que tem?
— Porque em um jantar como vou dar conta das três...
— Vitória janta conosco... Vitor e Antônia ficam com alguma das nossas mães.
— Viu como elas são úteis!?
— Nunca falei que não fossem.
— Então... É muito importante elas cuidarem dos nossos filhos. Não haverão pessoas melhores!
— Voltamos a falar das crianças? Como um casal que não tem mais assunto na vida?
— Não! - ri. Já parei...- come.


Jantem jogando conversa fora, buscando ao máximo não conversarem sobre coisas da casa, dos filhos, etc. Após a sobremesa Vitor paga a conta e saem abraçados para o estacionamento.


— Vi...- entram no carro.
— Oi!? - coloca o cinto.
— Acho melhor irmos para casa...- olha o relógio. Já está bem tarde!
— Tudo bem...- liga o carro.
— Queria muito ir para outro lugar! - coloca a mão sobre a perna dele.
— Eu sei! - sorri. Mas precisamos voltar... Está tudo bem!

Fazem o caminho de volta em silêncio, observando a chuva começar a cair.

— Nem parecia que choveria...
— Pois é, mas estava marcando uma chuva....
— E pelo visto vai engrossar!
— Tomara que dê tempo de chegarmos em casa...

A poucos minutos da entrada da fazenda a chuva se intensifica com muita ventania. Ao chegarem na sede, guardam o carro na garagem.

— Caramba! - desliga o carro.
— Estou preocupada com as crianças!
— Elas estão bem Paula! - abre a porta e sai em direção ao gramado.
— Onde você vai? - o observa. Vitor! - abre a porta. Volta aqui, pelo amor de Deus! Deixe de maluquice, Vitor...
— Amo chuva! - olha pro céu.
— Vitor! - se preocupa. Está ventando muito, vem para casa... Pare com isso!
— Vem!? - a chama.
— Eu!? De jeito nenhum!
— Vem...- ri. Estou falando sério...
— Vitor... Pare com isso! Vem aqui... Por favor! Não fique aí embaixo desse tempo!
— Você não vai vir? - olha-a, atentamente.
— Não posso ficar doente...- pensa. Vitor...- o vê a aguardando. Isso é maluquice! - retira os sapatos e vai até ele. Que água gelada! - ri.
— Muito! - a abraça rindo.
— Precisamos entrar! - olha para ele. Já estamos encharcados e você pega uma gripe muito rápido!
— Vamos aproveitar...- fecha os olhos. Só quero aproveitar cada segundo... Intensamente!

Paula o abraça e ficam em silêncio deixando a chuva cair por alguns minutos. Ela o puxa para dentro de casa, entregando um roupão para ele na varanda.

— Tire e venha para dentro! - ri. Você precisa tomar um banho quente urgente... - o vê tirar a roupa. Tire a cueca também... Já vai direto para o banho! - o aguarda e seguem para o quarto.
— Toma banho comigo...
— Você está tão carente hoje...- entram no banheiro. O que houve? - retira o roupão, desamarrando o dele em seguida.
— Nada! Ter passado a tarde te acompanhando naquela matéria só me fez ver mais ainda como você é uma profissional excelente, uma mulher inteligente e determinada, além de ser bonita e gostosa... E aceitou ser minha esposa! Só tenho motivos para amar você. - entra na ducha. Que delícia! - fecha os olhos.
— Você é demais! - ri, entrando atrás dele.


Tomam banho deitando-se logo em seguida. Na manhã seguinte Paula levanta-se primeiro para amamentar os filhos e escuta o celular de Vitor.


— Oi Ricardo! - atende.
— Oi Paulinha! Vitor está?
— Está dormindo... Quer deixar recado?
— Sim! Só avise ele que preciso vê-lo mais tarde, sem falta.
— Ver o Vitor?
— Sim... Sobre os exames que ele fez, houve uma pequena alteração.
— Sei! - finge saber. Vou avisar! Mas está tudo bem, não é?
— Vamos fazer de tudo para ficar melhor ainda!
— Aham...- fica apreensiva. Preciso desligar, depois nos falamos! - desliga.

Olha-o dormindo por alguns segundos e sai em seguida atrás de Diva.

— Bom dia! - sorri ao vê-la.
— Diva, o que tinha naquelas sacolas que Vitor trouxe ontem?
— Sacolas?
— Sim Diva! O que tinha?
— Uai Paulinha, eu não sei!
— Hum...
— Por que?
— Nada! - sorri. Você tem o visto estranho nos últimos tempos?
— Não!
— É... Nem eu! - senta-se.
— Quer um café?
— Não Diva! - respira fundo.
— Aconteceu algo?
— Não! - levanta-se.
— Não vai tomar café?
— Não! - vai para seu quarto e escuta Vitor tossir no banheiro. Está tudo bem? - o vê encostado na pia.
— Aham! - tosse.
— Foi a chuva ontem! Quando eu te falo as coisas...- liga a ducha quente. Vem tomar um banho...

Ele faz o que ela pede e se deita em seguida, ainda tossindo muito.

— Você não quer me contar nada?
— Que? - olha para ela.
— Nada! Vou buscar um chá para você...

Ela traz o chá para ele e retira os bebês do quarto em seguida. Vai para o quarto de Vitória onde encontra Cíntia e conta para ela o que houve.

— Será que é algo grave? Estou preocupada Cíntia e ele não me diz nada!
— Paula... Se acalme! Não deve ser nada grave não. Relaxe. Ele estava tossindo muito?
— Sim! Também... Tomou um banho de chuva ontem.

Enquanto conversam são interrompidas pelos gritos dele no quarto.

— O que foi? - chega correndo.
— Cadê o remédio de febre? Não acho! - fecha a gaveta.
— Precisa gritar, Vitor? Me assustei...- vai até o closet e pega o remédio para ele. Deixa eu ver...- coloca a mão sobre ele. Você está quente... Beba o remédio e se deite. Já venho aqui...- sai.

Paula busca o termômetro e retorna ao quarto colocando em Vitor. Aguarda apitar e confirma que ele está com febre.

— Está alto! Fique deitado...- sai. Mãe!? - a procura. Vitor está com febre e está altíssima. O que faço? - se preocupa.
— Vitor com febre de novo?
— Pois é!
— Vou fazer um chá para ele... Já tomou remédio?
— Já sim!
— Não deixe as crianças perto dele...
— Sim...- fica triste.

Retorna ao quarto e Vitória está sentada com o pai.

— Tire ela amor...- olha para ela emocionado. Disse que quer ficar cuidando de mim porque estou dodói...
— Sim...- pega a filha no colo. Papai precisa descansar, meu amor...
— Quero ficar aqui, mamãe!
— Não filha... Papai precisa dormir! - sai com ela. Lucy...- a vê no corredor. Fique com ela! - entrega. Já a pego! - retorna ao quarto.
— Sem problemas!
— Vitor...- entra.
— Sim...?
— O que você tem? - deita-se com ele.
— Nada...- ri. Só é uma febre...
— Mais uma vez uma febre...
— Uma febre apenas porque tomei banho de chuva! E não me arrependo...- beija a cabeça dela.
— Ricardo ligou, Vitor...- resolve falar e sente ele ficar tenso.
— Ligou onde?
— No seu celular e eu atendi...
— E falou o que?
— Você sabe... Eu que não estou entendendo! - olha para ele. O que está havendo? Você passou mal e não me disse?
— Não está havendo nada de mais!
— Vitor... Ricardo quer ter ver urgentemente porque houve alterações nos seus exames. Que exames são esses?
— São exames de rotina Paula! - se ajeita na cama.
— De rotina? Não são de rotina e você sabe que eu sei que não são, então vamos nos poupar dessa parte e falarmos logo sobre o que interessa!
— Senti uma dor durante um show na semana passada... Telefonei para ele e ele me pediu para fazer alguns exames. Até então ele achava ser falta de energia, porque minha rotina estava turbulenta demais... Minha imunidade despencou e enfim... Estava aguardando os resultados.
— Por que não me falou nada?
— Porque você se sentiria culpada!
— Como estou me sentindo agora Vitor... Você vive falando para mim me cuidar, enfim...- se levanta.
— Pulinha...
— Vou me arrumar e vamos ao Ricardo... - vai para o closet.

Paula se arruma e o aguarda se arrumar. Conversa com Lucy para ajudar a mãe dela com os filhos e segue para a cidade dirigindo. Vitor pensa em falar qualquer coisa, mas evita ao ver ela dirigindo sem sequer olhar para ele. Ao chegarem são encaminhados para o consultório de Ricardo que os recebe e examina Vitor, fazendo-o ingerir de imediato alguns medicamentos para a febre.

— Ele tomou uma chuva ontem...
— Como assim?
— Sim, tomou banho de chuva!
— Vitor...- Ricardo olha para ele. Havíamos conversado sobre você ter que descansar, sua imunidade não está boa e o exame apontou uma infecção...
— Infecção? - Paula se preocupa.
— Sim! - senta-se. Vou passar uma medicação e você o faça tomar corretamente durante os dias... Repouso absoluto, por favor! - escreve a medicação.

Retornam para casa e Vitor segue direto para o quarto, deitando-se.

— E aí?
— Ele está com uma infecção... A imunidade está baixa e o organismo dele está comprometido...
— Como assim?
— Por conta da rotina, não se alimenta direito, não dorme direito... Ricardo disse que ele precisa de repouso absoluto, tomar a medicação corretamente...
— Nossa Paula!
— E ele não me disse nada! Já vinha sentindo dor e não me fala. Ás vezes Vitor tem umas atitudes que me fazem pensar seriamente sobre nossa relação!
— Paula, você escondeu dele que estava grávida... Já esqueceu?
— Diva! - olha para ela. Você já sabia, né!? Por isso está me jogando isso na cara?
— Não estou jogando nada na sua cara e nem sabia também sobre Vitor estar assim... Só estou dizendo que da mesma forma que você quis proteger ele, ele também quis proteger você!
— São coisas diferentes!
— Não são filha...
— Chega! - olha para elas e sai.

Entra no quarto e ele está deitado com dois cobertores.

— Vitor, você não pode se cobrir assim...- retira um cobertor.
— É melhor você não ficar perto de mim também! Não sabemos o que é e pode afetar as crianças.
— Você está ardendo em febre ainda...- coloca a mão sobre ele. Nem remédio posso te dar porque Ricardo já deu...
— Não quero mais remédio, só quero ficar bem...- fecha os olhos.
— Está com dor? - passa a mão no rosto dele.
— Um pouco!
— Onde?
— No abdômen!
— Vai passar! - sussurra.

Ela se levanta e vai amamentar os filhos preocupada com Vitor. O dia passa e ela se desdobra com as crianças, principalmente com Vitória que quer ver o pai. Volta e meia vai ver como ele está, assim como Dulce e Diva também. Pela noite ao sair do banho escuta-o gemer na cama.

— Vitor? - corre. O que está havendo? - sobe na cama.
— Está doendo muito! - olha para ele. Me dê o remédio que ele passou!
— Vou te levar para o hospital, a sua febre não baixou o dia todo! - se levanta.

Grita a mãe que chama Elias e ajeita o carro para irem. Com a ajuda de Diva leva Vitor até o veículo e entra em seguida, partindo para o hospital.

— Vamos examina-lo...- um enfermeiro leva-o para o consultório.
— Pode interna-lo e aplicar o soro que deixei pronto...- Ricardo chega. Temos que ser rápidos para essa infecção não avançar! - pega o braço de Vitor e avalia.
— Ricardo...
— Calma! - a acalma. Vá para sala de espera, daqui a pouco irei até lá!
— Vamos Paula! - Dulce a pega e leva para sala.
— Os gêmeos! - se lembra. Deixei sem leite! Meu Deus...- pega o celular na bolsa. Ligue para Cíntia e diga para ela dar os suplementos... Vou ligar para Marisa e avisar que ele está aqui! - sai.

Ela liga para sogra que logo chega ao hospital. Cíntia telefona para ela perguntando sobre a quantidade de suplemento e ela passa as informações. As horas passam e Paula vai ficando cada vez mais apreensiva.

— Vou procurar saber! - se levanta.
— Paula, não! - a senta. Pelo amor Deus, Ricardo virá aqui... Você já foi até a recepção umas 10 vezes! Minha filha, se acalme.
— Me acalmar? Meu marido entrou por aquela sala - aponta - a três horas e eu não faço ideia do que está ocorrendo com ele. O meu marido, o meu amigo, o pai dos meus filhos...- se emociona. Só de pensar que ele não está bem, eu fico... Não posso perder ele! Ele não deveria ter me escondido que estava doente! - chora.
— Calma! - a abraça.
— Olá! - Ricardo chega.
— Como ele está? - o olha.
— Está bem! Controlamos a febre e já está medicado.
— O que ele teve?
— Imunidade do Vitor está baixa! Pegou uma infecção e não controlou a tempo. Mas já estamos resolvendo e amanhã ele volta para casa, com dieta restrita e repouso!
— Posso vê-lo?
— Claro! Vamos lá...

Ele a leva até o quarto em que Vitor está e se retira.

— Oi! - coloca a bolsa na poltrona e vai até ele.
— Oi...- sorri, olhando para ela. Não chore! - coloca a mão sobre seu rosto.
— Você me deu um susto! - segue a mão dele.
— Estou bem! Ricardo exagera.
— Ele não exagera!
— Vai defender outro homem na minha frente?
— Vou! - riem.
— Amanhã volto para casa, mas você precisa ir hoje... Descansar e ficar com as crianças.
— É... Mas não queria deixar você sozinho!
— Não vou ficar... E daqui a pouco já é amanhã!
— Não faz mais isso comigo, ok? Não posso pensar em perder você. Por favor, temos três filhos para criar! - ele ri. Estou falando sério!
— Eu sei! Trouxe meu celular?
— Sim...- pega na bolsa. Aqui...- entrega.
— Vou falar com Leo daqui a pouco... E você, volte para casa! Estou bem... Vamos nos falando por celular.
— Certo...- segura a mão dele. Preciso ir mesmo porque os bebês vão mamar novamente... Me ligue, por favor! - beija-o.
— Amo você...- sorri.
— Eu também! Sua mãe vai ficar aqui... A obedeça! - pega sua bolsa.
— Vou obedecer! - sorri. Me de mais um beijo...
— Dois! - se aproxima rindo.

Beijam-se e terminam de se despedir. Marisa fica com Vitor e Paula retorna pra fazenda com Dulce. Cuida dos filhos e toma um banho, pegando o celular para falar com Vitor até de madrugada. O dia amanhece e ela se levanta, arruma as crianças e ajuda Diva preparar o café da manhã.


— Chegaram Paula! - a avisa.
— Que bom! - vai até a porta. Bom dia! - sorri.
— Bom dia! - aproxima. Como passou a noite?
— Eu quem lhe pergunto! - beija-o.
— Passei bem... Mas é melhor em casa!
— Sim! Entra...- o ajuda. Sua mãe ficou na cidade?
— Ficou sim! Cadê os bebês?
— Estão ali na cozinha...
— Vitória! - a vê correndo para ele. Oi, minha princesa! - a pega.
— Papai estava dodói?
— Sim, mas já estou bem! - sorri. E você?
— Também! - sorri.
— Também está bem! - riem. Vamos comer... Olha quem estão aqui...- observa os carrinhos.
— Maninhos...
— Os maninhos, né Vivi...
— Hoje nossa princesa está fazendo dois aninhos e 8 meses! - sorri.
— Sim! Oba!
— E o bolo mamãe?
— Bolo né espertinha...- ri. Cadê Diva?
— Aqui! - mostra. Vem ver!
— Vai filha...- desce do colo de Vitor batendo palmas.
— Parabéns para mim! - canta.
— Essa menina...- riem. Vamos cantar!

Cantam parabéns para Vitória que pula de alegria.

— Senta aqui! - coloca-a na cadeirinha. Vamos cortar o bolinho...- coloca na cadeirinha dela.
— Deixa eu tirar uma fotinha antes...- pega o celular. Olha aqui filha...- tira. Linda!

Paula corta o bolo de Vitória e a filha entrega o primeiro pedaço para os irmãozinhos. Tomam café e na noite coloca as crianças para dormir, indo ajudar Vitor depois.

— Quer tomar um banho...?
— Já tomei...
— Vi... Você deveria me esperar! Não pode se esforçar.
— Estou bem, Pulinha! - se deita. Vai tomar seu banho que vejo as crianças...
— Me chame qualquer coisa...- entra no banheiro.

Vitor cuida dos gêmeos e Paula logo sai do banho, se arruma e deita-se.

— Você está bem?
— Sim...
— Tomou o remédio?
— Tomei...
— Ok...- se cobre. Vamos ver um filme...- pega o controle. Enquanto os bebês dormem!
— Estão dormindo bem, né!?
— Sim... Ainda bem! Vitória havia me pedido um bolo, acredita? - ri.
— Imaginei quando vi hoje de manhã! - riem.
— Não vejo a hora dela começar ir para a escolinha... Vai voltar mais esperta do que já é!
— Vai sim! - se aconchega em Paula.
— Ricardo falou que você teve uma infecção viral... Como uma gripe muito forte!
— Sim, ele conversou comigo...
— Você está bem mesmo?
— Claro que estou Pulinha... Não estou mentindo!
— Jura?
— Não faço juramento de nada nessa vida...
— Promete...
— Nem promessa! Apenas te dou minha palavra...
— Vamos ver...- senta-se sobre ele.
— Pensei que demoraria mais para fazer isso! - a ajuda retirar a camisola sorrindo.

Vitor senta-se, aconchegando Paula sobre ele. A acaricia enquanto tira sua peça íntima, criando um momento dos dois, inabitável por qualquer outra pessoa. Ela o auxilia a retirar sua camiseta e se escorre pelo corpo dele retirando o resto, deixando-o inebriado por suas mãos que lhe preenchem a intimidade. Em um esforço absurdo para não fazerem qualquer ruído, relutam com seus corpos quentes e suados debaixo dos cobertores até serem interrompidos por um dos bebês.

— Para Vi...- fecha os olhos se controlando. Vitor! - o empurra. Vitor, um deles acordou! - segura a mão dele que lhe apalpava.
— O que? - olha para ele confuso.
— Um dos gêmeos! - o retira de cima de si, se levantando. Calma...- puxa o lençol e vai até o berço. Shiu...- pega. Mamãe está aqui, meu amor! - tenta acalma-lo. Não preciso chorar meu filho... Já estou aqui...- senta-se na cama novamente. Me dê essa água e esse algodão que está aí do seu lado...
— Esses? - pega e entrega.
— Sim! Calma filho...- coloca o bebê na cama. Mamãe já vai dar mamá...- limpa os seios e pega o bebê de volta. Pronto! - coloca-o para mamar. Prontinho, amor...- sorri. O que foi? - olha ele a observando.
— Nada...- sorri. Acho que eu nunca conseguiria ser mulher!
— Por que?
— Por conta disso tudo... Uma hora estávamos... e na outra você já...
— Uma hora estávamos? Na outra eu já? - ri dele. Uma hora estávamos fazendo o que gera isso aqui! - mostra o bebê. Por isso em outra hora eu já estava aqui, cuidando dele com todo amor do mundo... Meu gulosinho! - observa o filho. Vitor, se levanta e vá ver Vitória...
— Ok! - senta-se na cama e veste sua calça.
— Não demora porque Antônia vai acordar para mamar...

Vai até o quarto de Vitória e a filha está dormindo aqui. Retorna ao seu e pega Antônia que chorou, entrega para Paula amamentar e coloca Vitor para dormir novamente.

— Onde vai? - olha para ele.
— Tomar um banho...
— Me espera! Antônia já termina...
— Tá...- vai até o berço do filho. Vitor dorme melhor...- cobre-o.
— Sim! Antônia tem o sono mais leve...
— Puxou a irmã! Nossa... Lembra que não podíamos fazer nenhum barulho que Vitória já estava acordada!
— Sim! - riem.
— Fico imaginando o dia em que não teremos mais nenhum bebezinho... Mas nenhuma criança. Que já irão dormir em seus quartos, que não precisarão de nós para irem no banheiro ou pra colocar comida... Me dá um aperto no peito. Porque no fundo não é eles que são dependentes, somos nós que ficamos!
— Exatamente! Não gosto nem de pensar... Sofro só de imaginar que daqui algum tempo não vou amamentar mais.
— Só que ao mesmo tempo deve ser incrível! Tiro pela Maria... É toda independente...- ri. E me orgulha muito vê-la se determinar já tão nova.
— Sim! - sorri. Estou com saudades dela...
— Ela quer vir ver os gêmeos de novo... Em breve vou buscá-la.
— Prontinho... Mamou minha princesa! - sorri. Ôh meu deusu... Olha isso Vitor! - ri.
— Eita...- se aproxima. Está sorrindo papai...- pega a mãozinha dela. Sorriso mais lindo do mundo! - sorri. É, papai... Eu sou linda! - a bebê o observa conversar. Oi filha, você acabou de mamar, está com a barriguinha cheia, esta limpinha, agora vamos mimir... É...- ri quando ela sorri.

Vitor conversa com a filha que logo se espreguiça e dorme novamente. Paula a coloca no berço e vai com ele para o banho.


Continua...


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