12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 124
Capítulo 124




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Os dias passam e com eles vão emoções vão chegando. Paula sai com Marisa e Tatianna para comprar os móveis do quarto de Maria enquanto Vitor trabalha em casa em alguns arranjos.

— Diva!? - entra.
— Oi...- se aproxima.
— Oi! - sorri, colocando as sacolas no sofá. Minha mãe chegou?
— Não! Nem ela e nem Cíntia.
— E cadê Vitória?
— Está na cozinha!
— Vitória? - chama a filha seguindo para a cozinha. Meu bebê, a mamãe trouxe um presente...- mostra para ela. Vamos ver o que é? - a pega no colo e retornam para a sala. Abra! - entrega.

Vitória abre o embrulho com a ajuda da mãe. Ao ver bate palmas.

— Um monte de bichinhos! - ri da reação dela. Agora temos mais bichinhos para aprender...
— Igual do papai...- mostra para Paula.
— Sim, Vivi! - sorri. É um peixinho igual o do papai... Por falar nisso, cadê seu pai? - mexe nas sacolas.
— Aqui! - chega na sala tossindo.
— Ué... Está gripado?
— Acho que sim! - passa a mão no rosto. Uma dor no corpo absurda!
— Já tomou banho?
— Não... Sua mãe vem para cá hoje?
— Sim! Por que?
— Nada... Ela não falou mais nada do Alessandro?
— Eles terminaram! Minha mãe disse que ele era realmente incrível, mas... E o trabalho dele é no mundo, viajando, não teria como seguir para o futuro um relacionamento assim.
— É, bem complicado! Vou tomar meu banho...
— Vou fazer aquele chá para você...
— Nossa! Aquilo é horrível...
— Mas é tiro e queda! Ah... Antes de ir tomar banho, dê banho na Vivi... Estou com dor nas costas.
— Muita dor?
— Não, nada preocupante! Me abaixei para ver as coisas do quarto da Maria e me cansei um pouco.
— Paula...
— Vitor, por favor! Não se preocupe... Já falei que não precisa. - se aproxima. Você parece estar com febre...- coloca a mão sobre ele. Não... Vai dar banho nela e a traga aqui, vou preparar seu chá! - sai para a cozinha.

Ele leva a filha para o banho, entregando ela em seguida para Paula. Enquanto ele retorna para seu banho, Dulce e Cíntia chegam a fazenda.

— Onde passou a tarde? - a cumprimenta.
— No shopping... Fomos comprar os móveis do quarto da Maria.
— Nem me chamou...
— Mãe...- ri. Pensei que estivesse ocupada.
— O que está fazendo Paulinha?
— Um chá para Vitor... Ele está gripado!
— Coloca um pouco de remédio junto...
— Vou colocar...
— Não fique muito próximo dele.
— Uai, porque?
— Você não pode ficar gripada!
— Mas não posso ficar longe do meu marido também...
— Mas não consegue ficar pelo menos um dia longe!? Sem dar um beijinho?
— Meu Deus! - Cíntia ri.
— Não, não consigo...- ri.
— Diva e Sol já foram?
— Já sim! Faça uma jantinha para nós...
— Vitor podia fazer esse peixe...- abre a geladeira.
— Ele está cansado! - coloca o chá em uma xícara. Vou levar! Vitória...? - chama. Cadê ela? - olha em volta. Vitória? - sai procurando. Minha filha desce daí! Vitória Zapalá desça daí agora! - a observa mexer no aquário. Não pode tirar os peixes aí de dentro! - a pega colocando no chão. Você não suba aí novamente porque senão irá apanhar!
— Só um pixinho!
— Filha não pode! Se você tirar ele morre...
— Vovó? - vai até Dulce e Paula vai atras. Pega o pixinho ali! - aponta.
— Vitória!
— O que você quer? - se abaixa para vê-la.
— O pixinho igual do papai!
— Não vai pegar peixe nenhum! A mamãe já não falou? Sua teimosa!
— O que ela quer Paula!?
— Quer pegar o peixe do aquário. Estava lá com a mão dentro já...
— Vivi, não pode... Sua mamãe já não te explicou?
— Vem din...- chama a Cíntia.
— Não! A dinda não vai porque não pode tirar o peixe do aquário.
— Vou levar o chá pro Vitor... Olhem ela!

Paula chega ao quarto e vê Vitor deitado ainda de roupão.

— Vitor, vista uma roupa! Vai ficar pior assim...
— Estou cansado!
— Eu sei! - coloca o chá no móvel ao lado da cama. Mas não pode adoecer! Vou pegar sua roupa...- segue para o closet e escolhe a roupa dele. Tome! Se veste para tomar o chá.
— Diva já foi embora!?
— Sim!
— O que vou jantar?
— Minha mãe chegou... Vai fazer algo para comermos.
— Faz aquela sopa, se não estiver cansada também! - veste-se.
— Estou bem! Vou fazer...

Aguarda ele se trocar e busca o pente para pentear os cabelos dele.

— Vitoria quer tirar os peixes do aquário!
— Ainda!?
— Sim! Fala que é o peixe igual ao seu...
— Não entendo ela falar que é peixe igual ao meu! Que peixe!? - ri.
— Os que você pesca!
— Hum... Deve ser!
— Pronto! - olha ele. Está certinho seu cabelo...
— Cadê o chá?
— Ali! - mostra. Bebe tudo!
— Vou beber...- pega. Você pode ficar perto de mim!? Não tem perigo pegar um resfriado?
— Deixe de besteiras Vitor...- se aproxima dele. Estou grávida e não...
— Só me preocupo!
— Eu sei! Mas não precisa se preocupar tanto assim... Estou bem, os bebês estão bem!
— Sim...
— Não quero que você durma no quarto de Vitória hoje... Por favor! Eu sei porque você está fazendo isso e juro que não entendo.
— Estou dormindo lá para você dormir mais confortável...
— Pelo amor de Deus Vitor! - o encara. Minha barriga nem está tão grande assim. Ninguém nem desconfiou que estou grávida e você vem com essa?
— Paula... Não vamos discutir. - bebe o chá.
— Você não me ama mais?
— Que?
— É... Não me ama mais, não me deseja mais só porque estou grávida de gêmeos? Eu não pude controlar, eu não sabia que seriam gêmeos Vitor.
— Paula, é claro que sei que você não sabia que seriam gêmeos. E não é nada disso que você está pensando!
— E o que é então? Você nunca se afastou de mim quando estive grávida, pelo contrário, você mesmo dizia que se sentia mais atraído.
— Estou com dor de cabeça!
— Vitor, não faz isso comigo...
— Não estou fazendo nada! Pare...
— Tudo bem... Continue me deixando. - sai do quarto.

Entra na cozinha e quieta começa a preparar a sopa de Vitor. Ele chega algum tempo depois, pergunta por Vitória e Dulce fala onde a neta está com Cíntia.

— Está acontecendo algo? Falei sobre você não ficar perto dele, mas era...
— Não se preocupe! Ele quer fazer isso por conta própria...- coloca os legumes na panela.
— Como assim?
— Ele não está dormindo no nosso quarto! - respira fundo, segurando o choro. E não quer voltar dormir.
— Que maluquice é essa? - a segura, levando para se sentar.
— Eu sei lá! Coisa dele. Diz que é para que eu durma mais confortável! - chora. Mas é mentira! Ele ficou bravo comigo por ser gêmeos.
— Aí meu Deus! Que babaquice é essa Paula? Como ele pode ficar bravo por ser pai de gêmeos?
— Eu não sei! - olha para ela. Já falei! Não entendo o que ele está fazendo. Ele simplesmente se afastou de mim desde que soube.
— Dê um tempo...
— Que tempo mãe? Perder meu marido assim...
— Você não perdeu e não vai perder.
— Sinto falta dele! Queria muito Vitor perto de mim... Mas ele está com receio e não adianta eu dizer nada que ele nega!
— Tenha calma... As coisas não são assim e você sente demais.
— Exatamente por isso! Ele deveria saber o quanto sinto.
— Vai descansar! Termino essa sopa...
— Não...- se levanta. Vou terminar!

Paula se recompõe e termina a refeição dele em silêncio. O chama para comer e pede que alimente Vitória enquanto ela vai para o quarto. Começa organizar o closet dele, retira as roupas que ele já não veste e arruma as camisas, camisetas, sapatos. Ele chega algum tempo depois com Vitória no colo.

— Mamã...
— Oi...- se vira surpresa. Não dormiu ainda mocinha?
— É du papai...- mostra a camiseta que Paula está segurando.
— Sim, é do seu pai... Estou arrumando. Me ajuda... Coloca lá em cima da cadeira.
— O que são essas roupas?
— Para doar!
— Hum...
— Veja algumas de frio para mim tirar.
— Papai, atí ó! - entrega para ele.
— Obrigada amor...- pega. Vamos dar para os amiguinhos né? Papai não usa mais essa.- coloca na cadeira. Você já comeu?
— Sim... Enquanto fazia. - dobra algumas roupas.

Vitor a ajuda terminar. Quando se dão conta Vitória já estava no chão do quarto dormindo.

— Aí meu Deus...- se abaixa. Mimiu... Pegue ela Vitor...- levanta. Pode deixar ela dormir aqui comigo para você dormir mais confortável no quarto dela.
— Pulinha... Vou levá-la ao quarto dela.
— Não quero dormir sozinha Vitor e se você não está disposto a dormir comigo, deixa ela dormir.

Ele sai em silêncio sem respondê-la. Coloca Vitória no berço dela, a cobrindo e retorna ao quarto.

— Terminou?
— Terminei...- sai para o banheiro.

Vitor entra no banheiro algum tempo depois. Senta-se na pia e a observa se banhar.

— Vitor! - se vira assustada. Está maluco!?
— Não queria te assustar!
— O que está fazendo?
— Nada... Gostava de te olhar tomando banho na gravidez da Vitória, não posso fazer o mesmo agora?
— Não sei! Para mim você nem estava gostando de ser pai de novo.
— Não exagera! Fiquei muito preocupado... Principalmente com você. Fiquei muito aflito todas as vezes que você passou na gravidez da Vivi e comecei a pensar agora...
— E para isso precisar se afastar de mim?
— Eu sei! - desce. Tenho que parar com isso... Me afastar quando estiver com algo na cabeça. Me perdoe!
— Você tem que parar mesmo! Não estou aqui de enfeite... Estou aqui porque sou sua esposa, porque amo estar com você e quero te ajudar. Mas não... Você se esconde, me exclui por dias da sua vida!
— Eu sei! Me perdoe...
— Chega de pedir desculpas, perdão e começa a fazer valer as coisas! - puxa o roupão.

Paula se arruma e sai do banheiro. Ele desiste de conversar, ajeita a cama e deita-se.

— Onde você vai? - a vê saindo do quarto.
— Vou tomar um chá!

Na cozinha ela se encontra com Dulce que está fazendo o mesmo.

— Do que é o seu chá?
— Erva doce!
— Me dê um pouco...- senta-se.
— Aqui! - coloca para ela. Vitoria dormiu?
— Sim!
— E Vitor?
— No quarto?
— De vocês?
— Sim...
— Que bom!
— Não sei se é bom!
— Não te entendo...
— Nem queira mãe...- bebe.
— Podíamos fazer alguma coisa amanhã?
— Tipo?
— Não sei... Alguma coisa! Vitor tem show?
— Não... Temos terapia amanhã de manhã.
— Hum...

Terminam o chá conversando sobre o dia. Ela retorna ao quarto e ele ainda está acordado. Retira o robe e se deita.

— Boa noite...- se cobre.
— Boa...- apaga as luzes.

Vitor não pega no sono, se vira na cama diversas vezes. Resolve ligar a televisão e começa a assistir a um documentário. Ás 4h00min Paula desperta.

— Não dormiu ainda? - vira-se para ele.
— Não! Te acordei?
— Ouvi a TV! - senta-se.
— Desligo! - pega o controle.
— Não! Pode deixar... Vou ver Vitória como está. - se levanta e vai até o quarto da filha. Ê mamãe, está frio...- liga o ar quente. Minha pequenininha...- coloca mais um cobertor sobre ela.

Paula retorna ao quarto e Vitor sai do banheiro.

— Amanhã tem terapia as 10 horas! - fecha a porta.
— Ok...
— Ela queria que Vitória participasse, mas eu informei que é melhor não.
— Sim!
— Até porque se a gente continuar assim é Vitória quem terá que fazer terapia! - deita-se.
— O que quer Paula!? Não é para mim pedir desculpas, nem mostrar que estou arrependido. Então o que faço?
— Nada! - se encolhe na cama.
— Pulinha...- deita-se a abraçando. Não vou me afastar de você!
— Você já se afastou! - chora.
— Não! - a vira. Não diz isso...- acaricia o rosto dela. Estou aqui e não vou me afastar! Me perdoe... Só precisava de uns dias para colocar minha cabeça no lugar. Ser pai é o que mais amo! Imagina ser pai de mais dois bichinhos...- sorri. Vai ficar tudo bem! - a beija. Eu juro! - aperta sobre si.

Não demora muito e adormecem. Pela manhã são acordados por Vitória.

— Vitória, como você está estilosa! - ri. Onde vai!?
— Com a vovó! - mexe no cabelo de Vitor.
— Vai com a vovó onde?
— Num sei! - desce.
— Vão sair? - olha para Paula.
— Não sei! - se levanta.

Se arrumam e seguem para a cozinha.

— Mamãe e papai cadê a Vitória? - indica onde ela está para eles procurarem.
— Hum... Não faço ideia! - se aproxima do armário.
— Que pena que ela sumiu... Eu tinha um presente para ela!
— O que ia dar para ela Vitor?
— Um chocolate!
— Bu! - abre o armário rindo.
— Vitória! - riem. Sai daí de dentro menina!Onde vão levar ela?
— Vamos na cidade com Marisa! Tudo bem?
— Sim! - sorri. Quem fez as tranças em você?
— A din! - aponta para Cíntia.
— Ficaram lindas! - senta-se.

Tomam café com Vitória conversando. A terapeuta chega a casa e eles seguem para a sala reservada.

— Como estão? - sorri.
— Bem...
— Que bom! Como vocês preferiram, Vitória não participa da terapia, mas aconselho estarem sempre que possível juntos e fazer com que ela confie nos dois, entenda que vocês dois é que passam ordens. Futuramente, caso tenham mais filhos...- se olham.
— Estou grávida! - a interrompe.
— Sério? Nossa! - sorri. Que bom! Parabéns aos dois.
— Obrigada!

A terapeuta passa as instruções para seguirem com os filhos e começa a terapia com eles.

— Vitor não estava dormindo no nosso quarto até ontem...- Vitor olha para ela.
— Já expliquei...
— Eu sei! Mas mesmo assim. Me feriu isso!
— E o que te motivou a não dormir no quarto Vitor?
— Só estava preocupado com algumas coisas e preferi me afastar.
— Vitor... Paula é sua esposa! Ela está aqui para te ajudar a resolver os problemas, você não precisa fugir e nem tão pouco criar seu mundo próprio para lidar com seus medos.
— Eu sei!
— Já disse isso a ele...- se arruma.
— Já disse mesmo, não precisava ficar...
— Só quero que a gente se entenda mais, você precisa confiar em mim!
— Paula, você vai começar com isso novamente? Eu confio em você!
— Você não confia! - o enfrenta.
— Chega!

Vitor se levanta e sai da sala. A terapeuta fica sem graça quando Paula cai no choro.

— Se acalma! - se aproxima dela. Você precisa ter paciência com ele também. Ele não gosta que você desconfie dos sentimentos dele por você. Não reaja assim, querida!
— Me desculpe! - se recompõe.
— Está tudo bem! Acredito que seja melhor darmos um tempo ao Vitor... Sinto que ele não gosta de se abrir na terapia sobre a vida de vocês. Faça um seguinte... Tenha calma, não desconfie porque ele te ama muito e confia em você sim, a questão é que ele tem os momentos dele. Daqui algumas semanas eu retorno... Mas isso se após vocês conversarem ele querer continuar.
— Tudo bem... Muito Obrigada e perdão...
— Não peça desculpas! Isso é normal. Você está bem?
— Sim. Beatriz, ninguém sabe da minha gravidez...
— Não se preocupe! Conversamos em sigilo profissional. Curta sua gravidez, é mágico!
— Sim! - sorri.


Beatriz ajuda Paula a se levantar. Ela a acompanha até a saída da casa e se despedem. Ao retornar Vitor vai até ela. A segura e leva para até o sofá.

— O que eu faço com você? - olha para ele chorando. Por que você faz isso?
— Paul...
— Não me toca! - afasta as mãos dele. Não me toca! - se levanta. NÃO ME TOCA! - sai para o quarto.
— O que foi isso? - Diva vem correndo.
— Só faço cagada! Só...- vai atras dela.

Ao chegar na porta do quarto está trancada.

— PAULA!? Abra a porta! POR FAVOR.
— ME DEIXA! - deita na cama chorando.
— PULINHA... VOCÊ NÃO ESTÁ BEM! Me deixe entrar.

Ele continua tentando, mas ela não abre. Vai até a cozinha e pede a cópia de chaves para Diva, ela o entrega e ele retorna e abre a porta.

— Paula...- vai até ela.
— Me deixa um pouco sozinha! - olha para ele secando as lágrimas.
— Não! Me ouça...- se abaixa. Eu amo você! Não gosto quando desconfia do meu amor, do quanto você é importante para mim. Eu só preciso dos meus momentos também... Sempre te falei isso! - começa chorar. Por favor, meu amor...- se deita na cama abraçando ela.

Vitor acaricia seus cabelos a acalmando. Não demora e ela adormece quieta, intocável. Ele se levanta a deixando descansar. Retorna a sala e já encontra a filha que chegou.

— Oi...- pega ela que vem correndo. Já passeou!
— Passeou um monte! Dê um banho nela? Está cansadinha.
— Darei! - segue para o quarto da filha. Vamos tomar banho né pitoquinha...- a coloca no chão. Preparar sua banheira!

Ele arruma as coisas para o banho. Coloca Vitória na banheira e começa brincar com a filha.

— Que cor é essa? - aponta para sua camiseta.
— Azul! - bate palmas.
— Isso! - sorri. E em inglês? Como o papai te ensinou?
— Bluuuu...
— Isso! - ri. Blue!
— Mamã gosta de azul!
— Sim!

Na sala Diva conta para Dulce e Cíntia que Paula e Vitor brigaram. Cíntia vai até o quarto da prima vê-la, mas ela ainda dorme. Retorna para a cozinha e tranquiliza Diva e Dulce. Pega seu celular e mostra as fotos que tirou de Vitória!

— Vou postar!
— Cuidado! Vitor não gosta disso...
— Mas não aparece nada dela...

Hoje foi dia de passear com a dindin... ♥️

Vocês não imaginam o quanto essa menina é espoleta!

Vitor termina de dar banho na filha e a leva para a sala. Pega os livros que Paula comprou e senta-se com ela.

— Vem...- dá o livro a ela. Vamos ler com o papai...
— Naum, aquele de montar...- pega na gaveta. Esse! - mostra para Vitor.
— Traz aqui então...

Ela leva para ele e começam a montar as peças do quebra-cabeça.

— Filha, aqui...- aponta.
— Atí...- coloca.
— Isso, amor...
— Ú pixinho...- mostra.
— Um tubarão! - faz careta e ela ri. E esse? - indica.
— Cacaco.
— Não, filha... Ma ca co! Ma... De Maria.
— Cacaco!
— Não! - ri. Mas tá... E esse aqui? - mostra.
— Trigre! Ruau...- imita.
— Tigre! - ri. RUAU!
— Papai é trigre?
— Não... Mas eu queria ser um tigre! - ri. E você é o que?
— Miau!
— Uma gatinha! - ri. Senta aqui Cíntia...- vê ela se aproximar. Temos uma gatinha em casa...
— Sério? Quem é a nossa gatinha!
— Eu! - ri.
— Você é mesmo! - a beija. Minha gatinha manhosa ainda...
— Você foi ao meu quarto? - se levanta.
— Fui, mas ela estava dormindo...
— Fique aí com Vitória, já volto...
— Tudo bem!

Vitor retorna ao quarto e ela já está acordada, deitada quieta.

— Pulinha...- fecha a porta.
— Vitória chegou? - se levanta.
— Sim...
— Aí...- senta-se novamente.
— O que foi? - vai até ela.
— Um pouco de tontura! - coloca a mão na cabeça.
— Deita aqui...- a deita.
— Já estou bem! - respira fundo. É normal...
— Tem certeza? - a ajuda se levantar.
— Sim! - segue ao banheiro e ele vai atrás.
— Sobre o que houve...
— Não quero falar disso! - passa uma água no rosto.
— Não quero te estressar... Não quero que por minha culpa você passe mal. Eu amo você!
— Vitor...- se seca. Chega! - olha para ele. Ás vezes me pergunto onde erro... Mas a verdade é que você é seguro demais sobre o que sente por mim e eu não sou. Não confie tanto nas coisas, uma flor que não se rega, morre!
— Você não acredita que eu te ame?
— Ás vezes não sei o que você sente por mim! Se afasta, me distancia, coloca empecilho no que pode ajudar a gente. Isso é normal, Vitor? Quero alguém para compartilhar comigo. Eu te amei a minha vida inteira por pensar que você era capaz disso... De me ter na sua vida e não só eu te ter na minha! Não é fácil viver despida, nua, crua em todos os sentimentos para alguém que me conhece tanto enquanto o outro não corresponde. Se veste, se camufla.
— O que eu posso fazer para te mostrar que não é nada disso?
— Não sei mais! - sai do quarto o deixando sozinho.

Ao chegar na sala encontra Vitória que corre abraçá-la. Pega a filha no colo e junto com Cíntia saem andando pela fazenda.

— Quando saberemos o sexo dos bebês?
— Daqui algumas semanas! Vitória, não corre assim...
— Diva contou que você e Vitor discutiram!
— Uhum...
— Se não quiser falar disso, tudo bem!
— Ele abandonou a terapia no meio da sessão.
— Paula... Você sabe como sou, não é?
— O que? - não entende.
— Você sabe o quanto tímida e reservada, sempre respeitou meu jeito. Quando você disse que você e Vitor fariam uma terapia eu fiquei meio... Nunca vi Vitor tentando te mudar. Ele sempre te ajuda, sempre mostra o seu melhor lado e sempre respeita seus momentos. Mas você não...
— Cíntia!
— Escuta! Por favor. Não quero que te ver mal, não quero te ver divorciada do único homem que você realmente ama. Paula, forçar uma pessoa que não expõe sua vida nem para família a contar tudo para uma estranha, é sacanagem! Querer que ele fique nos seus pés 24 horas como os outros ficaram, é sacanagem. Vitor te ama, ele não quer só te levar para cama! Você não pode querer mudar ele. Eu sei que ele tem crises que precisam ser consultadas, mas deixa ele procurar por isso. O seu papel como esposa é amar e respeitar...
— Agora eu sou a errada?
— Não! Sei que faz tudo isso para o bem dele. Mas desde que essa terapeuta se enfiou aqui dentro as brigas aumentaram, ficaram piores. Vocês gritam e os funcionários escutam! Perdem a cabeça facilmente. Você está enfiando uma agulha nele toda vez que o força a fazer isso! Você acredita que ele não te ama mesmo? Só porque ele não quer fazer terapia? Ou porque ele não fica te dizendo isso, te levando a lugares bonitos ou jantares exorbitantes? Ele te deu essa fazenda! Olha isso...- aponta em volta. Não tem lugar mais bonito que esse para você! Você anda a cavalo a hora que quer, tem seus bichos perto, liberdade para fazer o que bem entender e fica reclamando que quer que Vitória ande na cidade, seja livre, seja... Olha isso! Esse é o meu lugar para vocês, você sempre me disse isso.

Ela se senta e Cíntia a acompanha.

— Você se sentiria melhor se ele te levasse a restaurantes do que comer vocês dois aqui?
— Não...- pensa nos dois.
— Não diz que ele se afastou, porque estou vendo é você afastar ele! Desculpa dizer isso tudo, mas eu amo você e quero te ver bem. Não quero que daqui alguns meses tenhamos que sair daqui de mala e cuia para nunca mais voltar... Você seria tão infeliz e não a dor pior do que te ver triste!
— Já entendi Cíntia! Já deu...
— Não fique brava comigo! - se levanta. Vem Vitória, vamos brincar de rodar! - ri.

Ela se perde nos pensamentos enquanto observa Vitória rir sendo rodada por Cíntia. Olha tudo em volta, sente falta dos primeiros meses de casada, do aconchego que Vitor fornece e dos momentos bons, sem brigas, discussões e desentendimentos.


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Notas finais do capítulo

Tem duas imagens!!!
Continua



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