12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 120
Capitulo 120




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Paula vai para o escritório, marca na clínica de Ricardo alguns exames para fazer e vai para o quarto da filha.

— Bom dia! - entra.
— Bom dia Vitor...- arruma Vitória.
— O que você tem?
— Por que?
— Está me chamando de Vitor de novo e está toda afobada!
— Eu!?
— Sim, você!
— Não! - ri. Desculpa... Não te chamo de Vitor mais! Tá bom, Vitinho? - vai até ele e o beija. Ou Vitorino, Vitu? O que você quer? - riem.
— Vitu!
— Tá bom então...- volta arrumar a filha.
— Amor...
— Sim?
— Você vai para a cidade hoje?
— Vou! Preciso ir agora de manhã. Por que?
— Nada... Estava pensando em ir para cidade também, quero conversar com minha mãe, mas faço isso em outro momento. Vai você resolver suas coisas e eu fico com a Vivi...
— Ok!

Observa ele brincar com a filha enquanto termina de arrumar o cabelo dela. O seu coração dói! Sabia que ele merecia e devia fazer parte desse momento, independente do resultado.

— Vi...
— Hum? - a olha.
— Precisamos conversar!
— Por que? - se preocupa. Não gosto quando fala assim... Aconteceu algo? Eu te fiz algo?
— Não! Se acalme. Só precisamos conversar...
— Então fale!
— Eu vou para a cidade fazer alguns exames que são muito importantes para nós dois!
— Você não está bem?
— Não é isso! - senta-se na poltrona com a filha no colo. Hoje de manhã fui conferir minha caderneta de anotações e me dei conta que fazem duas semanas que as minhas regras não descem...
— Mas o Ricardo explicou que poderia atrasar...
— Sim! De 2 a 4 dias... Por aí! Mas estou falando de duas semanas...
— Paula...- se aproxima dela. Você acha que está grávida?
— Não sei! Por isso irei fazer os exames e quero que você vá comigo.
— Pulinha, - segura a mão dela - eu irei com você sim! - sorri. E não se preocupe porque se não for agora, vai ser em outro momento! Mas eu tenho certeza que teremos mais um filhotinho...- acaricia Vitória. Não importa quando!
— Vamos sair daqui a pouco...
— Tudo bem!

Seguem para a cozinha, tomam café e se arrumam para sair. Cíntia vai ficar com Vitória enquanto Lucy não chega, indo só Paula e Vitor para a cidade. Chegam a clínica de Ricardo, fazem os exames e aguardam para Paula consultar.

— Paula!?
— Sim, Beatriz...
— Pode entrar! - abre a porta do consultório.
— Obrigada! - se levantam e entram. Bom dia!
— Bom dia! - sorri. Por favor, sentem-se. Já fez os exames?
— Sim!
— Vou ligar para o laboratório para saber se já estão prontos! - pega o telefone e liga.

Ricardo pede para um dos funcionários trazer os exames até ele enquanto ele examina Paula. Ela deita em uma maca, em uma sala separada para que ele a consulte.

— Que bom que o trouxe!
— É... Se eu estiver grávida ele é o pai! - riem.
— Como tem se sentido nos últimos dias?
— Bem, só um pouco cansada! Tenho viajado muito, trabalhado demais!
— Licença...- erga a blusa dela. E não sente nada mais? - a examina.
— Não...
— Paulinha....- abaixa a blusa. Você pode não estar grávida, você sabe disso não é?
— Sei...
— Porque um simples atrasado de duas semanas pode não significar gravidez. Você não apresenta todos os sintomas ou se apresenta eles não estão tão visíveis ao ponto de te fazer percebê-los!
— Eu entendo! Só quero fazer o teste para ter certeza...
— Compreendo! Venha...- a ajuda se levantar.

Retornam para a sala onde Vitor está e se sentam.

— Existe ainda a possibilidade de fazermos esse primeiro teste e ainda der negativo, mesmo que você esteja grávida. Por isso além desse você vai fazer outro daqui duas semanas...
— Se esse der negativo eu gostaria de não fazer...
— Pulinha, Ricardo explicou que esse pode dar negativo mesmo que você esteja!
— Eu sei, mas...
— Entendo Paula, mas isso é uma questão que envolve sua saúde! Sei que não é fácil se decepcionar... Mas precisa ser feito. Pode entrar! - batem na porta.
— Com licença! Aqui está doutor...- entrega os exames.
— Obrigada! - aguarda a secretaria sair. Aqui! - entrega para ela. Podem abrir...
— Abre! - entrega para Vitor.
— Ok...

Ele abre o exame em suas mãos, começam ler o que sequer entende e pede ajuda ao Ricardo para ler um determinado resultado.

— É isso aí mesmo! - sorri. Leia seu exame, mamãe...
— Olhe...- Vitor entrega para ela.
— É sério? - olha para ele.
— Seremos papais novamente! - se emociona.
— Vitor! - o abraça.
— As coisas acontecem quando devem acontecer!

Ricardo se levanta e os cumprimenta. Terminam a consulta com muita emoção e já com algumas instruções, novos exames, medicamentos e próximas consultas já agendadas. Paula tinha consciência que era uma gravidez delicada novamente e que precisaria tomar todas as precauções possíveis.


— Você quer contar para alguém? - entram no carro.
— Para minha mãe... E Leo.
— Vamos na sua mãe... E contamos.

Chegam a casa de Marisa com uma flor que ele quis comprar no caminho. Ela os atende.

— Oi! - sorri. Que milagre vocês dois aqui! - os abraçam.
— Mãe, não exagera! Para você...- entrega.
— Muito obrigada! - o abraça. São lindas! Entrem...- os leva até a sala de jantar. O que estão fazendo aqui na cidade? Cadê Vitória?
— Vitória está em casa! - se sentam. Paula veio ao médico e eu acompanhei.
— O que houve Paulinha? - se preocupa.
— O que houve? - ri. Conte...
— Mãe, Paula está grávida!
— Meu Deus! Isso é sério? - vai até ela rindo. Paula! - se abraçam. Parabéns! - passa a mão na barriga dela. Tem um bebezinho aqui!
— Tem! - ri. Quero contar para Vitória...
— Nem imagino qual seria a reação dela! - riem.
— Filho...- vai até ele. Mais um filho! - o abraça. Você está se tornando um grande homem pela família que está fazendo! - o beija.

Passam a tarde com Marisa e resolvem retornar para casa para contarem a novidade para Dulce e o restante do pessoal.

— Chegamos! - entra.
— Oi! E aí!? - Cíntia se aproxima.
— Chame a mamãe! Quero conversar com todo mundo...
— Ok! - sai para chamar.
— Já contou? - entra com a bolsa dela e algumas sacolas de coisas que compraram.
— Não! Fala baixo... Pedi para chamarem todo mundo. - sorri.
— Tudo bem! - coloca no sofá.

Não demora e chegam, inclusive Vitória com uma boneca no braço.

— Vivi...- pega a filha no colo.
— Pulinha...- Vitor a adverte.
— O que? Calma, não é assim também!
— O que está havendo gente?
— Temos que contar uma coisa...- se olham.
— Diz de uma vez! - fica nervosa.
— Estou grávida! - sorri.
— Não acredito! - riem.

Elas o cumprimentam, Diva e Sol chegam e já ficam sabendo da novidade também. Ao mesmo tempo eles pedem sigilo, porque está tudo muito no início ainda e é preciso ter todo o cuidado possível.

— Farei novos exames em breve!
— Estou tão feliz! - a abraça. Serei vovó de novo! - riem.
— Vivi não está entendendo nada...
— Não, mas vamos encontrar um jeito de explicar para ela, para que ela já vá gostando do bebê desde agora.
— Sim!
— Fico preocupada é com você Vitor!
— Comigo, Du? Por que?
— Vitória é muito apegada a você... Quando esse bebê vier...
— Mas ela vai entender, não vai?
— Eles não entendem! É preciso trabalhar isso.
— Meu Deus! - se preocupa.
— Calma gente! Não tenho nem um mês de gravidez ainda... Dará tempo de fazermos tudo isso.
— Sim...Vem aqui filha...- a chama.

Terminam o dia felizes. Mesmo que preocupados com muita coisa, a felicidade por ter mais um bebê era gigante dentro deles. Um novo dia chega, Vitor se levanta tarde e obviamente não encontra Paula mais na cama. Vai ao banheiro e ao sair segue para a cozinha sem se trocar.

— Então Edu...- vê o marido e faz cara feia.
— Boa tarde...- sorri sem graça.
— Boa tarde! - se levanta.
— Não, imagina! Pode se sentar... Só vim pegar um café...- olha para Paula o encarando.
— Edu... Aqui...- mostra na planilha. Queria os dois!
— Ok...- anota.
— Só um minuto...- se levanta sorrindo disfarçadamente.

Vitor a vê se aproximando. Coloca seu café em uma xícara e vai saindo.

— Hei...- segura ele.
— Que!?
— Poxa Vitor... Como você sai assim do quarto a essa hora?
— Assim como? - se olha.
— Me poupe!
— Existem dois escritórios nessa casa! Já fiz um para você que é para você resolver suas coisas lá e você me vem para cozinha?
— Estão limpando os escritórios...
— Sei! - bebe. Cadê Vitória?
— Está com a Lucy passeando...
— Passeando onde?
— Uai, na fazenda! Onde mais sua cria passea?
— Vou dormir mais um pouco...- vira a xícara e coloca na bancada.
— É na pia, Vitor!
— Ah! - se irrita. Tanto faz... Que encheção de saco logo cedo.
— Logo cedo!? - ri. São três horas da tarde!
— Para mim é cedo! - olha Eduardo na mesa. O que está fazendo?
— Esse é meu amigo...
— Você chama de amigo todo mundo que conhece! Para com isso.
— Nossa! - se chateia.
— Prossiga... O que está fazendo?
— Ele me ajuda nas roupas...
— Está comprando roupa?
— Sim... Por que? Vai implicar porque compro roupa?
— Não! Mas pergunto porque sua barriga vai crescer...
— Eita...- coloca a mão na barriga.
— Você esqueceu que está grávida?
— Não! - ri. Só não pensei nas roupas...
— "Papai..." - entra correndo.
— Oi princesa! - a pega no colo. Onde estava?
— "Na avrores..."
— Hã!? Nas árvores...? - ela balança a cabeça que sim. Vitória você precisa aprender a falar as palavras corretamente!
— Ela só vai fazer 2 aninhos, Vitor!
— Exatamente por isso! Ela fala pouco e fala errado...
— Vitor!
— O que? Vou na cidade hoje e vou comprar uns livros de fala...
— Você não vai frustrar Vitória... Ela é só uma criança.
— Frustrar? Educar um filho virou frustrar ele?
— Ela tem que brincar, ser livre e não viver enfurnada em livro! Deixa isso mais para frente.
— Vou fazer do meu jeito! - sai com a filha no colo.
— Teimoso! - volta para a mesa. Desculpa Edu!
— Imagina, família né...
— Sim! - ri. Sobre os macacões que pedi... Quando chega?
— Provavelmente daqui três meses!
— Vou precisar de uma numeração maior...
— Por que?
— Porque...- pensa. Vai que eu engorde?
— Bem, você que sabe! - riem.

Eduardo termina seu trabalho com Paula. Ela o leva até a saída e vê Vitor brincando com a filha na sala de entrada.

— Tchau Vitória!
— Dá tchau filha para o amigo da mamãe...- ela manda beijo.
— Meu Deus! - riem. Beijo gracinha! - faz o mesmo para ela.

Ele sai e Paula retorna para dentro, onde Dulce e Cíntia chegam na sala também.

— Vitor, você não trocou de roupa ainda!
— Paula, não estou pelado!
— Está quase! - o encara. Um tanto de gente em casa e você andando de samba canção para cima e para baixo!
— Paula, relaxa... Vou tomar um banho e vou para a cidade! - se levanta do sofá. Papai já volta, Vivi... Arrume ela que vou levar!
— Onde você vai?
— Vou ao shopping e a casa da minha mãe!
— Tudo bem...- pega a filha.

Seguem para os quartos. Paula separa a roupa de Vitória e a leva para se trocar em seu quarto.

— Temos que tirar essa fralda, né!? - coloca a fralda nela. Já chegou a hora de parar de usar mocinha...
— Agora mais do que nunca! - se aproxima. Precisamos ensinar ela ser independente.
— Será que foi uma boa ideia termos outro filho? Agora ela me parece tão bebê, tão dependente da gente!
— Paula...- senta-se na cama. Vamos dar conta! Te disse isso há praticamente dois anos atrás...
— Sim... Vamos! - sorri. Vem Vitória, vamos colocar o vestido! - mostra para ela.
— Você não quer ir?
— Não! Quero descansar... Compra alguns chocolates para mim?
— Compro sim! - se levanta. Vamos filhote? - pega Vitória. Beijinho na mamãe...- a aproxima e a bebê a beija. Quem nós vamos ver? - pega a bolsa dela.
— "Vovô"...- segura a boneca.
— Vovó, amor! Vovó Marisa... Abre a porta aqui Pulinha, tô com as mãos cheias!
— Se vira! - abre para ele. Daqui uns dias terá mais coisas! - riem.
— Até mais tarde! - a beija sorrindo. Se cuida! Não vá inventar besteira para fazer.
— Pode deixar! - o acompanha. Eu sei!
— Espero que saiba mesmo!
— Onde você lindeza? -
— "Na vovó Maissa..."
— Aí meu Deusu! - a beija. Tchau então!

Vitor a deixa se despedir da vó Dulce e de Cíntia, seguindo logo em seguida para a garagem. Coloca a bebê na cadeirinha, guarda as bolsas e saem da fazenda. Paula fica um bom tempo na porta observando.


— Paula?
— Oi?
— O que está olhando?
— Nada! Uma sensação ruim me deu...- se preocupa.
— Credo, filha! Vira essa boca para lá. - bate na madeira.
— Sim! - entra em casa.
— Você está muito preocupada com o bebê... Precisa se acalmar!
— Irei me acalmar... Só preciso ter certeza que estará tudo bem com esse filhotinho aqui! - passa a mão na barriga. Um bebezinho de novo! Já pensou? - riem. Não consigo acreditar ainda! E sonhei com isso... Meu Deus!
— E os nomes? Já tem em mente?
— Menino será Joaquim! Menina eu não sei...
— Joaquim?
— Sim! Como era o irmãozinho...- acaricia sua barriga. Ou melhor, talvez seja você Joaquim que esteja aqui novamente! - sorri olhando para si.
— Filha...- a observa preocupada.
— O que? - olha para a mãe.
— Esse bebê não é o que morreu!
— Não fale assim! É o meu filho, não é simplesmente um "o que morreu"! É meu filho. - sai para o quarto chorando.
— O que houve? - Cíntia chega.
— Paula! Fica colocando na cabeça que está grávida do bebê que morreu.
— Não podemos nem tocar no assunto! Tudo relacionado a isso ela se dói.
— Entendo que não é fácil... Mas ela está prolongando demais esse luto, colocando loucuras na cabeça! Preciso conversar com Vítor urgentemente.
— Precisa sim! Vou ver como ela está...
— Vai lá!

No caminho para a cidade o celular de Vitor toca, mas por estar dirigindo não atende. Ele chega no shopping da cidade, retira a filha da cadeirinha, abre o carrinho dela que já fica no carro, a coloca, pega a bolsa e entra no local.

— Vamos comprar a primeira roupinha do teu irmão ou da tua irmã! Já pensou se fosse dois Vitória? - ri sozinho.

Entram em uma loja de roupa infantil. Vitor escolhe algumas peças e sapatinhos além de pelúcias de bichinhos com Vitória atenta a tudo. Saem dali a caminho de uma adega em que ele compra seus charutos e algumas bebidas, além de chocolates para Paula, logo em seguida passam na livraria, ele pega os livros para a filha e decidem ir embora. Ao caminharem rumo ao estacionamento, a bebê começa a pedir para ver os bichinhos em uma loja de animais.

— Você quer ver? - volta com o carrinho e as compras.

Entram na loja e ele a desce do carrinho.

— Calma! - ela sai correndo. Me desculpem! - pede desculpas para as vendedoras.
— Imagine! - sorriem. O que você quer? - se abaixa. Essa é a tartaruga! - explica para a bebê que está olhando. Você quer pegar na mão?
— "Sim!" - bate palmas e Vitor ri.
— Aqui...- pega a tartaruga no aquário e apoia na mão de Vitória. Segura!
— Vitória, segure! Por favor...
— "Ati papai..." - mostra para ele.
— Linda, né!? - abaixa. Você quer levar para casa?
— "Uhum..." - acaricia a tartaruga em sua mão. "Vamu papai... Pá casa!"
— Temos que pagar! - riem.
— "O picinho!" - aponta o peixe dentro do aquário.
— Sim! Tem vários...
— "Quelo pegar o picinho..."
— Não pode! Ele não pode sair dali.
— "Ô papai!" - entrega a tartaruga para ele e começa fazer birra para pegar o peixe.
— Vitória, pare com isso! - segura ela. Filha, vamos levar a tartaruga! - mostra para ela.
— "Naum! O picinho!" - aponta chorando.
— Ok! Levamos o peixe também. Não precisa chorar, meu amor...- se levanta. Vou levar os dois! - entrega para a vendedora. Vem! - pega no colo. Qual desses você quer?
— "Dois" - faz com o dedo.
— Não! Um peixinho só...
— "Os dois!" - volta chorar.
— Pare Vitória!
— "Dois!" - esperneia.
— Os dois! Vamos levar os dois peixes...

Ela pede para ir no chão novamente. Corre pela loja até encontrar os gatos nas gaiolinhas.

— "Miau..." - coloca a mão.
— Filha, não pode! - tira a mão dela da grade.
— "Um miau papai..."
— Sim! Vários miau...
— "Vô pegar!" - se aproxima.
— Não! - a afasta e ela se irrita. Vitória! - pega-a no colo. Vou falar só uma vez: Pare com isso! - a segura. Que coisa mais feia ficar fazendo mãnha! - sussurra bravo com ela que deita em seu ombro sentida.

A atendente termina de preparar as coisas dos animaizinhos que ele comprou e então ele sai da loja lutando para dar conta de carregar tudo. Resolve não ir mais na sua mãe, estava cheio de coisas no carro, não teria condições de descer tudo novamente. Chegam na fazenda cinquenta minutos depois. Ele desce a filha que quer porque quer pegar a tartaruga.

— Você sabe esperar? - olha-a. Calma aê! Vai chamar a mamãe para me ajudar...
— "A tataluga!" - aponta pulando.
— Tá filha! Não tem jeito...- pega a tartaruga de dentro do aquário. Se você derrubar ela morre! - coloca na mão dela. Leva com calma! - ela sai com o bichinho na mão. Fala para mamãe vir aqui!

Vitor coloca as compras no carrinho dela enquanto ela chega na casa.

— O que é isso Vitória? - se aproxima da filha. Minha Nossa Senhora!
— "Ó mamãe!" - ri.
— Uma tartaruga! Diva... Vem ver isso aqui!
— O que? - chega correndo.
— Olha isso! - aponta para mão de Vitória.
— Senhor! Que bichinho feio.
— Aí Diva! - riem.
— Vitor que comprou isso?
— Provavelmente!
— Caramba! - chega na porta derrubando sacola. Não está ouvindo eu chamar?
— Não! - vai até ele. Que estresse é esse?
— Não dá para sair com a Vitória sozinho!
— Espera! - retira algumas coisas do carrinho e leva para o sofá. O que aconteceu?
— Vai lá no carro para você ver! Tem apenas dois peixes lá dentro, um Aquário enorme e a casa dessa tartaruga.
— Por que comprou se está reclamando?
— Ela que viu! Fez a maior birra para mim trazer esses bichos.
— Olha a lambança! Por que está molhado?
— Porque fui pegar a tartaruga no aquário!
— Pare de reclamar! - pega sacolas da mão dele. Vai lá buscar os peixinhos...

Ele volta ao carro e pega o aquário. Ao entrar Vitória pula de alegria, puxando Diva para ver os peixinhos dela.

— "Dois Didi..." - aponta.
— Sim! - riem. Dois peixes!
— "Toma mamãe!" - entrega a tartaruga.
— Onde vamos colocar essa tartaruga? - acaricia.
— Aqui!
— Mas ela não fica só na água, amor...- vai ver o aquário.
— Tem uma parte de terra aqui...- mostra.
— Ah!! - vê. Que máximo esse aquário.
— Quanto custou essa brincadeirinha da Vitória!?
— Nem queira saber!
— "Um monte de picinho!" - ergue os braços e ri feliz.
— Mas vale a pena! - riem. Que cores eles são filha?
— "Azul... Lalaranja"
— Isso! Azul e laranja...- riem. Vou tomar um banho, já volto!

Ele vai para o quarto carregando algumas sacolas e Paula vai com ele.

— Comprou roupas para Vitória? - ri ao ver que as sacolas são de uma loja infantil.
— Vou te mostrar! - ri.

Entram no quarto e sentam na cama. Ele abre a sacola e pega um sapatinho.

— Ah não! - segura. Meu Deus! - olha. Que coisa mais lindinha! - cheira.
— Tem mais! - retira o restante. Comprei branco!
— É lindo! - aperta contra o peito. Tem mais algum?
— Vários! - vira a sacola sobre a cama. Vamos começar o enxoval desse filhotinho! - passa a mão na barriga dela.
— Amor...- coloca sua mão sobre a dele. O que você acha que é?
— Não faço ideia! - ri. Mas o que vier já está sendo muito amado, como nossa Vitória foi.
— Acho que pode ser um menino!
— Menino!?
— Sim! - sorri. Como o Joaquim...

Nesse momento Vitor retira a mão da barriga dela. Sorri disfarçadamente e se levanta.

— O que foi? - o fita.
— Nada! - beija a cabeça dela. Vou tomar banho!
— Você também acha que ele morreu, não é!? Que não é ele que está aqui!?
— Paula...- leva a mão até o rosto dele para acariciar.
— Por que me tratam como uma maluca? - afasta a mão dele. Meu filho não morreu e prova disso é que ele está aqui! - coloca as mãos na barriga.
— Tudo bem...- tenta acalmar ela.
— Não está tudo bem! - o empurra chorando. Estou cansada de dizer isso e vocês me olharem como se eu fosse...
— Não! Não é nada disso...- a abraça. Se acalme minha Pulinha... Por favor! - a olha. Está tudo bem! Se você acredita que é o Joaquim, ok! Mas pode ser uma menininha, tá? E o Joaquim pode também vir através dela.
— Só sei que ele está aqui! De alguma forma, nosso filho voltou...

Ele sorri para não ter que falar nada. Abraça-a extremamente preocupado com o estado emocional dela com toda essa situação. A perca do filho jamais foi superada por Paula e ele sabia que ela precisava de ajuda, só não sabe como ajudar então o que faz é oferecer carinho e tentar não contraria-lá nos momentos em que tudo ocorre. Leva-a até a cama e a ajuda se deitar... Vai para o banheiro, toma seu banho e retorna ao quarto onde ela está quieta mexendo nas roupinhas.

— Não quer guardar? - seca o cabelo.
— Sim...- as dobra.
— Assim que soubermos o sexo podemos contratar o arquiteto para projetar o quarto.
— Farei isso...- guarda nas sacolas.
— Quer alguma coisa da cozinha?
— Pare de me tratar como uma doente! - o encara.
— Paula...
— Estou falando sério! - se levanta com as sacolas, saindo do quarto.

Vitor respira fundo e se joga na cama para descansar. Pega o celular e liga para o irmão contando sobre a gravidez que fica muito feliz por eles dois. Na sala Paula mostra as roupinhas para a mãe e Cíntia.

— Filha, não pode puxar...- segura a mãozinha dela quando tenta puxar o macacão do bebê. É do seu irmãozinho...- sorri.
— "Naum!" - faz cara feia.
— Sim... Aqui na barriguinha da mamãe tem um bebezinho igual você...- tenta passar a mão dela, mas ela tira, saindo da sala. Estou começando a me preocupar...
— Tente aos poucos... Ela não tem noção ainda que outra criança vai vir dividir tudo com ela. Vai colocando a ideia na cabecinha dela aos poucos! Mas mesmo após o bebê nascer, é ela quem precisa de vocês mais do que o neném.
— Eu sei mãe... Carolina já falou disso.
— Pois é! Cadê Vitor?
— No quarto!
— Ele mandou uma foto da Vitória no grupo...- vira o celular para ela.
— Deve ter sido na livraria! - sorri.
— Sim!
— Vou guardar essas coisas...- coloca na sacola.
— Vai guardar no guarda roupa da Vitória?
— Vou deixar aqui por enquanto... Irei falar com o arquiteto para planejar o quartinho, dai começo ver os móveis.
— Sim! Mas vai devagar... Está muito cedo!
— É! Já volto, olhem Vitória aí! - volta para o seu quarto e coloca as sacolas no seu closet. Você não vai comer Vitor?
— Vou...- se levanta da cama.

Chegam na cozinha e Diva prepara um prato para ele comer. Vitória aparece com a tartaruga na mão.

— Vitória, você vai matar essa bichinha! Quer toti? Está na hora!
— "Didi, faz meu toti!" - senta no chão.
— Vou fazer! - riem.
— Coloca a tartaruga para andar um pouco... Solta ela filha...- ela solta. Olha só! - riem ao ver a tartaruga correr. Está correndo de você Vivi, de tanto que você não dá sossego para ela!
— "Naum, tata...- puxa a tartaruga. Fica aqui!"
— Vitória! - a adverte. Você vai machucar ela!
— Deveria ter comprado também capacete, colete à prova de quedas e meias para as patas dessa tartaruga!
— Deveria mesmo, porque essa tartaruga vai sofrer! - riem.

Paula vai para a sala e Vitória a segue falando com a tartaruga. Ela senta-se no sofá enquanto a filha brinca no chão. Mexe no celular e publica a foto de Vitória no shopping.

 



Oi amores!
Minha mocinha, toda linda... ♥️ Hoje ela foi passear no Shopping com o papai e voltou de lá com dois peixes e uma tartaruga essa casa está virando um zoológico!
#Vitorenlouqueceu #atartaruganãosaidamaodela


— Pulinha? - aparece.
— Oi!? - fecha o celular.

— A Diva já fez o mama dela!
— Ela tem que tomar um banho e dormir um pouco...
— Vou dar banho nela... Cadê ela?
— Ué! - levanta procurando a filha. Vitória? - vai para a sala de jantar.
— Vivi? - procuram.
— Vem aqui Vitor!
— Oi...- vê a filha. Não estou vendo isso!
— Desce daí! - a filha os vê. Desce daí agora!

Vitória havia puxado a cadeira da mesa de jantar para subir e ver o aquário. Quando eles chegam ela joga a tartaruga dentro da água e desce.

— Paula! - olha para ela perplexo.
— Nem me olhe! - não aguentam e riem. Vai tomar banho sua teimosa! - ela passa por eles correndo.
— Tira aquela tartaruga da água...
— Vou ter que colocar em outro lugar esse aquário.

Ela mexe no aquário enquanto Vitor leva a filha para tomar banho. Ele a arruma e leva para seu quarto, liga a televisão no filme que ela gosta e sai para buscar a boneca que ela pediu.

— Ela dormiu? - Paula surge no corredor.
— Não! Vim buscar a boneca...
— Tá...- vai para o seu quarto.
— "Mamãe, o toti!" - vê Paula entrar.
— A mamãe trouxe! - mostra.

Deita com a bebê e Vitor chega com a boneca.

— Deita aqui papai...- arruma para ele deitar também.
— Obrigada! - deita-se. Filha, posso colocar a boneca aqui no meio? Juntinho da gente?

Ele coloca a boneca entre ele e Paula, do lado da filha. Vitória se senta, parando de mamar e observando o pai arrumar a boneca. Paula olha para ele e esperam a reação dela.

— "Naum, papai!" - pega a boneca. "Ali ó..." - joga do outro lado da cama.

A bebê se deita e segura a mão do pai que olha para Paula respirando fundo.

 

 


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